segunda-feira, 30 de abril de 2012

A história de Linhares ES

A vigilância ao tráfico de ouro através do Rio Doce é que deu origem ao Povoado de Coutins, com o estabelecimento de um Quartel Militar, com o mesmo nome, no ano de 1800, em volta do qual surgiu o povoamento.

Os índios do grupo Botocudos, nação Gês ou Tapuias, primeiros donos da terra, resistiam tenazmente à qualquer colonização branca na área e assim o fizeram, até que armas superiores às suas os dizimaram totalmente.

Naquela época toda área da região era coberta pela Mata Atlântica, que aos poucos, e decorrer de um século, foi devastada dando lugar a povoamento, extração, pastoreio e agricultura.

O primeiro povoamento foi inteiramente destruído por ataques dos índios botocudos e, em 1809, outro povoado foi levantado no mesmo lugar, recebendo o nome de Linhares, em homenagem a D. Rodrigo de Souza Coutinho, Conde de Linhares.

O povoado ficava situado num platô em forma de meia-lua, às margens do Rio Doce e, a leste e à oeste do povoado ficavam situados dois quartéis militares para avisar a população de ataques prováveis dos indígenas: um, onde é hoje o Bairro Aviso (daí o nome) e outro, nas proximidades de onde fica hoje o Colégio Estadual."

Por ordem cronológica, seguiram-se os seguintes fatos
• Estabelecimento dos primeiros lavradores, a convite do Governo da Capitania, ainda em 1809, (Espírito Santo era Capitania, na época) vindo assim para Linhares a família João Felipe du Pin Almeida Calmon, como colonos, para colonizar a região, ou seja, povoar e explorar a terra.

• Em 1811, o novo Governador da Capitania - Francisco Alberto Rubim, providenciou a vinda de mais colonos e, em 1819, é feita, por sua ordem, uma "Vista e Perspectiva do Povoado de Linhares", e nela, vê-se também a Primeira Igreja , construída sob o patrocínio de Rubim. O povoado foi construído em volta de uma Praça quadrada (hoje Praça 22 de Agosto), que guarda até hoje seu traçado original e onde os índios dançavam e cantavam no passado.


• Em 1818, visitou o povoado o naturalista Augusto de Saint Hilaire, deixando, em suas memórias de viagens, uma descrição do povoado, economia, do Rio Pequeno, da Lagoa Juparanã e prevê que, segundo suas palavras, "este lugar será, por certo, um dos mais belos do Brasil".

• Em abril de 1833, em execução a uma Provisão de Paço Imperial, anterior, o Povoado é elevado a VILA, sendo sede do Município do mesmo nome - Linhares - e sob a proteção de N. S. da Conceição. Provisão de Paço corresponde, hoje, a um decreto do Presidente da República.

• Em 22 de Agosto de 1833, realizou-se a primeira sessão solene da Câmara de Vereadores do Município de Linhares, tendo "início a sua vida político - administrativa" como judiciosamente sugere Xenocrates João Calmon de Aguiar". Nessa época, o Brasil era Império, Espírito Santo uma Província, e Vila, a sede dos Municípios; não existindo Prefeito, os Municípios eram administrados pela Câmara de Vereadores.

• O Território do Município de Linhares abrangia os que são hoje os Municípios de: Linhares, Rio Bananal, Colatina, Baixo Guandu, Pancas, São Gabriel da Palha, Sooretama e partes de Ibiraçu, Santa Tereza e Itaguaçu.

• No dia 03 de fevereiro de 1860, a Vila de Linhares recebe a ilustre visita de D. Pedro II. Na época, era Presidente da Câmara Municipal de Linhares o Sr. Carlos Augusto Nogueira da Gama. D. Pedro II aprecia o panorama do Rio Doce, escrevendo mais tarde: "Nenhum mais belo!". Visita a Lagoa Juparanã, parando para almoçar em uma pequena ilha que mais tarde recebeu o nome de Ilha do Imperador. A visita de D. Pedro II trouxe importantes benefícios à Vila de Linhares. Além do reconhecimento histórico que o fato em si representou, D. Pedro destinou 500 mil réis para a construção de um Cemitério (os enterros eram feitos em frente à primeira Igreja que havia desmoronado) e 300 mil réis destinados a compra de parâmetros sacerdotais para celebração na Capelinha. Esta foi a segunda Igreja de Linhares, conhecida atualmente como Igrejinha Velha, situada à praça 22 de Agosto.

• A construção da Casa da Câmara foi outra luta de anos travada pelos vereadores do Município, planejada desde 1849, para funcionar junto com a Intendência Militar (cadeia hoje), só foi construída no final do século, quando foram plantadas as 04 palmeiras que a ladeavam, duas de cada lado, ( só restam duas do lado esquerdo).

• Todo o comércio e transporte para a Vila de Linhares era realizado pela navegação no Rio Doce, destacando-se os vapores: " Muniz Freire", "Milagre":, "Santa Maria", "Tupi" e o "Juparanã". Atracavam estes barcos no cais do Porto do Rio Doce e, alguns, como o "Juparanã", tinham o apelido de "Gaiolas"; o mais famoso comandante do "Juparanã" foi Pedro Epichin, navegando pelo Rio Doce nas primeiras décadas deste século, desde 1927 até aproximadamente 1950, ( não temos a data exata do seu desativamento).

• Em 1887, naufragou na barra do rio Doce, em Regência, o navio "Imperial Marinheiro", durante violenta tempestade, destacando-se no resgate de 128 vidas o heroi Linharense: Caboclo Bernardo, que recebeu posteriormente, das mãos da Princesa Isabel, uma homenagem e medalha de ouro, em recompensa pela sua ação.
• No final do século XIX, a Vila de Linhares entra em decadência e o Povoado de Colatina, que pertencia ao Município de Linhares, conhece rápido crescimento graças a colonização italiana com o plantio de café e a inauguração dos trilhos da Estrada de Ferro Vitória - Minas.

• Assim, por decreto de 30 de dezembro de 1921, ficou criado o Município de Colatina, englobando a Vila e o antigo Município de Linhares, fato este que contribuiu mais ainda a decadência de Linhares durante 22 anos.

• Neste período, entretanto, o plantio do cacau, cujas primeiras mudas haviam sido introduzidas no início do século atual, começa a apresentar resultados consistentes, economicamente. Em 1930, começam a chegar em Linhares os trabalhos de abertura de uma estrada, ligando-a a Vitória, para o sul e depois, ao norte, até São Mateus. Estes fatos, somados ao trabalho de Linharenses junto ao Governo do Estado, fazem com que a situação se transforme.

• No dia 31 de dezembro de 1943 - por decisão do Governo do Estado, restabelece-se o Município de Linhares, desligando-se do Município de Colatina, fato este muito festejado pelos Linharenses, sendo nomeado o primeiro Prefeito de Linhares - Dr. Roberto Calmon. A partir de 1943, a escalada do desenvolvimento de Linhares não é mais detida, sendo que alguns fatos devem ser analisados:
1º) Inauguração da ponte sobre o Rio Doce, na presença do Presidente Getúlio Vargas, sendo o Prefeito de Linhares na época o Sr. Joaquim Calmon.
2º) Em 1972, chega até Linhares o asfaltamento da BR 101.
Estes fatos, inegavelmente, contribuíram para a exploração demográfica do Município e da Cidade.
Fonte: http://www.linharesonline.com.br/


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