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domingo, 23 de janeiro de 2011

Região Serrana registra mais de 800 mortos

De acordo com prefeituras das cidades atingidas, mortes chegam a 810.
Ministério Público informa que ainda há 417 desaparecidos após tragédia.
O número de mortos pelas chuvas que atingiram a Região Serrana do Rio de Janeiro no início do mês chega a 810, de acordo com as prefeituras das cidades afetadas pela tragédia. Pelos últimos levantamentos dos municípios, ao todo são 391 em Nova Friburgo, 324 em Teresópolis, 66 em Petrópolis, 22 em Sumidouro, 6 em São José do Vale do Rio Preto e 1 em Bom Jardim. Já o Ministério Público informa que ainda há 417 pessoas desaparecidas na Região Serrana.
O contraste entre as lavouras ainda produtivas e o solo inutilizado pela força das águas

Recuperação de escolas
Uma das prioridades das obras emergenciais que devem ser feitas em Nova Friburgo, na Região Serrana, é recuperar as escolas que foram destruídas após as chuvas do dia 11. As unidades que ficaram de pé servem, atualmente, de abrigo para vítimas ou viraram depósito. Com as obras, alunos das redes estadual e municipal, que estão no período de férias, poderão retomar a rotina sem grandes atrasos no ano letivo.

Segundo a prefeitura da cidade, as obras emergenciais devem ser concluídas em 180 dias. Um cronograma com as principais ações, que incluem também a recuperação de calçadas e ruas e a construção de muros de contenção, deve ficar pronto nos próximos dias.

O vice-governador do Rio, Luiz Fernando Pezão, se reuniu na manhã deste domingo (23) com o prefeito da cidade, Dermeval Neto, e o presidente da Empresa de Obras Públicas do estado (Emop), Ícaro Moreno, para traçar as principais estratégias de recuperação da cidade.

Empresários e empreiteiros de engenharia civil da própria cidade terão a responsabilidade de terminar as obras emergenciais dentro do prazo previsto, depois que a cidade decretou estado de calamidade pública. A medida, sancionada pelo governador Sérgio Cabral, visa dar maior agilidade na contratação de serviços, aquisição de materiais e execução de obras e permite dispensa de licitação para reabilitação das cidades devastadas.

Mudança na geografia
A devastação na Região Serrana na semana passada foi tão violenta que provocou uma mudança na geografia de toda aquela área. Engenheiros do Exército usaram tecnologia avançada para redesenhar o curso de rios e avaliar o que aconteceu com os morros após os deslizamentos. O trabalho vai ajudar na identificação dos pontos críticos, para agilizar a solução dos problemas. Os novos contornos da cidade de Teresópolis foram filmados e fotografados durante um sobrevoo de helicóptero feito por especialistas do Instituto Militar de Engenharia (IME).

“Tiramos mais de 4 mil fotografias, do alto, filmamos. Rios mudaram de curso, ruas viraram tapas de lama, morros parecem que foram cortados com uma faca, e aquela fatia desabando por cima de tudo que tiver na frente. No nosso voo nós não vimos coisas bonitas, vimos destruição. Parece que explodiu uma bomba”, atestou o major do IME Jacy Montenegro.

Nos vales mais profundos, o trabalho foi feito com a ajuda de aeromodelo, equipado com três câmeras e aparelhos de GPS. O veículo aéreo não tripulado tem três metros de envergadura e foi desenvolvido pelos alunos do IME. E as imagens captadas foram sobrepostas as que já existiam antes do temporal.

O novo mapeamento da Região Serrana será importante para as equipes que ainda trabalham no resgate das vítimas, para mostrar o melhor acesso à áreas ainda isoladas e, principalmente, para orientar a reconstrução das cidades e indicar os locais que podem ser ocupados.

“Não construiríamos casas onde surgiu um rio. Não construiríamos casas de novo onde o morro desabou. Essas áreas são áreas que a natureza escolheu para ser o curso alternativo da água. Nós não mandamos na natureza”, afirmou o major Montenegro.

Leptospirose
Na noite de sábado (22), a Secretaria estadual de Saúde do Rio confirmou três casos de leptospirose na Região Serrana. De acordo com a assessoria da secretaria, o órgão foi notificado a respeito de dois casos em Nova Friburgo e um em Teresópolis. Os nomes dos pacientes não foram divulgados e não há informações sobre o quadro de saúde deles.

De acordo com a prefeitura de Nova Friburgo, a Secretaria de Saúde do município confirma os dois casos de leptospirose na cidade, mas informa que os registros são anteriores às chuvas que devastaram a região na semana passada.

Já a Secretaria de Saúde de Teresópolis confirmou três casos notificados, sendo dois já descartados e um sob suspeita de leptospirose, que ainda aguarda os resultados de avaliação médica.

Do G1 RJ

terça-feira, 18 de janeiro de 2011

Tragédia na região serrana do Rio: Mortos chegam a 680; mais de 20 mil estão desabrigados e desalojados

TERESÓPOLIS e RIO - Uma semana após a empestade que devastou a Região Serrana do Rio, o número de mortes chegou a 680 nesta segunda-feira. Segundo os números oficiais das prefeituras das cidades devastadas pelas chuvas, até o momento foram registrados 277 mortos em Teresópolis, 318 mortos em Nova Friburgo, 58 em Petrópolis, 20 em Sumidouro, 6 em São José do Vale do Rio Preto, e 1 em Bom Jardim. Segundo dados da Polícia Civil, esse número chega a 678, com 277 corpos em Teresópolis, 319 em Friburgo, 58 em Petrópolis, 19 em Sumidouro, 4 em São José do Rio Preto, e 1 em Bom Jardim.
Imagens dos deslizamentos em Nova Friburgo. Foto: Divulgação UOL.

O número de desaparecidos continua incerto. Teresópolis, Petrópolis e Sumidouro já contam com 182 com paradeiro desconhecido. Mas há cidades em que não há lista de desaparecidos.

Segundo a Defesa Civil, mais de 21,5 mil pessoas estão desalojadas e desabrigadas em sete municípios da região. Em Petrópolis são 224 desabrigados, e 2.805 desalojados. Em Teresópolis, 2.000 desalojados, e 3.000 desabrigados, em Nova Friburgo 3.220 desalojados, e 1.970 desabrigados, em Bom jardim 1.200 desalojados, e 700 desabrigados, em São José do Vale do Rio Preto 2.064 desabrigados e desalojados, e em Areal 1.200 desabrigados e 2.500 desalojados. Não há números de Sumidouro.


UFRJ envia profissionais de saúde para a região serrana



Nova Friburgo/RJ: duas mulheres saem às ruas com máscaras para se protegerem da poeira
Foto: Antonio Lacerda/EFE

Uma equipe de cerca de 50 profissionais de saúde da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) seguiram nesta terça-feira para o município de Nova Friburgo, um dos mais atingidos pelas chuvas na região serrana do Rio de Janeiro. Eles vão permanecer ao longo de todo o dia prestando assistência à população que ocupa os cerca de 30 abrigos espalhados pela cidade, além de visitar algumas comunidades que também foram afetadas pelos deslizamentos e inundações.

De acordo com o infectologista da UFRJ Edmilson Migowski, a equipe é composta por profissionais de diversas áreas como clínicos gerais, enfermeiros, dentistas, técnicos de laboratório e, principalmente, pediatras.

"Em tragédias como essa, em geral, as crianças são as que mais sofrem, por isso estamos levando pediatras que possam dar assistência específica, incluindo orientações, a elas. Os cuidados que puderem ser feitos no local serão, mas se alguma delas precisar de internação estamos preparados para trazê-la para o nosso hospital (Hospital Universitário Clementino Fraga Filho, da UFRJ).

Segundo Migowski, o comboio seguiu levando ainda medicamentos de diversos tipos, entre eles os que ajudam na cicatrização de feridas, material para a realização de curativos, além de um caminhão cheio de donativos, principalmente alimentos e fraldas.

O infectologista informou ainda que o objetivo é reunir mais profissionais para enviá-los a outros municípios atingidos na região nos próximos dias.

Um grupo de 28 voluntários dos hospitais federais do Rio de Janeiro, entre enfermeiros e técnicos de enfermagem, chegou hoje a Nova Friburgo para reforçar os atendimentos em localidades críticas do município, como Córrego Dantas, São Geraldo, Rio Grandina e Alto do Floresta.

De acordo com o Ministério da Saúde, que já enviou outras equipes para a região, mais de 2,2 mil pessoas se cadastraram no site da pasta (www.saude.gov.br) se disponibilizando para trabalhar como voluntários nos municípios da serra fluminense. Eles estão sendo deslocados para o Rio de Janeiro à medida que as autoridades de saúde do estado solicitam apoio ao ministério.
Chuvas na região serrana
As fortes chuvas que atingiram os municípios da região serrana do Rio nos dias 11 e 12 de janeiro provocaram enchentes e inúmeros deslizamentos de terra. As cidades mais atingidas são Teresópolis, Nova Friburgo, Petrópolis, Sumidouro e São José do Vale do Rio Preto. De acordo com o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), choveu cerca de 300 mm em 24 horas na região.

Em Teresópolis, 235 corpos já foram sepultados .

Nesta terça-feira, uma equipe médica da Secretaria Estadual de Saúde vai atender os moradores de Campinas, em Sumidouro. Segundo o secretário Sérgio Cortes, no local há muitos doentes, hipertensos e com asma.

A equipe vai ficar no local o tempo que for necessário para fazer os atendimentos. O pacientes com estado de saúde mais grave serão transferidos para hospitais fora da localidade. Em Campinas, foram resgatados 18 corpos durante a tragédia.

- Estamos levando quatro médicos e um grupo de enfermeiros para fazer os atendimentos na região - disse o secretário.

O município também abriu nesta terça-feira uma conta bancária para receber ajuda financeira da União. A cidade estava entre as c inco que não tinham apresentado o número à Secretaria Nacional de Defesa Civil . A maior prejudicada até o momento é Petrópolis, que tem R$ 7 milhões em caixa.
Terra

domingo, 16 de janeiro de 2011

Pesadelo: Parentes procuram corpos em decomposição na tragédia da região Serrana do Rio


Moradores de Nova Friburgo atravessam uma rua alagada ajudados por membros Militar Floresta, 130 quilômetros ao norte do Rio de Janeiro, Brasil. Brasileiros surgiram sábado para enfrentar o caos e destruição deixado pelos três dias de chuvas torrenciais, rios de lama e deslizamentos que mataram 555 pessoas no desastre do país é a pior inundação da história. Foto por: Valter Campanato AFP, Getty Images /

Teresópolis, Brasil, EUA (AFP) - Sob a chuva persistente fora do necrotério improvisado em Teresópolis, uma das cidades mais atingidas no desastre de inundação do Brasil , o cheiro adocicado da decadência e da morte é silenciado.

Dentro, porém, "é como uma cena de um filme de terror", disse a trabalhador voluntária Michelle Tosetti.

Corpos em decomposição estão tão mal que as fotos de identificação não são mais usadas por medo aterrador de parentes e porque já não servem a qualquer propósito, disse à AFP.

Havia também "preocupação propagação da doença" dos cadáveres, muitos dos quais passaram dias coberta de água suja e lama carregando bactérias perigosas.

A condição de pesadelo de corpos sendo trazidos em três dias depois da catástrofe significou uma mudança de procedimento para parentes desesperados para localizar seus entes queridos.

No sábado, os funcionários Teresopolis criaram um centro especial dentro de um escritório vago próximo ao necrotério para obter detalhes de quem está ausente e que possa ser identificado.

As famílias já não levam fotos para identificação de corpos. Agora, eles são solicitados a descrever tatuagens, dentes e outras características distintivas. E, se necessário, fornecer cotonetes DNA oral que deverá ser comparado com as amostras armazenadas a partir de cadáveres.

Cerca de 100 pessoas esperavam a sua vez de fora para falar com a equipe do centro, aconchegando-se perto do muro que a chuva ainda não derrubou.

Fernando Gonçalves da Silva, 30, disse que estava esperando para identificar sua mãe, irmã, irmão e sobrinho, todos eles morreram quando uma avalanche de água, lama e pedregulhos grandes com carros atravessaram suas casas em Campo Grande, perto de Teresópolis.

"Eu acordei com um barulho grande, então havia um som de trovão. Segurei e conseguiu salvar a minha esposa e meu filho", disse ele, cuidando de um joelho enfaixado.

A escala da devastação foi tanta que Campo Grande foi efetivamente varrido do mapa, disse ele.

"A maioria dos moradores não sobreviveu", disse ele, acrescentando que dos cerca de 2.500 casas, apenas "uma ou duas" ficaram em pé.

Estranhamente calmo, Gonçalves da Silva disse que gastou seu tempo, desde então a rezar. "Estou nas mãos de Deus", disse ele.

Isso foi fatalismo, evidentes nas faces de todos esperando lá fora.

Eli Pereira, um soldado de 42 anos que perdeu sua mãe de 77 anos de idade, em outra lugarejo, disse que ele tinha ido ao necrotério várias vezes procurando por ela, e a procura permanece.

Ele entendeu que os corpos estavam agora em um "estado muito avançado de decomposição", e foi para a fila pacientemente para dar mais detalhes.

Ele disse que sua irmã de 47 anos de idade, que vive nos Estados Unidos, mas estava visitando a mãe na noite do desabamento, conseguiu escapar, apesar da lama e da água subiu rápido demais para a sua mãe seguir.

Tosetti, o trabalhador voluntário, disse que a falta de emoção incongruente exibido pelos parentes era típico.

"Acho que eles estão em choque. E muitas pessoas por aqui são religiosos", disse ela.

Cerca de 180 corpos, dos cerca de 250 trazidos para Teresópolis, haviam sido identificados.

Tosetti concordou com os outros trabalhadores, no entanto, que estimou que o número final de mortos seria muito maior, talvez mais que o dobro, uma vez que todos os corpos foram contabilizados.

Fonte: montrealgazette.com

sábado, 15 de janeiro de 2011

LUTO: RIO DE JANEIRO ENTERRA MORTOS PELAS CHUVAS


Subiu para cinco o número de cidades da Região Serrana com registro de mortes após as chuvas. Ao todo, já são 541 mortos, segundo as prefeituras e o Corpo de Bombeiros de Itaipava.

Segundo os últimos levantamentos, seriam 247 mortos em Friburgo, 231 em Teresópolis, 18 em Sumidouro, 43 em Petrópolis e 2 em São José do Vale do Rio Preto.

Já a Polícia Civil informou que quatro corpos foram resgatados em São José do Vale do Rio Preto, 242 em Nova Friburgo, 228 em Teresópolis, 41 em Petrópolis e 19 em Sumidouro, o que corresponde a um total de 534 mortos.

Nesta manhã, 225 homens da Força Nacional de Segurança chegaram à Região Serrana do Rio de Janeiro. Eles vão auxiliar nas buscas por vítimas e na manutenção da ordem pública nas áreas atingidas pelos temporais no estado, principalmente em Teresópolis.

Na quarta-feira, o Exército enviou 400 homens, 30 veículos, 2 retroescavadeiras, 2 carregadeiras, 1 gerador, 1 torre de iluminação e 6 helicópteros.

Enterro de vítimas das chuvas no Cemitério de Teresópolis

Famílias se reúnem para enterros de familiares em Teresópolis

Familiares das vítimas da chuva que atingiu Teresópolis, na Região Serrana do Rio, há dois dias, reuniram-se na tarde desta quinta-feira (13) para os enterros dos corpos.

O Cemitério municipal Carlinda Berlim ficou lotado e, segundo os responsáveis pelo local, a expectativa era de que 145 pessoas fossem enterradas lá. Novas covas individuais precisaram ser abertas para receber os mortos.

Existem outros cemitérios em Teresópolis, mas, segundo informações, apenas três serão capazes de receber os corpos, já que os outros foram castigados pela chuva. Além do Carlinda Berlim, os cemitérios de Bonsucesso e Vieira recebem os corpos das vítimas da chuva.

Estradas e energia

Estradas voltaram a ser interditadas na Região Serrana. Uma queda de barreira interditou nesta sexta-feira a estrada que liga Itaipava à Teresópolis. Motoristas que seguem para Teresópolis estão sendo orientados pela Polícia Militar a retornar para a estrada Rio-Magé.

Mais de 40 mil pessoas seguem sem energia elétrica na Região Serrana. Problema maior é em Nova Friburgo, onde 25 mil pessoas estão sem luz. Em São José do Vale do Rio Preto, a Ampla enviou geradores para suprir a demanda de postos de serviços essenciais.

Tumultos e saques

Teresópolis registrou nesta sexta-feira casos de saques. De acordo com informações da assessoria de comunicação da prefeitura, foram registrados nesta manhã dois assaltos a lojas do Centro, próximas à Calçada da Fama, a mais importante área de comércio da cidade. Comerciantes chegaram a fechar as portas.

O prefeito de Teresópolis, Jorge Mário Sedlacek, anunciou nesta sexta-feira que a reconstrução da cidade custará mais de R$ 500 milhões. Na cidade, há 1200 desabrigados e 1300 desalojados.

Destruição causada pela chuva em Teresópolis

Em Nova Friburgo, a queda de uma caixa d'água assustou os moradores. Em pânico, boa parte da população chegou a pensar que uma represa havia rompido. Muitas pessoas correram desesperados pela cidade.

Destruição causada pela chuva em Teresópolis

Mais um Hospital de Campanha do Corpo de Bombeiros foi montado em Nova Friburgo nesta sexta-feira. Com o hospital de campanha da Marinha que já funcionava, passam a ser dois na região.

Em Petrópolis, equipes de resgate trabalham para conseguir acessar uma localidade isolada, conhecida como Ponto Final, no Vale do Cuiabá, em Itaipava. Há notícias de que lá há 22 pessoas desaparecidas. Para o trabalho, serão utilizados três retroescavadeiras e 60 caminhões.

Maior tragédia da história

Esta já é considerada a maior tragédia climática da história país. O número de vítimas ultrapassou o registrado em 1967, na cidade de Caraguatatuba, no litoral norte de São Paulo. Naquela tragédia, tida até então como a maior do Brasil, 436 pessoas morreram.


G1

quinta-feira, 13 de janeiro de 2011

Tragédia das chuvas: Já passa de 600 o total de mortos pelas enxurradas na Região Serrana do Rio

Atualizado em 18/01/2011
O número de pessoas mortas pelas chuvas que atingem a região serrana do Rio de Janeiro desde a última terça-feira voltou a subir. Segundo o último balanço divulgado pela Defesa Civil, às 13h10 de hoje (18), foram contabilizadas 677 mortes.

A cidade com o maior número de mortos é Nova Friburgo: 320. Teresópolis tem 228 mortes, enquanto Petrópolis contabiliza 59, e Sumidouro, 20.

Outros balanços paralelos, realizados por prefeituras e entidades apontam número maior de mortos, inclusive citando um caso em Bom Jardim, onde até então não havia sido registrado nenhum caso.

Ainda de acordo com a Defesa Civil, a chuva deixou 3,6 mil desabrigados e 2,8 mil desalojados em Petrópolis, 960 e 1.280, respectivamente, em Teresópolis, e 3.220 desalojados em Nova Friburgo, além de 1.970 desabrigados.


Em Friburgo, dor e dificuldade na identificação dos corpos

NOVA FRIBURGO - Os corpos que estão sendo retirados das áreas de deslizamento de terra em Nova Friburgo, na Região Serrana, estão sendo levados para o Instituto de Educação da cidade. Até o momento, já foram computados mais de 160 mortes no município. No entanto, a todo instante chegam mais vítimas. A estimativa dele é de que nesta quinta-feira o número de mortes ultrapasse os 200. Do lado de fora do prédio, uma fila de pelo menos 50 pessoas aguardam para fazer o reconhecimento de parentes e amigos. ( Leia também: Sobe o número de mortes na Região Serrana do Rio em decorrência das chuvas no segundo dia de buscas )

- Estamos com uma equipe de legistas que atuou no Morro do Bumba, em Niterói. Quarenta corpos já foram liberados para sepultamento. O trabalho continua e estamos tentando agilizar, adotando o procedimento sumário, que dispensa apresentação de documentos e identificação por parentes. Essa é uma medida de saúde pública. Não há tempo hábil - disse Robadey.


Do lado de fora do Instituto de Educação já é possível sentir um mau cheiro. Parentes de vítimas reclamam da dificuldade de chegar ao Centro para poder fazer a liberação dos corpos.

Patrícia de Souza se mudou para Nova Friburgo há sete dias, vinda de Itaocara. A casa em que vivia com os três filhos foi completamente destruída pela lama. Ela conseguiu escapar com a menina Evelyn Vitória, de 10 anos, e Paulo Gabriel, de 2. As crianças estão bastante machucadas e chorando muito. Ela espera a liberação do corpo de Carlos Daniel, de 6 anos, que não conseguiu resistir os ferimentos.

- Ele aguentou até a última Hora - disse Evelyn, que está com o olho inchado e reclama de dores no pescoço.

Na fila para identificação dos corpos, Antonio Reginaldo estava à procura da esposa, Adelira Gonçalves, e da filha de 15 anos, ainda desaparecida.

- A barreira desceu de uma vez, acabou com tudo. É muito difícil explicar essa situação. Não consigo nem falar. Minha filha ainda está debaixo da terra - contou Antonio.

Os parentes das vítimas reclamam ainda da dificuldade de comunicação, pois os telefones não estão funcionando.
Entre as vítimas de Nova Friburgo estão três bombeiros. Foto: Valter Campanato/Agência Brasil


Estações de radioamador operam desde a madrugada
Desde o final da noite de quarta-feira, duas estações provisórias de radioamador já operam para suprir as comunicações entre os Bombeiros e a Defesa Civil de Nova Friburgo e a Defesa Civil Estadual, no Rio. As estações foram montadas na região do Médio Caledônia, nos arredores da cidade, que continua isolada por terra e com os sistemas de telefonia fixa e de celular comprometidos.

Segundo Carlindo Norberto Oliveira, coordenador estadual da Rede Nacional de Emergência de Radioamadores (Rener), as estações começaram a operar às 23h15m e estão sendo usadas para fazer a ponte entre as autoridades de Friburgo e a capital, uma vez que os sistemas de rádio oficiais daquela cidade ainda operam em caráter precário.

Um grupo de dez a 12 radioamadores subiu a Serra de Friburgo na tarde de quarta-feira, divididos em quatro carros com tração nas quatro rodas para montar as estações. O grupo conseguiu seguir pela RJ-116 até o ponto onde ficam as antenas repetidoras das emissoras de televisão da cidade. Uma das estações foi montada virada para dentro de Friburgo e a segunda direcionada para o Rio.

- O sistema de rádio de bombeiros e defesa civil de Friburgo estão operando só dentro da cidade, em caráter de emergência. Eles carregam as baterias dos aparelhos nas baterias dos carros para colocar as estações deles para funcionar. Eles se comunicam conosco e nós repassamos as informações ao Rio - explicou Carlindo.

Ainda de acordo com o coordenador regional da Rener, Friburgo ainda está isolada por terra. Apenas uma variante foi aberta na RJ 116 para que veículos de serviço e socorro possam passar. Há ainda muita gente isolada em diversos pontos daquela cidade, onde o resgate tem sido feito sobretudo por helicópteros das Forças Armadas e do Governo estadual.

- A coisa está muito feia. Eu nunca vi nada igual e olha que eu tenho experiência nisso. Hoje, Friburgo ainda está isolada do resto estado. O único acesso precário é destinado à viaturas oficiais, e elas têm que ser de pequeno porte e com tração nas quatro rodas, senão não passa - complementou o coordenador.

Ainda de acordo com Carlindo, chove fino nesse momento em Friburgo e há preocupação quanto ao clima nas próximas horas, uma vez que estão previstas pancadas de chuva para a Região Serrana, sobretudo no Norte Fluminense.

Lojas cheias de lama continuam fechadas
As ruas da cidade continuam cobertas de lama e as pessoas tentando limpar o que é possível para abrir caminhos na manhã desta quinta-feira. Muitos colchões inutilizados pelos alagamentos estão nas calçadas. Várias lojas estão completamente tomadas pela lama, fechadas. A procura pelos postos de gasolina nas regiões periféricas da cidade é muito grande, com grande filas. Os postos próximo ao Centro sequer abriram. Na Avenida Comandante Bittencourt, um carro caiu no rio que cruza a via.

Vários carros cheios de lama estão sendo a todo tempo rebocados. O trânsito é confuso e lento na cidade. Em algumas casas a energia elétrica já voltou, mas os moradores permanecem sem água nem telefone. Por isso, a busca de informações por conhecidos ainda é uma preocupação.

Maria Amorim teve a garagem alagada, mas o apartamento não foi atingido. Ela se disse impressionada com o que vê na cidade e comemora o simples fato de ter conseguido comprar pão esta manhã.

- Nunca vi nada igual. Não tenho informações de parentes - disse ela.

Friburgo já tem 40% do abastecimento de água restabelecido
A Concessionária Águas de Nova Friburgo informou na tarde desta quinta-feira que 40% do abastecimento de água foi restabelecido no município. A Estação de Tratamento de Água (ETA) do Debossan voltou a funcionar junto com as ETAs Rio Grandina e Curuzu, totalizando 200 litros por segundo. Todo o sistema de abastecimento foi afetado pela falta de energia e pelos estragos causados pela chuva como um todo, atingindo inclusive o principal ponto de captação da cidade - Rio Grande de Cima -, que continua sem energia até o presente momento. A empresa já conseguiu chegar ao local por meio de um helicóptero, já que por via terrestre está inacessível.


A concessionária está abastecendo hospitais, creches e os abrigos montados pela prefeitura com carros-pipa. A empresa está recebendo reforço das outras concessionárias do Grupo Águas do Brasil com carros-pipa, caminhões, geradores, retro-escavadeiras e pás-carregadeiras, além de equipes especializadas de manutenção.

A Águas de Nova Friburgo também doou caminhões de água mineral para a cidade e montou um posto de coleta de doações em Niterói.

A concessionária pede enfaticamente que a população economize água, até que o abastecimento seja totalmente restabelecido.



 Com semblante fechado e se dizendo bastante sensibilizada com a situação que viu na região serrana do Rio de Janeiro, a presidente da República, Dilma Rousseff, demonstrou firmeza hoje ao afirmar que a visita não era apenas para prestar solidariedade ao Estado, mas para garantir que sejam feitas ações concretas, coordenadas e conjugadas entre os governos federal, estadual e municipal para "aliviar, socorrer, amparar e cuidar das vítimas".

"É de fato um momento muito dramático, as cenas são muito fortes, é visível o sofrimento das pessoas e o risco é muito grande", disse, completando que será necessário um esforço muito grande em breve para a reconstrução das áreas atingidas. "Em tese este não é um papel das Forças Armadas, há empresas nacionais especializadas para recompor esta infraestrutura, mas, se for necessário, colocaremos à disposição", afirmou.
Em sua primeira aparição pública após a posse em Brasília, Dilma estava bastante contida e sorriu apenas duas vezes, quando foi chamada de "presidenta" por jornalistas presentes à entrevista coletiva, realizada no Palácio da Guanabara, sede do governo estadual.

Citou o ex-presidente Lula em outros dois momentos, ao lembrar as ações que vinham sendo feitas no governo dele, e que terão continuidade, segundo ela, na prevenção contra estes acidentes de grandes proporções, com uma ação direta de drenagem e de retirada de habitações localizadas em locais de risco. "Prevenção não é só uma questão de defesa civil. É uma questão de saneamento, drenagem e política habitacional", disse, lembrando que o governo vai destinar R$ 11 bilhões para estas ações, segundo previsto no Programa de Aceleração do Crescimento.

"É preciso lembrar que houve no Brasil um absoluto desleixo com o local onde ia morar a população de baixa renda. Sem alternativa, esta população foi morar em vala e encosta de morro", afirmou a presidente, que procurou o tempo todo mostrar que não estava apenas atenta ao problema do Rio de Janeiro.

"Já estamos no PAC programando mover sistematicamente as pessoas de áreas de risco. Isso serve para a região serrana do Rio, e para Santa Catarina, que possui problema semelhante. Em São Paulo, nas duas ações que tivemos em conjunto com o governo estadual, na Billings e Guarapiranga, pudemos remover pessoas para poder evitar o pior. Mas só podemos remover, quando temos outro lugar para assentar estas pessoas", disse.

A presidente também disse que não dá para se minimizar a força da natureza neste momento, mas lembrou que é preciso agir para evitar o pior. "Não está certo que a gente diminua o efeito das chuvas, mas só não pode deixar morrer gente. Esta é a nossa missão", afirmou.


 O governo federal vai liberar R$ 780 milhões para os estados atingidos, incluindo o Rio e São Paulo. Serão R$ 700 milhões para a área de defesa civil do Ministério da Integração Nacional e R$ 80 milhões ao Ministério dos Transportes, para recuperação de pontes e estradas. A medida provisória com os recursos foi assinada na quarta-feira e publicada em edição extra do Diário oficial da União.

Pezão diz que situação em Friburgo é desoladora

O vice-governador e Secretário estadual de Obras, Luiz Fernando Pezão, disse nesta manhã que o número de mortos vítimas das enchentes na região serrana deverá aumentar muito nesta quinta-feira.

- Estamos preocupados porque voltou a chover. Agora pela manhã, equipes vão usar helicópteros para chegar a locais onde os bombeiros não conseguem alcançar por terra. Há outras cidades isoladas. Há informações de 18 mortos em Sumidouro. Bom Jardim está isolada porque caíram três pontes - disse Pezão, que está em Friburgo onde constatou um cenário desolador.

- A situação é desoladora. Estamos entrando com máquinas para remover escombros em várias partes da cidade - afirmou.

Região Serrana pede alimentos, colchões e doações de sangue

Agentes da Lei Seca vão para Teresópolis


Agentes da Operação Lei Seca (OLS) foram para a prefeitura de Teresópolis para ajudar a cidade com as vítimas da chuva. Segundo o coordenador operacional da OLS, major Marco Andrade, 74 homens estão na cidade.

- Estamos com 74 homens aqui em Teresópolis, 30 em Friburgo e 20 em Petrópolis para ajudar no que for preciso. Aliás, esta é a primeira vez que a Operação Lei Seca deixa de fazer blitzes no estado. Nos últimos 22 meses saimos às ruas todos os dias para salvar vidas. Viemos para cá com o mesmo objetivo - afirmou.

Em Teresópolis, familiares e amigos de pessoas desaparecidas durante o temporal continuam indo para a 110ª DP (Teresopolis) para ver se reconhecem os corpos que estão no local. De acordo com o delegado Hebert Tavares, até a manhã desta quinta-feira, 146 corpos foram trazidos para a delegacia, que foi transformada em um posto avançado do IML. Ele afirmou também que todos os corpos encontrados na região serão levados para o local. A cidade está em estado de calamidade pública.

Dois caminhões da Cruz Vermelha Internacional carregados com medicamentos chegaram à Teresópolis para dar auxílio aos desabrigados das chuvas. A médica responsável pela equipe de atendimento, Dra Cláudia Miguel Coelho, disse que a maioria do casos é de pequenos traumatismos. A princípio, está sendo ministrada a vacina antitetânica em todas os desabrigados. O estádio Pedro de Lara, conhecido como Pedrão, não tem mais espaço para receber ninguém. As arquibancadas viraram depósito de donativos, que não param de chegar.

O secretário estadual do Ambiente, Carlos Minc, disse na quarta-feira que a tragédia na Região Serrana do Rio foi uma combinação de uma "catástrofe natural com a irresponsabilidade histórica de vários prefeitos" .



Chuva deixa cavalos mortos em haras da Região Serrana

De acordo com dados da prefeitura de Friburgo, cerca de 900 pessoas estão desabrigadas e 1.200 desalojadas. Todos foram levados provisoriamente para o Estádio Olímpico do Pedrão, no Centro da cidade. Cerca de 800 funcionários da prefeitura, de diversos setores, além de voluntários, estão trabalhando para tentar minimizar os prejuízos provocados pela chuva.

No bairro Parque Imbuí, uma tromba d'água fez com que o Rio Imbuí transbordasse e descesse a encosta, arrastando tudo o que havia pela frente. Repórteres do GLOBO sobrevoaram o local na tarde de quarta-feira e constataram deslizamentos grandes nas encostas. Muitas casas foram afetadas, algumas totalmente destruídas. Carros e caminhões foram levados pela correnteza.


Na Br-040, a 20 km de Pedro do Rio, o Rio Paraíba transbordou e a passagem dos motoristas está em uma pista. Está demorando em média uma hora e meia para atravessar um quilômetro.

Sobe para 148 o número de mortos em Teresópolis

Sobe para 148 o número de mortos em TeresópolisPlantão | 13/01 às 09h34 Ana Cláudia Costa
TERESÓPOLIS - O comandante da Defesa Civil de Teresópolis, Flávio de Castro, informou há pouco que já chega a 148 o número de mortos na cidade por conta da tromba d'água que atingiu, na última terça-feira, a Região Serrana do Rio. Nesta quinta-feira, equipes da Defesa Civil vão tentar chegar aos bairros de Santa Rita e Arriero, em Teresópolis, porque ontem não conseguiram acesso devido à queda de barreiras. Uma outra equipe da Defesa Civil vai retornar aos bairros Poço dos Peixes e Pessegueiro para resgatar pelo menos nove corpos. O comandante da Defesa Civil acredita que haja mais mortos nesses locais.

Enquanto isso, o movimento é grande no Cemitério Municipal de Teresópolis, onde os corpos das vítimas da tromba d'água estão sendo enterrados. Dezenas de pessoas em grupos, chorando, aguardam pelo sepultamento de seus entes queridos. De acordo com a Guarda Municipal, não haverá velório, e os corpos serão enterrados assim que chegarem ao cemitério. (O Globo



Uma onda gigante devastou tudo, diz irmão de vítima em Teresópolis
Anderson Oliveira de Carvalho perdeu a irmã Ana Cristina, moradora do bairro da Posse

A 110ª Delegacia Policial (DP), em Teresópolis, no Rio de Janeiro, está concentrando corpos de vítimas dos deslizamentos que já mataram pelo menos 146 pessoas na cidade, conforme a Secretaria de Saúde e Defesa Civil do Rio. A delegacia ficou superlotada com 60 corpos e outras 30 vítimas tiveram de ser colocadas em um galpão de uma igreja, onde as pessoas estão fazendo o reconhecimento dos corpos.

O ajudante de motorista Anderson Oliveira de Carvalho, 28 anos, reconheceu o corpo da irmã Ana Cristina de Oliveira de Carvalho, 33. A industriária morava sozinha no bairro da Posse. Ontem, ele foi até o bairro e encontrou um cenário de destruição.

— Devastou o bairro inteiro. Uma onda gigante desceu do morro e encheu a casa dela de areia e água. O bairro não existe mais. Só sobrou lama — lamentou ele, que mora na Vila Muqui.

Carvalho passou o dia procurando pela irmã, mas não teve sucesso. Mais tarde, ele encontrou o corpo dela já na DP, onde permanece aguardando liberação para realizar o velório de Ana Cristina (Itamar Melo | zerohora.com.br)

segunda-feira, 27 de dezembro de 2010

Bombeiros resgatam vítimas de deslizamento em Petrópolis

RIO - Bombeiros resgataram com vida Sebastião de Assis, de 44 anos, e Gabriel Proença da Silva, de 12, que estavam sob os escombros de uma casa no número 1.863 da Rua Professor Strone, no Bairro Quarteirão Brasileiro, em Petrópolis, na Região Serrana. A casa foi atingida por um deslizamento de terra. Eles foram levados ao Pronto Socorro Alto da Serra com ferimentos leves. O local foi interditado pela Defesa Civil.
O Globo