Mostrando postagens com marcador Santa Maria. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador Santa Maria. Mostrar todas as postagens

domingo, 3 de fevereiro de 2013

Morreu Bruno Portella Fricks, a 237ª vítima do incêndio de boate de Santa Maria

Número de mortos em incêndio de boate de Santa Maria sobe para 237
Incêndio na boate Kiss ocorreu na noite do último domingo (27).
Bruno Portella Fricks estava no Hospital de Clínicas de Porto Alegre.

Bruno Portella Fricks se formou no ano passado
e comemorava seu aniversário na boate
 (Foto: Facebook)
O número de vítimas do incêndio na boate Kiss, em Santa Maria, subiu para 237 na noite deste sábado (2). Bruno Portella Fricks, que estava internado no Hospital de Clínicas de Porto Alegre, não resistiu aos ferimentos. A informação foi confirmada pela assessoria de imprensa do Ministério da Saúde e da Secretaria de Saúde do Rio Grande do Sul. O incêndio atingiu a casa noturna na noite de domingo (27).

Bruno morava em Santa Maria e era formado em administração de empresas pela Universidade Federal de Santa Maria e era torcedor do Grêmio. Ele estava internado na UTI do Hospital de Clínicas. Sua namorada, Jéssica Duarte, também estava na festa e está internada em Porto Alegre.

Jéssica Duarte da Rosa, 20 anos, estuda na Universidade Federal de Santa Maria e estava na boate Kiss para comemorar o aniversário do namorado Bruno Portella Fricks, 22 anos. Ela continua internada em estado grave em hospital de Porto Alegre

Como aconteceu 

O incêndio na boate Kiss, no centro de Santa Maria, começou entre 2h e 3h da madrugada de domingo, quando a banda Gurizada Fandangueira, uma das atrações da noite, teria usado efeitos pirotécnicos durante a apresentação. O fogo teria iniciado na espuma do isolamento acústico, no teto da casa noturna.

Sem conseguir sair do estabelecimento, pelo menos 236 jovens morreram e outros 100 ficaram feridos. Sobreviventes dizem que seguranças pediram comanda para liberar a saída, e portas teriam sido bloqueadas por alguns minutos por funcionários.

A tragédia, que teve repercussão internacional, é considerada a maior da história do Rio Grande do Sul e o maior número de mortos nos últimos 50 anos no Brasil. Jéssica Duarte da Rosa, 20 anos, estuda na Universidade Federal de Santa Maria e estava na boate Kiss para comemorar o aniversário do namorado Bruno Portella Fricks, 22 anos. Os dois estão internados em estado grave em hospitais de Porto Alegre.

Corpo de 237ª vítima de incêndio na Kiss é velado em Santa Maria
Jovem Bruno Portella Fricks se formou em administração em 2012.
A namorada Jéssica Duarte segue internada em hospital de Porto Alegre.


O corpo do administrador Bruno Portella Fricks, a 237ª vítima do incêndio da boate Kiss, está sendo velado neste domingo (3) no Cemitério Santa Rita, em Santa Maria. O jovem teve a morte confirmada às 22h de sábado (2) em Porto Alegre, onde estava internado no Hospital das Clínicas com graves queimaduras. O enterro será na segunda-feira (4) às 10h.

Além dos familiares, amigos da faculdade, do trabalho e vizinhos se despedem de Bruno. Natural de Júlio de Castilhos, morava em Santa Maria desde os dois anos de idade. "Fiquei no hospital e na quinta-feira, quando contamos que o Grêmio tinha ganhado o jogo no dia anterior, ele sorriu", lembrou emocionada a tia Tânia Pires Fricks. Bruno está sendo velado com o caixão aberto, coberto por uma bandeira do Grêmio.

Elogios não faltam para descrever o jovem. O pai de Jéssica Duarte, namorada do administrador, está bastante abalado. A filha, que estava com Bruno na festa, continua internada na UTI no Hospital Cristo Redentor, em Porto Alegre, em estado grave. O casal comemorava cinco anos de namoro na festa universitária que ocorria na boate, além do aniversário de Bruno. Ele havia completado 22 anos no dia 21 de janeiro.

"É um menino decente, estudioso, trabalhador. Não se envolvia com nada errado", descreveu Claudio. Sobre o estado da filha, se agarra à esperança: "Não sei se existe filho perfeito, mas a minha filha é. Nunca me deu motivo para preocupação. É uma garota exemplar".

Bruno trabalhava em uma empresa de logística em Santa Maria havia seis meses. "A Jéssica me ligou 4h30 dizendo que estava no hospital aqui de Santa Maria, toda queimada, e perguntando pelo Bruno. Disse que tinha ocorrido uma tragédia na boate e gritava: 'pai, avisa os pais do Bruno, eu me perdi do Bruno", lembrou Claudio.

Naquela noite, Claudio ligou para os pais do administrador avisando sobre a tragédia. Ele ficou sabendo que o genro estava consciente quando chegou no hospital e perguntava pela namorada. "A Jéssica teve queimaduras nos braços, nas costas e nas pernas. O estado do Bruno era mais grave, ele teve queimaduras no rosto. Mas na terça e quarta-feira, os médicos nos falaram que ele havia melhorado e, dentre os que estavam internados em Porto Alegre, era o que mais estava correspondendo ao tratamento. Na quinta-feira o quadro se inverteu", disse o sogro com pesar.

Segundo Claudio, Jéssica e Bruno se conheceram ainda no colégio e logo começaram a namorar. No último Natal, Tânia conta que a família brincava com o casal sobre casamento. "Ele sempre foi um menino muito alegre e arteiro", comentou a tia.

Entenda
O incêndio na boate Kiss, em Santa Maria, região central do Rio Grande do Sul, deixou 237 mortos na madrugada do último domingo (27). O fogo teve início durante a apresentação da banda Gurizada Fandangueira, que fez uso de artefatos pirotécnicos no palco. De acordo com relatos de sobreviventes e testemunhas, e das informações divulgadas até o momento por investigadores:
- O vocalista segurou um artefato pirotécnico aceso.
- Era comum a utilização de fogos pelo grupo.
- A banda comprou um sinalizador proibido.
- O extintor de incêndio não funcionou.
- Havia mais público do que a capacidade.
- A boate tinha apenas um acesso para a rua.
- O alvará fornecido pelos Bombeiros estava vencido.
- Mais de 180 corpos foram retirados dos banheiros.
- 90% das vítimas fatais tiveram asfixia mecânica.
- Equipamentos de gravação estavam no conserto. 

Jovem de Santa Maria cria ONG para fiscalizar boates

No dia seguinte ao incêndio na boate Kiss, em Santa Maria, que matou 237 pessoas há uma semana, o estudante Giordano Goellner, de 23 anos - ele próprio frequentador assíduo da casa noturna - disse a si mesmo que não deixaria a tragédia que abalou sua cidade natal passar em branco.

Junto com outros sete amigos, Goellner, que estuda Administração de Empresas na Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), decidiu criar a ONG 'Andradas Viva', cujo objetivo é fiscalizar, com a ajuda das redes sociais, locais de grande reunião de público e verificar se tais estabelecimentos estão cumprindo as normas de segurança previstas na legislação.

"Nosso intuito é, com a ajuda de nossos colaboradores, saber se o estabelecimento comercial está adequado às normas básicas de segurança. Para isso, vamos contar com a ajuda da nossa página na Internet e das redes sociais", diz Goellner à BBC Brasil.

O nome da entidade, 'Andradas Viva', faz alusão à rua onde a boate Kiss está localizada, até então um dos principais pontos de encontro de vários jovens da cidade, incluindo inúmeros estudantes da UFSM que morreram no trágico episódio.
Conscientização
Além da fiscalização, que inicialmente se concentrará nas casas noturnas, Goellner explica que também quer conscientizar a população sobre seus direitos e pressionar as autoridades para a alteração de leis que, em sua opinião, estão "atrasadas".

''Até o incêndio na Kiss, eu, por exemplo, não sabia quais equipamentos de segurança uma boate precisaria ter", comenta Goellner.

"Também queremos pressionar as autoridades para mudar algumas leis retrógradas, em relação, por exemplo, aos prazos longos que donos de alguns estabelecimentos têm se adequar a certas normas, como alarmes de incêndio".

Sorte
Goellner conta que por pouco não foi uma das vítimas da tragédia em Santa Maria. Ele e sua namorada já haviam combinado de ir à Kiss na noite do último sábado, 26 de janeiro, mas mudaram os planos.
"Uma amiga nossa sentiu um mal estar e desistimos de sair". Entretanto, vários conhecidos do jovem morreram no incêndio. Um dos amigos de Goellner, que também é integrante da ONG e estava na boate no dia do incidente, conseguiu sair minutos antes de o fogo começar. "Ele, porém, perdeu 15 amigos", lamenta o jovem. "Não podemos mudar o passado, mas esperamos evitar que, no futuro, tragédias como essa voltem a acontecer", diz Goellner. "Queremos transformar nossa revolta em resultado", afirmou.

Vítimas
A Secretaria Estadual de Saúde do Rio Grande do Sul confirmou que o número de vítimas fatais da tragédia subiu para 237, com o anúncio oficial do óbito de Bruno Portella Fricks, de 22 anos, neste sábado.
Um total de 113 pessoas feridas no incêndio permanecem hospitalizadas, muitas delas em estado grave.
Cerca de quatro mil pessoas se reuniram para uma missa de sétimo dia neste sábado à noite, no Santuário Basílica Nossa Senhora da Medianeira de Todas as Graça, em Santa Maria.

Centenas de pessoas também se reuniram entre a noite de sábado e a madrugada deste domingo para uma vigília silenciosa nas imediações da boate Kiss, no centro de Santa Maria.

No sábado, o prefeito de Santa Maria, anunciou que a casa noturna Kiss será transformada em um memorial para as vítimas.


Luís Guilherme Barrucho *
Da BBC Brasil em São Paulo

* Colaborou Mariana Della Barba, da BBC Brasil em São Paulo

quarta-feira, 30 de janeiro de 2013

Mãe que perdeu 2 filhos na tragédia é amparada em velório em Santa Maria

Mãe que perdeu 2 filhos na tragédia é amparada em velório em Santa Maria
Gustavo Marques Gonçalves teve morte encefálica nesta terça-feira (29).
Amigos prestaram homenagem ao amigo durante velório em Santa Maria.

Elaine Gonçalves perdeu dois filhos no incêndio da Kiss, em Santa Maria. O caçula Gustavo Marques, de 21 anos, teve morte cerebral confirmada ontem; número de mortos chega a 235


Velório de Gustavo Marques Gonçalves, de 21 anos, é marcado por emoção em Santa Maria (Foto: Evelson de Freitas/Estadão Conteúdo)

Mãe de duas vitimas da tragédia, Eliane Gonçalves chegou amparada por familiares e amigos ao local onde vai velar o segundo dos seus quatro filhos em menos de três dias. Gustavo Marques Gonçalves teve morte encefálica confirmada na noite desta terça-feira (29). Ele é a mais recente vitima da tragédia de Santa Maria, que deixou 235 mortos após um incêndio durante uma festa universitária na boate Kiss.

Deives, irmão de Gustavo, foi enterrado no domingo (27). Ele também estava na casa noturna.  "Eles saíam de noite e eu sempre os abençoava. Me perguntavam como eu conseguia dormir com dois filhos na rua. Não adiantava sair com eles. Que Deus os abençoe", disse ao G1 a mãe dos dois jovens mortos.
Elaine recebe o carinho de parentes e amigos durante o enterro do segundo filho morto no incêndio na boate Kiss (Foto: Evelson de Freitas/Estadão Conteúdo)

O corpo de Gustavo chegou à Capela Mortuária do Hospital de Caridade perto das 10h, mas ainda demorou alguns minutos para ser liberado para o velório. Amigos e familiares transtornados se abraçavam  e choravam juntos pela morte dos irmãos. A mãe dos jovens fez questão de cumprimentar cada um dos amigos e familiares presentes na despedida do filho. De cada um, recebia abraços e palavras de consolo.

"Eu não quero que o velório seja fechado para nenhum amigo", afirmou a mãe dos jovens, que está acompanhada de psicólogos no local.

Bruna Yegros, amiga dos jovens, levou uma última homenagem aos irmãos. Em um cartaz, as fotos de Gustavo e Deives estampavam o sorriso dos dois jovens que ainda tinham muita vida pela frente. O enterro do corpo será às 16h no Cemitério Municipal.
Amigos prestam homenagem durante velório
(Foto: Iara Lemos/ G1)

Investigação da tragédia
O delegado regional de Santa Maria (RS), Marcelo Arigony, afirmou em entrevista coletiva na tarde desta terça-feira (29) que a banda Gurizada Fandangueira utilizou um sinalizador mais barato, próprio para ambientes abertos e que não deveria ser usado em local fechado, durante o show na boate Kiss, em Santa Maria (RS). O equipamento teria provocado o incêndio que deixou 234 mortos na madrugada de domingo (27).

O delegado Marcelo Arigony elencou uma série de elementos que contribuíram para que a tragédia ocorresse, como falhas na iluminação de emergência, espuma inadequada para recobrir a danceteria, além de extintores irregulares.
Segundo Arigony, o extintor de incêndio que estava na boate e falhou quando os seguranças tentaram apagar o fogo pode ser falsificado.“Segundo testemunhas e provas preliminares, os extintores podem ser falsos, pois não estavam funcionando, não funcionavam direito”, disse.

Incêndio e prisões
O incêndio começou por volta das 2h30 de domingo (27), durante a apresentação da banda Gurizada Fandangueira, que utilizou sinalizadores para uma espécie de show pirotécnico.

Segundo relatos de testemunhas, faíscas de um equipamento conhecido como "sputnik" atingiram a espuma do isolamento acústico, no teto da boate, dando início ao fogo, que se espalhou pelo estabelecimento em poucos minutos.

Quatro foram presos nesta segunda-feira após a tragédia: o dono da boate, Elissandro Calegaro Spohr, o sócio, Mauro Hofffmann, e dois integrantes da banda Gurizada Fandangueira, que fazia um show pirotécnico que teria dado início ao incêndio, segundo informações do delegado Sandro Meinerz, responsável pelo caso.

Em depoimento, Spohr afirmou à Polícia Civil que sabia que o alvará de funcionamento estava vencido, mas que já havia pedido a renovação.

O advogado Mario Cipriani, que representa Mauro Hoffmann, afirmou que o cliente "não participava da administração da Kiss".
Na manhã de segunda, outros dois integrantes da banda falaram sobre a tragédia. "Da minha parte, eu parei de tocar", disse o guitarrista Rodrigo Lemos Martins, de 32 anos.

Por meio dos seus advogados, a boate Kiss se pronunciou sobre a tragédia, classificando como "uma "fatalidade".

A presidente Dilma Rousseff visitou Santa Maria no domingo e decretou luto oficial de três dias. O comandante do Corpo de Bombeiros da região central do Rio Grande do Sul, tenente-coronel Moisés da Silva Fuch, disse que o alvará de funcionamento da boate estava vencido desde agosto do ano passado.

Também na tarde desta terça, outras informações importantes sobre o caso foram divulgadas:
1- Segundo a polícia, a banda Gurizada Fandangueira utilizou um sinalizador mais barato, impróprio para ambientes fechados;
2- há diversos indicativos de que a boate não deveria estar funcionando;
3- a Prefeitura de Santa Maria se eximiu de responsabilidade pelo incêndio;
4- o chefe do Estado Maior do 4º Comando Regional do Corpo de Bombeiros, major Gerson Pereira, recebeu uma ligação do governo do Estado e disse que foi "orientado a não falar com a imprensa".
5-  empresa entrega o gravador e diz que não foram feitas imagens do incêndio.

do G1 Rio Grande do Sul

domingo, 27 de janeiro de 2013

Tristeza sem fim. Em Santa Maria (RS), famílias realizam velório coletivo das vítimas do incêndio na boate


Em clima de desolação, ginásio de Santa Maria recebe velório coletivo
Velório ocorre no salão onde parentes aguardam para reconhecer vítimas.
Clima é de desolação no Centro Municipal de Desportos da cidade.
Centenas de pessoas acompanham o velório no Centro Municipal de Desportos (Foto: AFP)

Dezenas de corpos vitimados pelo incêndio que deixou pelo menos 233 mortos em uma boate de Santa Maria começaram a ser velados no início da noite deste domingo (27). Logo após o reconhecimento por parte dos familiares, os corpos foram organizados em filas dentro de caixões e colocados em um dos salões do do Centro Municipal de Desportos de Santa Maria.


O complexo esportivo, que conta com vários salões, recebeu centenas de pessoas durante todo o dia. Filas se formavam dentro de um ginásio para o reconhecimento das vítimas e, no mesmo espaço, que estava dividido ao meio, os caixões eram dispostos para que as famílias pudessem dar o último adeus aos parentes.
O clima no local era de desolação. A cada vítima reconhecida, gritos e choros eram ouvidos no centro de esportes. Só após os trâmites burocráticos com a funerária, os corpos eram liberados para o velório. Os familiares também tinham a opção de levar os corpos para serem velados em outros locais.

Um grupo de cinco amigos aguardava a liberação do corpo de um colega de universidade. Com semblantes entristecidos, eles lamentavam o fato da vítima estar muito próximo da realização de um sonho: a formatura.

"Estamos esperando os parentes dele chegar, mas vamos ficar aqui até o fim. Vamos nos formar este ano, é uma pena. Queremos fazer uma homenagem para ele na formatura, mas hoje não é dia para pensar nisso. Hoje só queremos nos despedir dele", disse Gerson Polidoro, 24 anos, que junto com os amigos decidiu preservar o nome do amigo.

Ainda não há informações oficiais sobre o tempo de duração do velório coletivo.

Como o fogo começou
Conforme informações da polícia, o incêndio teria começado por volta das 2h30, durante a apresentação da banda Gurizada Fandangueira, que utilizou sinalizadores para uma espécie de show pirotécnico. Faíscas teriam atingido a espuma do isolamento acústico, no teto da boate, e iniciado o fogo, que se espalhou pelo estabelecimento em poucos minutos.

O incêndio provocou pânico e muitas pessoas não conseguiram acessar a saída de emergência. A festa "Agromerados" reunia estudantes da Universidade Federal de Santa Maria, dos cursos de Pedagogia, Agronomia, Medicina Veterinária, Zootecnia e dois cursos técnicos.
Parentes se desespera no velório (Foto: AFP)
Dilma visita famílias

Por volta das 14h deste domingo (27), a presidente Dilma Rousseff esteve no Hospital de Caridade de Santa Maria, no Rio Grande do Sul, onde visitou feridos do incêndio na boate Kiss, que causou, pelo menos, 233 mortes. Após passar pelo hospital, a comitiva presidencial se dirigiu ao ginásio do Centro Desportivo Municipal, onde está ocorrendo o reconhecimento dos corpos das vítimas da tragédia.

Dilma conversou com alguns familiares que aguardam para fazer o reconhecimento dos corpos, mas, muito emocionada, logo deixou o local sem falar com a imprensa.
G1

Tragédia em Santa Maria - RS. Celulares das vítimas tocavam durante resgate, lembra Coronel

Celulares das vítimas tocavam durante resgate, lembra Coronel

O coordenador da Defesa Civil de Santa Maria (RS), Adilomar Silva, afirmou neste domingo, em entrevista à Band News, que bombeiros que trabalharam no socorro ao incêndio na boate Kiss relataram que ouviram os celulares de diversas vítimas tocarem durante os trabalhos de resgate. Segundo o coordenador, a maioria das chamadas eram de familiares buscando informações a respeito dos frequentadores da festa.

"Realmente é chocante. Havia (...)  celular nos bolsos tocando. Um celular tinha mais de 100 chamadas não atendidas", afirmou Adilomar Silva, que se disse solidário aos pais em busca de notícias de seus filhos. "A gente que está aqui no front, vivenciando a situação, imagina o que o pai está enfrentando. Santa Maria é uma cidade universitária, uma cidade que tem muitos estudantes de várias partes do Estado e do Brasil, inclusive. Então alguns jovens residem sozinhos na cidade", disse o coordenador da Defesa Civil. "Por isso a nossa preocupação - das equipes de segurança - de agirmos o mais rápido possível na identificação desses jovens, para que os familiares tenham uma notícia precisa. Porque, neste momento de dor, a dor aumenta mais ainda com a indefinição das informações", concluiu.

Boate Kiss antes do incêndio

Boate Kiss depoisdo incêndio


Incêndio em casa noturna
Um incêndio de grandes proporções deixou mais de 230 mortos na madrugada deste domingo em Santa Maria (RS). O incidente, que começou por volta das 2h30, ocorreu na Boate Kiss, na rua dos Andradas, no centro da cidade. O Corpo de Bombeiros acredita que o fogo iniciou com um sinalizador lançado por um integrante da banda que fazia show na festa universitária.

Segundo um segurança que trabalhava no local, muitas pessoas foram pisoteadas. "Na hora que o fogo começou foi um desespero para tentar sair pela única porta de entrada e saída da boate e muita gente foi pisoteada. Todos quiseram sair ao mesmo tempo e muita gente morreu tentando sair", contou. O local foi interditado e os corpos foram levados ao Centro Desportivo Municipal, onde centenas de pessoas se reuniam em busca de informações.

A prefeitura da cidade decretou luto oficial de 30 dias e anunciou a contratação imediata de psicólogos e psiquiatras para acompanhar as famílias das vítimas. A presidente Dilma Rousseff interrompeu viagem oficial que fazia ao Chile e foi até a cidade, onde se reuniu com o governador Tarso Genro e parentes dos mortos.



Veja nomes das vítimas identificadas em incêndio no RS
Governo do Rio Grande do Sul divulga nomes das pessoas mortas em incêndio na cidade de Santa Maria no Rio Grande do Sul; dos 233 mortos, 141 foram identificados até agora
Soldados carregam caixão com corpo de uma das vítimas do incêndio

São Paulo - O governo do Rio Grande do Sul acaba de divulgar os nomes de 141 vítimas do incêndio em casa de shows em Santa Maria, no Rio Grande do Sul. Ao todo, 233 pessoas morreram.

Alan Rembem de Oliveira
Alexandre Anes Prado
Alisson Oliveira da Silva
Allana Willers
André Cadore Bosser
Andressa Ferreira Flores
Andressa Thalita Farias Brissow
Ângelo Nicolosso Aita
Augusto Cesar Neves
Augusto Malezan de Almeida Gomes
Augusto Sergio Krauspenhar da Silva
Benhur Retzlaff Rodrigues
Bernardo Carlo Kobe
Bruna Brondani Pafhalia
Bruna Eduarda Neu
Bruno Kraulich
Carlitos Chaves Soares
Carlos Alexandre dos Santos Machado
Carolina Simões Corte Real
Cássio Garcez Biscaino
Clarissa Lima Teixeira
Daniel Knabbem da Rosa
Daniel Sechim
Daniela Betega Ahmadw
Danilo Brauner Jaques
Danriei Darin
David Santiago de Souza
Débora Chiappa Forner
Deives Marques Gonçalves
Dionatham Kamphorst Paulo
Douglas da Silva Flores
Elizandor Oliveira Rolin
Emerson Cardoso Pain
Evelin Costa Lopes
Fábio José Cervinski
Felipe Vieira
Fernanda Fischer
Fernando Michel Devagarins Parcianello
Fernando Pellin
Flávia Decarle Magalhães
Franciele Araujo Vieira
Franciele Viziole
Gabriela Corcine Sanchotene
Gabriela dos Santos Saenger
Geni Lourenço da Silva
Giovane Krauchemberg Simões
Guilherme Fontes Gonçalves
Guino Ramom Brites Burro
Gustavo Ferreira Soares
Heitor Santos Oliveira
Heitor Teixeira Gonçalves
Helio Trentin Junior
Henrique Nemitz Martins
Herbert Magalhães Charão
Hericson Ávila dos Santos
Igor Stefhan de Oliveira
Jacob Francisco Thiele
Jaderson da Silva
Janaina Portella
João Carlos Barcellos Silva
João Paulo Pozzobom
José Luiz Weiss Neto
Julia Cristofari Soul
Juliana Moro Medeiros
Juliana Oliveira dos Santos
Juliana Sperone Lentz
Kelli Anne Santos Azzolin
Larissa Terres Teixeira
Leandra Fernanda Toniolo
Leandro Avila Leivas
Leandro Nunes da Silva
Leonardo de Lima Machado
Leonardo Machado de Lacerda
Leonardo Schoff Vendrúsculo
Letícia Ferraz da Cruz
Lincon Turcato Carabagiale
Louise Victoria Farias Brissow
Luana Behr Vianna
Lucas Leite Teixeira
Luciano Ariel Silva da Silva
Luciano Tagliapetra Esperidião
Luiz Fernando Riva Donate
Luiza Alves da Silva
Luiza Batistela Bottow
Maicon Afrolinario Cardoso
Maicon Douglas Moreira Iensen
Maicon Francisco Evaldt
Marcelo de Freitas Salla Filho
Maria Mariana Rodrigues Ferreira
Mariana Comassetto do Canto
Mariana Moreira Macedo
Marina Kertermann Kalegari
Martins Francisco Mascarenhas de Souza Onofre
Marton Matana
Matheus de Lima Librelotto
Matheus Engert Rebolho
Mauricio Loreto Jaime
Melissa do Amaral Dalforno
Michele Dias de Campos
Micheli Froehlich Cardoso
Miguel Webber May
Mirella Rosa da Cruz
Natiele dos Santos Soares
Odomar Gonzaga Noronha
Otacílio Altíssimo Gonçalves
Pamela de Jesus Lopes
Paulo Batistela Gato
Pedro de Oliveira Salla
Raquel Daiane Fischer
Rhuan Scherer de Andrade
Ricardo Dariva
Ricardo Stefanello Piovesan
Roger Dallanhol
Rogério Cardoso Ivaniski
Ruan Pendenza Callegari
Sabrina Soares Mendes
Shaiana Tauchem Antoline
Silvio Beurer Junior
Suziele Cassol
Tailan Rembem de Oliveira
Taís da Silva Scaplin de Freitas
Tanise Lopes Cielo
Thailan de Oliveira
Thiago Amaro Cechinatto
Tiago Dovigi Cegabinaze
Vagner Rolin Marastega
Vandelcork Marques Lara Junior
Vinicios Greff
Vinicios Paglnossim de Moraes
Vinicius Silveira Marques de Mello
Vinissios Montardo Rosado
Viviane Tólio Soares

Identificados pela Perícia Necropapiloscópia 

Andressa Ferreira Flores - RG 2077819205
Bruna Eduarda Neu - RG 5112716328
Carlos Alexandre dos Santos Machado - RG 5087233606
Francielli Araujo Vieira - RG 5101465101
FrancileVizioli - RG 1098870049
Julia Cristofali Saul - RG 8094907154
Maria Mariana Rodrigues Ferreira - RG 71059848891
Pâmella de Jesus Lopes - RG 7083600887
Sandra Leone Pacheco Ernesto - RG 4061233138


Maioria das vítimas no incêndio da boate Kiss, no Rio Grande do Sul, era estudante da Universidade Federal de Santa Maria-UFSM.

A maioria das vítimas no incêndio da boate Kiss, no Rio Grande do Sul, era estudante da Universidade Federal de Santa Maria-UFSM.
Correria próximo à Boate Kiss, em Santa Maria, que pegou fogo na madrugada

O reitor da UFSM, Felipe Martins Müller, convocou todos os psicólogos e assistentes sociais do quadro de servidores da instituição para que compareçam ao Centro Desportivo Municipal de Santa Maria (RS) com o objetivo de prestar auxílio aos envolvidos e seus familiares. Os servidores da UFSM do campus de Frederico Westphalen-RS também se deslocaram até o local.


A universidade divulgou a seguinte nota: "Consternados pela tragédia que se abateu sobre nossos jovens, a Reitoria, em nome de toda a comunidade acadêmica da UFSM, torna pública a sua profunda tristeza, solidarizando-se com os familiares das vítimas neste momento de dor. Sentimos muito que, em meio a um momento de festa, a tranquilidade de pais, irmãos e amigos seja interrompida pela notícia de uma fatalidade dessa dimensão.

Desde os primeiros momentos, temos colocado à disposição das famílias os recursos de que dispomos, tanto junto ao Hospital Universitário, quanto através de meios para transporte, comunicação, pessoal da área de assistência social, atendimento psicológico e espaço físico da nossa Instituição. Reafirmamos nossa disposição em auxiliar os familiares no que estiver ao alcance de nossa estrutura, ao longo do tempo que for necessário para amparar os que são vítimas de danos irreparáveis".
Vítima sendo socorrida no incêndio da boate Kiss, em Santa Maria - Deivid Dutra/Agência Freelancer

MEC lamenta
O Ministério da Educação também divulgou nota, lamentando a tragédia.

“Logo que tomou conhecimento do fato, o Ministério da Educação entrou em contato com o reitor da universidade, Felipe Martins Müller, e colocou toda estrutura de hospitais universitários do Estado à disposição para auxiliar no atendimento às vítimas e no apoio aos familiares”, diz um trecho do documento.
O ministro Aloizio Mercadante participava da reunião da Comunidade de Estados Latino Americanos e Caribenhos com a União Europeia, no Chile. Cancelou compromissos e acompanhou a presidenta Dilma Rousseff na viagem com destino a Santa Maria.


Tragédia em Santa Maria. Polícia do RS conta 245 mortos em festa estudantil em boate

Número de mortes após incêndio em boate já chega a 245, afirma polícia
Fogo começou por volta das 2h30 de domingo (27) durante festa em boate.
Resgate de corpos foi concluído; feridos são levados a hospitais da região.

O incêndio ocorrido na madrugada deste domingo (27) na boate Kiss, em Santa Maria, Região Central do Rio Grande do Sul, já deixou pelo menos 245 mortos, segundo a Brigada Militar. O resgate dos corpos foi concluído no fim da manhã. Ao menos outras 48 pessoas feridas estão recebendo atendimento em hospitais da região. O número total de vítimas ainda é desconhecido.

A polícia e o Corpo de Bombeiros ainda trabalham no local em busca de mais informações sobre as circunstâncias da tragédia e para retirar corpos da área.

O número de pessoas que estavam na boate no momento do incêndio ainda não foi confirmado pelas autoridades. A festa reunia estudantes da Universidade Federal de Santa Maria, dos cursos de Pedagogia, Agronomia, Medicina Veterinária, Zootecnia e dois cursos técnicos.

Segundo informações preliminares, o fogo teria começado por volta das 2h30, depois que o vocalista da banda que se apresentava fez uma espécie de show pirotécnico, usando um sinalizador. As faíscas teriam atingido a espuma que faz o isolamento acústico no teto do estabelecimento e as chamas se espalharam.
O incêndio provocou pânico e muitas pessoas não conseguiram acessar a saída de emergência.

Ao menos seis casas de saúde da região receberam vítimas do incêndio, e voluntários estão auxiliando o trabalho na cidade. "Estamos mobilizando todo o estado. Temos hospitais de diversas regiões se disponibilizando para ajudar. De Canoas, Santo Ângelo, Santa Cruz, enfim. Todos estão colaborando para oferecer o melhor atendimento possível. Os trabalhos são intensos e é preciso uma mobilização muito grande", disse Ciro Simoni, Secretário Estadual da Saúde, em entrevista à Rádio Gaúcha.

O Hospital de Pronto Socorro de Porto Alegre, que tem uma unidade especializada em queimaduras, também receberá feridos.

'Banda utilizava efeitos pirotécnicos'
Taynne Vendrúsculo, estudante que estava na boate durante o incêndio, afirmou ter visto o vocalista da banda que se apresentava no local utilizando efeitos pirotécnicos durante o show.

"Foi durante uma música em que o cantor estava fazendo uma apresentação que tinha efeitos [pirotécnicos], porque provocou faíscas, alguma coisa que acreditamos que possa ter sido isso que causou [o incêndio]. Foi muito rápido. Ele estava cantando e, quando a gente viu, ele parou de cantar e aí a gente olhou e prestou atenção no que estava acontecendo e tinha o fogo no teto", contou à GloboNews.

'Fumaça se espalhou muito rápido'
A estudante Luana Santos Silva, de 23 anos, que estava no local no momento do incidente, disse em relato à GloboNews que o fogo se alastrou rapidamente pelo interior da boate.

Ela afirmou que estava próxima à saída quando o fogo começou. "Nós olhamos para o teto lá na frente do palco e estava começando um fogo. Foi um amigo nosso que nos mostrou, aí nós começamos a cair. Minha irmã me puxou e eu saí arrastada pelo chão", contou Luana.

Segundo a jovem, a fumaça se espalhou rapidamente. "Foi bem no início, foi só atravessar a rua e começou a sair fumaça. Aí começou a sair o pessoal desesperado e gente machucada. Era uma porta pequena para muita gente sair".

Trabalho salva fotógrafa
O trabalho da fotógrafa Fernanda Freire Gomes Bona, de 23 anos, a salvou de ser mais uma das vítimas do incêndio que atingiu a boate Kiss, em Santa Maria (RS). Fotógrafa oficial da casa noturna, ela estava em uma área VIP próxima à saída quando o incêndio começou. O local tinha uma vista privilegiada da boate, permitindo não apenas que ela tirasse fotos, mas também que percebesse rapidamente o incêndio e escapasse do local em poucos minutos.

"Como estava perto da porta graças a Deus eu saí correndo, em cinco minutos estava do lado de fora. Uma pessoa me chamou para fotografar na área VIP, por isso que eu fui para lá, tem uma visão melhor", contou Fernanda ao G1. "Normalmente eu fico no meio das pessoas. Foi sorte. Seu eu não estivesse trabalhando, não estaria na área VIP".

Dilma cancela agenda e vai ao RS
A presidente Dilma Rousseff cancelou três reuniões bilaterais que teria neste domingo (27) no Chile e embarca ainda pela manhã para Santa Maria, no Rio Grande do Sul, em razão da tragédia ocorrida em boate na cidade, onde pelo menos 245 pessoas morreram após o incêndio.

Em entrevista antes da viagem, Dilma disse que mobilizou os ministros para monitorar e que o governo federal fará "tudo o que for necessário". Emocionada, ela lamentou a tragédia.

"Eu queria dizer à população do nosso país e de Santa Maria o quanto, nesse momento de tristeza, estamos juntos. E necessariamente iremos superar, mantendo a tristeza", disse com a voz embargada.

Mais cedo, ela telefonou para o governador gaúcho Tarso Genro e ofereceu "toda ajuda necessária" para lidar com a situação.

"A presidenta telefonou para o governador Tarso Genro e ofereceu toda a ajuda necessária. Ela determinou a todos os ministros que deem apoio em suas respectivas áreas", informou a assessoria de imprensa do Planalto.

'Brasil está de luto', diz Lula
O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva divulgou nota, na manhã deste domingo, na qual manifesta solidariedade a amigos e familiares das vítimas do incêndio em uma boate em Santa Maria.

"O Brasil inteiro está triste e de luto pelas mortes ocorridas no incêndio em Santa Maria. Nesse momento difícil, expressamos nossa solidariedade aos amigos e familiares das vítimas e à toda a população da cidade, mas em especial aos pais e mães por essas perdas irreparáveis. Nossos sentimentos", diz a nota assinada por Lula e pela ex-primeira-dama Marisa Letícia.

Tarso Genro lamenta tragédia e viaja para Santa Maria
O governador do Rio Grande do Sul, Tarso Genro, manifestou no Twitter o seu pesar pelas mortes provocadas pelo incêndio ocorrido na madrugada. O chefe do Executivo no estado afirmou ainda que se deslocará até a cidade para acompanhar o trabalho dos Bombeiros e da Polícia Civil, que realizam a retirada e a identificação dos corpos.

“Domingo triste! Estamos tomando as medidas cabíveis e possíveis. Estarei em Santa Maria no final da manhã”, escreveu o governador na rede social. Em entrevista à Rádio Gaúcha mais cedo neste domingo, o secretário de Segurança Pública do RS, Airton Michels, afirmou que todas as forças de segurança pública do estado já foram acionadas para se deslocarem até Santa Maria.

Prefeitura decreta luto oficial de 30 dias
O prefeito de Santa Maria (RS), Cezar Schirmer, decretou luto oficial de 30 dias pelas mortes ocorridas durante incêndio em uma boate e que vitimou pelo menos 245 pessoas. De acordo com o secretário de Relações de Governo e Comunicação, Giovani Manica, é a primeira vez que um luto tão extenso é decretado na cidade.

Tragédia é destaque na imprensa mundial
O incêndio ocorrido em Santa Maria (RS) repercutiu na imprensa internacional, com jornais e agências de notícias de outros países publicando reportagens sobre o assunto. O jornal espanhol El País noticiava a tragédia como manchete de sua edição na internet. "Dezenas de mortos em incêndio de uma discoteca no sul do Brasil", dizia a publicação.

A rede britânica BBC informou que "dezenas" de pessoas morreram no incêndio, e pedia relatos de testemunhas. O jornal norte-americano New York Post deu destaque para o ocorrido em sua página na internet, relatando as dezenas de mortes. A publicação inglesa Daily Mirror divulgou imagens da fachada da boate no Rio Grande do Sul junto com relatos sobre as mortes.

Globo.com

Incêndio na boate de Santa Maria - RS. Haverá dificuldade em reconhecer corpos

Foi terrível, cena de filme de terror", diz mulher que escapou de incêndio em boate

Segundo Fuchs, o transporte dos corpos é realizado por um caminhão da Brigada Militar, devido ao elevado númerode de mortos. Eles são levados ao Centro Desportivo Municipal (Farrezão), porque o IML (Instituto Médico Legal) não tem capacidade para abrigá-los.

"O número de mortos pode chegar a 150, já que a equipe do Corpo de Bombeiros ainda não chegou até o fundo da boate", disse Fuchs.

O balanço com os números e nomes das vítimas ainda não foi divulgado porque os bombeiros ainda não terminaram o trabalho de resgate. Além disso, os feridos estão distribuídos em diferentes hospitais da cidade.

Ao menos cem pessoas morreram e 200 pessoas ficaram feridas na madrugada deste domingo na boate Kiss, segundo informações preliminares do Exército.

INCÊNDIO
Segundo o coordenador da Defesa Civil, Adelar Vargas, o fogo teria começado na espuma de isolamento acústico, no teto. Um dos integrantes da banda, que se apresentava no local, teria acendido um sinalizador, que atingiu o teto e o fogo se espalhou rapidamente, de acordo com Vargas.

A auxiliar de escritório, Michele Pereira, 34, que estava em frente ao palco no momento em que começou o incêndio, confirma que um dos integrantes da banda acendeu um sinalizador no palco.
"A banda que estava no palco começou a usar sinalizadores e, de repente, pararam o show e apontaram [o sinalizador] para cima. Aí o teto começou a pegar fogo, estava bem fraquinho, mas em questão de segundos começou a se alastrar", disse Pereira.

No local, havia apenas uma saída de emergência. Os bombeiros tiveram que abrir um buraco na parede da boate para facilitar o acesso e a retirada das pessoas do local.

O assessor do Hospital Caridade, que fica na região central da cidade, Claudemir Pereira, disse que pelo menos 30 pessoas estão no hospital com ferimentos leves a graves. Os corpos foram levados para o Centro Desportivo Municipal (Farrezão), porque o IML (Instituto Médico Legal) não tem capacidade para abrigá-los.

Segundo informação preliminar da prefeitura, há registro de quatro mortes na UPA e outras quatro no Hospital da Guarnição de Santa Maria. A prefeitura está recrutando voluntários para ajudar no atendimento aos feridos, principalmente, enfermeiros e de médicos.

O fogo foi controlado por volta das 5h30, mas por volta das 7h os bombeiros ainda permaneciam no local fazendo o trabalho de rescaldo. O prédio ficou destruído e corre risco de desabamento, de acordo com os bombeiros.

As causas do incêndio serão investigadas.



"Vi pessoas serem pisoteadas tentando sair", diz vítima de incêndio

A auxiliar de escritório Michele Pereira, 34, é uma das pessoas que conseguiu escapar do incêndio que atingiu na madrugada a boate Kiss, no centro de Santa Maria (307 km de Porto Alegre), e deixou ao menos cem mortos e 200 feridos, segundo informações preliminares do Exército.


No momento do incêndio Pereira estava em frente ao palco onde um grupo fazia um show. "A banda que estava no palco começou a usar sinalizadores e, de repente, pararam o show e apontaram [o sinalizador] para cima. Aí o teto começou a pegar fogo, estava bem fraquinho, mas em questão de segundos começou a se alastrar", contou.

A auxiliar estava próxima da porta da saída, por isso conseguiu escapar. "Foi minha sorte estar perto da saída e era a única que tinha pelo que eu vi porque todo mundo estava saindo por ela ou pela porta de entrada", contou. No corre-corre, Michele caiu e machucou o joelho. "Vi muita gente sendo pisoteada no desespero para sair de lá eu acabei cortando o joelho", disse.

Na saída, o cenário visto por Pereira foi desolador. "Foi terrível, cena de filme de horror! Corpos caídos pelo chão, muita gente desmaiada, chorando, tentando respirar porque a fumaça era muita", contou.

Pereira estava com a estudante de radiologia Leandra Toniolo, 23, quando a amiga avisou que iria ao banheiro, deixando todos os documentos na bolsa da auxiliar. O incêndio começou quando Toniolo ainda estava no banheiro. A família ainda busca por notícias da estudante.

"Assim que o incêndio começou ela ainda estava no banheiro, que ficava próxima a entrada. Eu estava no lado oposto, perto do palco e próximo da porta de saída. Eu teria que cruzar a pista inteira para tentar encontrá-la e no tumulto era impossível", contou.

INCÊNDIO

O incêndio deixou mais de cem mortos e ao menos 200 pessoas feridas na madrugada deste domingo na boate Kiss, no centro de Santa Maria (307 km de Porto Alegre), segundo informações preliminares do Exército.

O tenente-coronel Moisés da Silva Fuchs afirmou que o número de mortos pode ser ainda maior, já que ainda há pessoas desaparecidas e espalhadas por diversos hospitais. Ainda não foi divulgado a relação de nomes das vítimas. De acordo com Fuchs, o alvará do estabelecimento estava vencido desde agosto de 2012.

Ele disse ainda que o transporte dos corpos para o Centro Desportivo Municipal (Farrezão) é realizado por um caminhão da Brigada Militar, devido ao elevado número de mortos. "O número de mortos pode chegar a 150, já que a equipe do Corpo de Bombeiros ainda não chegou até o fundo da boate", disse Fuchs.

Segundo o coordenador da Defesa Civil, Adelar Vargas, o fogo teria começado na espuma de isolamento acústico, no teto. Um dos integrantes da banda, que se apresentava no local, teria acendido um sinalizador, que atingiu o teto e o fogo se espalhou rapidamente, de acordo com Vargas.

A auxiliar de escritório, Michele Pereira, 34, que estava em frente ao palco no momento em que começou o incêndio, confirma que um dos integrantes da banda acendeu um sinalizador no palco.

"A banda que estava no palco começou a usar sinalizadores e, de repente, pararam o show e apontaram [o sinalizador] para cima. Aí o teto começou a pegar fogo, estava bem fraquinho, mas em questão de segundos começou a se alastrar", disse Pereira.

No local, havia apenas uma saída de emergência. Os bombeiros tiveram que abrir um buraco na parede da boate para facilitar o acesso e a retirada das pessoas do local.

FOLHA
SIDNEY GONÇALVES DO CARMO