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sábado, 8 de dezembro de 2012

Ronco pode provocar uma parada cardíaca. Faça tratamento

Mais do que apenas um incômodo para quem estiver por perto, o ronco pode ser um indício de apneia do sono, doença que eleva o risco de uma série de problemas cardiovasculares: hipertensão, arritmia, infarto do miocárdio, derrame, insuficiência cardíaca e morte súbita.

“Não há estudos suficientes na literatura médica sobre disfunções cardíacas precoces em pacientes com apneia do sono, quando é possível tomar medidas para evitar a progressão até insuficiência cardíaca”, alerta a pesquisadora Raluca Mincu. Junto com outros estudiosos, ela comparou os efeitos da apneia do sono com os de diabetes tipo 2 em funções cardíacas.

A equipe examinou 60 pacientes: 20 tinham apneia do sono moderada ou severa; 20 estavam tratando diabetes tipo 2; e 20 não tinham nenhuma das duas doenças. Para aumentar a precisão do estudo, foram comparados dados de voluntários de sexo e idade similares.

Aqueles que sofriam de apneia do sono (fosse moderada ou severa) apresentaram mal funcionamento das artérias, resultado similar ao daqueles com diabetes tipo 2. O grupo de controle, por sua vez, não apresentou problemas. “Pacientes deveriam perceber que por trás do ronco pode haver sérias patologias cardíacas e que eles devem consultar um especialista do sono”, aponta Mincu.

O tratamento para apneia do sono não é dos mais agradáveis (inclui dormir com uma máscara, ligada a um aparelho que ajuda a manter a respiração constante), mas, segundo a pesquisadora, pode reverter os problemas revelados no estudo.

Quanto mais cedo cardiologistas, pneumologistas e outros profissionais da saúde diagnosticarem e tratarem casos de apneia do sono, melhor. “Isso irá evitar que a disfunção cardiovascular precoce evolua para insuficiência cardíaca”.[Medical Xpress]

Pesquisas revelam efeitos maléficos dos distúrbios do sono

O sono ocupa um terço da vida. Por isso, dormir mal é viver mal. Mais: dormir mal não significa, apenas, dormir pouco ou ter o sono interrompido por ruídos. Alguns distúrbios do sono podem até provocar problemas de saúde como infarto ou derrame cerebral, razão pela qual requerem diagnóstico e tratamento.

Segundo o neurologista Rubens Reimão, os distúrbios do sono são muitos e atingem cerca de 25% da população. A insônia, crônica ou eventual, afeta, diz Reimão, 20% das pessoas. Cerca de 4% dos brasileiros têm apnéia ou roncam. Os outros distúrbios, mais raros, não ultrapassam, juntos, 1% da população.

Apesar disso, até 20 anos atrás, poucos médicos brasileiros se preocupavam com as conseqüências da má qualidade do sono. Alguns distúrbios, como o ronco, eram vistos como um problema do outro, do companheiro de quarto que se irrita com o som repetitivo causado pela vibração da passagem do ar pelas paredes da faringe. As mulheres, por sua vez, quase nunca admitiam ser capazes de roncar.

Por volta dos anos 80, esse cenário começou a mudar. As pesquisas foram impulsionadas pela invenção do polígrafo, aparelho que permite a realização da polissonografia, um método de avaliação do sono e de suas variáveis fisiológicas. Graças aos avanços dos estudos nessa área, hoje se sabe que os distúrbios do sono tanto podem ser sintomas de enfermidades já existentes como a causa de novas. Alguns deles são uma via de mão dupla. A insônia, por exemplo, na maioria das vezes é provocada por doenças psíquicas, como depressão e ansiedade, entre outras. Num círculo vicioso, se for grave, poderá ocasionar novas moléstias, físicas ou psíquicas. Dependendo da intensidade, o ronco e a apnéia causam hipertensão arterial, infarto, derrame cerebral ou pioram arritmias cardíacas. Doenças respiratórias, como asma, enfisema e fibrose, se agravam, ou, como alerta Lia Azeredo Bittencourt, pneumologista e coordenadora clínica do Instituto do Sono da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), podem até mesmo surgir em conseqüência de distúrbios do sono.

Com a polissonografia é possível descobrir e dimensionar os distúrbios do sono, o que os provoca e quais suas conseqüências. O polígrafo mais sofisticado tem atualmente 16 canais, e cada um deles mede uma atividade diferente. Os resultados obtidos, combinados com os de outros exames clínicos, possibilitam um diagnóstico correto.

Estados do sono

De acordo com o senso comum, quando dormimos, apagamos como uma lâmpada. Mas dormir não é simplesmente desligar. Envolve muitos e complexos mecanismos fisiológicos e comportamentais. Reimão explica que dois estados distintos são identificados no sono. "O primeiro é o sono NREM (non-rapid eye movement), e o segundo é o REM (rapid eye movement)", observa. Como está explicitado nas siglas, no estado NREM quase não movimentamos os olhos, e as ondas cerebrais são lentas. Já no sono REM, as ondas cerebrais são rápidas, mexemos muito os olhos e sonhamos bastante.

O sono NREM é dividido em quatro estágios. O primeiro é o da sonolência e tem duração de cerca de cinco minutos. O segundo é o do sono intermediário e dura por volta de dez minutos. O terceiro e quarto são os estágios do sono profundo. Todos são definidos de acordo com o traçado das ondas cerebrais, obtido pela eletroencefalografia: quanto mais lentas as ondas, mais profundo é o sono. É difícil acordar uma pessoa que está no terceiro ou quarto estágios do sono NREM, e quando isso acontece ela demonstra, nos minutos iniciais, um comportamento confuso. O estado REM, que pode durar de cinco a 30 minutos, se distingue pela aceleração das ondas cerebrais, pelos movimentos oculares rápidos e pela falta de tônus muscular. Todas essas características são registradas pelos respectivos canais do polígrafo.

Os estados NREM e o REM compõem, juntos, o que os médicos definem como um ciclo do sono. Um indivíduo normal passa por quatro a seis ciclos de sono por noite. Cada ciclo completo dura de 70 a 110 minutos.

Antigamente, imaginava-se que dormir servia apenas para restaurar a energia perdida durante o dia. Hoje os especialistas admitem que o sono tem várias outras funções, afirma Reimão. "Se for de boa qualidade, melhora a restauração óssea e muscular, fortalece o sistema imunológico e ajuda no tratamento de doenças cardiovasculares", completa Lia Bittencourt. Algumas dessas funções são atribuídas especialmente ao sono REM, como a da consolidação da memória.

As especialidades dos profissionais que investigam distúrbios do sono são, principalmente, a neurologia e a pneumologia. O neurologista Luciano Ribeiro Pinto, professor de Medicina do Sono da Unifesp, uma das poucas escolas de medicina brasileiras a incluir a disciplina em seu currículo, observa que há mais de uma centena de anormalidades do sono, algumas das quais não são consideradas distúrbios, porque não têm caráter patológico.

A avaliação médica do sono é recomendada quando o paciente apresenta muita sonolência durante o dia, respira mal enquanto dorme, ronca, tem pequenas paradas respiratórias (apnéias), epilepsia, alterações do ritmo cardíaco, movimenta excessivamente os membros enquanto dorme ou tem insônia. Algumas vezes, a comprovação desses fenômenos se dá apenas por meio da polissonografia.

Insônia

O mais comum dos distúrbios do sono, a insônia não se caracteriza apenas pela dificuldade para dormir, mas também pela incapacidade de manter um sono estável. Ela não é considerada uma doença, mas um sintoma resultante de causas diferentes, físicas, ambientais ou mais freqüentemente emocionais, já que se associa a fatores como ansiedade, nervosismo, depressão ou medo. Por muito tempo a insônia foi tratada basicamente com remédios. Hoje os médicos sabem que seu controle depende bastante da mudança de comportamentos, observa Ribeiro.

O consumo excessivo de bebidas alcoólicas, café ou outros estimulantes, o hábito de manter o aparelho de televisão ligado na hora de dormir, a prática de exercícios físicos pesados no período noturno e os efeitos colaterais de alguns medicamentos estão entre os fatores externos que podem interferir na qualidade do sono. "Para cuidar da insônia resultante de problemas familiares e afetivos ou de hábitos errados, sugerimos principalmente terapia comportamental cognitiva", diz Ribeiro.

As justificativas para a mudança de hábitos são inquestionáveis, mesmo que alguns discordem delas. "Não durmo se não tiver a TV ligada", conta Myrtes de Santi, dona-de-casa de 68 anos. Ela aprendeu a usar o aparelho como sonífero depois de uma fase de luto. "A gente dorme com a impressão de que tem gente em casa", diz. Mas, mesmo que ela não perceba, os estímulos luminosos e auditivos atrapalham seu sono. "Sons externos podem ser incorporados ao sonho", observa Reimão. "E os noticiários veiculados na TV na maioria das vezes trazem notícias ruins", observa. O médico indica que o aparelho seja desligado 15 minutos antes de as pessoas se deitarem.

"A atividade física faz a pessoa produzir, mesmo na fase adulta, mais hormônios do crescimento, que são necessários à recuperação muscular e esquelética", nota ainda Reimão. "Entretanto, o exercício noturno eleva a temperatura do corpo e estimula a produção de adrenalina, o que não é recomendável." Os banhos quentes também devem ser evitados. Os ideais para um bom sono são os mornos ou frios.

Seqüelas de uma encefalite, de um acidente vascular cerebral ou doença de Alzheimer também podem desestabilizar o padrão de sono e exigem formas de tratamento específicas. "Além disso, é possível afirmar que a insônia pode ser provocada por distúrbios hormonais", acrescenta Reimão. Provas incontestes estão na menopausa e na gestação, que causam mudanças na qualidade do sono das mulheres. Os médicos são unânimes ao afirmar, também, que o tratamento da insônia com medicamentos exige indicações específicas.

Ronco

O som do ronco, que tanto incomoda quem o ouve, é resultante da vibração das paredes da faringe durante a passagem do ar inspirado pelas vias aéreas superiores. Isso pode acontecer em qualquer idade, sendo mais comum entre homens a partir dos 45 anos. A tendência é que o ronco aumente com a idade, principalmente devido à flacidez da musculatura. Mas há várias outras causas para sua manifestação, como amígdalas aumentadas, obstrução nasal ou obesidade. O relaxamento muscular que acontece naturalmente enquanto dormimos ou aquele decorrente da ingestão do álcool também pode fazer a língua se projetar para trás, dificultando a passagem do ar de quem dorme de barriga para cima. Essa posição de dormir, chamada "supina", provoca o ronco posicional, que desaparece com a mudança de postura.

O tapeceiro Salvador Pires, de 52 anos, ronca alto e sofre de insônia. "Tenho problemas respiratórios e, quando deito, o nariz entope", afirma. Dormindo mal, ele se sente sonolento durante o dia. Mesmo sem ter consultado um médico para tratar do ronco, Pires toma providências para controlar, em parte, a insônia. "Depois que fiquei sabendo que a cafeína age por seis horas no organismo, parei de tomar café no período da tarde para dormir melhor", diz. Como Pires, o aposentado José Alberto Pivetta, de 59 anos, também ronca. Mas não acredita que precise tratar o distúrbio. "Só ronco quando durmo de barriga para cima", assegura. "Eu viro e minha mulher pára de reclamar", revela.

Nem Pires nem Pivetta acertam ao não procurar ajuda médica, já que o ronco pode causar edema da úvula ou do palato mole. Também pode evoluir para uma apnéia. Nos casos graves e combinado com outras patologias do sono, o ronco pode, finalmente, provocar hipertensão arterial, infarto agudo do miocárdio ou acidente vascular cerebral.

Durante a década de 1990, a indicação de cirurgia para a cura do ronco era bastante comum. Muito traumáticas, essas intervenções eram de grande porte. Atualmente, procedimentos cirúrgicos são pouco indicados, porque os médicos verificaram que os pacientes voltam a roncar. "Mais de uma dezena de técnicas cirúrgicas com essa finalidade estão descritas na literatura médica, mas nenhuma oferece resultados definitivos", ressalta Geraldo Lorenzi Filho, pneumologista pós-doutorado em Toronto e diretor do Laboratório do Sono do Instituto do Coração (Incor). "Em mais de 95% dos casos, os resultados são insatisfatórios", diz.

Já a obesidade é um fator que deve ser eliminado, uma vez que, além do ronco, provoca vários outros males à saúde. Basta o depósito de 2 milímetros de gordura no duto da faringe, que mede 9 milímetros de diâmetro, para que o conseqüente estreitamento do duto faça as paredes da faringe vibrarem com a passagem do ar.

A manicure Maria José da Conceição Gatti, de 60 anos, obesa e diabética, sabe que ronca e tem apnéia. "O médico já falou que eu ronco porque estou gorda", admite. "Mas o maior problema, para mim, não é roncar; preciso emagrecer por causa da diabetes", diz ela.

Maria José nunca se submeteu a uma polissonografia e não tem um diagnóstico preciso de distúrbios do sono. Mas o médico Geraldo Lorenzi Filho faz um alerta: "Há cada vez mais evidências da relação entre a má qualidade do sono e a diabetes".

Por outro lado, estudos mostram que 30% das pessoas sem sobrepeso roncam, o que prova que a obesidade não é causa exclusiva do ronco, embora seja muito importante. De 2% a 3% das crianças roncam por causa de adenóides, amígdalas grandes e má-formação congênita. "É necessário que os pais procurem um médico quando as crianças têm ronco forte", aconselha Rubens Reimão.

Além de cuidados com o peso, outras formas de tratamento do ronco são o avanço mandibular, que consiste no uso de um aparelho que projeta a mandíbula em alguns milímetros, e o emprego do CPAP (sigla do inglês que se traduz como "pressão positiva contínua nas vias aéreas"), um dispositivo que, com o auxílio de uma máscara, libera uma mistura de ar e oxigênio nas narinas, explica Luciano Ribeiro, também diretor do Laboratório do Sono do Hospital Oswaldo Cruz.

Apnéia

A suspensão da respiração enquanto a pessoa dorme, conhecida como apnéia, é um dos mais graves distúrbios do sono. Resulta de diferentes e complexas causas, entre as quais a mais comum é o fechamento total da faringe (também chamada de apnéia obstrutiva). "A apnéia pode, ainda, provocar doenças e é uma importante razão de parada cardíaca durante o sono", diz Lorenzi. Uma vez presente, esse distúrbio aumenta a probabilidade de hipertensão em 30%. "Há evidências, também, de que a apnéia piora o prognóstico de quem tem doenças coronarianas", acrescenta ele. O médico explica que existe outro tipo de apnéia, chamada de "respiração de Cheyne-Stokes", decorrente de disfunção cardíaca grave ou doenças neurológicas. Nesse caso, não é considerada distúrbio do sono.

A apnéia pode se repetir de cem a 200 vezes numa noite, e cada episódio (parada respiratória) dura de dez a 40 segundos. Sonolência diurna e dificuldades de memória podem ser conseqüências da falta de oxigenação do cérebro provocada pela apnéia.

Lorenzi ressalta que quem tem apnéia, assim como aqueles que roncam, deve deixar de fumar, evitar o uso excessivo de bebidas alcoólicas e perder peso. No Laboratório do Sono do Incor, com o apoio da Concessionária Intervias, Lorenzi comandou uma pesquisa com a aplicação de questionários em 3 mil caminhoneiros, destinada a verificar o índice de apnéia do sono entre esses profissionais. O estereótipo do caminhoneiro é o do homem obeso, que cuida mal da saúde e tem vida sedentária. Esse modelo já sugeria a existência do problema.

Os resultados obtidos, mais do que esperados, foram muito significativos. As respostas indicaram que 18% dos caminhoneiros apresentavam alta probabilidade de ter apnéia. Com base no questionário, o médico deduziu que, desses 18%, metade sofre do distúrbio, não diagnosticado. "Trata-se de uma taxa muito preocupante, se considerada a incidência na população em geral, que é de 2% a 4%", observa Lorenzi.

O diretor do Laboratório do Sono do Incor acredita que grande parte dos acidentes em estradas são causados pela sonolência dos motoristas, como conseqüência do sono de má qualidade devido a apnéia. Muitas dessas ocorrências, portanto, poderão ser evitadas se o distúrbio dos caminhoneiros for tratado.

Embora a medicina ainda não disponha de um tratamento eficaz para o controle da apnéia, o emprego do CPAP ainda é o melhor recurso. "Comparo seu uso ao de óculos, que não corrigem a deficiência visual, mas permitem às pessoas enxergar perfeitamente bem", explica Lorenzi.

Outros problemas

As pessoas podem, eventualmente, apresentar outras manifestações enquanto dormem, como é o caso do bruxismo, que nada mais é do que ranger os dentes durante o sono. Apesar de não ser considerado doença, esse distúrbio provoca dores de cabeça, desgaste dos dentes e danos às gengivas. Nesse caso, o tratamento mais recomendado é o uso de uma placa dentária de resina acrílica.

O sonambulismo, os terrores noturnos e os pesadelos são mais comuns em crianças que em adultos. Durante um episódio de sonambulismo, embora a atividade cerebral indique mais um estado de vigília do que de sono, não se deve despertar a pessoa bruscamente, pois ela pode reagir de forma violenta. É recomendável deixar uma luz acesa no quarto - o que reduz a probabilidade de ocorrência -, remover obstáculos e objetos que possam se quebrar ou provocar ferimentos, e as janelas devem ser mantidas bloqueadas. Na maioria dos casos, nenhum tratamento é necessário.

A síndrome das pernas inquietas (acatisia) ocorre um pouco antes de o indivíduo adormecer, em geral entre quem tem mais de 50 anos. Especialmente em situações de estresse, as pessoas sentem um leve desconforto nos membros inferiores, que apresentam movimentos espontâneos e incontroláveis.

Os pesadelos - para os quais não existe tratamento específico disponível - surgem durante o sono REM e são mais comuns durante períodos de estresse, febre ou fadiga excessiva, ou após o consumo de bebidas alcoólicas.

Atualmente há diversas pesquisas em andamento, mas nenhuma delas chegou, por enquanto, à cura dos distúrbios do sono. Os tratamentos disponíveis servem apenas para controlar o problema e evitar complicações, conclui Lia Bittencourt.



Trate o ronco para evitar uma parada cardíaca


Segundo pesquisadores dos Estados Unidos, a apnéia do sono severa pode aumentar o risco de morte em 46%. Porém, pessoas com problemas brandos de sono e respiração não estão inclusas nesse percentual.

Naresh Punjabi da Universidade John Hopkins e seus colegas, descobriram que pessoas com dificuldades severas de respiração durante o sono estão mais propensas a morrer de causas variadas do que pessoas sem distúrbios do sono. Os riscos são mais óbvios em homens com idade de 40 a 70 anos.

A apnéia do sono é causada por um colapso das vias aéreas superiores durante o sono. O ronco mais forte pode ser um sintoma, mas o que torna a apnéia diferente são as curtas interrupções na respiração. A apnéia também é ligada a obesidade, pressão alta do sangue, parada cardíaca e derrame.

O grupo de Punjabi estudou 6.400 homens e mulheres durante 8 anos em média. Eles relataram na revista Public Library of Science que, pessoas que começaram com uma apnéia de sono maior têm 46% a mais chance de morrer de qualquer causa em comparação a homens da mesma idade.

Homens na faixa de 40 a 70 anos com distúrbio severo do sono e respiração têm o dobro de chances de morrer de qualquer causa do que homens saudáveis na mesma idade. “Entre os homens 42.9% não tinham distúrbio de sono e respiração, 33.2% tinham uma doença branda, 15.7% doença moderada e 8.2% tinham a doença severa”, explicaram. Já as mulheres tinham cerca de 25% de apnéia branda, 8% moderada e 3% tinham desordem severa na respiração.

De acordo com o médico David Rapoport da Universidade de New York, o melhor tratamento para apnéia do sono é perder peso. E o tratamento mais bem sucedido pode ser o CPAP nasal (Pressão Positiva Contínua nas Vias Aéreas) que por meio de uma máscara nasal que faz pressão, ajuda que as vias aéreas a se manterem abertas durante o sono. “Outro possível tratamento é a cirurgia. Inclui a retirada da amídala”, finaliza. [Reuters]


sexta-feira, 11 de maio de 2012

Distúrbios do sono exigem atenção, diz especialista

Distúrbios do sono exigem atenção, diz especialista de Uberlândia, MG
'Sono regular previne doenças', afirma neurologista.
É importante cuidar bem do sono e seguir algumas dicas antes de dormir.

Não é de hoje que peculiaridades na hora de dormir são relatadas. E quando algo interfere no sono, as atividades diárias se tornam menos produtivas. Diversos distúrbios do sono atingem homens e mulheres de idades diferentes e muitas vezes necessitam de tratamento. O neurologista e especialista em Medicina do Sono, Vinicius Vasconcelos Teodoro, trabalha em uma clínica especializada em Uberlândia, no Triângulo Mineiro, e ressaltou que é importante cuidar bem do sono e seguir algumas dicas antes de dormir, além disso, é preciso estar atento a alguns fatores que caracterizam distúrbios e requerem tratamento médico. “Quando há roncos, paradas respiratórias durante o sono, insônia persistente ou sonolência excessiva diurna pode ser sinal de caso para tratamento clínico”, ressaltou.

Vinicius alertou também para as doenças que podem surgir devido ao sono irregular. “Noites mal dormidas podem produzir sintomas de esquecimento, irritação, dor de cabeça e favorecer o surgimento de diabetes, hipertensão arterial e é, ainda, um fator de risco para um Acidente Vascular Cerebral (AVC) ou infarto do coração”, disse.

O professor universitário Marlon Wender disse que dorme de quatro a seis horas por noite e que recorre a remédios naturais quando está sem sono. “Quando durmo pouco e meu rendimento cai, principalmente depois do almoço, costumo tomar algum energético”, disse.

A economiária Janaína Torres Valadares contou que dorme em média seis horas por noite e que, quando sofre alguma interferência neste processo, percebe mudanças nas atividades rotineiras. “Fico com o humor alterado, perco o apetite e me sinto agitada quando durmo mal, mas meu organismo já se acostumou eu acho. Tomo café várias vezes para me manter alerta durante o dia. Quando preciso dormir e não consigo recorro a algum remédio para insônia”, contou.

De acordo com o neurologista, remédios naturais não têm contraindicação. Por outro lado, deve-se evitar o uso continuo daqueles que não são. Vinícius também não recomenda o uso exagerado de energéticos. “É contra a nossa natureza e estes estimulantes podem aumentar a pressão arterial e tirar a atenção. O ideal é que produtos naturais que contenham cafeína, como café ou chá mate, sejam utilizados moderadamente quando o intuito é ficar acordado”, disse.

Ainda segundo Vinícius, são recomendadas de sete a nove horas de sono por noite e o simples ato de dormir deve ser o resultado de um trabalho cuidadoso. “O sono é um hábito que deve ser constantemente cultivado, por isso devemos seguir uma rotina, como dormir e acordar sempre nos mesmos horários, evitar claridade, barulho e um ambiente nem muito quente ou muito frio no quarto”, disse.

O tratamento
O tratamento para ter um bom sono varia de acordo com cada paciente, conforme o especialista. O uso mais comum é de um pequeno compressor de ar que se conecta a uma máscara ajustada ao nariz do paciente e previne a obstrução da garganta durante o sono e reestabelece o sono normal ao indivíduo. Em alguns casos é necessário que seja realizado algum tipo de cirurgia no nariz ou na garganta.

O neurologista explicou, também, que alguns tipos de distúrbios quando tratados, obtêm na maioria das vezes resultados positivos. “Muitos pacientes que têm apneia começam a dormir bem com o tratamento. Nota-se também a perda da sonolência, do esquecimento, dores cabeça, controle da pressão arterial e até diabetes”, disse.
(G1)

terça-feira, 21 de fevereiro de 2012

Falta de sono pode prejudicar a memória


Falta de sono pode prejudicar a memória anos depois, aponta estudo
Descanso interrompido estaria ligado ao acúmulo de placas no cérebro.
Pesquisa pode servir de base para prever, evitar ou retardar Alzheimer.

A quantidade e a qualidade do sono de uma pessoa podem interferir na função da memória anos mais tarde, segundo pesquisa feita pela Escola de Medicina da Universidade de Washington, a ser apresentada na 64ª Reunião Anual da Academia Americana de Neurologia, entre os dias 21 e 28 de abril, na cidade de Nova Orleans.

Segundo o autor Yo-El Ju, membro da academia, o estudo estabelece bases para investigar se a melhora do sono pode ser uma estratégia futura para prever, evitar ou retardar doenças degenerativas como o Alzheimer.
“Um sono interrompido parece estar associado ao acúmulo de placas amiloides (marcador característico do Alzheimer) no cérebro de pessoas sem problemas de memória", disse Ju.

Os pesquisadores testaram o padrão de sono de 100 pessoas livres de problemas cognitivos com idade entre 45 e 80 anos. Metade do grupo tinha históricio familiar de Alzheimer. Um dispositivo foi colocado nos participantes por duas semanas para medir o descanso deles. Também foram analisados diários de sono e respostas a questionários.

Passada essa fase, os cientistas descobriram que 25% dos voluntários tinham evidências de placas amiloides, que podem aparecer anos antes dos sintomas do Alzheimer. O tempo médio gasto na cama pelas pessoas foi de oito horas, mas o período de sono médio foi de 6,5 horas, devido a despertares curtos durante a noite.

A pesquisa também revelou que os participantes que acordavam mais de cinco vezes por hora eram mais propensos a ter um acúmulo de placas amiloides. Além disso, quem dormia de forma "menos eficiente" tinha mais risco de ter esses marcadores iniciais de demência do que aqueles que dormiam de maneira eficaz. Em outras palavras, os indivíduos que gastaram menos de 85% do tempo na cama realmente dormindo eram mais favoráveis a apresentar os marcadores.

"A associação entre o sono interrompido e as placas amiloides é intrigante, mas as informações do atual estudo não podem determinar uma relação de causa-efeito ou a direção dessa relação", afirmou Ju.

De acordo com o autor, são necessárias pesquisas de longo prazo, seguindo o sono de pessoas por anos, para determinar se um descanso interrompido leva ao depósito dessas proteínas que bloqueiam e matam os neurônios, ou se as alterações cerebrais no Alzheimer precoce é que conduzem a alterações ao dormir.

G1

terça-feira, 12 de julho de 2011

Apneia causa problemas de pressão alta, mostra estudo

Pela primeira vez, um estudo mostra que pessoas com apneia tem alterações na função dos vasos sanguíneos da mesma forma que aqueles que têm pressão alta.

O problema de reatividade dos vasos, que faz com que eles se fechem mais, aumenta o risco de hipertensão e de problemas cardíacos. A conclusão é de uma pesquisa da Universidade de Birmingham, no Reino Unido, publicada no periódico "Hypertension", da Associação Americana do Coração.

A apneia é o fechamento das vias aéreas superiores que leva a pausas na respiração durante o sono. Estima-se que um terço da população da cidade de São Paulo tenha o problema.

Segundo o vice-presidente da Sociedade Brasileira de Hipertensão, Decio Mion, já se sabia da relação entre hipertensão e apneia ""é comum que hipertensos tenham o problema relacionado ao sono, e vice-versa. Mas essa é a primeira vez que um estudo mostra que pessoas com apneia têm as mesmas alterações da reatividade dos vasos presentes em quem é hipertenso.

SAUDÁVEIS

O estudo procurou por mudanças na função dos vasos sanguíneos em 108 pessoas saudáveis. Aqueles com apneia severa ou moderada e sem pressão alta foram comparados com pacientes hipertensos, mas sem apneia, e com pessoas sem nenhum dos dois problemas. Os pesquisadores analisaram a função dos vasos sanguíneos com exames como o ecocardiograma de contraste (para o coração) e com a injeção de nitroprussiato de sódio, um vasodilatador.

O resultado é que as pessoas com apneia e as que tinham hipertensão (mas sem apneia) mostraram bombeamento de sangue do coração anormal e reatividade alterada da artéria braquial (que passa pelo braço). Ou seja, sob o mesmo estímulo, os vasos dos participantes com apneia e hipertensão reagem diferentemente dos vasos das pessoas saudáveis, fechando-se mais.

Tanto os pacientes hipertensos como os que tinham apneia do sono tiveram melhora na função do miocárdio e da artéria braquial depois de 26 semanas de tratamento com o CPAP (máscara de ar usada durante o sono para tratar a apneia). Mion acredita que os achados do estudo podem ter consequências na terapia para a apneia do sono, mas ainda é cedo para dizer se pacientes com apneia terão de usar os mesmos remédios de pacientes hipertensos.

O nefrologista diz que ainda não dá para saber como essas alterações dos pacientes com apneia se comportarão no futuro, mas é possível que, com o passar do tempo, os vasos fiquem mais endurecidos, aumentando o risco de problemas cardíacos. "Às vezes os pacientes com apneia negligenciam o problema, mas é importante que saibam que eles podem ter os mesmos problemas da pressão alta", afirma ele.


FOLHA

terça-feira, 3 de maio de 2011

Sono inadequado afeta funções cerebrais na meia idade

Estudo realizado em Londres acompanhou participantes por cinco anos e concluiu que dormir demais ou de menos causa, a médio prazo, deterioração de funções cerebrais

Dormir demais ou de menos está associado a deterioração da cognição, revela estudo realizado em Londres com mais de 5400 pessoas, com idade entre 45 e 69 anos. Os cientistas descobriram que houve uma queda significativa das funções cerebrais nos participantes que tiveram, num período de cinco anos, diminuição da quantidade de horas dormidas por noite. Quem adquiriu o hábito de dormir muito mais de oito horas por noite também não apresentou bons resultados. Os testes utilizados incluíam medições de mémoria, vocabulário e raciocínio, além de exame das condições mentais, formatado para diagnosticar os primeiros sinais de demência.

- O principal resultado do nosso estudo é que mudanças adversas na duração do sono parecem estar associadas a uma função cognitiva mais pobre na meia idade - disse Jane Ferrie, do Departamento de Epidemiologia e Saúde Pública do Colégio Médico da Universidade de Londres, que coordenou a pesquisa. Os resultados foram publicados na edição do último domingo do jornal "Sleep" e reportados pelo "Guardian".

Os participantes foram questionados sobre seus hábitos de sono entre 1997 e 1999, para estabelecer uma base de números e, depois, entre 2002 e 2004, tiveram os dados coletados novamente. Mulheres que dormiam por cerca de sete horas por noite e homens que tinham de seis a oito horas de sono por noite apresentaram os melhores resultados. Dormir muito menos que seis horas ou muito mais de oito são hábitos associados a baixos resultados.

Os pesquisadores avaliaram como os padrões de sono das pessoas tinham mudado. No momento da segunda entrevista, entre 2002 e 2004, 7,4% das mulheres e 8,6% dos homens disseram que aumentaram a quantidade de horas dormidas. Quando comparados com as pessoas cujos padrões não haviam mudado desde o primeiro questionário, os que passaram a dormir mais tiveram pontuação baixa em cinco de seis testes de funções cognitivas. Apenas a função da memória não foi alterada.

Em 25% das mulheres e 18% dos homens, a quantidade de sono diminuiu significativamente. Essas pessoas tiveram baixa pontuação em raciocínio, vocabulário e testes cognitivos globais. Os resultados integram um estudo ainda maior, que acompanha mais de 10 mil funcionários públicos britânicos para investigar como a saúde é afetada pelas condições sociais.

Uma boa qualidade de sono é importante para proporcionar bom desempenho e bem-estar, afirmam os pesquisadores. Padrões de sono ruins estão relacionados a deterioração numa variada gama de fatores de saúde mental e física. Dormir demais também está associado a mortes prematuras.

- Os efeitos de dormir demais, pouco ou mal em variados aspectos da saúde começaram a receber mais atenção - afirmou a coordenadora da pesquisa.

O Globo

sábado, 27 de novembro de 2010

Apnéia do sono pode modificar a estrutura do cérebro humano

Em uma nova investigação científica, os pesquisadores concluíram que as pessoas que sofrem de apnéia obstrutiva do sono (AOS) apresentam uma série de modificações na estrutura de seus cérebros que parecem estar relacionadas ao distúrbio do sono em si.

Embora a equipe admita que mais estudos são necessários para validar claramente a relação, os especialistas dizem que OSA parece realmente ser responsável por causar rearranjos em várias partes do cérebro.

As alterações não são sem efeitos colaterais, acrescentam. Pessoas que exibem as mudanças podem encontrar-se em risco maior de sofrer ataques cardíacos, derrames cerebrais, sonolência excessiva, bem como comprometimento cognitivo generalizado.

OSA é uma desordem na qual as pessoas param de respirar enquanto dormem, geralmente por intervalos curtos e frequentes. A freqüência desses eventos (chamados apnéias) dita a gravidade do quadro.

Ela se desenvolve por causa das vias aéreas superiores na parte posterior da garganta tendem a entrar em colapso em alguns indivíduos durante o sono, bloqueando as vias aéreas, e parar o fluxo de ar para os pulmões. O coração e o cérebro são mais afetadas por esses episódios de privação de oxigênio.

A coisa mais perturbadora sobre OSA é que não é facilmente detectável. Uma pessoa que vive por conta própria pode carregá-lo durante décadas sem saber. Mais comumente, a doença é descoberta pelo cônjuges e parentes das pessoas, que percebe a falta de respiração durante o sono.

A fim de detectar a doença, as pessoas precisam passar a noite em laboratórios do sono, onde especialistas atribuem vários equipamentos que monitoram a respiração durante a noite. É só então que um diagnóstico claro pode ser colocado, PhysOrg relatórios.

Em investigações anteriores focalizando os efeitos da apnéia do sono no cérebro, os pesquisadores chegaram a resultados conflitantes, uma vez que eram incapazes de determinar que modificações na estrutura do cérebro causou o prejuízo cognitivo que é uma característica da OSA.

Mas o novo trabalho, realizado por pesquisadores no Reino Unido e na Austrália, demonstrou, sem sombra de dúvida que existem diferenças físicas nos cérebros de portadores da apnéia e em indivíduos saudáveis.

A equipe, que publicou seus resultados na última edição da revista Thorax, dizem que mais estudos são necessários para determinar como essas alterações causam o declínio cognitivo, mas dizem que a ligação é definitivamente lá.

Para a pesquisa, os cientistas usaram 60 pessoas. Alguns deles tinham OSA, enquanto os outros foram em indivíduos saudáveis. A equipe então usou imagens por ressonância magnética (MRI) para acompanhar a atividade do cérebro dos participantes.

Realizar investigação de apnéia obstrutiva do sono é importante porque a condição afeta cerca de 2 a 4 por cento da população adulta em geral. O percentual salta para 15 por cento para os idosos, os pesquisadores concluíram.

Fonte: softpedia.com

quarta-feira, 17 de novembro de 2010

O que a sua posição de dormir diz sobre você?

O que sua posição de dormir diz sobre você ...

Se você quiser uma visão verdadeira personalidade de alguém, em seguida, tentar ter um vislumbre da forma como eles dormem.
Os cientistas acreditam que a posição em que uma pessoa vai dormir fornece uma pista importante sobre o tipo de pessoa eles são.

O professor Chris Idzikowski, diretor do Sleep Assessment e Serviços de consultoria, analisou seis posições comuns do sono - e descobriu que cada um está ligado a um determinado tipo de personalidade.

"Estamos todos conscientes de nossa linguagem corporal quando estamos acordados, mas esta é a primeira vez que temos sido capazes de ver o que a nossa postura subconsciente diz a nosso respeito.

"O interessante é que o perfil por trás da postura é muito diferente do que esperávamos."

O Feto: Aqueles que dormem em posição fetal são descritos como resistente por fora, mas sensíveis no coração. Eles podem ser tímidos quando se conhecem alguém, mas logo relaxam.
Esta é a posição do sono mais comum, adotada por 41% das 1.000 pessoas que participaram da pesquisa. Mais de duas vezes mais mulheres do que homens tendem a adotar essa posição.

Tora - Log (15%): Deitar de lado com ambos os braços para baixo ao seu lado. Esses são travessos e descontraídos, são pessoas que gostam da vida social e de fazero parte da turma, e confiam de estranhos. No entanto, eles podem ser ingênuos.

O yearner (13%): Pessoas que dormem de lado com ambos os braços na frente se diz terem uma natureza aberta, mas podem ser desconfiados e cínicos. Eles demoram a fazer um juízo, mas depois de terem tomado uma decisão, eles são improváveis para mudar isso.

Soldado (8%): Deitado de costas com os dois braços presos ao corpo. Pessoas que dormem nesta posição são geralmente quietos e reservados. Eles não gostam de barulho, mas definem a si e aos outros em padrões elevados.

Queda Livre - Freefall (7%): Deitado de frente com as mãos ao redor do travesseiro, e sua cabeça virada para um lado. Gregário e impetuosos São pessoas muito sociáveis, mas pode ser nervosos e de pavio curto, e não suportam críticas, ou situações extremas.

Estrela-do-mar - Starfish (5%): Deitados de costas com os braços ao redor do travesseiro. São bons amigos, porque estão sempre prontos a ouvir os outros, e oferecer ajuda quando necessário. Eles geralmente não gostam de ser o centro das atenções.

O restante das pessoas na pesquisa disse que a posição que adormeceu variadas ou não sabia.

Efeito da Saúde

Professor Idzikowski também examinou o efeito de várias posições de dormir sobre a saúde.

Ele concluiu que a posição de Queda Livre - Freefall  é boa para a digestão, enquanto as posições de Estrela-do-mar - Starfish e soldado são as mais propensas ao ronco e para uma noite de sono ruim..

Professor Idzikowski disse: "Deitada meio chato que o conteúdo do estômago pode evitar refluxo, enquanto aqueles que repousam sobre suas costas podem acabar roncando e respirando mal durante a noite.

"Ambas as posturas não necessariamente pode despertar o dorminhoco, mas podem causar uma noite de sono menos revigorante ."

A pesquisa também constatou que a maioria das pessoas não são susceptíveis de alterar a sua posição de dormir. Apenas 5% disseram que dormir em uma posição diferente a cada noite.

Posição Duvet

Professor Idzikowski também descobriu que um braço ou uma perna de fora do edredon é a posição mais comum da Grã-Bretanha, seguida por ambos os pés tocando as pontas.

Um em cada dez pessoas gostam de se cobrir integralmente com o edredon.

BBC.UK

segunda-feira, 25 de outubro de 2010

"Sonambulismo sexual". Mais comum do que se pensava

Como os distúrbios do sono são, isso pode não ser o pior: "sonambulismo sexual". Pacientes relatam ter iniciado o sexo durante o sono. Agora, os cientistas deram um toque na prevalência deste sexo no sono.

O "Sonambulismo sexual" foi relatada em 7,6 por cento dos pacientes em um centro de distúrbios do sono, disseram os pesquisadores. Iniciar o sexo durante o sono foi mais comum em homens (11 por cento) do que em mulheres (4 por cento).

Estudos anteriores descobriram que algumas pessoas - principalmente homens - ocasionalmente iniciam o sexo com um parceiro e chegam ao orgasmo durante o sono. Eles geralmente não têm memória de tal "sexo sonâmbulo", como alguns pesquisadores chamam. Tomam conhecimento do fato somente se o parceiro disser-lhes.

"Não houve estudos prévios sobre a frequência e como ocorre o sonambulismo sexual", disse o co-investigador Sharon A. Chung, do departamento de psiquiatria da University Health Network, em Toronto, Canadá. "Enquanto em nossa descoberta 8 por cento de pessoas que afirmam "sonambulismo sexual " parece ser realmente um número alto, deve sublinhar-se que só foram estudados pacientes encaminhados a uma clínica do sono. Então, esperamos que o número seja muito menor que na em população geral."

Infelizmente, a pesquisa revelou, que o "sonambulismo sexual" não parece substituir outros sintomas de sono.

Os sintomas de insônia, fadiga e humor depressivo foram similares entre os relatórios de "sonambulismo sexual" e outros pacientes no centro de distúrbios do sono, comunicou Chung e seus colegas em um comunicado.

Mas havia uma pista do que pode estar por trás do início da relação sexual, enquanto se cochilava:

Ambos os grupos (sonambulismo sexual e outros) relataram fumar e consumir cafeína em taxas similares. Mas as pessoas que relataram "sonambulismo sexual" tinham duas vezes mais probabilidade que outros pacientes do centro do sono de admitir o uso de drogas ilícitas (15,9 por cento contra 7,7 por cento).

Os pacientes parecem relutantes em falar sobre suas artimanhas de fim de noite.
O fenômeno chamado de "sonambulismo sexual", é uma forma de parassonia, um distúrbio no qual as pessoas que estão dormindo, mas num estado de comportamento de semi-excitação e não estão conscientes disso. "Sonambulismo sexual" é descrito pela Classificação Internacional de Distúrbios do Sono e pode ocorrer durante um episódio de sonambulismo.
Roni Caryn Rabin, " Sem sexo, por favor: você está dormindo , "The New York Times, 8 de junho de 2010
Os pacientes raramente mencionam "sonambulismo sexual" com seu médico, mostrou a pesquisa. Apenas quatro dos 63 sexsomniacs no estudo tinha-se queixado sobre isso durante uma consulta com um especialista do sono.

"Parece que os pacientes não costumam discutir o assunto com seus médicos", disse Chung.

"Sonambulismo sexual" parece ocorrer, predominantemente durante o estado de excitação confusa, dizem especialistas, e pode ocorrer durante um episódio de sonambulismo. Ambas as doenças que são classificadas como "parassonias", que envolvem comportamentos indesejáveis que ocorrem ao adormecer, durante o sono ou ao acordar.


sexta-feira, 17 de setembro de 2010

Maus hábitos de sono podem prejudicar coração

Dormir mais ou menos do que sete horas de sono a cada noite pode aumentar o risco de doença cardíaca , um novo estudo sugere.

O estudo envolveu 30.397 adultos, os quais foram entrevistados sobre sua saúde e estilo de vida (incluindo os hábitos de sono).

Os pesquisadores descobriram que aqueles que relataram dormir cinco ou menos horas por noite tinham mais que o dobro do risco de desenvolver doença cardíaca (em comparação com aqueles que relataram dormir sete horas noturnas).

Os resultados do estudo mostraram que aqueles que reportaram dormir nove horas por noite também tiveram um risco elevado de doença cardíaca.

A ligação mais forte entre a duração do sono e doença cardíaca foi observada entre os adultos mais velhos e mulheres, de acordo com os autores do estudo.

Embora o estudo não tenha examinado como ou por que skimping no sono pode aumentar o risco de doença cardíaca, os autores observaram que a privação do sono pode levar à resistência à insulina e elevação da pressão arterial (tanto que pode enfraquecer a saúde cardiovascular).

Para ajudar na busca de descanso, aprenda sobre soluções de corpo e mente indicadas para promover o sono saudável. (altmedicine.about.com)


Estratégias para dormir melhor

Recomendações para otimizar as oportunidades de dormir

• Acorde e vá para a cama mais ou menos na mesma hora todo dia.

• Use o local de dormir somente para dormir — não para tarefas.

• Estabeleça uma rotina consistente de horário de dormir — por exemplo: leia e tome um banho quente, depois vá para cama.

• Faça exercícios aeróbicos todo dia, mas não faltando duas horas para ir para cama.

• Mantenha o local de dormir escuro, quieto, confortável e relativamente fresco.

• Tire de vista o despertador.

• Evite cafeína à tarde ou à noite.

• Evite usar álcool para promover o sono.

• Evite cigarros, especialmente antes de ir para cama.

• Se você não consegue dormir, levante e faça alguma coisa para relaxar. Quando estiver com sono, volte para a cama.

Recomendações para turnos de revezamento

• Ao trabalhar em turno de revezamento à noite, evite a luz da manhã.

• Para dormir durante o dia, mantenha o local escuro e fresco; use máscaras para os olhos e protetores de ouvido ou proteção contra o ruído para impedir a interferência da luz ou barulho.

• Siga as "Recomendações para otimizar as oportunidades de dormir," acima, com ajustes para o período diurno.

• Antes da jornada noturna, tire uma curta soneca.

• Depois de acordar do sono tirado durante o dia, tome ao menos duas horas de sol ou luz artificial no final da tarde ou início da noite.

Recomendações para adaptação ao fuso horário

• Mude rapidamente o novo horário do fuso para dormir, fazer as refeições e atividades.

• Maximize exposição ao sol durante as manhãs.

• Minimize exposição ao sol durantes as tardes.

• Evite refeições pesadas à noite.

• Siga as "Recomendações para otimizar as oportunidades de dormir".

• Use técnicas de relaxamento para promover o sono à noite.

• Se possível, tome um banho quente antes de ir para cama. Esfriar depois do banho "pode imitar a redução da temperatura relacionada ao período circadiano que normalmente ocorre durante o sono."

• Durante os primeiros dias de adaptação, use medicamentos, se autorizado, para promover sono à noite e cafeína para manter a atenção durante o dia.


Fonte: Medicina da Aviação, Espaço e Meio Ambiente

domingo, 12 de setembro de 2010

Durma bem e viva mais e muito melhor

Homens que constantemente têm insônia ou que dormem menos de seis horas por noite têm maior probabilidade de morrer, segundo estudo. Avaliando mil mulheres com média de idade de 47 anos e 741 homens com média de 50 anos, pesquisadores americanos descobriu-se que, apenas entre os homens, a insônia crônica poderia aumentar os riscos de morte.

Para milhões de pessoas, as consequências de uma má noite de sono a - maior estresse, aumento erros, dificuldade de concentração - são todas as ocorrências do dia. Mas ele não tem que ser dessa maneira.


Falta de sono afeta memória, raciocínio e rendimento


Após uma noite mal dormida, é comum ficar mais lento e com dificuldade de raciocínio. A memória, às vezes, falha e o rendimento cai. Tudo isso tem explicação fisiológica.

De acordo com a neurologista Soo Yang Lee, ao dormir pouco, não dá tempo do cérebro se recobrar do que perdeu durante o dia. Assim, ele não tem tempo de organizar as informações obtidas, como se fosse armazenar cada coisa no seu devido arquivo.

"Se ele não tem tempo de fazer isso, a memória fica comprometida porque as informações estão desorganizadas, e também não consegue obter as novas informações com facilidade. É como um computador lento, cheio de arquivos inúteis", compara a especialista.

No cérebro

"Quanto a sentir sono, é um mecanismo natural em que o organismo libera um hormônio chamado melatonina, que fica no cérebro, na glândula pineal, e faz com que tenhamos a necessidade de descansar. Estruturas cerebrais como o tálamo e o tronco cerebral fazem com que os batimentos cardíacos diminuam, a pressão caia, e o cérebro reduza o ritmo de funcionamento. Tudo concorre para que tenhamos a sensação de cansaço e sono, num grau mínimo de função corporal", explica a médica. Aí dormimos.

Curiosidades

- O pesadelo tem relação com ansiedade, pessoas ansiosas tendem a ter mais pesadelos;

- Dificuldade de despertar - No final da noite é que estamos no sono mais profundo, por isso levamos um tempo para alcançar a consciência plena;

- O sono leve não nos descansa, para que possamos repor o que gastamos quando estamos acordados, precisamos dormir profundamente;

- Umas das coisas mais preocupantes em medicina do sono é a privação do mesmo. Você consegue ficar dois ou três dias dormindo menos, mas se essa situação continuar, você vai ter um impacto no desempenho, porque aquilo que você processaria - repondo no momento de sono-, você vai estar gastando.

A Gazeta e Outros

sábado, 11 de setembro de 2010

Privação de sono pode afetar desempenho sexual, revela Unifesp

Em entrevista, pesquisadora Monica Andersen fala sobre estudos feitos por ela desde 1995

SÃO PAULO - Disfunção erétil, obesidade, diabete, estresse e maior suscetibilidade para contrair doenças são alguns dos problemas que podem ser causados por distúrbios de sono. Na cidade de São Paulo, estima-se que um terço da população tenha algum problema para dormir adequadamente.

Estudar os efeitos da privação de sono tem sido, desde 1995, o foco da pesquisa de Monica Andersen, professora do Departamento de Psicobiologia da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp). Ela coordena um trabalho de investigação dos efeitos da privação e restrição de sono na função reprodutiva de ratos machos, que conta com o apoio da Fapesp.

Integrante do Centro de Estudos do Sono/Instituto do Sono, um dos Centros de Pesquisa, Inovação e Difusão (Cepid) apoiados pela Fapesp, Monica apresentou os resultados de seu trabalho com animais na 25ª Reunião da Federação de Sociedades de Biologia Experimental (FeSBE), realizada de 25 a 28 de agosto na cidade paulista de Águas de Lindoia.

Na ocasião, ela concedeu à Agência Fapesp a entrevista a seguir, na qual resume resultados do laboratório que coordena e de outras pesquisas voltadas aos problemas do sono.

Agência Fapesp - De quantas horas de sono precisamos?
Monica Andersen - Não há uma resposta única. A média são oito horas diárias, mas uma pessoa pode ficar bem com quatro horas, enquanto outra precisará de dez. Chamamos os extremos de “pequenos dormidores” e “grandes dormidores”. Agora, se me perguntar de quantas horas você precisa, temos que ver primeiro como você acorda.

AF - Pela manhã, quais são os sinais de uma noite bem dormida?
MA - Quem acorda abrindo a janela, de bom humor, dormiu a quantidade de que precisava. Quem acorda já cansado, com a sensação de que um caminhão passou por cima, ainda que tenha ficado na cama mais de nove horas, não teve um sono suficiente ou reparador.

AF - A quantidade de sono por noite pode ser modificada ao longo do tempo?
MA - Sim, essa mudança ocorre ao longo da vida. Ao nascer, costumamos dormir 16 horas por dia. No fim da vida, precisamos de poucas horas. O problema é que a sociedade está forçando essa redução, tentando se adaptar à falta de sono.

AF - Estamos dormindo menos do que as gerações anteriores?
MA - Nossa sociedade é cronicamente privada de sono. Há uma denominação nos Estados Unidos que é sintomática, da “sociedade 24 por 7”, isto é, que funciona 24 horas por dia, sete dias por semana, que não para jamais. E isso traduz muito bem o que vivemos atualmente. Nós queremos a sociedade 24 por 7, principalmente nas grandes cidades. Participamos dessa autoprivação de sono. Queremos fazer mais um curso, terminar mais um trabalho e tudo o mais que conseguirmos encaixar em nosso dia, e quem paga por tudo isso é o sono. Por que simplesmente não vamos dormir e deixamos as tarefas para o dia seguinte? Isso é cada vez mais impensável.

AF - Que problemas essa privação pode causar?
MA - Um deles é o acúmulo de gordura em nosso corpo. A privação de sono aumenta o apetite por comidas calóricas, estimula o hormônio da fome (grelina) e reduz o hormônio da saciedade (leptina). Pouco sono também afeta o desempenho no trabalho ou estudo e provoca pequenos deslizes que afetam o nosso rendimento. Há algumas profissões em que deslizes são particularmente perigosos, como aquelas ligadas à segurança ou à saúde pública.

AF - Não é paradoxal que justamente as profissões que envolvem grande responsabilidade e não podem ter tais deslizes sejam justamente aquelas que têm jornadas extenuantes, como médicos, policiais, pilotos de avião ou caminhoneiros?
MA - De fato. Uma das consequências mais sérias da falta de sono atualmente é o aumento no número de acidentes. Em fevereiro de 2009, por exemplo, na cidade de Buffalo, nos Estados Unidos, a queda de um avião em uma área residencial matou 50 pessoas. A investigação concluiu que a causa mais provável do acidente foi a fadiga dos pilotos, e os registros da jornada de trabalho realmente mostraram que eles haviam trabalhado horas excessivas. Também nos Estados Unidos, houve outro caso em que um avião simplesmente passou do aeroporto de destino e isso só foi notado uma hora depois. A causa do erro foi que os dois pilotos haviam dormido. Na medicina, é a mesma coisa: há estudos mostrando que, no fim de um plantão, o número de erros médicos é bem maior.

AF - Essa situação tem piorado?
MA - Isso está piorando porque a nossa sociedade está piorando. Muitos jovens, por exemplo, costumam inverter o ciclo circadiano [período sobre o qual se baseia o ciclo biológico do corpo, influenciado pela luz solar]. Eles vão para uma balada da 1 às 6 horas da manhã de sexta para sábado. Na noite seguinte, há uma balada ainda maior, até as 7 ou 8 horas do domingo. Ao voltar para casa, tomam café e vão dormir, para acordar no meio da tarde. De noite, eles não conseguem dormir e, na segunda-feira, começam uma nova semana, às 6 da manhã, para ir à escola ou ao trabalho. Eles iniciam a semana já privados de sono.

AF - Que consequências essa rotina pode trazer?
MA - Tenho muita preocupação com os jovens de hoje. É uma faixa etária que terá dificuldade de aprendizagem, porque o sono é fundamental ao aprendizado e à memória. Muitos acabam dormindo na escola ou nas universidades, em plena sala de aula. Esse é um problema muito importante.

AF - É um problema que atinge outras faixas etárias?
MA - Infelizmente, sim. Acima dos 30 anos está a faixa que chega em casa pensando em relaxar, mas que resolve ligar o computador “só para checar os e-mails”. Só que acaba se envolvendo em outras atividades online e ficando bastante tempo conectado. Muitos trabalham o dia inteiro em frente a um computador e passam as madrugadas em frente a outro, em casa, jogando ou batendo papo. Tem também a televisão, que antigamente tinha poucos canais e uma programação que terminava na madrugada. Hoje, são dezenas de canais, que funcionam sem parar.

AF - Quais são os principais distúrbios de sono que essas rotinas causam?
MA - Temos visto muita insônia em mulheres. Em São Paulo, cerca de um terço delas tem problemas para dormir adequadamente. Mas os homens também sofrem. E 32,9% da cidade de São Paulo tem a síndrome da apneia do sono, que pode levar à sonolência excessiva diurna.

AF - O que caracteriza a apneia do sono?
MA - São paradas respiratórias durante o sono. Essas paradas podem ocorrer até 80 vezes por hora, ou mais de uma vez por minuto. Com isso, o coração tem de bater muito mais forte para levar o oxigênio ao cérebro. Imagine a pressão arterial dessa pessoa, uma vez que isso ocorre todas as noites. A apneia do sono é mais prevalente em homens e, entre seus principais fatores de risco, está a obesidade.

AF - A quantidade de sono também afeta a reprodução e o desempenho sexual?
MA - Essa é a minha principal linha de pesquisa. O que observamos até agora em ratos é que uma privação de sono pontual provoca uma excitação sexual nos machos. Isso ocorre na privação de sono REM [sigla em inglês para “movimentos oculares rápidos”], quando ocorrem os sonhos. No entanto, apesar de apresentarem desejo, pois os ratos chegam a montar na fêmea, eles não conseguem fazer a penetração. Em outras palavras, eles têm desejo, mas não a função erétil adequada.

AF - Isso pode ser extrapolado para os seres humanos?
MA - Em 2007, fizemos o Episono, um grande levantamento epidemiológico no qual foram analisados 1.042 voluntários, que refletiam uma amostra representativa da população da cidade de São Paulo. Foi nesse estudo que levantamos que cerca de um terço dos moradores da capital paulista sofre de apneia do sono. Não estamos falando de gente que acha que tem a doença, são pessoas que foram diagnosticadas em laboratório por médicos especialistas em sono. É um número enorme. Isso explica por que existem mais de 400 laboratórios de sono espalhados pelo Brasil e por que todos ficam lotados.

AF - O estudo encontrou problemas sexuais nas pessoas com a síndrome da apneia do sono?
MA - O questionário respondido durante o Episono revelou que 17% dos homens da cidade de São Paulo se queixaram de disfunção erétil. Na faixa etária entre 20 e 29 anos, 7% dos homens disseram ter o problema. Acima de 60 anos, a reclamação de disfunção erétil subiu para 60%. O levantamento mostrou que quem tinha menos sono REM apresentava maior probabilidade de queixas de disfunção erétil. E os homens que acordavam muito durante a noite eram os que mais reclamavam do problema.

AF - E quanto aos que dormiam bem?
MA - Normalmente, os homens com bom padrão de sono não apresentaram a queixa. Uma das conclusões é que quem dorme mal tem um risco três vezes maior de apresentar disfunção erétil. Uma das causas é que a privação de sono reduz a testosterona, o hormônio sexual masculino. Praticar atividades físicas regularmente também se mostrou um fator protetor contra a disfunção erétil. Ou seja, para ter uma vida sexual normal é fundamental ter boas noites de sono e praticar atividade física.

AF - Em mulheres, essa relação também é encontrada?
MA - Fizemos testes de privação de sono com ratas e observamos que, quando elas são privadas de sono REM em fases nas quais estão receptivas para o sexo, o desejo sexual aumenta muito. Por outro lado, quando a privação de sono REM foi imposta em fases nas quais a fêmea não estava disposta ao acasalamento, equivalentes à tensão pré-menstrual da mulher, a rejeição ao macho aumentou bastante. Registramos fêmeas agredindo os machos para evitar a relação. Mas não dá para extrapolar para as mulheres comportamentos como esse, porque, além do ciclo menstrual, a mulher também recebe influências de uma série de alterações psicológicas. Nessa linha, estou fazendo uma pesquisa com a ginecologista Helena Hachul, também da Unifesp, para averiguar se a privação de sono pode afetar a reprodução nas mulheres. Para isso, estamos investigando a relação entre qualidade de sono e gestação.

AF - A falta de sono pode acelerar o envelhecimento?
MA - Esse foi o resultado de uma pesquisa feita por Eve Van Cauter, da Universidade de Chicago, uma das maiores especialistas em sono no mundo. Ela mostrou que a privação de sono em uma idade jovem simula um quadro de envelhecimento precoce. Seria como se essas pessoas de repente tivessem 60 anos. Há indícios de que a falta de sono pode provocar estresse oxidativo, alterações cardiovasculares, maior risco a diabete e outros problemas que veríamos em uma pessoa mais velha. Conheço uma mulher jovem, de 23 anos, que dorme muito pouco e tem um colesterol altíssimo, por volta de 300. Essa foi inclusive parte de um trabalho meu, de 2004, que mostrou, em ratos, que a privação de sono provoca o aumento do colesterol ruim, o LDL.

AF - Qual é o papel do sono no sistema imunológico?
MA - Há exemplos muito interessantes em relação a isso. Vários idosos que tomam vacina contra gripe voltam ao médico doentes dizendo que ela “não pegou”. Isso pode estar relacionado ao fato de o sono deles não estar bem consolidado. Um trabalho de 2003, na Alemanha, acompanhou jovens que tomaram a vacina contra a hepatite e não dormiram na noite seguinte. Eles simplesmente não apresentaram anticorpos para a doença. Em uma segunda fase do mesmo estudo, outros jovens foram privados de sono antes de receber a vacina e também não formaram anticorpos.

Fonte: estadao.com.br