sábado, 21 de agosto de 2010

Colatina. Dos Índios Botocudos ao status de cidade "Princesa do Norte" Capixaba

Estrategicamente localizada no centro do Estado, Colatina é a maior cidade da região Norte. Situada às margens do Rio Doce, um rio de grande porte, com vazão de 700 m3/s, e à 127 Km de Vitória, passam por Colatina a Estrada de Ferro Vitória a Minas, a BR 259 e a Estadual 080 (Rodovia do Café).

Com apenas 50 Km de distância chega-se à BR 101, que corta o País de norte a sul. A BR 262, que adentra a região central brasileira, fica a 130 Km. A distância do município a Governador Valadares é de 239 Km.

De Belo Horizonte são 588 Km, de São Paulo são 1.050 Km, do Rio de Janeiro, 640 Km, e até Salvador são 1.110 Km de distância.
Essa localização privilegiada coloca Colatina numa posição estratégica para o escoamento de diversos produtos de vários pontos do País e para o exterior.
Colatina. Autor Joel Rogerio




Colatina. Foto de Joel Rogerio


Por do Sol em Colatina. Um dos mais belos do mundo

Colatina. Autor Joel Rogerio




A Famosa ponte de Colatina

Ponte Florentino Avidos (Fonte da Imagem:  Site da Prefeitura Municipal)

Foi inaugurada em 1928 e com ela ocorreu a efetiva colonização da Região Norte do Estado. Foi implantada para a construção da Estrada de Ferro Norte do Rio Doce, de Colatina a São Mateus, que não foi concluída. O nome é em homenagem ao governador do Estado da época (1924-1928), Florentino Avidos.

 (Fonte da Imagem:  Site da Prefeitura Municipal)



Os botocudos foram os primeiros habitantes da região
Os índios Botocudos dominavam a extensa área de floresta do Rio Doce até São Mateus, no Norte do Estado, além de uma parte de Minas Gerais. Viviam em guerra com todas as tribos vizinhas, inclusive com as da região de São Mateus. Após três séculos da primeira entrada no rio Doce, ocorrida por volta de 1572, sob a chefia de Sebastião Fernan-des Tourinho, rumo a Minas Gerais, ainda os Botocudos dominavam a região.
botocudos 1909 - fotos de Walter Garbe


A denominação Botocudos foi dada pelos brancos aos índios de algumas tribos que usavam o característico batoque ou botoque no lábio inferior ou nos lóbulos das orelhas. O batoque era uma rodela de madeira branca, medindo até 12 centímetros de diâmetro, que depois de seca ao fogo, era introduzida no lábio inferior e nos lóbulos das orelhas. Já por volta de sete a oito anos de idade, o pequeno índio começa a usar o batoque, que ia sendo trocado conforme ia crescendo.

Eles começaram a desaparecer a partir de 1921, com o rápido desenvolvimento de Colatina e a sua emancipação política do município de Linhares, ao qual pertencia, e a onda de povoamento da Região Norte, a partir da construção da Ponte Florentino Avidos, em 1928.


Bairro São Silvano - Francilvânia - França Leite
O Dr. Nicolau deu o nome de Franscilvânia à sua colônia.

A Sociedade contra o Tráfico de escravos era parte do emancipacionismo dos negros. Contribuiu na proposição da Lei do Ventre Livre, ainda se fixaria no mesmo conjunto de idéias. O programa da Sociedade, o Sistema de medidas adotáveis para a progressiva e total extinção do tráfico e da escravatura no Brasil, seria encaminhado para o governo imperial em 1852, assinado, entre outros, pelo seu presidente Nicolau Rodrigues França e Leite, pelo vice Caetano Alberto Soares, e pelo secretário, o próprio Burlamarque.15 A libertação do ventre da escrava estaria em um dos itens defendidos pelos sócios para o fim gradual da escravidão, tema controverso e que então seria vetado no parlamento. O projeto do deputado Silva Guimarães, que em 1850 e 1852 levantara a questão na Câmara, sequer seria julgado para debate por ser considerado "inconvenientíssima", na frase de João Maurício Wanderley.

O presidente da Sociedade, Nicolau Rodrigues França e Leite, havia sido deputado pela Paraíba pelo partido liberal, e, segundo Leslie Bethell, foi o único parlamentar que, durante os debates que discutiram a decisão britânica de penetrar nos mares brasileiros para a caça de navios negreiros em 1845, colocou-se a favor dos ingleses, argumentando que a causa da interrupção do tráfico a justificava. França e Leite era um fervoroso antiescravista , não obstante isso não o impedisse de possuir certo número de escravos em sua propriedade na Corte. Como alguns outros membros da Sociedade contra o Tráfico, envolvera-se com projetos de colonização, vindo a fundar uma colônia de imigrantes europeus na região do vale do rio Doce, no Espírito Santo, e na qual estava proibida a utilização do trabalho escravo. Na região ainda se encontravam muitos índios — os ditos "Botocudos" — ainda não assimilados e que resistiam ao processo de ocupação de suas terras, e a colônia de Francilvânia não obteve o sucesso que imaginara. Alguns dos colonos — além de um dos filhos de Nicolau — foram mortos e muitos fugiram, fazendo que França e Leite acabasse por rescindir o contrato com o governo, para a continuação do projeto, em 1859. (Fonte: Revista Brasileira de História)

Colatina - Cronologia 

1501 - Descoberta do Rio Doce a 13 de dezembro por uma expedição comandada por André Gonçalves, recebendo o nome de Barra ou Rio Santa Luzia, dedicado a esta santa.
1572 - O Rio Doce começou a ser utilizado para a penetração no interior, por Sebastião Fernandes Tourinho, que encontrou água doce a 6 milhas do mar, o que determinou a mudança do nome do rio. Na expedição a marca foi fundação de cidades.
1574 - Antonio Dias Adorno avança pela região caçando índios e encontra riquezas minerais.
1798 - Foi criado um posto militar e fiscal e um presídio em Contins.
1800 - Toma posse o novo governador da Capitania, Antonio Pires da Silva Pontes, que iniciou a abertura de uma estrada após ter notícia da descoberta de minas de ouro na região. O presídio de Contins é arrasado pelos botocudos e com sua reconstrução recebe o nome de Linhares. Surge a primeira propriedade agrícola.
1827 - É concedida ao Conde de Linhares uma extensa área de terras. Começa definitivamente a colonização, o ciclo da produção agrícola e chegam os primeiros habitantes.
1833 - Linhares é elevada à categoria de vila em 02 de abril.
1857 - Nicolau Rodrigues dos Santos França Leite demarca uma área dividindo-a em lotes. Esta colônia recebe o nome de Franscilvânia que dá origem ao bairro São Silvano.
1888 - Chegam no vapor Adria os primeiros colonizadores italianos a Colatina. Constrói-se um barracão que recebe o nome de Santa Maria, em Colatina Velha. Logo em seguida, chegam os imigrantes alemães, suíços, poloneses e italianos.
1892 - Início da construção das primeiras casas em Colatina, próximo ao colégio Conde de Linhares.
1906 - Em 20 de dezembro é inaugurada a primeira estação ferroviária de Colatina, na Praça Municipal.
1907 - Alexandre Calmon lidera um movimento e consegue trazer para a Vila de Colatina a sede da comarca do município. Pela Lei 471 de 22 de outubro de 1907, a vila de Colatina é oficialmente institucionalizada como a sede do município de Linhares.

1916 - Colatina torna-se a capital do estado, através da rebelião conhecida como a Revolta de Xandoca, a 29 de junho.
1921 - Colatina é elevada à categoria de município através da Lei 1307 de 30 de Dezembro, com o território que pertencia a Linhares, São Gabriel da Palha, Baixo Guandú, Marilândia e São Domingos.
1926 - Início da construção da Ponte Florentino Avidos sobre o Rio Doce com mil metros inaugurada em 1928. Conta atualmente com 800 metros por ter sido retirada duas logarinas de aço que estavam no centro da cidade. Tecnologia de construção alemã, inglesa e belga.
1935 - Colatina perde a área de Mascarenhas e Baixo Guandú.
1945 - Através da Lei 15117, desligam-se os distritos de Linhares e Regência.
1963 - Desligam-se pela Lei 1837 os distritos de Pancas e São Gabriel.
1975 - São iniciadas as obras de retirada dos trilhos da linha férrea do centro da cidade de Colatina, atual Avenida Getúlio Vargas.
1979 - Colatina vive momentos dramáticos com a ocorrência da grande cheia do Rio Doce e Santa Maria que inundou todo o centro da cidade.
1980 - Emancipa-se o distrito de Marilândia, após movimento feito pela própria cidade. Lei 3345 de 14 de maio.
1988 - Emancipa-se o município de São Domingos do Norte.
1990 - Em 15 de julho, instala-se a Diocese de Colatina. A Igreja Matriz passa a Catedral do Sagrado Coração de Jesus.

A fundação do município de Colatina data de 1833. As primeiras povoações foram no Arraial da Barra do Santa Maria, hoje bairro Colatina Velha, onde surgiu a área urbana, Mutum de Boapaba e ainda Barracão de Baunilha. Os imigrantes eram italianos em sua maioria.

O Vale do Rio Doce era, antigamente, um intenso e verdejante território, cobiçado e misterioso por suas riquezas ainda inexploradas que constituíam uma fonte de ambição, onde o aventureiro arriscaria a própria vida para conquistá-lo. Um dia, um capitão de milícias, Antônio Pires da Silva Fontes Leme, tentou a abertura de uma estrada até Minas Gerais, tendo como ponto de partida à sede da capitania do Espírito Santo. É claro que para a realização de tal empreendimento, deveria ser feito um completo levantamento da bacia do rio Doce. Houve a iniciativa, mas Pires não conseguiu concluir as obras almejadas. Em 1857, Nicolau Rodrigues dos Santos França Leite fundou a Franscilvânia nas terras contíguas aos rios Pancas e São João. A expedição, contudo, não logrou alcançar Colatina. Mas estava lançada a semente no terreno da colonização do solo colatinense justamente do lado norte, próximo do bairro São Silvano, que se chamava Franscilvânia. De acordo com dados históricos levantados pela revista "Nossa", o norte do rio Doce em Colatina teve a sua primeira tentativa de colonização organizada em 1857, quando o engenheiro Nicolau Rodrigues dos Santos França Leite demarcou uma área bastante extensa, com cerca de 30 km pela margem esquerda do rio, que ficava entre as barras do rio Pancas e São João. Ele pretendia localizar nos vários lotes divididos os colonos estrangeiros já que possuía uma autorização do Governo Imperial para trazer até 2 mil imigrantes, destacando-se entre eles os italianos e alemães. O Dr. Nicolau deu o nome de Franscilvânia à sua colônia. Em junho de 1857 ele navegou pelo rio Doce em um navio que transportava 1.000 arrobas de carga e 46 colonos, entre portugueses, franceses e alemães. Era um barco à vela de 38 toneladas que tinha como destino a região de Franscilvânia. Como os lotes já estavam demarcados, os colonos foram assentados sem problemas de divisão de terras. Mas um fato veio atrapalhar o sonho dos colonos de se tornarem grandes produtores rurais: a hostilidade dos índios. Com isso, a colônia não chegou a durar nem três anos, uma vez que os índios assaltaram as novas propriedades, massacrando muitas famílias de colonos. Este fato abalou a opinião de outros imigrantes, que se desencantaram com a possibilidade de ocupar a região até então inóspita. Isso retardou por muitos anos o povoamento definitivo do norte do rio Doce. As febres existentes na região também influíram negativamente contra a povoação da área. Com isso, as florestas da região continuaram praticamente despovoadas por cerca de 30 anos. Pelo que se conseguiu deduzir, apenas uma picada no meio da mata, pela margem do rio Pancas, ligava o aldeamento dos índios a antiga Frâncilvania. Uma outra picada fazia a ligação entre o mesmo aldeamento e o Porto do Souza, margeando o rio Mutum. Presume-se que os moradores do sul do rio Doce sempre faziam pequenas investidas na parte norte, na tentativa de se apossarem de terras inabitadas. Foram abertas assim, algumas clareiras à margem do rio Doce, tendo início à ocupação do norte pelos colonizadores.

Desta forma, o número de pioneiros foi aumentando, avançando para o norte, margeando os rios e córregos. Até 1925, o norte do rio doce era praticamente um grande sertão. Em 1928, a ponte Florentino Avidos foi concluída, com 750 metros de comprimento, e após a desistência da idéia da construção da estrada de ferro que ligava Colatina à São Mateus, ficou sendo importante via de acesso de pedestres e veículos para São Silvano e redondezas. A partir daí, a produção de várias culturas começou a se desenvolver; produção essa que era escoada para outras regiões através da cidade de Colatina (centro), que centralizava todas as atividades comerciais da região. Com a travessia fácil para o norte, a extração de madeira começou a se intensificar, mais tarde, a produção de café também contribuíra para mais uma etapa de desmatamento da região. Sendo assim, as derrubadas foram aumentando sucessivamente, com os madeireiros avançando sempre mais para o norte, abrindo picadas e estradas rumo a São Domingos e Águia Branca. Um outro grupo de pioneiros se dirigiu também para o Córrego da Liberdade, Governador Lindenberg e Marilândia. Esse desbravamento foi feito por italianos que, em grandes números, fixaram residência no interior, enquanto que outros se fixaram na região que hoje é o bairro de São Silvano. Em 1938 terminou a crise cafeeira que existiu naquela década e novos pioneiros se dirigiram para o norte, em busca der extensas áreas favoráveis ao plantio de café. A Companhia Territorial S/A contribuiu muito para a ocupação da área, com demarcação, loteamento e venda das terras nos seus 10 anos de funcionamento em Colatina, a partir de 1923. A Companhia Territorial S/A foi muito importante para a ocupação do norte colatinense, sendo que, no final de 1932, havia 1.368 famílias, perfazendo 7.940 pessoas, nos lotes que ela vendera. Eram, em sua maioria brasileiros; contudo, também ocuparam a região grande número de imigrantes italianos, alemães, portugueses, espanhóis poloneses, sírios e russos. Na verdade a Companhia S/A foi responsável por cerca de 10 mil assentamentos. Na época da expansão dessas terras, o norte do rio doce, em Colatina, compreendia os municípios de Baixo Guandu, Pancas, São Gabriel da Palha e Linhares. A partir daí é que a região começou, gradativamente, a se desenvolver, transformando-se na progressista terra que abriga hoje os bairros de São Silvano, Córrego do Ouro, Maria das Graças e Honório Fraga, entre outros. (guiadecachoeiras.com.br)

Veja mais fotos de Colatina no www.skyscrapercity.com





Colatina é declarada Capital do Polo de Confecções no Espírito Santo
Existem cerca de 520 empresas instaladas no polo, e destas, 78% são micros, 19% pequenas e 3% grandes

foto: Divulgação/ Seastdh
O Polo de Confecções de Colatina e Região é
o maior do Estado e um dos maiores do Brasil
 
Colatina ganhou o título oficial de Capital do Polo de Confecções no Espírito Santo. A Lei 9.786 foi assinada pelo governador Renato Casagrande e publicada nesta sexta-feira (20 de janeiro de 2012), no Diário Oficial do Estado. O setor, de acordo com o governo, é muito importante para o desenvolvimento do município, produzindo mais de dois milhões de peças/mês.

Turismo de Negócios

O Polo de Confecções de Colatina e Região é o maior do Estado e um dos maiores do Brasil. A cidade é uma das maiores potencialidades econômicas da Região Noroeste do Estado. Existem cerca de 520 empresas instaladas no polo, e destas, 78% são micros, 19% pequenas e 3% grandes. Juntas, elas geram mais de 11 mil empregos. O município destaca-se também pela boa infraestrutura para receber o turista, com bons hotéis, serviços de táxi e uma e variada gastronomia.

"Dar o título de Capital do Polo de Confecções do Estado a Colatina fortalece o potencial de desenvolvimento do turismo de negócios na cidade. Com certeza, essa ação do governador reafirma a importância do setor para a economia da cidade", frisa o secretário de Estado do Turismo, Alexandre Passos.

Atacado

O Shopping Atacadista Moda Brasil é o primeiro do Espírito Santo, com mais de 70 lojas das melhores marcas do Estado e toda infraestrutura para atendimento ao lojista. Com restaurantes, sala de descanso, serviços bancários, estacionamento, salas de treinamento e muito mais, o shopping tem como público alvo lojistas do setor de moda de todo o Espírito Santo, Sul da Bahia, Leste de Minas e Norte fluminense.

As informações são do governo do Estado

gazeta online


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