quinta-feira, 13 de janeiro de 2011

Tragédia das chuvas: Já passa de 600 o total de mortos pelas enxurradas na Região Serrana do Rio

Atualizado em 18/01/2011
O número de pessoas mortas pelas chuvas que atingem a região serrana do Rio de Janeiro desde a última terça-feira voltou a subir. Segundo o último balanço divulgado pela Defesa Civil, às 13h10 de hoje (18), foram contabilizadas 677 mortes.

A cidade com o maior número de mortos é Nova Friburgo: 320. Teresópolis tem 228 mortes, enquanto Petrópolis contabiliza 59, e Sumidouro, 20.

Outros balanços paralelos, realizados por prefeituras e entidades apontam número maior de mortos, inclusive citando um caso em Bom Jardim, onde até então não havia sido registrado nenhum caso.

Ainda de acordo com a Defesa Civil, a chuva deixou 3,6 mil desabrigados e 2,8 mil desalojados em Petrópolis, 960 e 1.280, respectivamente, em Teresópolis, e 3.220 desalojados em Nova Friburgo, além de 1.970 desabrigados.


Em Friburgo, dor e dificuldade na identificação dos corpos

NOVA FRIBURGO - Os corpos que estão sendo retirados das áreas de deslizamento de terra em Nova Friburgo, na Região Serrana, estão sendo levados para o Instituto de Educação da cidade. Até o momento, já foram computados mais de 160 mortes no município. No entanto, a todo instante chegam mais vítimas. A estimativa dele é de que nesta quinta-feira o número de mortes ultrapasse os 200. Do lado de fora do prédio, uma fila de pelo menos 50 pessoas aguardam para fazer o reconhecimento de parentes e amigos. ( Leia também: Sobe o número de mortes na Região Serrana do Rio em decorrência das chuvas no segundo dia de buscas )

- Estamos com uma equipe de legistas que atuou no Morro do Bumba, em Niterói. Quarenta corpos já foram liberados para sepultamento. O trabalho continua e estamos tentando agilizar, adotando o procedimento sumário, que dispensa apresentação de documentos e identificação por parentes. Essa é uma medida de saúde pública. Não há tempo hábil - disse Robadey.


Do lado de fora do Instituto de Educação já é possível sentir um mau cheiro. Parentes de vítimas reclamam da dificuldade de chegar ao Centro para poder fazer a liberação dos corpos.

Patrícia de Souza se mudou para Nova Friburgo há sete dias, vinda de Itaocara. A casa em que vivia com os três filhos foi completamente destruída pela lama. Ela conseguiu escapar com a menina Evelyn Vitória, de 10 anos, e Paulo Gabriel, de 2. As crianças estão bastante machucadas e chorando muito. Ela espera a liberação do corpo de Carlos Daniel, de 6 anos, que não conseguiu resistir os ferimentos.

- Ele aguentou até a última Hora - disse Evelyn, que está com o olho inchado e reclama de dores no pescoço.

Na fila para identificação dos corpos, Antonio Reginaldo estava à procura da esposa, Adelira Gonçalves, e da filha de 15 anos, ainda desaparecida.

- A barreira desceu de uma vez, acabou com tudo. É muito difícil explicar essa situação. Não consigo nem falar. Minha filha ainda está debaixo da terra - contou Antonio.

Os parentes das vítimas reclamam ainda da dificuldade de comunicação, pois os telefones não estão funcionando.
Entre as vítimas de Nova Friburgo estão três bombeiros. Foto: Valter Campanato/Agência Brasil


Estações de radioamador operam desde a madrugada
Desde o final da noite de quarta-feira, duas estações provisórias de radioamador já operam para suprir as comunicações entre os Bombeiros e a Defesa Civil de Nova Friburgo e a Defesa Civil Estadual, no Rio. As estações foram montadas na região do Médio Caledônia, nos arredores da cidade, que continua isolada por terra e com os sistemas de telefonia fixa e de celular comprometidos.

Segundo Carlindo Norberto Oliveira, coordenador estadual da Rede Nacional de Emergência de Radioamadores (Rener), as estações começaram a operar às 23h15m e estão sendo usadas para fazer a ponte entre as autoridades de Friburgo e a capital, uma vez que os sistemas de rádio oficiais daquela cidade ainda operam em caráter precário.

Um grupo de dez a 12 radioamadores subiu a Serra de Friburgo na tarde de quarta-feira, divididos em quatro carros com tração nas quatro rodas para montar as estações. O grupo conseguiu seguir pela RJ-116 até o ponto onde ficam as antenas repetidoras das emissoras de televisão da cidade. Uma das estações foi montada virada para dentro de Friburgo e a segunda direcionada para o Rio.

- O sistema de rádio de bombeiros e defesa civil de Friburgo estão operando só dentro da cidade, em caráter de emergência. Eles carregam as baterias dos aparelhos nas baterias dos carros para colocar as estações deles para funcionar. Eles se comunicam conosco e nós repassamos as informações ao Rio - explicou Carlindo.

Ainda de acordo com o coordenador regional da Rener, Friburgo ainda está isolada por terra. Apenas uma variante foi aberta na RJ 116 para que veículos de serviço e socorro possam passar. Há ainda muita gente isolada em diversos pontos daquela cidade, onde o resgate tem sido feito sobretudo por helicópteros das Forças Armadas e do Governo estadual.

- A coisa está muito feia. Eu nunca vi nada igual e olha que eu tenho experiência nisso. Hoje, Friburgo ainda está isolada do resto estado. O único acesso precário é destinado à viaturas oficiais, e elas têm que ser de pequeno porte e com tração nas quatro rodas, senão não passa - complementou o coordenador.

Ainda de acordo com Carlindo, chove fino nesse momento em Friburgo e há preocupação quanto ao clima nas próximas horas, uma vez que estão previstas pancadas de chuva para a Região Serrana, sobretudo no Norte Fluminense.

Lojas cheias de lama continuam fechadas
As ruas da cidade continuam cobertas de lama e as pessoas tentando limpar o que é possível para abrir caminhos na manhã desta quinta-feira. Muitos colchões inutilizados pelos alagamentos estão nas calçadas. Várias lojas estão completamente tomadas pela lama, fechadas. A procura pelos postos de gasolina nas regiões periféricas da cidade é muito grande, com grande filas. Os postos próximo ao Centro sequer abriram. Na Avenida Comandante Bittencourt, um carro caiu no rio que cruza a via.

Vários carros cheios de lama estão sendo a todo tempo rebocados. O trânsito é confuso e lento na cidade. Em algumas casas a energia elétrica já voltou, mas os moradores permanecem sem água nem telefone. Por isso, a busca de informações por conhecidos ainda é uma preocupação.

Maria Amorim teve a garagem alagada, mas o apartamento não foi atingido. Ela se disse impressionada com o que vê na cidade e comemora o simples fato de ter conseguido comprar pão esta manhã.

- Nunca vi nada igual. Não tenho informações de parentes - disse ela.

Friburgo já tem 40% do abastecimento de água restabelecido
A Concessionária Águas de Nova Friburgo informou na tarde desta quinta-feira que 40% do abastecimento de água foi restabelecido no município. A Estação de Tratamento de Água (ETA) do Debossan voltou a funcionar junto com as ETAs Rio Grandina e Curuzu, totalizando 200 litros por segundo. Todo o sistema de abastecimento foi afetado pela falta de energia e pelos estragos causados pela chuva como um todo, atingindo inclusive o principal ponto de captação da cidade - Rio Grande de Cima -, que continua sem energia até o presente momento. A empresa já conseguiu chegar ao local por meio de um helicóptero, já que por via terrestre está inacessível.


A concessionária está abastecendo hospitais, creches e os abrigos montados pela prefeitura com carros-pipa. A empresa está recebendo reforço das outras concessionárias do Grupo Águas do Brasil com carros-pipa, caminhões, geradores, retro-escavadeiras e pás-carregadeiras, além de equipes especializadas de manutenção.

A Águas de Nova Friburgo também doou caminhões de água mineral para a cidade e montou um posto de coleta de doações em Niterói.

A concessionária pede enfaticamente que a população economize água, até que o abastecimento seja totalmente restabelecido.



 Com semblante fechado e se dizendo bastante sensibilizada com a situação que viu na região serrana do Rio de Janeiro, a presidente da República, Dilma Rousseff, demonstrou firmeza hoje ao afirmar que a visita não era apenas para prestar solidariedade ao Estado, mas para garantir que sejam feitas ações concretas, coordenadas e conjugadas entre os governos federal, estadual e municipal para "aliviar, socorrer, amparar e cuidar das vítimas".

"É de fato um momento muito dramático, as cenas são muito fortes, é visível o sofrimento das pessoas e o risco é muito grande", disse, completando que será necessário um esforço muito grande em breve para a reconstrução das áreas atingidas. "Em tese este não é um papel das Forças Armadas, há empresas nacionais especializadas para recompor esta infraestrutura, mas, se for necessário, colocaremos à disposição", afirmou.
Em sua primeira aparição pública após a posse em Brasília, Dilma estava bastante contida e sorriu apenas duas vezes, quando foi chamada de "presidenta" por jornalistas presentes à entrevista coletiva, realizada no Palácio da Guanabara, sede do governo estadual.

Citou o ex-presidente Lula em outros dois momentos, ao lembrar as ações que vinham sendo feitas no governo dele, e que terão continuidade, segundo ela, na prevenção contra estes acidentes de grandes proporções, com uma ação direta de drenagem e de retirada de habitações localizadas em locais de risco. "Prevenção não é só uma questão de defesa civil. É uma questão de saneamento, drenagem e política habitacional", disse, lembrando que o governo vai destinar R$ 11 bilhões para estas ações, segundo previsto no Programa de Aceleração do Crescimento.

"É preciso lembrar que houve no Brasil um absoluto desleixo com o local onde ia morar a população de baixa renda. Sem alternativa, esta população foi morar em vala e encosta de morro", afirmou a presidente, que procurou o tempo todo mostrar que não estava apenas atenta ao problema do Rio de Janeiro.

"Já estamos no PAC programando mover sistematicamente as pessoas de áreas de risco. Isso serve para a região serrana do Rio, e para Santa Catarina, que possui problema semelhante. Em São Paulo, nas duas ações que tivemos em conjunto com o governo estadual, na Billings e Guarapiranga, pudemos remover pessoas para poder evitar o pior. Mas só podemos remover, quando temos outro lugar para assentar estas pessoas", disse.

A presidente também disse que não dá para se minimizar a força da natureza neste momento, mas lembrou que é preciso agir para evitar o pior. "Não está certo que a gente diminua o efeito das chuvas, mas só não pode deixar morrer gente. Esta é a nossa missão", afirmou.


 O governo federal vai liberar R$ 780 milhões para os estados atingidos, incluindo o Rio e São Paulo. Serão R$ 700 milhões para a área de defesa civil do Ministério da Integração Nacional e R$ 80 milhões ao Ministério dos Transportes, para recuperação de pontes e estradas. A medida provisória com os recursos foi assinada na quarta-feira e publicada em edição extra do Diário oficial da União.

Pezão diz que situação em Friburgo é desoladora

O vice-governador e Secretário estadual de Obras, Luiz Fernando Pezão, disse nesta manhã que o número de mortos vítimas das enchentes na região serrana deverá aumentar muito nesta quinta-feira.

- Estamos preocupados porque voltou a chover. Agora pela manhã, equipes vão usar helicópteros para chegar a locais onde os bombeiros não conseguem alcançar por terra. Há outras cidades isoladas. Há informações de 18 mortos em Sumidouro. Bom Jardim está isolada porque caíram três pontes - disse Pezão, que está em Friburgo onde constatou um cenário desolador.

- A situação é desoladora. Estamos entrando com máquinas para remover escombros em várias partes da cidade - afirmou.

Região Serrana pede alimentos, colchões e doações de sangue

Agentes da Lei Seca vão para Teresópolis


Agentes da Operação Lei Seca (OLS) foram para a prefeitura de Teresópolis para ajudar a cidade com as vítimas da chuva. Segundo o coordenador operacional da OLS, major Marco Andrade, 74 homens estão na cidade.

- Estamos com 74 homens aqui em Teresópolis, 30 em Friburgo e 20 em Petrópolis para ajudar no que for preciso. Aliás, esta é a primeira vez que a Operação Lei Seca deixa de fazer blitzes no estado. Nos últimos 22 meses saimos às ruas todos os dias para salvar vidas. Viemos para cá com o mesmo objetivo - afirmou.

Em Teresópolis, familiares e amigos de pessoas desaparecidas durante o temporal continuam indo para a 110ª DP (Teresopolis) para ver se reconhecem os corpos que estão no local. De acordo com o delegado Hebert Tavares, até a manhã desta quinta-feira, 146 corpos foram trazidos para a delegacia, que foi transformada em um posto avançado do IML. Ele afirmou também que todos os corpos encontrados na região serão levados para o local. A cidade está em estado de calamidade pública.

Dois caminhões da Cruz Vermelha Internacional carregados com medicamentos chegaram à Teresópolis para dar auxílio aos desabrigados das chuvas. A médica responsável pela equipe de atendimento, Dra Cláudia Miguel Coelho, disse que a maioria do casos é de pequenos traumatismos. A princípio, está sendo ministrada a vacina antitetânica em todas os desabrigados. O estádio Pedro de Lara, conhecido como Pedrão, não tem mais espaço para receber ninguém. As arquibancadas viraram depósito de donativos, que não param de chegar.

O secretário estadual do Ambiente, Carlos Minc, disse na quarta-feira que a tragédia na Região Serrana do Rio foi uma combinação de uma "catástrofe natural com a irresponsabilidade histórica de vários prefeitos" .



Chuva deixa cavalos mortos em haras da Região Serrana

De acordo com dados da prefeitura de Friburgo, cerca de 900 pessoas estão desabrigadas e 1.200 desalojadas. Todos foram levados provisoriamente para o Estádio Olímpico do Pedrão, no Centro da cidade. Cerca de 800 funcionários da prefeitura, de diversos setores, além de voluntários, estão trabalhando para tentar minimizar os prejuízos provocados pela chuva.

No bairro Parque Imbuí, uma tromba d'água fez com que o Rio Imbuí transbordasse e descesse a encosta, arrastando tudo o que havia pela frente. Repórteres do GLOBO sobrevoaram o local na tarde de quarta-feira e constataram deslizamentos grandes nas encostas. Muitas casas foram afetadas, algumas totalmente destruídas. Carros e caminhões foram levados pela correnteza.


Na Br-040, a 20 km de Pedro do Rio, o Rio Paraíba transbordou e a passagem dos motoristas está em uma pista. Está demorando em média uma hora e meia para atravessar um quilômetro.

Sobe para 148 o número de mortos em Teresópolis

Sobe para 148 o número de mortos em TeresópolisPlantão | 13/01 às 09h34 Ana Cláudia Costa
TERESÓPOLIS - O comandante da Defesa Civil de Teresópolis, Flávio de Castro, informou há pouco que já chega a 148 o número de mortos na cidade por conta da tromba d'água que atingiu, na última terça-feira, a Região Serrana do Rio. Nesta quinta-feira, equipes da Defesa Civil vão tentar chegar aos bairros de Santa Rita e Arriero, em Teresópolis, porque ontem não conseguiram acesso devido à queda de barreiras. Uma outra equipe da Defesa Civil vai retornar aos bairros Poço dos Peixes e Pessegueiro para resgatar pelo menos nove corpos. O comandante da Defesa Civil acredita que haja mais mortos nesses locais.

Enquanto isso, o movimento é grande no Cemitério Municipal de Teresópolis, onde os corpos das vítimas da tromba d'água estão sendo enterrados. Dezenas de pessoas em grupos, chorando, aguardam pelo sepultamento de seus entes queridos. De acordo com a Guarda Municipal, não haverá velório, e os corpos serão enterrados assim que chegarem ao cemitério. (O Globo



Uma onda gigante devastou tudo, diz irmão de vítima em Teresópolis
Anderson Oliveira de Carvalho perdeu a irmã Ana Cristina, moradora do bairro da Posse

A 110ª Delegacia Policial (DP), em Teresópolis, no Rio de Janeiro, está concentrando corpos de vítimas dos deslizamentos que já mataram pelo menos 146 pessoas na cidade, conforme a Secretaria de Saúde e Defesa Civil do Rio. A delegacia ficou superlotada com 60 corpos e outras 30 vítimas tiveram de ser colocadas em um galpão de uma igreja, onde as pessoas estão fazendo o reconhecimento dos corpos.

O ajudante de motorista Anderson Oliveira de Carvalho, 28 anos, reconheceu o corpo da irmã Ana Cristina de Oliveira de Carvalho, 33. A industriária morava sozinha no bairro da Posse. Ontem, ele foi até o bairro e encontrou um cenário de destruição.

— Devastou o bairro inteiro. Uma onda gigante desceu do morro e encheu a casa dela de areia e água. O bairro não existe mais. Só sobrou lama — lamentou ele, que mora na Vila Muqui.

Carvalho passou o dia procurando pela irmã, mas não teve sucesso. Mais tarde, ele encontrou o corpo dela já na DP, onde permanece aguardando liberação para realizar o velório de Ana Cristina (Itamar Melo | zerohora.com.br)

4 comentários:

  1. isso tudo ai é apenas o inicio deo fim, estamos pertos do final dos tempos

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  2. final dos tempos meus irmaozinhos isso ai é apenas o inicio

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  3. final dos tempos isso ai cé apenas o inicio. que Deus seja louvado

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  4. gente vamos dar + ouvido as palavras de deus isso e o inicio do fim...

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