"A endometriose é uma doença em que focos da menstruação vão para fora do útero. O principal sintoma é a dor no período menstrual, chamada dismenorreia. A cada mês, essa dor é maior", ressalta o ginecologista Carlos Moschen. De acordo com o especialista, quando a dor torna a pessoa incapaz por um período de pelo menos três dias, é hora de procurar ajuda. "A mulher pode ter essa dor desde da adolescência até a menopausa", afirma.
O diagnóstico é feito através de exames laboratoriais: sangue, ultrassom e, em algumas situações, ressonância magnética. O tratamento básico é fazer com que a mulher pare de menstruar. "Há o tratamento medicamentoso - que pode ser usado pílula anticoncepcional ou um bloqueador dos hormônios femininos. Também pode ser feito uma cirurgia de videolaparoscopia - opera e retira os focos de endometriose", explica.
Parar de menstruar ainda é um tema que gera dúvidas. Mas, segundo o ginecologista, o ato não traz problemas. "O organismo está preparado para uma provável gravidez. Como ela não existe, ele precisa eliminar o tecido preparado para a gravidez, o sangue menstrual. As mulheres não precisam se preocupar para onde vai esse sangue e não há intoxicação para o corpo dela. E ainda tem um lado positivo: sem muita perda, evita a anemia", destaca.
Causas
A endometriose pode ter causas hormonais, genéticas e de fator externo. "A poluição do ar altera uma célula chamada linfócito T, que causa uma deficiência na absorção do sangue menstrual caído no interior da cavidade abdominal no período".
Infertilidade
A endometriose cola um órgão no outro, formando nódulos dolorosos, que podem causar obstrução de trompas e alteração de ovário. Por isso, a doença causa infertilidade. Quanto antes o diagnóstico for feito, melhor será a qualidade de vida dessas mulheres.
Vídeo explica detalhadamente como a doença age no organismo
Doença da mulher moderna
As magras, ansiosas e que ingerem bebida alcoólica são as que mais sofrem com a endometriose
Demora em engravidar, ansiedade, ingestão de bebida alcoólica e magreza. Essas são algumas das características das mulheres que costumam sofrer de endometriose. A doença ocorre quando o endométrio - tecido que reveste a cavidade uterina - se implanta fora do útero, causando dor, sangramento e até infertilidade. Por causa desse "perfil" de mulheres, a endometriose tem sido chamada de "doença da mulher moderna".
O assunto foi um dos temas discutidos durante o 18º Congresso Espírito-Santense de Ginecologia e Obstetrícia, realizado entre sábado e hoje, no Centro de Convenções de Vitória. Descrito há mais de cem anos, esse mal atinge cerca de 15% das mulheres e tem como sintomas da doença dor pélvica intensa, principalmente no período menstrual; dor durante as relações sexuais e até perda de sangue na urina e fezes.
Mas pode ser que a paciente não desenvolva nenhum sintoma e acabe tendo o diagnóstico somente quando tem dificuldade para engravidar.
"A incidência é maior entre as mulheres de 30 a 38 anos e as que têm um ciclo menstrual muito curto - e por isso sangram mais", acrescenta o médico especialista em reprodução humana Jules White.
O presidente da Associação de Ginecologia e Obstetras do Espírito Santo (Sogoes), Alberto Sobral, alerta as mulheres para que, durante o exame de rotina com o ginecologista, detalhe bem tudo o que está sentindo de diferente no seu corpo.
"A endometriose tem tratamento, que pode ser feito à base de remédios ou com cirurgia. Mas há várias formas da doença. Por isso é preciso atenção no momento da consulta para que a paciente seja encaminhada a fazer exames para diagnosticar qual é o tipo e decidir o melhor tratamento", explica.
Programa para ajudar casais a engravidarem
Aproximadamente 70% das mulheres que têm endometriose precisam de tratamento para conseguir engravidar. Para ajudar os casais que precisam fazer tratamento de fertilização e não têm recursos, foi criado o Programa Acesso, que dá 50% de desconto na medicação e 10% de desconto na assistência médica do paciente. Quem tiver interesse deve se cadastrar no site www.queroterumfilho.com.br ou pelo telefone 0800-113321. Depois do cadastro, a capacidade econômica do casal é avaliada. No caso da inclusão, o paciente é encaminhado a uma clínica cadastrada. O Acesso conta com o apoio de 99 clínicas em 34 cidades brasileiras.
A GAZETA
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