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domingo, 10 de março de 2013

Aids: veneno de abelha matam HIV

Nanopartículas carregadas com veneno de abelha matam HIV
Descoberta é um passo importante para o desenvolvimento de um gel vaginal que pode prevenir a propagação do vírus causador da Aids

Além de uso como gel genital, pesquisadores esperam que a terapia com metilina possa ser aplicada em pacientes soropositivos

MISSOURI - Pesquisadores da Universidade de Washington em St. Louis descobriram que nanopartículas carregando uma toxina encontrada no veneno de abelha podem destruir o vírus da imunodeficiência humana (HIV), deixando as células vizinhas ilesas. A descoberta é um passo importante para o desenvolvimento de um gel vaginal que pode prevenir a propagação do vírus causador da Aids.

“Nossa esperança é que em lugares onde o HIV está muito presente, as pessoas poderiam usar este gel como medida preventiva para impedir a infecção inicial”, afirmou o pesquisador Joshua L. Hood.


A toxina “milagrosa” é chamada de melitina — ela é capaz de danificar o envelope de proteção que cerca o HIV e outros vírus. Normalmente, a melitina pode ser danosa ao organismo mas, ao serem inseridas em nanopartículas, elas não são capazes de danificar células normais. Quando as nanopartículas entram em contato com as células saudáveis, que são bem maiores do que o vírus, a liberação da toxina não é ativada. Já o HIV fica preso na nanopartícula quando há o contato, recebendo a melitina. Segundo os cientistas, o vírus da aids também não pode se adaptar ao ataque, se tornando resistente a ele.

“A melitina nas nanopartículas se funde com o envelope viral. A melitina forma pequenos complexos de poros e rompe o envelope, retirando o vírus”, explica Hood.

Além do gel genital, pesquisadores esperam que a terapia com metilina possa ser aplicada em pacientes soropositivos, especialmente os mais resistentes a remédios. As nanopartículas seriam injetadas através de uma injeção no sangue e, em teoria, seriam capazes de “limpar” a infecção viajando pela corrente sanguínea.

Por enquanto os testes foram feitos em células cultivadas em laboratório. No entanto, segundo os cientistas, as nanopartículas podem ser produzidas em maior número para serem usadas em testes clínicos. De acordo com os pesquisadores, como a melitina ataca as membranas de camada dupla de maneira indiscriminada, este conceito não está limitado ao HIV. Muitos vírus, como hepatite B e C, contam com o mesmo tipo de envelope protetor e seriam vulneráveis às nanopartículas. [oglobo.globo.com]



Abelhas podem ter o poder de destruir o HIV

Fale sobre abelhas assassinas. Pesquisadores da Universidade de Washington School of Medicine, em St. Louis, descobriram que as nanopartículas que transportam melitina, uma toxina potente encontrada no veneno de abelhas, pode destruir o HIV sem prejudicar nenhuma das células vizinhas. A melitina funciona "cutucam buracos no envelope protetor que cerca vírus HIV e outros." Os cientistas esperam que estes resultados possam ser usados ​​para desenvolver um gel vaginal que possa ser utilizado para prevenir a propagação do HIV durante o coito ou permitiria casais com um parceiro seropositivo conceber com segurança uma criança. "Estamos atacando uma propriedade inerente física do HIV", disse o Dr. Joshua L. Hood. "Teoricamente, não há nenhuma maneira para que o vírus se adaptar a isso." [ Fonte ]

segunda-feira, 4 de março de 2013

'Cura funcional' de bebê com HIV é anunciada

Cientistas dos EUA anunciam 'cura funcional' de criança com HIV
Eles dizem que é o 1° caso do tipo; bebê foi tratado logo após nascer. 
Vírus não foi erradicado, mas ficou indetectável nos exames comuns.

Pesquisadores dos Estados Unidos apresentaram neste domingo (3) o que, segundo eles, é o primeiro caso documentado de “cura funcional” de uma criança infectada pelo HIV.

A cura funcional ocorre quando a presença do vírus é tão mínima que ele se mantém indetectável pelos testes clínicos padrões e discernível apenas por métodos ultrassensíveis.

Ela é diferente da cura “por esterilização” (que pressupõe uma erradicação completa de todos os traços virais do corpo), mas significa que o paciente pode se manter saudável sem precisar tomar remédios por toda a vida.

A virologista Deborah Persaud, coordenadora do estudo. (Foto: AP Photo/Johns Hopkins Medicine)
O estudo foi realizado por cientistas do Centro da Criança Johns Hopkins, da Universidade do Mississippi e da Universidade de Massachusetts, e apresentado em um congresso médico em Atlanta.

A descoberta, segundo eles, pode ajudar a abrir caminho para eliminar a infecção pelo vírus em outras crianças.

Tratamento precoce
O bebê acompanhado pela pesquisa nasceu de uma mãe infectada pelo HIV. Ele começou a receber um tratamento com antirretrovirais, os remédios usados contra esse problema, 30 horas após o nascimento.

O procedimento usado pelos médicos foi diferente do que é aplicado atualmente nesse tipo de caso. Normalmente, recém-nascidos de alto risco -- filhos de mães com infecções pouco controladas ou que descobrem o HIV na hora do parto – recebem os antirretrovirais apenas em doses profiláticas até as seis semanas de vida. As doses terapêuticas só começam se e quando a infecção é diagnosticada.

No caso da criança do estudo, que foi tratada a partir das primeiras 30 horas de vida, exames mostraram a diminuição progressiva da presença viral no sangue, até que atingiu níveis indetectáveis 29 dias após o nascimento.

O tratamento continuou até os 18 meses de idade. Dez meses depois de parar de tomar os remédios, a criança passou por repetidos exames. Nenhum deles detectou a presença de HIV no sangue.
Exames que detectam anticorpos específicos do HIV, que são a indicação clínica da infecção pelo vírus, também tiveram resultado negativo.

Mecanismo
Para a virologista Deborah Persaud, coordenadora da pesquisa, a rápida administração do tratamento provavelmente levou a criança à cura porque deteve a formação de reservatórios difíceis de serem tratados – células inativas responsáveis por reiniciar a infecção na maioria dos pacientes com HIV, semanas depois de parar o tratamento.

Segundo os pesquisadores, este caso particular pode mudar o tratamento padrão de recém-nascidos de alto risco. No entanto, eles recomendam cautela e dizem que não têm dados suficientes para recomendar mudanças imediatas, antes que outros estudos sejam feitos.

Eles afirmam que um único caso de cura por esterilização foi reportado até hoje, com um homem HIV positivo tratado com um transplante de medula óssea para leucemia. A medula veio de um doador com uma rara característica genética que deixa algumas pessoas resistentes ao HIV, e o benefício foi transferido para o receptor. Esse complexo tratamento, no entanto, não é factível de ser aplicado nos 33 milhões de pessoas ao redor do mundo infectadas pelo HIV.

Os pesquisadores também afirmam que, apesar da esperança que esse novo estudo pode trazer a recém-nascidos infectados, a prevenção da transmissão do vírus de mãe para filho deve continuar a abordagem principal.

Globo.com

segunda-feira, 4 de junho de 2012

Vírus da Aids (HIV) começou a se espalhar entre humanos há mais de 100 anos


HIV é centenário

Agência FAPESP – Um estudo feito por um grupo internacional de pesquisadores indicou que a forma mais comum do vírus HIV começou a se espalhar entre humanos no período entre 1884 e 1924, e não durante a década de 1930, como havia sido relatado em estudos anteriores.


A origem mais antiga do vírus coincide com o estabelecimento de centros urbanos na África ocidental e central, região onde emergiu a epidemia desse tipo específico – o HIV-1 grupo M –, sugerindo que a urbanização e os comportamentos de alto risco a ela associados favoreceram a pandemia de HIV-Aids. A pesquisa foi publicada na edição desta quinta-feira (2/10) da revista Nature.


O estudo, coordenado por Michael Worobey, da Universidade do Arizona, nos Estados Unidos, foi financiado pelo Instituto Nacional de Alergia e Doenças Infecciosas (Niaid, na sigla em inglês), parte dos Institutos Nacionais de Saúde dos Estados Unidos.


Para chegar aos resultados, a equipe de cientistas de quatro continentes rastreou amostras de tecidos múltiplos e descobriu a segunda seqüência genética mais antiga do mundo do HIV-1 grupo M, que data de 1960. Os cientistas a utilizaram então, juntamente com dezenas de outras seqüências de HIV-1 previamente conhecidas, para construir árvores genealógicas plausíveis para esse subtipo viral.


Os comprimentos dos ramos da árvore representavam os períodos de tempo em que os vírus divergiram geneticamente de seus ancestrais. A duração e o número dessas mutações genéticas permitiram que os cientistas calibrassem os prováveis intervalos de taxas em que as árvores genealógicas cresceram – o que corresponde provavelmente às taxas de evolução do HIV-1 grupo M.
Com base nessas taxas, os cientistas projetaram retroativamente o período em que as árvores genealógicas provavelmente estavam em suas raízes: por volta da virada do século 20. Isso marca a provável data de origem do HIV-1 grupo M, segundo eles.


Utilizando novas técnicas, os cientistas recuperaram os fragmentos do gene de HIV de 1960 a partir de uma biópsia de tecido de nódulo linfático de uma mulher de Kinshasa, na República Democrática do Congo. A seqüência genética mais antiga conhecida do HIV-1 grupo M, de 1959, foi retirada de uma amostra de sangue de um homem também de Kinshasa.


A comparação entre a mesma região genética dos vírus de 1959 e 1960 forneceu evidências adicionais de que seu ancestral comum existia em 1900. A análise revelou que o grau de divergência genética entre essas duas seqüências de HIV levou mais de 40 anos para evoluir.


De acordo com Worobey, o grupo conseguiu comparar, pela primeira vez, duas estirpes relativamente antigas de HIV. “Isso nos ajudou a calibrar a velocidade com que o vírus evoluiu e possibilitou algumas inferências robustas sobre quando ele passou para os humanos, com que velocidade a epidemia cresceu a partir daquela época e quais fatores permitiram que o vírus se tornasse um patógeno humano de sucesso”, afirmou.


As pesquisas mostram que o HIV passou dos chimpanzés para humanos no sudeste dos Camarões. Worobey afirma que, a partir daí, a epidemia entre seres humanos esteve sempre correlacionada ao crescimento de centros urbanos nessa área, especialmente no Congo, na República Democrática do Congo, na República Centro Africana, no Gabão e na Guiné Equatorial.


Por volta de 1960, um grande número de pessoas nessa região foi infectada com o HIV, o que se refletiu na considerável diversidade genética do vírus. “A partir daí, a epidemia se espalhou para diferentes partes do mundo. Em 1981, as pessoas começaram a perceber que algo preocupante estava acontecendo”, disse Worobey.


O artigo Direct evidence of extensive diversity of HIV-1 in Kinshasa by 1960, de Michael Worobey e outros, pode ser lido por assinantes da Nature em www.nature.com.


Fonte: AGÊNCIA FAPESP

quarta-feira, 7 de março de 2012

Gel contra HIV se mostra seguro


Gel contra HIV se mostra seguro
O produto que está sendo testado é uma versão do gel vaginal com menos glicerina


Um gel contra o HIV feito para ser usado no reto foi considerado seguro e aceitável após uma primeira fase de testes. O produto ainda precisa passar por outras duas fases de testes mais abrangentes antes de ser lançado no mercado.

O tenofovir é um antirretroviral, que já é usado contra a Aids na forma de comprimidos ou de gel vaginal. O microbicida, como é chamado o gel usado com essa finalidade, é uma das abordagens da medicina para reduzir a transmissão do HIV pelo sexo.

O produto que está sendo testado é uma versão do gel vaginal com menos glicerina, o que o deixa mais adaptado para o reto. Sem proteção, o risco de transmissão do HIV pelo sexo anal é até 20 vezes maior que pelo sexo vaginal.

O estudo foi feito com 65 homens e mulheres em três pontos diferentes dos EUA. Alguns usaram o gel e outros usaram outros produtos, como base de comparação. Apenas 18% dos participantes apresentaram efeitos colaterais significativos, e 87% dos que usaram o produto disseram que voltariam a utilizá-lo no futuro.(G1)

quinta-feira, 1 de dezembro de 2011

Para 20% dos paulistanos, só gays e prostitutas pegam Aids


Homossexuais e prostitutas são os únicos com risco de contrair o vírus HIV, segundo 19,2% da população da cidade de São Paulo.

O dado é de uma pesquisa feita com 2.002 pessoas, encomendada pelo Programa Municipal de DST/Aids de São Paulo à agência Case.


"Isso mostra que as pessoas acham que não são vulneráveis ao vírus. É importante continuar investindo na ideia de que não há grupo de risco", afirma Celso Monteiro, coordenador do programa.

Joel Silva/Folhapress
Símbolo de prevenção contra a Aids é colocada no Edifício Itália, na região central de São Paulo

A mesma pesquisa mostra que 11% dos entrevistado sempre têm resistência a usar camisinha e 14%, às vezes.

"É preciso associar o uso do preservativo ao autocuidado, e não só à prevenção contra uma doença."

Um outro estudo feito com cerca de 1.500 usuários da rede municipal de assistência a portadores de HIV mostra que 9% dos soropositivos levaram mais de seis meses para buscar tratamento após receber o resultado do teste.


O receio de tomar as drogas antirretrovirais foi o motivo mais citado para a demora. "Eles têm medo dos efeitos colaterais e de ter de tomar remédio várias vezes ao dia", afirma a infectologista Zarifa Khoury, coordenadora de assistência do Programa de DST/Aids de São Paulo e autora do estudo.

O efeito mais temido pelos pacientes foi a lipodistrofia, que causa acúmulo de gordura em costas, seios e abdome. "É um problema estético, mas indica o medo da estigmatização, de que as pessoas percebam que eles têm Aids."

O problema pode ser contornado com exercícios. Para Khoury, as campanhas anti-HIV precisam esclarecer o público sobre o tratamento.


Folha

segunda-feira, 21 de novembro de 2011

Aids: cai número de infecções e mortes


Aids: cai número de infecções e mortes
Relatório divulgado pelas Nações Unidas mostra que o número de soropositivos caiu 21% desde 1971

 Um relatório divulgado nesta segunda-feira (21) pela Unaids, braço das Nações Unidas que reúne estatísticas sobre a Aids, mostra que o número de novas infecções pelo vírus HIV caiu 21% desde 1997 e o de mortes relacionadas à Aids diminuiu 21% desde 2005. O relatório revela que, em 2010, 34 milhões de pessoas no mundo viviam com o vírus HIV. No ano passado, foram 2,7 milhões de novas infecções e 1,8 milhão de óbitos por conta de complicações ligadas à Aids.
Para Michael Sidibé, diretor executivo da Unaids, mesmo com a crise financeira mundial, o combate à doença não sofreu grandes consequências. Segundo a agência, o acesso a tratamento poupou 2,5 milhões de vidas desde 1995. O número recorde, segundo a agência, se deve ao prolongamento cada vez maior da vida de pessoas contaminadas, graças aos avanços nas terapias contra doença.


Para Michael Sidibé, diretor executivo da Unaids, mesmo com a crise financeira mundial, o combate à doença não sofreu grandes consequências. Segundo a agência, o acesso a tratamento poupou 2,5 milhões de vidas desde 1995. O número recorde, segundo a agência, se deve ao prolongamento cada vez maior da vida de pessoas contaminadas, graças aos avanços nas terapias contra doença.

Pessoas que vivem com HIV estão vivendo mais e mortes relacionadas à Aids estão diminuindo devido aos efeitos da terapia anti-retroviral. Segundo o relatório, desde 2005, óbitos relacionados à aids diminuiu de 2,2 milhões para 1,8 milhões, em 2010. Cerca de 2,5 milhões de mortes foram evitadas em países de baixa e média renda, devido ao maior acesso ao tratamento de HIV desde 1995.

No Brasil, dados atualizados sobre infecções e mortes serão divulgados pelo Ministério da Saúde no dia 1º de dezembro, dia mundial de luta contra a doença. A Unaids destacou o papel do país ao atender pacientes "mais vulneráveis e marginalizados”.

Na América Latina, os números da epidemia continuam estáveis, de acordo com a Unaids, com uma média de 100 mil novos casos de infecção a cada ano desde 2001. As mulheres são um terço das pessoas infectadas até 2010.

KC
REDAÇÃO ÉPOCA, COM AGÊNCIAS

quinta-feira, 28 de julho de 2011

Aids: cura está próxima, afirmam cientistas

Cura da Aids está mais próxima, dizem cientistas
Depois de mais de duas décadas de pesquisas, o HIV, causador da Aids, já é o vírus sobre o qual há mais conhecimento acumulado

São Paulo — O HIV é o vírus mais conhecido pela ciência, como resultado de grandes investimentos em pesquisa nas últimas décadas. Os inúmeros avanços conquistados modificaram muito, para melhor, a realidade dos portadores do vírus. Mas ainda há um longo caminho pela frente para que se possa controlar a epidemia de HIV-Aids.

A conclusão é de Esper Kallás, professor da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FM-USP) que organizou, na semana passada, em São Paulo, o 6º Curso Avançado de Patogênese do HIV, no qual foram discutidos temas como tratamento, desenvolvimento de vacinas e epidemiologia do vírus.

O curso, que trouxe ao Brasil 30 dos principais especialistas em HIV de todo o mundo, integrou as atividades do Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia de Investigação em Imunologia (INCT-iii), cuja área de HIV-Aids é coordenada por Kallás.

O Programa INCT foi lançado em dezembro de 2008 pelo Ministério da Ciência e Tecnologia (MCT), por meio do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), com recursos obtidos em parceria com as fundações de amparo à pesquisa estaduais. A Fapesp financia 50% dos valores destinados aos institutos sediados no Estado de São Paulo.



Três desafios

Segundo Kallás, as apresentações dos especialistas durante o curso mostraram que as descobertas relacionadas a vários aspectos do vírus e da Aids não cessaram nos últimos anos – e melhoraram efetivamente a vida dos pacientes –, mas ainda é preciso avançar.

“Os avanços que tivemos desde a identificação da síndrome da Aids até hoje foram imensos. Mas ainda temos três grandes desafios pela frente. O primeiro é desenvolver uma vacina protetora. O segundo, compreender o mecanismo de degeneração e combater o envelhecimento dos portadores. O terceiro é descobrir como curar o indivíduo. Quando cumprirmos esses três objetivos, poderemos controlar ou eliminar a epidemia”, disse ele.

De acordo com Esper Kallás, os investimentos na pesquisa sobre o HIV, que sempre foram consideráveis, precisam permanecer no mesmo patamar para que seja possível chegar a esses objetivos.

“O HIV é seguramente o vírus que mais conhecemos hoje em dia e para o qual nós mais tivemos investimentos em pesquisa. Mas é preciso dar continuidade a isso. É importante observar, no entanto, que os recursos investidos na pesquisa sobre Aids não ficam restritos a essa área, mas acabam se replicando para várias outras. Não podemos esquecer que esse tipo de investimento é feito principalmente a longo prazo, na formação de recursos humanos, na disseminação de conhecimento e na capacitação de grupos de pesquisa”, destacou.

A situação dos pacientes atualmente, em comparação com a do início da epidemia na década de 1980, é bastante diferente, segundo Kallás. Mas isso não significa que a doença possa ser encarada com indiferença.

“Naquela época, ser portador da doença tinha um significado ainda mais dramático. Hoje é diferente, mas a doença não pode ser ignorada. Ela ainda tem um impacto muito grande, em termos de saúde pública, de saúde individual e até mesmo no que diz respeito ao custo financeiro. A condição do doente melhorou muito em relação ao que era antes, mas ainda temos muito o que fazer”, afirmou.

Vacinas experimentais

Durante o curso, uma revisão do tema da patogênese do HIV foi apresentada aos estudantes, médicos e outros profissionais participantes. Mas o aspecto principal do curso consistiu em estreitar o contato com os dados recentes das pesquisas realizadas pelos cientistas que apresentaram conferências.

“Tivemos a oportunidade de ver o que está na fronteira do conhecimento da patogenia do HIV tanto em relação à transmissão, como à prevenção, à resposta imune, à virologia e ao tratamento da infecção”, disse Kallás.

Todas essas áreas apresentaram avanços recentes de grande importância. “Na questão da prevenção, por exemplo, tivemos aqui a apresentação dos dados mais recentes relacionados à profilaxia da pré-exposição ao vírus. Na parte de imunologia, tivemos a identificação de novas subpopulações celulares envolvidas na resposta imune”, afirmou.

Degeneração

Já na área de reconhecimento dos aspectos biodegenerativos da infecção pelo HIV, o curso proporcionou discussões sobre senescência celular e marcadores de ativação. Na parte de virologia, foi apresentada a identificação de novos alvos para a ação antirretroviral e mecanismos de defesa celular.

“Tivemos também a discussão de novos dados de diversidade genética do HIV e novos dados de distribuição e transmissão de HIV no Brasil e no mundo. No que se refere ao tratamento, discutimos as novidades de desenvolvimento de novas drogas e debatemos situações especiais como a infecção aguda, ou pessoas que não respondem com a elevação de linfócitos TCD4. O curso teve ainda extensas discussões sobre a questão da resistência”, disse Kallás.

Na área de vacinas, foram apresentados resultados recentes de diversos grupos com vacinas experimentais candidatas para combater a transmissão do HIV. Foram debatidos alguns dos principais gargalos para o avanço científico em imunologia.

“Um dos gargalos é que ainda não temos um marcador de proteção bem definido. Não conseguimos dizer com precisão, com base em um teste específico, se uma pessoa vai ficar protegida ou não. Em segundo lugar, o vírus é muito diverso, muda muito de pessoa para pessoa e até mesmo dentro de um mesmo indivíduo ele possui uma grande diversidade. Uma vacina tem dificuldade de identificar e reconhecer essas variações virais”, disse.

Outro gargalo, ainda segundo Kallás, é que não se sabe exatamente qual é a região do vírus e o tipo de resposta que consegue de fato gerar proteção. “Há várias tentativas, sabemos algumas dessas coisas, mas não sabemos ainda com certeza essa definição. Tivemos avanços que foram apresentados e que permitem entender alguns desses problemas, mas ainda temos um longo caminho pela frente”, disse.

Fonte: EXAME

quinta-feira, 14 de julho de 2011

Comprimido pode reduzir risco de HIV

Remédios antirretrovirais em comprimidos, se tomados diariamente, reduzem o risco de infecção pelo vírus HIV entre casais heterossexuais. Dois estudos feitos na África mostram que os medicamentos prescritos desde os anos 1990 para tratar pessoas com Aids também podem reduzir as chances de infecção. Conforme noticia o jornal Folha de S. Paulo, um estudo feito no Brasil pela Fiocruz com o remédio Truvada já havia mostrado resultados semelhantes em homossexuais. O maior dos dois novos estudos examinou 4.758 casais no Quênia e em Uganda, em que um dos parceiros era HIV positivo e o outro, negativo. Os parceiros negativos que tomaram o Tenofovir registraram uma média de 62% de infecções a menos. Para os casais que tomaram o Truvada, que combina o Tenofovir e o Emtricitabine, o risco de infecção foi reduzido em 73%.

bahianoticias.com.br

quinta-feira, 9 de dezembro de 2010

Mulher compra hospital onde pegou HIV

Mulher contraiu vírus HIV em uma transfusão de sangue, há 24 anos. Ela adquiriu parte do hospital de Araras, no interior de SP.


Santa Casa de Araras
Parte da Santa Casa de Araras, no interior de São Paulo, foi comprada em leilão por uma antiga paciente que contraiu o vírus HIV no mesmo hospital durante uma transfusão de sangue, há 24 anos. A instituição foi condenada a pagar uma indenização milionária à mulher e a alternativa proposta pela Justiça para levantar o dinheiro foi colocar o prédio à venda.

Na primeira tentativa não houve lances. No segundo leilão, houve um interessado: um representante da paciente infectada. Ele conversou com o juiz e o leilão terminou com o único lance.

Foram feitas várias propostas, até chegar ao valor de R$ 9 milhões, quantia aceita pelo juiz. Na prática, é como se a credora, agora dona, trocasse a indenização pelo prédio. Ela ainda irá depositar, aproximadamente, R$ 60 mil referentes à diferença entre indenização e ao arremate. O advogado dela está contestando o pagamento, mas diz que, no geral, a decisão foi acertada. Ele afirmou que o hospital não será fechado.

O advogado da Santa Casa, Luiz Sérgio Leonardi, afirma que tentará reverter a venda. "Nós vamos propor nos próximos dias um recurso contra essa decisão e esse lance."

A Prefeitura de Araras espera se reunir com a nova dona nas próximas semanas. "A população não ficará sem o nosso hospital. Se tiver que intervir, nós vamos intervir. Se tiver que desapropriar, nós faremos", afirmou o prefeito Nelson Brambilla. Os funcionários do hospital e moradores da cidade foram contra o leilão. Eles fizeram passeatas pelo Centro e protesto contra a venda.

G1

sexta-feira, 5 de novembro de 2010

Mudança genética pode criar imunidade ao HIV, diz estudo

Pequenas variações numa proteína que alerta o sistema imunológico para a presença de infecções pode estar na origem da rara capacidade que algumas pessoas têm de controlar a infecção pelo HIV sem a necessidade de medicamentos. Sabe-se há quase 20 anos que uma pequena minoria - cerca de uma pessoa infectada em cada 300 - é capaz de suprimir naturalmente a replicação do vírus HIV. Cerca de mil delas, apelidadas de "controladores", tomaram parte, como voluntárias, no estudo, publicado na revista "Science".

quarta-feira, 8 de setembro de 2010

Aids. Propagação do HIV "fora de controle" entre os franceses gays

Incidência em homens homossexuais é 200 vezes maior do que em pares heterossexuais

A transmissão do vírus da Aids parece estar "fora do controle" entre os homens homossexuais na França, apesar da queda generalizada no número de novos casos de HIV no país, de acordo com um estudo publicado hoje.

Cientistas do Instituto Nacional para a Vigilância em Saúde Pública afirmaram que quase metade das 7.000 pessoas recém infectadas com o HIV no país em 2008 é de homens homossexuais, e a incidência entre esses é 200 vezes maior do que entre heterossexuais.

Especialistas disseram que os resultados mostraram que as autoridades francesas precisavam rever e renovar estratégias de prevenção e garantir que focassem os grupos de maior risco de infecção.

O vírus da imunodeficiência humana que causa a Aids infecta 33,4 milhões de pessoas no mundo. Na África subsaariana, 22,4 milhões de pessoas têm a doença, e no Leste Europeu é onde a epidemia cresce mais rapidamente na atualidade.

O estudo também mostrou que o HIV na França caiu significativamente de 8.930 novas infecções, em 2003, para 6.940 em 2008.

Mas o número de novas infecções entre homens homossexuais ficou estável, apesar da queda em outros grupos, e respondeu por 48% dos novos casos na França em 2008.

KATE KELLAND
DA REUTERS, EM LONDRES

terça-feira, 24 de agosto de 2010

Cientistas identificam proteína capaz de destruir HIV em macacos

'TRIM 5 alfa' pode ser base de tratamento contra vírus em humanos. Estudo foi focado em aminoácidos capazes de garantir imunidade

Já faz mais de 25 anos desde que os cientistas descobriram o HIV, o retrovírus responsável por causar a AIDS. Desde então, houve avanços no tratamento que ajudam a retardar a propagação do vírus, prometendo levar a pará-lo completamente, mas ainda sem a cura. Agora, Os cientistas  chegaram  a uma descoberta potencial:  identificaram um dos principais componentes "da TRIM5-alfa, uma proteína natural que" em massa " destrói o vírus em macacos rhesus.

"A descoberta pode levar a novos tratamentos baseados TRIM5a que nocautear HIV em humanos", o pesquisador Edward M. Campbell, PhD, Universidade da Loyola University Health System , disse em um comunicado de imprensa.

Proteína chamada TRIM5 alfa, capaz
de destruir o HIV em macacos resus.
No organismo dos primatas, o composto é responsável por prender e dizimar o vírus. Os homens também possuem uma versão da proteína, porém ineficaz para combater o agente responsável pela Aids.

"Ao continuar a estreitar sua busca, os cientistas esperam identificar um aminoácido, ou uma combinação de aminoácidos, que permitam TRIM5a a destruir o HIV. Uma vez que estes aminoácidos essenciais são identificadas, seria possível alterar geneticamente TRIM5a para torná-lo mais eficaz em seres humanos. Além disso, uma melhor compreensão do mecanismo de ação pode possibilitar o desenvolvimento de drogas que imitam a ação TRIM5a."


A TRIM5 alfa é composta por quase 500 aminoácidos. Seis deles, localizados em uma região pouco estudada do composto, foram identificados pelo trabalho da Universidade Loyola de Chigago como cruciais para a função de inibir o corpo de infecções virais. Quando alterados em células humanas, a proteína alfa perdeu sua capacidade de atacar o HIV.

A pesquisa foi feita em uma cultura de células, sem uso de seres vivos. O estudo será tema da edição de setembro da revista Virology.

Para detectar a reação com o HIV, os cientistas da Universidade Loyola atrelaram proteínas fluorescentes a TRIM5, permitindo destacar as interações microscópicas. A prática é comum nas pesquisas mais recentes envolvendo a proteína e o vírus.

A eficiência da TRIM5 alfa em macacos é conhecida desde 2004, porém a pesquisa liderada por Edward M. Campbell abre a possibilidade de saber exatamente quais mecanismos da proteína são responsáveis por destruir o HIV.

É um passo fundamental para conhecer como este efeito pode ser reproduzido em homens, seja pela manipulação da proteína no organismo dos humanos ou pela produção de compostos que simulem a ação da TRIM5 alfa.

Do G1 e outros

quinta-feira, 19 de agosto de 2010

Cientistas provocam 'autodestruição' de células de HIV

Cientistas acreditam que pesquisa
 pode levar a novo tratamento
Cientistas de Israel afirmam ter descoberto uma nova forma de eliminar células infectadas com HIV, em um processo que provoca a autodestruição de células contaminadas.

Pela técnica desenvolvida pelos cientistas da Universidade Hebraica de Jerusalém, as células infectadas com HIV recebem um DNA viral, que faz com que a célula morra. A técnica não afetou as células não-infectadas.

Até o momento, a técnica foi desenvolvida apenas em pequena escala, com poucas células. Nenhum teste foi realizado em humanos.

A pesquisa será publicada nesta quinta-feira na revista científica Aids Research and Therapy.

Os pesquisadores afirmam que a técnica poderia levar a um tipo de tratamento contra o vírus HIV.

O melhor tratamento disponível atualmente – à base de antiretrovirais – é eficaz no combate à replicação de células infectadas, mas ele não consegue eliminá-las.

Segundo o artigo, assinado pelo professor Abraham Loyter e sua equipe, o método desenvolvido no laboratório "resultou não só no bloqueio do HIV-1, mas também exterminou as células infectadas por apoptose [autodestruição]".

O artigo faz a ressalva, no entanto, de que há mais de um tipo de vírus HIV e que o trabalho da equipe está apenas nos estágios iniciais.

Os pesquisadores acreditam que o trabalho pode ajudar no desenvolvimento de um novo tipo de tratamento no futuro contra a

BBC Brasil

terça-feira, 17 de agosto de 2010

Nadja Benaissa: Cantora pode ir presa por não contar que tem HIV

Intérprete do grupo pop alemão No Angels pode ficar presa por 10 anos.
'Não queria infectar meus parceiros', disse ela na abertura do julgamento.


A alemã Nadja Benaissa no julgamento em Darmstad, nesta segunda-feira (16). (Foto: Boris Roessler/AP)

A cantora alemã Nadja Benaissa, 28, está sendo processada por omitir de seus parceiros sexuais a informação de que era portadora do vírus HIV. Durante julgamento na Alemanha nesta segunda-feira (16), ela pediu desculpas.

Nadja é processada por lesão corporal e tentativa de lesão corporal. Se condenada, pode pegar entre seis meses e dez anos de prisão.

"Eu sinto muito", disse na abertura do julgamento, em Darmstadt. Nadja admitiu que não disse a verdade sobre seu estado de saúde a três amantes. Um de seus parceiros contraiu a doença, enquanto os dois outros não foram contaminados pelo HIV.

No entanto, negou que tenha omitido a informação de propósito. "De forma alguma eu queria que meus parceiros fossem infectados", disse ela, de acordo com a agência de notícias alemã DAPD.

Presa no ano passado
Nadja foi presa em abril do ano passado em uma discoteca em Frankfurt, poucos minutos antes de um show. Ela passou dez dias na prisão, depois que promotores a acusaram de praticar sexo com diversos homens sem camisinha, sem revelar a eles que tinha HIV.

Segundo os promotores do caso, Nadja Benaissa já sabia desde 1999 que tinha o vírus. Uma das testemunhas no processo será o ex-amante de Benaissa que a acusa de o ter contaminado em 2004.
Nadja admite publicamente sua doença. Em novembro, ela declarou em um evento para arrecadar fundos para vítimas de Aids: "Meu nome é Nadja Benaissa, eu tenho 27 anos, uma filha e tenho HIV positivo".
Algumas entidades alemãs que trabalham com portadores de HIV - como a Deutsche Aids-Hilfe - criticaram a forma como o caso está sendo tratado pela Justiça alemã. Segundo a entidade, a prisão de Nadja na boate foi exagerada, violando direitos pessoais da cantora, como o direito à privacidade.

Banda feminina
Nadja Benaissa pertence ao conjunto musical feminino No Angels, que ficou famoso no país em um programa de televisão. O No Angels vendeu milhões de discos entre 2000 e 2003. Suas companheiras de conjunto vão depor no julgamento, que deve durar cinco dias.

Do G1, com informações de agências

domingo, 15 de agosto de 2010

HIV. 20% dos soropositivos morrem sem diagnóstico

Mesmo garantindo tratamento da Aids gratuito e universal desde meados dos anos 90, o Brasil tem cerca de 20% dos diagnósticos da doença feitos só depois que o paciente morre.

A constatação é da pesquisadora Monica Malta, da Fiocruz, que analisou os 386.209 casos registrados no país entre 1998 e 2008 --no total, 141.004 pessoas morreram em decorrência da doença.

"Sem o diagnóstico, essas pessoas deixam de receber o tratamento que poderia fazer com que vivessem mais", diz.

"Se a pessoa morreu sem saber que tinha HIV, pode ter tido comportamento de risco sem saber que poderia estar transmitindo a doença."

O estudo, apresentado na 18ª Conferência Internacional de Aids, em julho, é o primeiro com informações nacionais, com base em quatro bancos de dados do governo.

Foram analisados todos os casos confirmados da doença, e não aqueles em que havia apenas infecção pelo HIV --em muitos casos, a pessoa tem o vírus, mas ainda não desenvolveu a Aids.

EXAMES

A análise revelou que 57,8% dos doentes não fizeram exame de carga viral e 48,6% não fizeram exame de CD4 naqueles dez anos.

Quando se consideram só os usuários de drogas injetáveis, as porcentagens são ainda maiores.

Os exames são importantes para a definição do medicamento e para o monitoramento de sua eficácia. Recomenda-se que cada um seja feito três vezes ao ano.

Isso pode significar que essas pessoas não estão se tratando de maneira adequada ou, simplesmente, que não estão se tratando.

Ronaldo Hallal, assessor técnico do Ministério da Saúde, diz que uma possível explicação é o fato de parte dos doentes realizarem esses exames na rede privada. No país, 75% da população não tem plano de saúde e depende do SUS.

O ministério afirma ainda que uma parcela --sem dizer o número-- só descobre a doença quando já está perto da morte, sem tempo para fazer os exames --geralmente os mais pobres e os usuários de drogas injetáveis.

Sobre os 20% que morreram sem o diagnóstico, o ministério disse que não comentaria pelo fato de a pesquisa não ter sido publicada.

DOENÇA OPORTUNISTA

O educador social baiano Fabio Correia, 44, quase morreu sem saber que tinha a doença. Em 2000, sofreu um AVC (acidente vascular cerebral) decorrente da Aids. Passou semanas hospitalizado.

"Não tinha me passado pela cabeça que eu poderia ter Aids. Nunca havia cogitado fazer o exame de HIV", diz.

O coordenador da Associação Brasileira Interdisciplinar de Aids, Veriano Terto Júnior, aponta problemas.

"A oferta e o acolhimento nos serviços de saúde são precários", diz. "E, por mais que seja garantido o sigilo, algumas pessoas ficam com medo da exposição."

Fonte: Folha Online

segunda-feira, 19 de julho de 2010

Gel vaginal reduz risco de contrair Aids e herpes genital, diz estudo

Remédio contém 1% de 'tenofovir', antirretroviral usado contra HIV.
Estudo foi realizado por pesquisadores na África do Sul.

Do G1, em São Paulo
Cientistas divulgaram a criação de um gel vaginal capaz de reduzir em 39% o risco de contrair o vírus HIV durante relações sexuais, conforme informou o Centre for the AIDS Programme of Research in South Africa (CAPRISA) nesta segunda-feira (19).

O anúncio foi feito durante a 18ª conferência internacional sobre a Aids, realizada entre 18 e 23 de julho na cidade de Viena.

O microbicida contém 1% de 'tenofovir', conhecido antirretroviral utilizado no combate ao vírus responsável pela Aids, e foi testado em mulheres na África do Sul. O medicamento também é eficaz ao prevenir mulheres de ter herpes genital em 51% dos casos.

Se outros estudos confirmarem a eficiência do gel, a aplicação prolongada pode evitar 500 mil novas infecções pelo HIV na próxima década no país.

O CAPRISA reuniu 889 mulheres com alto risco de contágio em zonas rural e urbana de KwaZulu-Natal. Noventa e oito pessoas foram contaminadas durante o teste, sendo que 38 delas utilizaram o gel. Outras 60 receberam placebos.

As participantes da pesquisa receberam, durante todo o processo, aconselhamentos sobre a doença. Todos os integrantes, médicos e mulheres testadas, não sabiam quem havia recebido o gel verdadeiro ou o placebo.

Os pesquisadores também afirmam que a proteção cresce conforme a aplicação do gel a base de 'tenofovir' aumenta.

"Mulheres com herpes genital tendem mais a serem infectadas pelo HIV, mas a proteção oferecida pelo gel traz um impacto maior na prevenção contra a Aids", diz Salim Abdool Karim, diretor do CAPRISA e um dos responsáveis pelo estudo."Trabalhos que confirmem nossas descobertas são urgentes."


sexta-feira, 16 de julho de 2010

Exame inicial não detecta HIV na enfermeira atacada por travesti

O primeiro exame realizado pela supervisora de enfermagem que recebeu de um travesti sangue contaminado com o HIV não constatou a presença do vírus da Aids no sangue da funcionária, segundo a direção do Hospital Regional da Ceilândia (HRC), localizado a 30 quilômetros de Brasília. De acordo com o hospital, os primeiros exames apontaram resultado "não reagente".

A enfermeira foi atacada em 21 de junho por um travesti que roubou uma seringa, retirou o próprio sangue e injetou na enfermeira.

O tempo necessário para que o exame de Aids detecte a presença do HIV no sangue é geralmente de três a 12 semanas depois de adquirido o vírus, com período médio de aproximadamente dois meses. Esse tempo decorrido entre a infecção pelo HIV e a detecção de anticorpos por exames é chamado de janela imunológica.

Por isso, a enfermeira fará novos exames na próxima quarta-feira (21), quando se completa um mês do ataque, e repetirá os testes em três meses. Depois desses, novos exames serão feitos em seis meses.
Segundo a direção do hospital, somente após todos esses exames será possível confirmar que a enfermeira não foi contaminada com o vírus HIV.

A supervisora de enfermagem está de licença médica sem previsão de retorno ao trabalho. De acordo com a direção do HRC, ela e a família "estão em tratamento psicológico".

Ataque
No dia 21 de junho, nervoso com o suposto atraso de cinco horas no atendimento de uma amiga, o travesti, de 28 anos, entrou em desespero e invadiu uma  sala onde a equipe de enfermagem guardava as seringas.
De acordo com os funcionários, ele tirou o próprio sangue e saiu correndo pelo corredor ameaçando pacientes e funcionários. Quando a supervisora de enfermagem tentou controlar a situação, teve a mão perfurada. A técnica que tentou ajudar foi mordida no braço.

Segundo nota oficial da Secretaria de Saúde do Distrito Federal, "a acompanhante (exaltada e agressiva) invadiu a sala de medicação, pegou uma seringa de 10 ml, aspirou seu próprio sangue e gritava que era 'soropositivo' e iria injetar o sangue 'na primeira pessoa de branco que encontrasse pela frente'".

Ainda segundo a nota, foi solicitada a presença da supervisora de enfermagem que se encontrava no Box de Emergência do hospital. "Ao se dirigir ao consultório médico foi agredida pela acompanhante, que a perfurou quatro vezes na região dorsal da mão esquerda, sendo injetado sangue na mesma. Naquele momento, uma técnica de enfermagem tentou imobilizar a agressora e foi mordida no antebraço esquerdo e levou vários golpes com a seringa na perna direita".

 A Secretaria de Saúde nega que a amiga do travesti tenha esperado cinco horas por atendimento. Segundo a nota, "a chefia de Equipe solicitou atendimento à paciente C.L., a qual foi prontamente atendida e medicada, conforme anotações na Guia de Atendimento de Emergência (GAE). O intervalo entre a admissão da paciente e a medicação foi de vinte minutos".

O travesti foi preso em flagrante pelo policial militar que estava no hospital. Ele responderá por tentativa de duplo homicídio. A pena para cada tentativa é de 12 a 30 anos de prisão. As informações são do G1.