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sexta-feira, 11 de maio de 2012

Síndrome do Pânico: o medo de ter medo


 Síndrome do Pânico: o que é e como tratar
Todo mundo tem medo de alguma coisa. Pode ser de ficar sozinho, de escuro, de cobra, de altura, de lugar fechado, de perder o emprego. O melhor é saber que ter medo é saudável. "É importante saber que todas as pessoas têm medo e que ter medo é saudável, pois é graças a ele que estamos vivos. A ansiedade ou o medo não é doença; fazem parte do nosso sistema biológico de sobrevivência. Entretanto, quando o medo é desproporcional a uma situação ou objeto, essa situação ou esse objeto passa a ser evitado, causando transtornos na vida pessoal, escolar ou profissional é chamado de fobia", explica o professor do Curso de Psicologia da Ufes
Elizeu Bortoli. 

O professor, em entrevista ao Vida Saudável, mostra como devemos lidar com a ansiedade generalizada. Ele explica o que é síndrome do pânico, como tratar e quem são as pessoas mais atingidas por esse mal.

O que é a síndrome do pânico?  

Transtorno da ansiedade é um grupo de problemas psicológicos que tem a ansiedade desproporcional como pano de fundo. O grupo é composto pela fobia específica (medo de alguma coisa, por exemplo, medo de dirigir), a fobia social (medo de gente), a ansiedade generalizada (medo da preocupação), o transtorno obsessivo-compulsivo (medo das consequências de fazer ou de ter feito algo), estresse pós-traumático (medo de lembrar ou reviver um trauma) e a síndrome do pânico (medo de ter medo).

As mudanças no organismo da pessoa indicam o diagnóstico da síndrome do pânico (é síndrome porque é um conjunto de sintomas). Caso essas transformações ocorram de forma repetida e inesperada e na ausência de doenças físicas (por exemplo, hipertireoidismo), pode ser um sinal de que a pessoa está diante de um quadro de síndrome do pânico: ritmo cardíaco acelerado ou palpitações no coração, suor excessivo, tremores, sensação de sufocamento e de aperto na garganta, dor no peito, enjoo, tontura, sensação de desmaio, sensação de estar fora da realidade, medo de perder o controle ou enlouquecer, sensação de formigamento, calafrios e medo de morrer.

Você já experimentou um ataque de pânico quando quase atropelou um cão no asfalto ou quando o ônibus em que estava foi invadido por um assaltante, por exemplo. A diferença entre o seu ataque de pânico e o transtorno do pânico é que no transtorno o ataque se repete e é seguido por uma preocupação persistente de ele se repetir, pois se antecipa uma consequência improvável: ter um ataque cardíaco ou enlouquecer. O "medo do medo" acaba exacerbando o medo: na tentativa vã de controlá-lo, ele se intensifica. Isto gera ataques espontâneos que parecem "vir do nada".

Quem pode ter a síndrome?

A origem do transtorno do pânico é múltipla, sendo que os aspectos psicológicos são os mais importantes no desencadeamento do transtorno. A ciência do comportamento aponta alguns fatores que podem predispor uma pessoa a desenvolver o transtorno do pânico: a ansiedade de ficar longe dos adultos na infância e a perda subida de pessoas que são o seu suporte na vida.


"O medo de morrer é um dos sintomas da síndrome do pânico ou do transtorno obsessivo-compulsivo e deve ser manejado como todos os outros"
Além disso, há indícios de que o transtorno do pânico é mais comum entre pessoas com familiares com o transtorno, personalidade dependente e com dificuldade de dizer não e fazer valer seus direitos interpessoais e entre aquelas que sempre tendem a interpretar o que acontece nos seus corpos como "catástrofes".

Segundo as pesquisas, quem tem entre 15 e 19 anos estaria na faixa de idade do início do transtorno do pânico. Quem tem mais de 30 anos estaria fora da incidência. É importante lembrar que a agitação das grandes metrópoles não tem relação com o transtorno do pânico, ao contrário do que se pensa, o transtorno é mais frequente em pessoas que residem na zona rural.

Quanto ao sexo, o que se sabe é que os transtornos da ansiedade têm ocorrência duas vezes maior nas mulheres e que a agorafobia (ou o medo de estar em lugares ou situações onde o escape seria difícil ou embaraçoso caso se tenha uma crise de pânico), que em geral acompanha o transtorno do pânico, acomete oito vezes mais as mulheres.

Tratamento

Na maioria dos casos, é necessário tratar o paciente com medicamentos (antidepressivos) aliados à psicoterapia, como mostra o site Pânico Nunca Mais!

A terapia comportamental e cognitiva é um dos tratamentos recomendados pela Organização Mundial de Saúde. Parte do tratamento envolve a análise e o contraponto entre as regras que o paciente usa para viver e as consequências dos acontecimentos.

A relação com o profissional de saúde deve gerar a convicção que ninguém morre de pânico. Isto é uma verdade confirmada nas consequências das ações. No caso do pânico, os sintomas têm relação com a sobrevivência e não com a morte.

Outra parte do tratamento, introduzida lentamente, envolve a aceitação do medo como parte da vida. Há técnicas para trazer ansiedade ao corpo e experimentá-la de outra forma. Trata-se de desaprender o medo aprendido de certas sensações corporais associadas com ataques de pânico.

Com relação às crises, elas podem aparecer sem nenhum motivo aparente, em diferentes fases da vida. Já sabemos que situações de grande estresse podem desencadear o início das crises, mas cada pessoa pode desenvolver a síndrome do pânico por razões muito distintas.


As crises podem durar apenas alguns minutos como também mais de uma hora, e costumam ser mais frequentes e violentas com o passar do tempo. O medo de novas crises acaba fazendo com que a pessoa evite uma série de situações associadas às crises (por exemplo, se a primeira crise foi num local fechado, ela passará a evitar lugares assim).

Com esse evitamento de situações que aparentemente favorecem o surgimento das crises, a pessoa sofre grandes limitações em seu cotidiano e atividades habituais, chegando, nos casos mais agudos, a ficar muitos meses e até anos sem sair de casa.

Acompanhe nesta terça-feira (26), a segunda matéria da série O Poder da Mente que irá falar sobre depressão.


Medo de ter medo. Conheça a Síndrome do Pânico

Três pessoas. Três casos distintos. Saiba como lidar com o problema. Ah, o melhor, esse mal tem cura. Veja como voltar a ser feliz

Primeiro caso. No trabalho era tudo tranquilo, mas quando ela chegava em casa e lembrava que estava sozinha, os males apareciam. Taquicardia, falta de ar e medo. Pensamentos ruins sobre a morte e mais um medo: o de morrer sozinha.

Segundo caso. O casamento foi bonito, mas apenas os pais, padrinhos, noivos e o padre estavam na Igreja. As portas permaneceram fechadas. Na festa, sim, os amigos.

Terceira história. Uma semana de angústia e sem conseguir dormir. Fechar os olhos a desesperava. Três mulheres diferentes, mas com um problema em comum: a síndrome do pânico. Mal que atinge duas vezes mais o sexo feminino do que os representantes do gênero oposto.


Síndrome do Pânico: o que é e como tratar

A intenção da estudante de enfermagem Helaine Rezende, 44 anos, era emagrecer. Mas o que ela ganhou foi uma crise de pânico. "Eu comecei a tomar um remédio para emagrecer, a sibutramina. O medicamento alterou a minha pressão arterial, passei a ter insônia e abalou meu sistema nervoso. O primeiro efeito foi a falta de sono, isso me deixava apavorada na hora de ir dormir. A cada dia que eu não tinha sono, aumentava minha angústia e medo. Cochilava, acordava e não conseguia mais dormir", lembra.

O apartamento se tornou pequeno para a enfermeira. "Apresentei um quadro de sudorese, a pressão subia, tinha vontade de andar em um lugar bem aberto. Não sou chorona, mas tinha muita vontade de chorar", descreve. "Na verdade isso aconteceu em uma semana. Eu já tinha tomado esse remédio e apenas no segundo mês que o efeito colateral apareceu. Procurei um médico e ele identificou a causa do problema. Assim que, eu parei de tomar o medicamento, os sintomas quase acabaram", conta.

E qual era a sensação? "É horrível, tinha muita angústia. Meu medo era de fechar os olhos, medo da escuridão. Talvez eu já estivesse passando por um quadro depressivo e não sabia", diz. Após o susto, ela tomou um remédio com orientação médica para regularizar o sono. Mas o medo não foi embora tão rápido. "Eu fiquei com esse medo por bastante tempo. Dizia para mim mesma que não era desse jeito e não foi necessário acompanhamento psicológico", acrescenta. Helaine não fez mais uso de remédio para emagrecer, recorreu a uma cirurgia bariátrica e hoje dorme sem problemas.


- gazeta online

sábado, 5 de maio de 2012

HPV: Saiba como se prevenir


O HPV ainda é pouco conhecido pela população em geral e pode causar sérias consequências, inclusive o Câncer de colo uterino. Em estudo recente foi constatado que 65 % das mulheres já são infectadas pelo HPV ( papilomavírus humano ) na primeira relação sexual. Isso reforça ainda mais a importância da vacina contra o HPV nas meninas antes do início da vida sexual ativa.
A prevenção é o método mais eficaz para evitar doenças, ainda mais quando o assunto é HPV (Human Papiloma Vírus), um vírus transmitido pelo contato genital e relação sexual. A doença preocupa mais as mulheres, já que um dos tipos do vírus pode levar ao câncer de colo de útero.

As pessoas sexualmente ativas estão sujeitas a contraírem o vírus, e o contagio acontece pelo simples contato genital, sem precisar ocorrer à penetração. A infecção pelo vírus é mais comum no começo da vida adulta (por volta dos 20 anos) e são mais de 100 subtipos do vírus que podem infectar a área genital.

"A maioria, não causa sintoma e podem ser eliminados espontaneamente. Entretanto, existem os tipos 6 e 11, que causam as verrugas anogenitais (condiloma). E os tipos 16 e 18, que geralmente estão associados com o câncer anogenital, especialmente o câncer de colo de útero, e quando dectado os sintomas devem ser tratados", disse a infectologista Roberta Lima.

A infecção pelo HPV pode ser sintomática e, nesse caso, manifesta-se com verrugas genitais. "As verrugas genitais podem estar presente nas áreas em volta ou dentro da vagina, no colo do útero, no pênis e na região perianal. Se não forem tratadas, as lesões tendem a desaparecer espontaneamente, dependendo do estado imunológico do paciente. Mas isso pode levar em média 18 meses. Portanto, o mais indicado é o tratamento, porque também ocorre o desconforto físico e emocional", disse a infectologista.

Vale ressaltar que o tratamento elimina as verrugas, mas o vírus pode persistir, dependendo da resposta imunológica do paciente. "As lesões podem voltar após o tratamento, e geralmente quando isso acontece é mais comum nos três primeiros meses do tratamento", disse Roberta Lima.

Nos exames clínicos feito pelo especialista já pode ser detectado a presença das verrugas genitais. Mas, na minoria dos casos, pode ser necessário exames especiais como: coloscopia ou biopsia.

"O tratamento vai depender do número de lesões, tipo morfológico e localização. Existem várias opções de tratamento, desde cremes até pequenas cirurgias. A maioria dos tratamentos é feito nos consultórios médicos, mas alguns podem ser realizados em casa pelo próprio paciente", disse a especialista.


Vacina contra o HPV

A vacina contra o HPV é para proteger do vírus tipo 6, 11, 16 e 18, ou seja, os tipos que levam a ocorrência de verruga genital e o câncer do colo de útero.

A vacina deve ser de preferência prescrita para adolescentes de 12 anos, antes de se tornarem sexualmente ativas e, portanto entrarem em contato com o vírus.

De acordo com a infectologista Roberta Lima, a vacina confere alguns benefícios para mulheres de 13 a 26 anos. "Mas na prática é muito mais provável que nessa faixa etária, se for sexualmente ativa, elas provavelmente já entraram em contato ou foram infectadas com o vírus que a vacina funciona contra. Por isso quanto mais cedo for vacinada, e antes de começar a vida sexual, melhor", disse.


Redação Terra

quarta-feira, 11 de abril de 2012

Tecido inteligente pode detectar doença, diz estudo


Pesquisadores espanhóis desenvolveram um tecido inteligente que diagnostica o estado de saúde da pessoa que o veste graças a uma tintura de nanotubos de carbono. A substância transforma a peça de roupa em um condutor elétrico capaz de detectar processos químicos.

O pesquisador Francisco Andrade, do grupo de pesquisa da Universidade Rovira i Virgili (URV) de Tarragona, no nordeste da Espanha, dirige esse projeto que transforma as fibras têxteis em detectores de substâncias químicas que fornecem dados sobre o estado de saúde, com aplicações também para fins esportivos.


O suor é transformado pelo tecido em sinal
elétrico com informação sobre o paciente
 

O tecido banhado em uma tintura de nanotubos de carbono detecta as substâncias químicas presentes nos fluidos corporais (como suor e urina) e as transforma em sinais elétricos enviados para um computador ou qualquer dispositivo móvel inteligente para que sejam interpretados por um médico ou pelo próprio usuário.

Em um prazo de três e quatro anos, segundo os pesquisadores, poderão ser encontradas no mercado peças de roupa interativas que, metaforicamente, passam a comportar-se como um neurônio, resumiu Andrade.


O método é "rápido, simples e econômico", e os pesquisadores demonstraram que podem "determinar muitos tipos de íons e também o ph de uma forma simples e rápida", e por isso a roupa tratada assim "pode detectar propriedades de nosso corpo sem nos darmos conta" mediante um sistema nada invasivo, explicou o pesquisador.

Por enquanto, os sensores na roupa foram testados em um manequim e se observou que podem detectar de forma direta a composição do suor artificial.

Utilidade
Os pesquisadores confiam que estes tecidos inteligentes sejam muito úteis para controlar, por exemplo, a cicatrização de uma ferida ou diagnosticar em seguida doenças como o diabetes e a fibrose cística.

A roupa inteligente também tem finalidades esportivas, já que a composição do suor está relacionada ao estado metabólico do atleta.

O grupo de pesquisa desenvolve também sensores de creatinina que poderão agir como uma "fralda inteligente" que meça componentes da urina e sensores de trombina para detectar sangramentos e outras biomoléculas. (G1)


sexta-feira, 30 de março de 2012

População não sabe identificar pneumonia

População não sabe identificar pneumonia
O perigo é que a população não apenas desconhece a pneumonia, como também os sintomas, as formas de prevenção e o médico que deve ser procurado em casos de suspeita

Febre, tosse e aquela cara abatida de quem está ficando doente. Seu filho está resfriado de novo, você pensa. Mas, passam os dias, a febre continua e não há remédio que dê jeito. Na maioria dos casos, é assim que a pneumonia aparece: devagar e camuflada com os sintomas de uma gripe.

O perigo é que a população não apenas desconhece a pneumonia, como também os sintomas, as formas de prevenção e o médico que deve ser procurado em casos de suspeita. Esse foi o resultado de uma pesquisa encomendada pela Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia ao Datafolha.

Numa situação hipotética de suspeita da pneumonia, 40% não saberiam a que médico recorrer. E essa demora em procurar o médico e a automedicação levam a quadros mais graves e até mesmo à morte, caso o antibiótico correto não seja dado em até oito horas do início dos sintomas plenos, segundo o presidente da Sociedade de Pneumologia do Espírito Santo, Firmino Braga.


"Pode ser fatal principalmente para quem está no grupo de risco, como idosos, crianças com menos de 5 anos, diabéticos, pessoas com problemas renais e cardíacos. É preciso ficar atento a dor torácica, falta de ar, alteração de pressão, febre alta, tosse com secreção amarelada. Se não houver melhora em até 72 horas, é preciso consultar o médico, que pode ser um clínico ou mesmo um especialista", explica o pneumologista.

Reconhecer os sintomas e procurar o médico pode ser determinante para o tratamento. No entanto, 23% dos entrevistados que afirmam conhecer a doença não souberam citar um único sintoma. Os mais citados foram dores no peito, pulmões, tórax e nas costas (37%); calafrios (35%); tosse seca e contínua (31%); falta de ar (23%); e mal-estar e indisposição (19%).

Durante o estudo, batizado de "Saúde Respiratória e do Pulmão", foram entrevistados 2.242 brasileiros com 16 anos ou mais, que pertence, a todas as classes econômicas.

Quem bebe e fuma tem mais chance de ter doença

Alguns fatores podem facilitar o aparecimento da pneumonia, como o álcool e o cigarro. O pneumologista Firmino Braga explica que o fumo pode causar uma inflamação que facilita a entrada de outros agentes agressores nos pulmões, e pessoas que bebem têm a imunidade diminuída.

Não é mito. Sair de um lugar muito quente e entrar num ambiente muito frio, ou praticar esporte e ficar com a roupa molhada num lugar frio também podem ser fatores de risco para resfriados e pneumonias. "Isso acontece principalmente no caso das pessoas que são alérgicas. A mudança climática vai predispor viroses, que, por sua vez, pode acarretar em uma pneumonia", alerta o médico.

Fazer a manutenção do aparelho de ar-condicionado também é uma medida preventiva, já que o acúmulo de poeira pode causar inflamação nas vias aéreas superiores, e a umidade presente no processo de refrigeração pode favorecer as infecções por fungos. Quem trabalha em ambiente com ar-condicionado deve beber muita água.

Qual médico procurar?

40%  desconhecem - Esse é o percentual dos entrevistados na pesquisa que tinham conhecimento da doença, mas que não faziam ideia de qual médico procurar em caso de pneumonia

Como reconhecer a doença
Atenção aos sintomas:

Febre alta

Dor torácica

Falta de ar

Cansaço

Tosse seca, depois acompanhada por secreção amarelada

Alteração de pressão

Quando procurar um médico:

Os sintomas da pneumonia se parecem muito com os da gripe e de resfriados. Se em até 72 horas os sintomas persistirem, a pessoa deve procurar um serviço de emergência ou um especialista (infectologista e pneumologista). Reconhecer os sintomas e procurar o médico pode ser determinante no sucesso do tratamento. A demora, em alguns casos, pode resultar em morte

Grupos de risco:

Idosos

Crianças (principalmente com menos de 5 anos)

Pessoas com problemas cardíacos, renais, com diabetes, câncer e com imunidade baixa em geral

A GAZETA
Daniella Zanotti


Qual a diferença entre Pneumonia e Broncopneumonia?
Broncopneumonia
    O QUE É  A  BRONCOPNEUMONIA ? 


Define-se Broncopneumonia como sendo infecção causado por um agente bacteriano ou viral, atingindo principalmente os brônquios e bronquíolos dos pulmões.

Ela também pode ser comparado como uma Pneumonia mais branda  ou em outras palavras, seria como se fosse a fase inicial de uma Pneumonia.

Portanto tanto o seu quadro clinico, como o seu diagnósticos e tratamento se assemelha a Pneumonia. Assim sendo basta consultar o tema anterior para se inteirar do assunto.

A principal diferença entre Pneumonia e a Broncopneumonia, reside no fato de que o exame radiológico (Rx Simples de Tórax). Nas broncopneumonias são bastante discretos e tênues podendo muitas vezes passar desapercebido. Pôr isso a grande importância de se consultar um especialista do ramo, que neste caso seria um Pneumologista para que seja dado devida atenção, evitando maiores complicações.


terça-feira, 20 de março de 2012

15% das brasileiras com mais de 40 têm osteoporose

Pesquisa diz que 15% das brasileiras com mais de 40 têm osteoporose
Entenda por que a idade enfraquece os ossos das mulheres. Prevenção ideal seria feita desde a infância. Veja a entrevista com a doutora Ana Paula Gianordoli, especialista em osteoporose

A osteoporose é uma doença que exige cuidados sempre, muito antes que ela se manifeste. Nas mulheres, o cuidado deve ser redobrado. Um estudo estima que 15% das mulheres brasileiras com mais de 40 anos sofram com os efeitos desse mal que fragiliza os ossos. Veja a entrevista com a doutora Ana Paula Gianordoli, especialista em osteoporose.


A pesquisa feita em 2008 acompanhou 2.470 pessoas (725 homens e 1695 mulheres), usando dados do último censo para reproduzir nas proporções certas as diferentes características da sociedade brasileira. Foram levados em conta critérios geográficos - em que região a pessoa mora, e se ela vive na cidade ou no campo -, étnicos, socioeconômicos, educacionais e profissionais.

Para ele, os altos índices constituem um "problema de saúde pública". Contudo, ele não acredita que tenha havido aumento no número de casos da doença. "Provavelmente nós não sabíamos. Esse foi o primeiro estudo com levantamento em todas as regiões do país. Antes, havia muitas pesquisas em São Paulo, Rio de Janeiro e Rio Grande do Sul, por exemplo, mas a gente sabe que o Brasil tem uma miscigenação muito grande", argumenta o Dr. Marcelo de Medeiros Pinheiro, reumatologista que conduziu a pesquisa.


A doença
O critério para determinar se alguém tem indícios da doença está no tipo da lesão. "Fratura por osteoporose é aquela que decorre de uma queda menor que a própria altura, ou seja, escorregão no banheiro, tropeço na calçada", define Pinheiro.

Esse problema é mais comum nas mulheres. "A osteoporose é marcante nas mulheres por causa da menopausa. A queda dos hormônios femininos leva a uma perda óssea acelerada em em torno de 20% a 30% das mulheres que entram na menopausa. Elas vão consumir osso. Isso ocorre porque o hormônio feminino é importante para a regulação tanto da formação quanto da destruição óssea", explica.

Por ser causada pela queda hormonal, a osteoporose é também uma doença típica do envelhecimento. É rara até os 50 anos, mas a partir daí o risco e o número de incidências crescem exponencialmente.

Nos homens
Apesar de ser uma doença mais comum nas mulheres, a osteoporose também ocorre nos homens. Segundo a pesquisa, 13% dos homens com mais de 40 anos tiveram fraturas ligadas a ela. Entre eles, a queda de produção hormonal se dá mais tarde, e por isso o problema demora mais a se manifestar.

Se todos os cuidados forem dirigidos apenas às mulheres, há risco de que a doença se agrave no sexo masculino. "Os homens foram negligenciados por muito tempo. Tanto é que a OMS tem hoje uma projeção de que essa doença vá aumentar muito mais nos homens que nas mulheres nos próximos dez, doze anos", observa Pinheiro.

Cuidados
A melhor maneira de se prevenir contra a doença é ingerir bastante cálcio para fortalecer os ossos. O leite e seus derivados são a principal fonte do elemento na alimentação. Verduras e peixes - sobretudo atum e salmão - são alternativas aos laticínios.

"Essa prevenção começa desde a infância. É na infância e na adolescência que a gente faz a nossa poupança de cálcio, e o principal reservatório de cálcio é o esqueleto são os ossos. O pico de aquisição, no qual a gente deve investir, é na infância e na adolescência. Depois disso, o potencial da gente diminui bastante", relata Pinheiro. Contudo, ele ressalta que nunca é tarde para se ingerir o mineral.

Na avaliação do reumatologista, os hábitos alimentares dos brasileiros, normalmente elogiados pelos médicos por terem carboidratos, proteínas e gorduras bem balanceados, deixam a desejar em relação aos minerais - neste caso, o cálcio.

"Não faz parte do hábito cultural do brasileiro consumir alimentos ricos em cálcio de uma forma geral, a não ser quando se está na amamentação e no início da infância, quando se toma bastante leite. Depois disso, o adolescente relaciona o leite a ser bebê e começa a rejeitar um pouco o leite", observa.

O consumo do cálcio ajuda a prevenir, mas há outros fatores que podem levar ou não à osteoporose. Fumo, sedentarismo e baixo peso aumentam o risco do surgimento da doença. Além disso, há influência genética, e pessoas com histórico na família têm maior possibilidade de desenvolvê-la. Sabe-se ainda que a incidência é maior entre pessoas de ascendência europeia ou asiática - negros têm uma estrutura óssea mais forte e são naturalmente mais protegidos.

É de se ressaltar que a osteoporose tem tratamento. Se diagnosticada no começo, a doença pode ser controlada com remédios que são considerados eficazes.



Meia hora de exercício físico ajuda a prevenir a osteoporose
No cardápio, é bom incluir leite, frutas secas, castanhas, peixe, feijão e folhas verdes escuras

Reservar meia hora por dia a exercícios, como caminhar, melhora massa óssea
A osteoporose, doença que surge quando os ossos começam a perder cálcio, ficando mais fracos e mais sujeitos a fraturas, é mais comum nas mulheres do que em homens. Mas nem tudo é tão ruim nessa história: há alguns alimentos que ajudam a prevenir esse mal, principalmente se aliados a exercícios físicos.

O primeiro caminho para fortalecer os ossos é reservar meia hora por dia para as atividades físicas. "A musculação e a caminhada vão ajudar a melhorar e a aumentar a sua massa óssea", disse educadora física Marta Cignach, em entrevista ao Jornal Hoje.

Além dos treinos, alimentos, como leite e derivados, frutas secas, castanhas e amêndoas, vegetais verdes escuros, feijão e peixe devem fazer parte do cardápio de quem tem osteoporose.

A principal fonte de cálcio é o leite. E, na infância, o ideal é ingerir entre 800mg e 1.200mg por dia; na adolescência, entre 1.200mg e 1.500mg. Os adultos precisam de 1.000mg. Já as mulheres, depois dos 50 anos, voltam a ter a necessidade de 1.500mg por dia.

Refeições

Para consumir a quantidade de cálcio recomendada para um adulto, seria necessário tomar um litro ou quatro copos por dia. Por isso, o leite também pode ser substituído por outros alimentos.

No café da manhã, por exemplo, uma alternativa podem ser as frutas secas, que também são ricas em cálcio. "Você pode escolher o damasco e a uva passa. Pode ser uma porção de uma mão fechada de cada", indica a nutricionista Fabiana Fontes.

Sol

Para o lanche, uma boa opção é um mix de castanhas e amêndoas. "Com três castanhas-do-pará, cinco castanhas de caju e três ou quatro amêndoas você já atinge o cálcio no meio da manhã", explica a nutricionista.

Na hora do almoço, vegetais verdes escuros podem ser consumidos à vontade. A nutricionista dá algumas opções: "Brócolis, quiabo, couve-manteiga e repolho verde. Só é preciso tomar cuidado com o espinafre, que tem uma substância chamada fitato que prejudica a absorção do cálcio".

Na refeição, feijão acompanhado de peixe é um prato cheio para fortalecer os ossos. "Badejo ou sardinha, que são peixes baratos e que você consegue consumir facilmente também são fonte de cálcio", ensina Fabiana.

Além de uma boa alimentação e de praticar exercícios, também é importante tomar sol. Quinze minutos por dia são suficientes para liberar a vitamina D armazenada na pele. É essa vitamina que ajuda o organismo a absorver o cálcio.

TV GAZETA


terça-feira, 21 de fevereiro de 2012

Síndrome de Leber. Doença rara deixa gêmeos cegos


Gêmeos relatam drama de perder a visão repentinamente por doença rara
Os britânicos Daniel e Michael Smith, de 20 anos, têm síndrome de Leber, que afeta apenas 150 pessoas no país.


Os gêmeos britânicos Michael e Daniel Smith, de 20 anos, estavam começando a vida universitária, quando repentinamente começaram a perder a visão.

Eles sofrem de uma rara doença genética incurável, a síndrome de Leber, que causa a morte das células no nervo ótico, impedindo o envio de informações entre os olhos e o cérebro.

Michael foi o primeiro a perceber que havia algo errado, logo depois da semana de calouros da escola de medicina que havia decidido cursar.
Gêmeos britânicos Michael e Daniel Smith, de 20 anos, perderam a visão no início da faculdade. (Foto: BBC)

"Um dia, eu não conseguia mais ver os rostos das pessoas, ou as palavras na tela do projetor. A partir daí, a cada manhã, minha visão ficava muito pior. Em duas ou três semanas, perdi de 80 a 90% da minha visão", disse Michael à BBC.

Seu irmão gêmeo recebeu a notícia com surpresa. "Michael e eu fomos inseparáveis por 19 anos até que nós dois saímos de casa para começar a universidade. Aí, apenas uma semana após nos separarmos, ele me telefona para dizer que algo estava estranho, ele não conseguia reconhecer as pessoas e não sabia o porquê", contou Daniel.


"Aquela conversa ainda me assombra. Os médicos acharam que ele tinha um tumor no cérebro, mas depois diagnosticaram a doença genética."

"Nuvem negra"
Daniel foi então informado de que, devido ao fato de eles serem gêmeos idênticos, ele tinha 60 a 70% de chance de também sofrer uma perda de visão.

"Foi muito difícil saber que uma nuvem negra estava pairando sobre a minha cabeça nos dois primeiros anos de universidade (de engenharia aeronáutica, em Bristol). Pelo menos agora, me sinto aliviado por saber onde estou", diz ele, que viu sua visão se deteriorar nos últimos três meses.

A síndrome de Leber normalmente se manifesta na adolescência ou juventude, mas em casos raros pode aparecer na infância ou mais tarde na vida adulta. Por razões desconhecidas, a doença aparece com mais frequência em homens que em mulheres.
Devido a sua raridade - apenas 150 pessoas sofrem da doença na Grã-Bretanha -, não há muitos estudos sobre a síndrome.

Bicicleta
Apesar das dificuldades causadas pela cegueira, os irmãos decidiram continuar seus estudos, mas Michael precisou abandonar a medicina para se dedicar à geografia, na Kings College London.

"Dez anos atrás, teríamos de abandonar a universidade, mas hoje há programas de computador e recebemos apoio para alunos com deficiências, então contamos com ajudantes durante a aula", disse Daniel à BBC.

Os gêmeos também vão pedalar 570 quilômetros, de Londres até Amsterdã, na Holanda, juntamente com outros ciclistas para arrecadar dinheiro para a ONG Blind in Business, que os ajudou desde o diagnóstico.

"Perder a visão tão jovem e ver meu irmão perdê-la também tornou necessário um processo intensivo de reabilitação, funcionalmente e emocionalmente, que colocou muita pressão na família."

"O desafio de bicicleta é nossa forma de dizer 'obrigado' pela ajuda."


Da BBC



Família brasileira é referência mundial para pesquisa inédita sobre doença rara que provoca cegueira

Cientistas brasileiros, americanos e italianos pesquisam em 300 membros da mesma família as causas e possíveis fatores de prevenção da Síndrome de Leber


Pesquisadores da Universidade Federal de SP (Unifesp), das Universidades da Califórnia e Milão uniram forças para realizar um projeto de pesquisa e descobrir a causa de uma doença que provocou cegueira em 30 parentes, em sete gerações de uma mesma família no Brasil.

A doença genética é chamada de Síndrome de Leber, e é transmitida da mãe para os filhos. A família capixaba Moschen, que reside em Colatina, ES, reúne o maior número de portadores do mal de que se tem notícia.

A missão, chefiada pelos cientistas Alfred Sadun (EUA) e Rubens Belfort (SP), conta com o patrocínio da Allergan.

Os cientistas querem entender porque alguns portadores do gene defeituoso ficam cegos e outros não, e se fatores ambientais influenciam no surgimento dos sintomas.

A pesquisa pode trazer a curto prazo um profundo conhecimento sobre a doença. O grupo recebeu Alphagan P - solução oftálmica para o tratamento de glaucoma que chega este mês ao Brasil - para testar sua capacidade de neuroproteção, que evita a perda do campo visual.

'É muito provável que substâncias úteis nesta doença também se apliquem para evitar a cegueira causada pelo glaucoma, já que as lesões no nervo óptico são semelhantes e a neuroproteção pode ser ainda melhor na Doença de Leber', destaca Belfort.

O que motivou a pesquisa foi a luta de Maria Odete Moschen para devolver a visão ao filho e para desvendar o mistério da Neuropatia Óptica Hereditária de Leber (NOHL), doença que atinge membros de sua família há mais de um século.

O filho de Maria Odete, Pedro Henrique, apresentou aos 14 anos os sintomas da Síndrome de Leber. Inconformada, ela pesquisou exaustivamente a Internet e acabou encontrando a International Foundation of Optic Nerve Diseases (Ifond), uma organização da Califórnia destinada ao estudo das doenças do nervo ótico.

Maria Odete entrou em contato com a fundação, que apoiou a vinda de cientistas americanos para o Brasil a fim de estudar a rara doença.

A equipe rumou para Colatina, ES, onde examinou cerca de 300 pessoas do ramo materno da família de Maria Odete. Durante duas semanas, eles fizeram exames epidemiológicos, neuro-oftalmológicos e de biologia celular, levantando informações para subsidiar as pesquisas sobre a NOHL.

Em dezembro, os cientistas voltam ao Brasil com mais informações e conclusões sobre a doença e, quem sabe, com algum sinal de cura.

'Já conseguimos levantar dados que sem dúvida são originais e inéditos mostrando a importância dos pacientes evitarem o consumo de certas substâncias como o cigarro, por exemplo. Também já temos o maior banco de dados genéticos sobre a Síndrome de Leber, o que sem dúvida nos ajudará num futuro próximo a identificar formas de preveni-la', comenta Rubens Belfort, da Unifesp.

A medicina acreditava que a Síndrome de Leber se manifestasse exclusivamente em homens. No entanto, das 30 pessoas da família Moschen que apresentaram o problema cerca de um terço são mulheres.

De acordo com Maria Odete eles perderam a visão em menos de 3 dias e tinham, na ocasião entre 10 e 30 anos.

A doença, que ainda é pouco estudada devido a sua raridade, foi identificada também em países como Inglaterra e Austrália, mas de acordo com os médicos, a família Moschen é, por ser mais numerosa, a que mais apresenta pessoas com o problema, sendo, portanto importante fonte de pesquisa.

A saga da família Moschen é narrada por Maria Odete no livro A trajetória de um sangue. No livro ela relata a história da família a imigração italiana no Brasil, com a chegada da bisavó Maria Franchi, em 1895, e a disseminação da Síndrome de Leber entre as 7 gerações da família.
(Assessoria de Imprensa da Unifesp)


terça-feira, 2 de agosto de 2011

Diabetes está fora de controle no Brasil, é o que mostra estudo inédito

Estudo inédito mostra que o diabetes está fora de controle no Brasil

RIO - Uma doença grave, que atinge pelo menos um milhão de brasileiros - a maioria crianças e adolescentes - está sendo negligenciada. A pesquisa inédita "Estudo multicêntrico de diabetes tipo 1 no Brasil", realizada durante dois anos com 3.591 pacientes de 28 cidades brasileiras, em cinco regiões, mostrou que apenas 15% dos diabéticos têm seu nível de glicemia (a taxa de açúcar no sangue) bem controlado. Isto indica que a maioria corre o risco de complicações graves, como doenças cardiovasculares, falência dos rins, cegueira, amputações, e óbito. E o problema não é a falta de fitas para medir glicemia e insulinas - materiais distribuídos de graça - e sim a pouca conscientização para a doença, cujo índice tem aumentado em todo mundo.

A pesquisa - feita a partir de dados de prontuários e questionários respondidos pelos pacientes - durou de 2008 a 2010, e se trata da maior análise sobre as condições de saúde dos diabéticos tipo 1 no Brasil, e o impacto desta doença autoimune. O levantamento, coordenado pela endocrinologista Marilia de Brito Gomes, ajudará a melhorar a conscientização sobre a doença, prevenir e tratar seus sintomas. No diabetes tipo 1, o próprio organismo ataca e destrói as células beta que produzem o hormônio insulina. Sem esta substância, a glicose não chega às células e elas ficam sem combustível para fabricar energia.

Daí a importância de se fazer o diagnóstico precoce, alerta Marilia. Os pais, professores e pediatras devem estar atentos quando a criança sente necessidade de urinar várias vezes ao dia, fome frequente, sede constante, tem perda de peso, fraqueza, fadiga e irritação.

- O diabetes pode ser controlado, mas o tratamento é complexo e envolve toda a família. Portanto, é preciso seguir à risca a orientação do médico - afirma Marilia, professora associada da Faculdade de Medicina da Uerj e do Hospital Universitário Pedro Ernesto. - Nossa pesquisa indicou que 42% dos diabéticos, principalmente crianças, tiveram diagnóstico a partir de cetoacidose, ou acidose metabólica, complicação grave que requer internação e pode matar.

Doença precoce apresenta maior chance de evolução para problemas crônicos

Ainda de acordo com o levantamento - que teve apoio da Fundação Oswaldo Cruz, da Sociedade Brasileira de Diabetes e da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Rio de Janeiro - a maioria dos pacientes, 71,5%, teve o diagnóstico antes dos 15 anos, e cerca de 20% antes dos 5 anos. Isto significa que a doença tem início precoce e, portanto, apresenta uma maior chance de evolução para problemas crônicos, o que implica em maior custo para o Sistema Único de Saúde e a sociedade como um todo, diz a endocrinologista.

- Estamos diagnosticando diabetes tipo 1 numa faixa etária cada vez mais cedo. Há casos de crianças com menos de 2 anos diabéticas - alerta Marilia. - Não se sabe ainda as causas, mas o excesso de peso e o maior número de substâncias tóxicas no ambiente atacando o pâncreas, a nossa fábrica de insulina, são fatores que contribuem.

Outro complicador é que, na adolescência, o jovem diabético muitas vezes se descuida e aparecem as complicações, como danos aos rins e aos olhos, além de amputações de membros, diz a médica.

- É alto o número de pacientes que morrem antes dos 50 anos - reforça a médica.

Marilia comenta ainda que a baixa escolaridade dos pacientes, associada à baixa renda econômica familiar, entre um e cinco salários mínimos, da maioria dos entrevistados (77,4%) é uma barreira no controle adequado do diabetes.

- Cerca de 6% dos diabéticos ainda em idade produtiva estavam desempregados ou licenciados pelo INSS ou aposentados devido aos males da doença - diz Marília.

Como a maioria dos casos teve início com sintomas como idas constantes ao banheiro para urinar, sentir muita sede e perder peso, Marília, sugere a elaboração de políticas de alerta em unidades de emergência para que realizem testes de glicemia em todos que apresentarem esses sintomas.

- Entre 30% e 65% dos entrevistados não haviam se submetido a um rastreamento das complicações crônicas no ano anterior ao nosso levantamento. E o mais importante: pouquíssimos tinham realizado exames para doença cardiovascular, responsável por até 44% dos índices de mortalidade - conta a médica.

Outro problema grave no Brasil é o diabetes tipo 2, que atinge de 7 a 9 milhões da população e é causada principalmente pelo excesso de peso e sedentarismo. Do total do custo direto relacionado ao diabetes, 50% são devido a danos crônicos da doença, explica Marília.

- Nossos dados ratificam a necessidade de programas eficazes de educação em saúde no Brasil - afirma Marília.

Antônio Marinho (oglobo.com.br)

domingo, 8 de maio de 2011

Tristeza e mania são transformadas em doenças

Autora de best-sellers sobre bullying e psicopatia alerta que tristeza e mania são transformadas em doenças

RIO - A psiquiatra carioca Ana Beatriz Barbosa tornou-se uma das autoras mais lidas no país ao penetrar no complexo mundo de pessoas frias e perversas e transformá-lo no livro "Mentes perigosas — o psicopata mora ao lado" (Ed. Fontanar), há dois anos na lista dos mais vendidos do país. No ano passado, um outro livro da autora rapidamente tornou-se assunto de debate: "Bullying — mentes perigosas na escola", também da Fontanar. Com a capacidade de transpor para a linguagem leiga assuntos antes restritos à psiquiatria, Ana Beatriz relança agora, pela mesma editora, um antigo trabalho, "Mentes e manias. TOC: Transtorno Obsessivo-Compulsivo". Consultora de novelas da TV Globo em temas como esquizofrenia e psicopatia, a especialista acredita que a popularização dos conceitos é diretamente responsável pelo aumento do diagnóstico, pela procura por tratamento e também pela redução do preconceito. Nesta entrevista, ela fala sobre os diferentes transtornos comportamentais e garante que a busca por um cérebro perfeito é inglória. "A imperfeição é a nossa única certeza."

O GLOBO: Os diagnósticos de transtornos de alteração de comportamento são cada vez mais frequentes. A cada dia, mais e mais pessoas conhecidas vêm a público revelar algum problema. Quase todo mundo toma ou já tomou algum tipo de antidepressivo. Estamos diagnosticando melhor ou criando doenças para vender mais remédio?

ANA BEATRIZ BARBOSA: Depende. O Transtorno Obsessivo-Compulsivo (TOC) é o transtorno mais grave de ansiedade que uma pessoa pode ter de forma permanente. Nos anos 70 e 80, achava-se que apenas 0,2% da população tinha TOC. Mas o que se viu, inicialmente nos EUA, depois do filme "Melhor impossível", em que Jack Nicholson ganhou um Oscar ao interpretar um sujeito com o transtorno, foi a difusão da ideia. As pessoas que sofrem desse transtorno têm consciência de que as coisas que fazem (os pensamentos negativos, os rituais de neutralização) são tão fora de lógica que tendem a omitir de todos. E têm a sensação de que são os únicos a terem aquilo. Com o filme, se viu que não era assim. No Brasil, foi quando Luciana Vendramini, em 2003, e Roberto Carlos, em 2004, vieram a público falar do problema. Então, sim, no caso do TOC, hoje há um maior número de diagnósticos, mas não está se criando nada. Isso ocorre porque há mais informação disponível sobre o transtorno.
As pessoas que sofrem de TOC têm consciência de que as coisas que fazem são tão fora de lógica que tendem a omitir de todos
O GLOBO: E outros transtornos?

ANA BEATRIZ: Em outras doenças, sim, acho que há um excesso de diagnóstico. É o caso, por exemplo, do Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH). É incrível a quantidade de pessoas que chega ao meu consultório dizendo que tem TDAH quando, na verdade, não tem. Falta conhecimento e acaba havendo confusão com outros problemas, como o autismo, por exemplo. No caso da depressão também há um excesso de diagnóstico. A "deprê" está virando depressão.

O GLOBO: Hoje, todo mundo que se separa toma antidepressivo. Dá para encarar o fim de um casamento sem remédio?

ANA BEATRIZ: Pessoas que terminam um casamento não estão necessariamente sofrendo de depressão. Depois de dez, 20 anos, vivendo com alguém, a separação traz uma mudança significativa de vida. E isso leva um tempo para acontecer, é natural que a pessoa fique triste. Me surpreenderia se estivesse feliz. O sofrimento é normal e necessário ao nosso amadurecimento e o cérebro sabe lidar com isso. Agora, se a pessoa está há três meses sem sair de casa, por exemplo, se há histórico de suicídio na família, aí temos mesmo que interferir.

O GLOBO: E os grandes traumas, como o massacre da escola em Realengo ou o 11 de Setembro?

ANA BEATRIZ: O nosso cérebro não está preparado para ver certas coisas. Ele precisa de um período de luto, um mês pelo menos, em que não se deve mexer com ele. Deve-se deixar a pessoa reagir da forma que for, se calar, falar, não se pode forçar. Qualquer reação é normal: choro, frieza. A partir do segundo mês, quando acaba a fase de luto, o tempo vai nos mostrar quem vai adoecer em função daquilo e quem não vai. Tem muito a ver com a personalidade de cada pessoa.

O GLOBO: Esse tempo de um mês é o tempo da tristeza normal?

ANA BEATRIZ: O cérebro tem seus mecanismos de defesa para esses traumas muito violentos. Ele libera uma série de substâncias para anestesiar mesmo. E isso tem essa duração média. Se você interfere antes, aumenta a probabilidade de as pessoas adoecerem, se deprimirem, porque você está mexendo numa situação que o cérebro quer esquecer. Para o cérebro não tem ficção e realidade. Quando se fala, ele revive tudo novamente, revê a imagem milhões de vezes, levando a uma exaustão emocional. É preciso dar um tempo.

O GLOBO: Então é falsa a ideia de que falar sobre um problema é sempre bom? Esquecer é bom?

ANA BEATRIZ: Sim, principalmente para grandes tragédias. Não estou dizendo que é para esconder problemas embaixo do tapete, mas numa grande tragédia é preciso deixar o cérebro se anestesiar por um tempo. A grande maioria das pessoas não vai adoecer. Agora, ao fim de um mês, dois meses, se persistirem reações diferentes, como insônia, pesadelos, medos que não existiam antes, aí sim, é o caso de investigar se a pessoa está com alguma doença.

O GLOBO: Existe um cérebro perfeito? É possível almejar isso?

ANA BEATRIZ: Jamais. A anormalidade é a única certeza, a imperfeição humana é uma certeza. O cérebro perfeito seria bom em todas as áreas, funcionando com energia máxima para matemática, comunicação, desenho, arte, música, isso não existe. Cada cérebro tem potencialidades maiores, que se transformam em talentos específicos, e deficiências em função desses supertalentos. Há autistas, por exemplo, que desenham muito bem, mas quando começam a se socializar, que é o nosso objetivo sempre, esse dom é quase apagado. A perfeição não existe.

O GLOBO: Todo gênio tem um certo grau de obsessão? Não é preciso ser um pouco obsessivo para ser muito bom em algo? Ou a relação entre genialidade e loucura é apenas um clichê romântico?

ANA BEATRIZ: No mínimo, elas têm traços obsessivos para conseguir fazer algo com tamanho empenho. Claro que, no caso de pessoas com um talento extraordinário para alguma coisa, toda a energia que está focada num ponto está deixando de ir para outro. Mas se não houver isolamento social, em prejuízo para a vida afetiva, causando sofrimento, não tem problema. O que caracteriza o adoecimento são os pensamentos negativos e intrusivos e os rituais que trazem prejuízos reais, no trabalho, na vida familiar.
A anormalidade é a única certeza, a imperfeição humana é uma certeza
O GLOBO: Então o problema é mais na frequência e no fato de interferir ou não em outras áreas?

ANA BEATRIZ: A diferença da normalidade para a anormalidade, para o transtorno mental, é quantitativa, não qualitativa. A base funcional do cérebro é comum a todo mundo. O adoecimento está no exagero ou na ausência. Todos temos o que chamamos leigamente de manias, mas se elas não atrapalham nossa rotina, nossa vida, ok.

O GLOBO: Qual a diferença entre mania e superstição?

ANA BEATRIZ: As pequenas manias do dia a dia, os hábitos, todo mundo tem, a questão é o tempo que isso toma e o prejuízo que traz. Agora, mania, na psiquiatria, é a compulsão do TOC para controlar os efeitos dos pensamentos negativos, rituais de associação ilógica. Superstição não tem nada a ver com isso. É uma crença culturalmente aceita. Por exemplo, a pessoa passa debaixo de uma escada sem querer, comenta sobre isso, mas logo depois esquece. Se ela tiver TOC, isso vai durar uma semana, um mês.

O GLOBO: Religiões são cheias de rituais não necessariamente lógicos para que algo de bom aconteça ou algo de ruim não ocorra. É como um TOC culturalmente aceito?

ANA BEATRIZ: As religiões são cheias de rituais e a grande maioria das pessoas não os leva ao pé da letra. Mas o fanatismo dentro da religião já é um indício de grande adoecimento. É vinculado ao sofrimento. Seguir todos aqueles rituais por pavor, desespero, necessidade de controle.

O GLOBO: Todos os dias, recebemos uma quantidade enorme de informações, provenientes de livros, TV, cinema, jornais, computador. Qual o efeito disso no cérebro? Diz-se que a capacidade do cérebro é infinita. É verdade?

ANA BEATRIZ: Já se começa a estudar a síndrome do excesso de informação. O cérebro tem uma capacidade expansiva maravilhosa, mas se isso é feito de forma intensa e massacrante, e em alta velocidade, leva à exaustão mental.

O GLOBO: Por que é mais difícil aceitar os problemas físicos do que os mentais? Sabe-se que 4% da população sofrem de TOC, uma prevalência tão alta quanto a da diabetes.

ANA BEATRIZ: As pessoas não têm essa noção de que a diferença entre a normalidade e a anormalidade é quantitativa, que quando se entende isso, é possível entender qualquer um. As pessoas têm preconceito porque têm tanta aversão a enlouquecer, a perder o controle de si mesmas, de suas ações, que preferem ter um câncer a ter um filho com problema mental. Elas não entendem que o cérebro é um órgão como outro qualquer, que precisa ser cuidado.

O GLOBO: Recentemente a atriz Catherine Zeta-Jones veio a público dizer que sofre de Transtorno Bipolar. Essa também é uma doença pouco conhecida?

ANA BEATRIZ: Tenho minhas dúvidas se ela é bipolar. Os bipolares alternam períodos relativamente longos de depressão profunda e grande euforia. Eu acho que ela tem um outro problema, que costuma ser confundido com a bipolaridade, que é o transtorno de personalidade borderline (ou limítrofe). São pessoas que apresentam grande instabilidade emocional, que tendem a ser muito dependentes de quem amam, não toleram rejeição. Afeta principalmente mulheres, que podem ser do tipo de quebrar tudo em casa, serem muito ciumentas. Histórias como as de Elizabeth Taylor, por exemplo, são clássicas. Elas passam rapidamente de um estado ao outro, diferente do bipolar. É um transtorno pouco conhecido, no Brasil esse diagnóstico praticamente não é feito. Será tema do meu novo livro.

O GLOBO: Há mais loucos hoje no mundo? O bullying é mais recorrente? Ou é a mídia que divulga mais as histórias?

ANA BEATRIZ: O que a gente vê é que, com a globalização, os comportamentos estão mais orquestrados e padronizados. O bullying sempre existiu, claro, mas não era tão massificado. Hoje, as crianças do mundo inteiro têm um mesmo padrão de comportamento a ser seguido. E as que fogem a ele são mais violentamente atacadas. E há um submundo na internet que dá muito medo. Comunidades do tipo "toda mulher gosta de ser estuprada" e "morte aos gays", que tem 40 mil seguidores. Veja, isso dá um respaldo incrível para um cara que está sozinho. A globalização deu força a pessoas que antes tinham preconceitos, maldades e perversões sem eco algum. Agora, elas têm eco, se organizam. O rapaz de Realengo era esquizofrênico. Há 20 anos, ele viveria isolado, e o mais provável é que terminasse se matando. Mas aí ele imita uma coisa de fora. É uma loucura fomentada por gente cruel.

EXTRA

segunda-feira, 2 de maio de 2011

Endometriose, um dos maiores (e menos conhecidos) males da mulher

Determinadas mulheres sofrem anos com dores durante a menstruação e a grande maioria nem faz ideia de que essa dor, fora do normal, pode ser um dos primeiros e mais fortes sintomas da doença da mulher moderna: a endometriose. Mal que atinge aproximadamente 15% das brasileiras e causa infertilidade.

"A endometriose é uma doença em que focos da menstruação vão para fora do útero. O principal sintoma é a dor no período menstrual, chamada dismenorreia. A cada mês, essa dor é maior", ressalta o ginecologista Carlos Moschen. De acordo com o especialista, quando a dor torna a pessoa incapaz por um período de pelo menos três dias, é hora de procurar ajuda. "A mulher pode ter essa dor desde da adolescência até a menopausa", afirma.

O diagnóstico é feito através de exames laboratoriais: sangue, ultrassom e, em algumas situações, ressonância magnética. O tratamento básico é fazer com que a mulher pare de menstruar. "Há o tratamento medicamentoso - que pode ser usado pílula anticoncepcional ou um bloqueador dos hormônios femininos. Também pode ser feito uma cirurgia de videolaparoscopia - opera e retira os focos de endometriose", explica.

Parar de menstruar ainda é um tema que gera dúvidas. Mas, segundo o ginecologista, o ato não traz problemas. "O organismo está preparado para uma provável gravidez. Como ela não existe, ele precisa eliminar o tecido preparado para a gravidez, o sangue menstrual. As mulheres não precisam se preocupar para onde vai esse sangue e não há intoxicação para o corpo dela. E ainda tem um lado positivo: sem muita perda, evita a anemia", destaca.

Causas 

A endometriose pode ter causas hormonais, genéticas e de fator externo. "A poluição do ar altera uma célula chamada linfócito T, que causa uma deficiência na absorção do sangue menstrual caído  no interior da cavidade abdominal no período".

Infertilidade 

A endometriose cola um órgão no outro, formando nódulos dolorosos, que podem causar obstrução de trompas e alteração de ovário. Por isso, a doença causa infertilidade. Quanto antes o diagnóstico for feito, melhor será a qualidade de vida dessas mulheres.

Vídeo explica detalhadamente como a doença age no organismo




Doença da mulher moderna

As magras, ansiosas e que ingerem bebida alcoólica são as que mais sofrem com a endometriose


Demora em engravidar, ansiedade, ingestão de bebida alcoólica e magreza. Essas são algumas das características das mulheres que costumam sofrer de endometriose. A doença ocorre quando o endométrio - tecido que reveste a cavidade uterina - se implanta fora do útero, causando dor, sangramento e até infertilidade. Por causa desse "perfil" de mulheres, a endometriose tem sido chamada de "doença da mulher moderna".

O assunto foi um dos temas discutidos durante o 18º Congresso Espírito-Santense de Ginecologia e Obstetrícia, realizado entre sábado e hoje, no Centro de Convenções de Vitória. Descrito há mais de cem anos, esse mal atinge cerca de 15% das mulheres e tem como sintomas da doença dor pélvica intensa, principalmente no período menstrual; dor durante as relações sexuais e até perda de sangue na urina e fezes.

Mas pode ser que a paciente não desenvolva nenhum sintoma e acabe tendo o diagnóstico somente quando tem dificuldade para engravidar.

"A incidência é maior entre as mulheres de 30 a 38 anos e as que têm um ciclo menstrual muito curto - e por isso sangram mais", acrescenta o médico especialista em reprodução humana Jules White.

O presidente da Associação de Ginecologia e Obstetras do Espírito Santo (Sogoes), Alberto Sobral, alerta as mulheres para que, durante o exame de rotina com o ginecologista, detalhe bem tudo o que está sentindo de diferente no seu corpo.

"A endometriose tem tratamento, que pode ser feito à base de remédios ou com cirurgia. Mas há várias formas da doença. Por isso é preciso atenção no momento da consulta para que a paciente seja encaminhada a fazer exames para diagnosticar qual é o tipo e decidir o melhor tratamento", explica.

Programa para ajudar casais a engravidarem
Aproximadamente 70% das mulheres que têm endometriose precisam de tratamento para conseguir engravidar. Para ajudar os casais que precisam fazer tratamento de fertilização e não têm recursos, foi criado o Programa Acesso, que dá 50% de desconto na medicação e 10% de desconto na assistência médica do paciente. Quem tiver interesse deve se cadastrar no site www.queroterumfilho.com.br ou pelo telefone 0800-113321. Depois do cadastro, a capacidade econômica do casal é avaliada. No caso da inclusão, o paciente é encaminhado a uma clínica cadastrada. O Acesso conta com o apoio de 99 clínicas em 34 cidades brasileiras.
A GAZETA

terça-feira, 15 de fevereiro de 2011

Hipotireoidismo. Conheça a doença do Ronaldo Fenômeno

Médicos contestam Ronaldo e dizem que é possível levar uma Vida Saudável . Confira o que três endocrinologistas e um médico do esporte dizem sobre o assunto



"Há quatros no Milan eu descobri que sofria de um distúrbio que se chama hipotireoidismo, um distúrbio que desacelera o metabolismo e que para controlar esse distúrbio eu teria que tomar remédios que no futebol são considerados doping". 

Essa foi uma das frases na despedida de futebol de Ronaldo Fenômemo. Três endocrinologistas e um médico do esporte para opinarem sobre o caso. Os médicos contestam que o hipotireoidismo pode ter sido um dos motivos para a aposentadoria do jogador.

foto: Carlos Alberto da Silva AG

"Na maioria dos casos, o diagnóstico é precoce. Basta fazer uma dosagem de TSH, que é um procedimento quase de rotina", Perseu Carvalho
De acordo com o endocrinologista Albermar Roberts, o hipotireoidismo é uma doença crônica e incurável, onde a glândula tireoidiana produz os hormônios responsáveis por todas as transformações do nosso organismo, que chamamos de metabolismo.

"Quem tem a doença vai ter prejuízo nessas transformações. Pode ter sonolência aumentada, as atividades metabólicas são retardadas. Mas o diagnóstico é fácil, feito com exame de sangue. A medicação é o próprio hormônio tireoidiano. A má noticia é que o indivíduo vai tomar isso pelo resto da vida. Mas ninguém engorda mais por isso. A vida é absolutamente normal", reforça Albermar Roberts.


Enquanto a doença não é diagnosticada, a pessoa pode reter líquidos. "O paciente pode se sentir cansado, indisposto, pode ter aumento de peso não por gordura, mas por retenção de líquidos. Mas, na maioria dos casos, o diagnóstico é precoce. Basta fazer uma dosagem de TSH, que é um procedimento quase de rotina", explica o professor aposentado da Ufes e endocrinologista Perseu Seixas de Carvalho.

Seixas salienta que isso não justifica a saída de Ronaldo. "Deve ser algo a mais que ele está levando em consideração. Mas, do ponto de vista médico, não justifica. É uma doença  completamente tratável. Ela pode aparecer em qualquer idade. Na maioria das vezes a pessoa adquire na vida adulta", diz.

A endocrinologista Rachel Torres ressalta que o medicamento para tratar a doença não é considerado doping. "Quem tem deficiência comprovada, é vital que use hormônio. É igual quem é diabetes e não tem insulina e precisa usar insulina. Agora quem não é diabético, e usar insulina, aí sim é considerado doping porque é um hormônio anabólico. O hormônio da tireoide aumenta o metabolismo. Ele pode até ser pego no doping, mas para quem não tem deficiência. Quem tem a doença é garantido poder usar o medicamento e não será considerado doping. É vital para a vida dele porque ele pode desencadear outros problemas, como pressão alta e colesterol alto".



O médico da Medicina Esportiva José Carlos Gomes diz ser papo furado de Ronaldo. "É só avisar ao Comitê Antidoping! O medicamento pode ser usado desde que não signifique vantagem para ele em relação aos outros jogadores. Ele falou bastante besteira. Temos o Washinton do Fluminese que é cardioapata, diabético. Tem que avisar previamente e comprovar com atestado médico", orienta.

Foto: Reprodução Globo Esporte
O que é


Segundo a endocrinologista Rachel Torres, o hipotireoidismo é o mal funcionamento da glândula tireoide, que é como se fosse uma bateria do nosso corpo. "Se ela está com deficiência na produção de hormônio, ao repor na condição adequada, a pessoa tem vida normal. Não impede quem tem a doença de desenvolver qualquer atividade, desde que seja controlado", afirma a médica.


Causas


Para o endocrinologista Perseu Seixas de Carvalho, várias coisas podem fazer uma pessoa ter a doença. Inclusive procedimentos médicos, como uma cirurgia na tireoide ou uso de algum medicamento. "A causa mais comum no adulto é hipotireoidismo autoimune. Doença em que o sistema imunológico produz anticorpos que vão destruindo progressivamente o tecido tireoidiano".


Tratamento 
Os médicos entrevistados foram unânimes em responder: o tratamento consiste simplesmente na reposição do hormônio tireoidiano, via oral. "É a coisa mais fácil que tem e a pessoa fica absolutamente normal. Não engorda e o metabolismo volta a funcionar normalmente. Isso não justifica de modo algum ele (Ronaldo) está abandonando o futebol. Ele tem outros motivos, provavelmente", defende Perseu Seixas.


Prevenção


"É difícil prevenir porque é uma doença autoimune. É uma doença que você nem nota quando o distúrbio começa", diz Perseu Seixas.


Sintomas 


Segundo Seixas, depende muito do grau que a doença alcança. "Hoje é praticamente assintomática. A pessoa pode se sentir cansada, indisposta, também pode ter aumento de peso; não por gordura, mas por retenção de líquido. Na maioria dos casos, o diagnóstico é precoce. Basta fazer uma dosagem de TSH, que é um procedimento quase que de rotina", explica.


A Gazeta - LAILA MAGESK

sexta-feira, 28 de janeiro de 2011

Transpiração em excesso pode ser doença

Suar, todo mundo sua, ainda mais no verão. Mas, quando a transpiração é exagerada, ela pode se transformar em um problema - dos mais incômodos. Receio de cumprimentar, de andar de mãos dadas e tentar esconder a marca de suor na blusa são atitudes comuns de quem sofre com a hiperidrose - um distúrbio nas glândulas sudoríparas que leva a pessoa a transpirar além do normal.



A doença atinge tanto homens quanto mulheres e as áreas mais afetadas são as axilas, as palmas das mãos e os pés. Quando a sudorese é excessiva, só há duas opções: aplicações de botox ou cirurgia. A dermatologista Maria Oliete Guerra explica que o efeito da toxina botulínica não é definitivo e que a substância precisa ser reaplicada, geralmente a cada oito meses, mas há excessões.

"Tenho uma paciente que fez cinco aplicações e só volta ao consultório depois de um ano e três meses. Ela ganha confiança e, sem estresse, o efeito dura mais", diz.

Outra opção é o procedimento cirúrgico, mas a dermatologista Gláucia Duarte alerta que nem sempre é garantia de cura. "Há pessoas que, após a operação, passam a suar em excesso em outras regiões do corpo", explica.



Não deixe o suor derrotar o seu verão

Cuidados simples, como usar roupas claras e de algodão nos dias quentes, amenizam o problema



Que atire o primeiro desodorante quem nunca se viu coberto por gotas de suor enquanto os termômetros marcavam quase 40 ºC. Na praia, a água do mar ainda ajuda a refrescar, mas em outras situações pode ser constrangedor, como aquela marca em formato de pizza na camisa, ao chegar ao trabalho, ou as costas molhadas depois de um trajeto de ônibus.

Apesar dos efeitos indesejáveis, a transpiração é um processo natural e o suor - composto por água e sais minerais - ajuda a manter o equilíbrio do corpo quando a temperatura começa a subir.

Mas é possível contornar o problema, e ficar mais sequinho. A dermatologista Karina Mazzini recomenda mais banhos ao longo do dia, o uso de desodorantes com doses de antitranspirante, além de roupas claras e de algodão. "O produto não pode ser totalmente antitranspirante, porque pode bloquear totalmente o suor e causar doenças de pele, como furúnculo. A roupa também faz toda a diferença. Prefira tecidos leves e evite os sintéticos", orienta a médica.

Mas, afinal, qual é o melhor desodorante? Spray ou roll-on? De acordo com a especialista, os desodorantes roll-on são melhores porque contêm emulsão cremosa, que hidrata a axila. Só não exagere, pois os produtos em creme podem entupir os poros da pele.


Mau cheiro

Neste calor, também é preciso tomar cuidado com aquele cheirinho desagradável nas axilas. É importante lembrar que suor não é sinônimo de mau odor, um problema muito comum.

O dermatologista Alberto de Paula Nogueira, explica que o odor é mais intenso em quem possui pelos. Por isso é mais frequente no homem. "Quando começar o mau cheiro, a primeira medida é trocar de desodorante, com cloreto de alumínio na fórmula. Também receito antimicóticos em spray", explica o médico.

Para não suar em bicas

Use roupas de algodão, de tecidos mais leves e de cores claras, que ajudam a pele a respirar. Evite tecidos sintéticos

Prefira desodorantes roll-on ou spray. Os em creme podem obstruir os poros

Tome mais banhos ao longo do dia

Prefira desodorantes que sejam hidratantes e calmantes. Quem sofre com mau cheiro deve escolher desodorante com cloreto de alumínio na fórmula

Vale ficar de olho na embalagem de cada produto e identificar qual o benefício que ele oferece. Existem lançamentos no mercado que proporcionam resultados diferenciados, com maior tempo de proteção, ou resistência maior ao calor

Que tal experimentar uma receita caseira para evitar o odor nas axilas? Misture 10 ml de álcool com 40 ml de água e uma caixinha de bicabornato. Passe a mistura nas axilas. Tem efeito antitranspirante e antiodor.


Os tratamentos

Toxina botulínica. As injeções são aplicadas no consultório e o efeito dura de seis a oito meses. O valor, por aplicação, pode chegar a R$ 1,5 mil

Cirurgia. Um segmento do nervo é ressecado. O procedimento pode provocar excesso de suor em outras partes do corpo

Pílulas. Um estudo da USP mostrou que é possível controlar a hiperidrose com comprimidos. Entre 50% e 70% dos pacientes responderam bem ao uso da substância oxibutinina. Apesar da boa notícia, ainda é necessária a publicação de outros estudos que comprovem a eficácia do remédio



A Gazeta

sexta-feira, 21 de janeiro de 2011

Doença rara fez americana ser atacada pela própria mão

Karen Byrne sofreu por 18 anos com síndrome após cirurgia para tratar epilepsia que dividiu seus hemisférios cerebrais

foto: BBC
Síndrome da Mão Alheia faz com que as mãos
 atuem de forma aleatória
Imagine ser atacado por uma de suas próprias mãos, que tenta repetidamente estapear e socar você. Ou então entrar em uma loja e tentar virar à direita e perceber que uma de suas pernas decide que quer ir para a esquerda, fazendo-o andar em círculos. Essa realidade é bem conhecida da americana Karen Byrne, de 55 anos, que sofre de uma condição rara chamada Síndrome da Mão Alheia.

A síndrome de Byrne é fascinante, não somente por ser tão estranha, mas também por ajudar a explicar algo surpreendente sobre como nossos cérebros funcionam. O problema começou após ela passar por uma cirurgia, aos 27 anos, para controlar sua epilepsia, que havia dominado sua vida desde seus 10 anos de idade.

A cirurgia para curar a epilepsia normalmente envolve identificar e depois cortar um pequeno pedaço do cérebro no qual os sinais elétricos anormais se originam. Quando isso não funciona, ou quando a área danificada não pode ser identificada, os pacientes precisam passar por uma solução mais radical.

No caso de Byrne, seu cirurgião cortou seu corpo caloso, um feixe de fibras nervosas que mantém os dois hemisférios do cérebro em permanente contato.

Novo problema

O corte do corpo caloso curou a epilepsia de Byrne, mas a deixou com um problema totalmente diferente. Ela conta que inicialmente tudo parecia bem, mas que então os médicos começaram a notar um comportamento extremamente estranho.

"O médico me disse: 'Karen, o que você está fazendo? Sua mão está te despindo'. Até ele dizer isso eu não tinha percebido que minha mão esquerda estava abrindo os botões da minha camisa", diz. "Então eu comecei a abotoar a camisa novamente com a mão direita, mas assim que eu terminei, a mão esquerda começou a desabotoar de novo. Então o médico fez uma chamada de emergência para um outro médico e disse: 'Mike, você precisa vir aqui imediatamente, temos um problema'."

Karen Byrne havia saído da operação com uma mão esquerda que estava fora de controle. "Eu acendia um cigarro, colocava-o no cinzeiro e então minha mão esquerda jogava-o fora. Ela tirava coisas da minha bolsa sem que eu percebesse. Perdi muitas coisas até que eu percebesse o que estava acontecendo", diz.

Em alguns casos, a mão esquerda dela chegava a estapeá-la, sem controle. Ela conta que seu rosto chegava a ficar inchado com tantos golpes.

Luta de poder

O problema de Byrne foi provocado por uma luta por poder dentro de sua cabeça. Um cérebro normal é formado por dois hemisférios que se comunicam entre si por meio do corpo caloso.

O hemisfério esquerdo, que controla o braço e a perna direitos, tende a ser onde residem as habilidades linguísticas. O hemisfério direito, que controla o braço e a perna esquerdos, é mais responsável pela localização espacial e pelo reconhecimento de padrões.

Normalmente o hemisfério esquerdo, mais analítico, domina e tem a palavra final nas ações que desempenhamos. A descoberta do domínio hemisférico tem sua raiz nos anos 1940, quando os cirurgiões decidiram começar a tratar a epilepsia com o corte do corpo caloso.

Após a recuperação, os pacientes pareciam normais. Mas nos círculos psicológicos eles se tornaram lendas. Isso porque esses pacientes revelariam, com o tempo, algo que parece incrível - que as duas metades do nosso cérebro têm cada um uma espécie de consciência separada. Cada hemisfério é capaz de ter sua própria vontade independente.

Experiências

O homem que fez muitas das experiências que primeiro provaram essa tese foi o neurobiólogo Roger Sperry. Em um estudo particularmente notável, que ele filmou, é possível ver um dos pacientes com o cérebro dividido tentando resolver um quebra-cabeças.

O quebra-cabeças exigia o rearranjo de blocos para que eles correspondessem a padrões em uma imagem.

Primeiro o homem tentou resolver o quebra-cabeças com sua mão esquerda (controlada pelo hemisfério direito), com bastante sucesso. Então Sperry pediu ao paciente que usasse sua mão direita (controlada pelo hemisfério esquerdo). Essa mão claramente não tinha nenhuma ideia de como fazê-lo.

A mão esquerda então tentou ajudar, mas a mão direita parecia não querer ajuda, então elas terminaram brigando como se fossem duas crianças.

Experiências como essa levaram Sperry a concluir que 'cada hemisfério é um sistema de consciência isolado, percebendo, pensando, lembrando, raciocinando, querendo e se emocionando'.

Em 1981 Sperry recebeu um prêmio Nobel por seu trabalho. Mas em uma ironia cruel do destino, ele então já sofria com uma doença degenerativa do cérebro, chamada kuru, provavelmente contraída em seus primeiros anos de pesquisas com cérebros.

Medicação

A maioria das pessoas que tiveram seus corpos calosos cortados parecem normais posteriormente. Você poderia cruzar com eles na rua e não saberia que algo havia acontecido.

Karen Byrne teve azar. Após a operação, o lado direito de seu cérebro se recusava a ser dominado pelo lado esquerdo. Ela sofreu com a Síndrome da Mão Alheia por 18 anos, mas felizmente para ela seus médicos encontraram uma medicação que parece ter trazido o lado direito de seu cérebro de volta ao controle.

A história de Byrne foi contada no último programa da série da BBC "The Brain" (O Cérebro), que foi ao ar na Grã-Bretanha na quinta-feira.

BBC Brasil