terça-feira, 27 de setembro de 2011

Morte em escola. Garoto que se matou em SP pode ter tentado assustar professora, diz delegada

Garoto que se matou em SP pode ter tentado assustar professora, diz delegada

David Mota Nogueira, 10 anos
A delegada Lucy Fernandes disse em entrevista ao telejornal "SPTV", da TV Globo, que o garoto que atirou contra uma professora e depois se matou, em São Caetano do Sul (Grande SP), pode ter tentado fazer uma brincadeira.

Segundo depoimento da diretora da escola à polícia, um colega do menino disse a um psicólogo que ele queria brincar com a professora.

"Ele deve ter ouvido alguma coisa do garoto, talvez que ia assustar a professora, e no fim acabou atingindo a professora e na sequencia teria dado cabo da sua vida", afirmou a delegada.

Eduardo Knapp /Folhapress
Guardas carregam caixão com o corpo do menino que feriu professora a tiro e se matou na Grande SP

O crime aconteceu na última quinta-feira (22), na escola municipal Professora Alcina Dantas Feijão, considerada a melhor pública de São Caetano do Sul.

Segundo a delegada, o aluno, de 10 anos, pediu para ir ao banheiro e, na volta, atirou contra a professora Rosileide Queirois de Oliveira, 38. Na sequência, o garoto se retirou da sala, sentou em uma escada e disparou ele próprio, na cabeça.

Ambos foram socorridos com vida. O aluno foi atendido no Hospital de Emergência Albert Sabin, em São Caetano. Ele teve duas paradas cardíacas e morreu às 16h50, de acordo com a prefeitura da cidade.

A professora permanece internada no Hospital das Clínicas, em São Paulo, sem previsão de alta. A delegada está em contato com o hospital para definir quando a professora poderá ser ouvida, mesmo que ainda na unidade.

Rosileide passou por uma cirurgia na noite da última quinta-feira --mesmo dia em que foi baleada-- para a retirada do projetil que ficou alojada entre o reto e o útero.

Zanone Fraissat - 23.set.11/Folhapress

Velório do estudante de 10 anos que atirou em professora e depois se matou, em São Caetano do Sul

SALA DE AULA

A Prefeitura de São Caetano do Sul informou nesta segunda-feira que a sala de aula onde ocorreu o crime ficará desativada por tempo indeterminado.

De acordo com nota divulgada hoje, a ideia é que a sala em que funcionava o 4º ano C da seja transformada em algum laboratório ou sala de leitura. A aulas permanecem suspensas em toda a escola e devem ser retomadas na quarta-feira (28).

Os educadores e funcionários da escola começaram a receber atendimento psicológico hoje. Eles estão sendo atendidos por seis psicólogos que realizam terapias com grupos de até seis pessoas para esclarecer dúvidas e prepará-los para receber os alunos.

Pais e alunos também receberão atendimento psicológico. Com isso, as equipes vão, além de acolher e tranquilizar as pessoas, realizar uma triagem para determinar o grau do trauma e o estado emocional dos indivíduos. Se necessário, haverá acompanhamentos a longo prazo.

+ ENTENDA O CASO



Estudante atira em professora e se mata


Garoto de 10 anos era quieto e tirava boas notas

Crédito: Reprodução/Orkut


Um aluno armado entrou por volta das 15h50 desta quinta-feira na Escola Municipal de Ensino Professora Alcina Dantas Feijão, no bairro Nova Gerty, em São Caetano, e baleou uma professora. Em seguida, a criança atirou contra a própria cabeça e morreu.


Rosileide Queiros de Oliveira, 38 anos, foi socorrida e levada ao Hospital das Clínicas, na Capital. Ela foi atingida na região posterior, do lado esquerdo, na altura do quadril, e sofreu uma fratura na patela direita. Segundo a Prefeitura, ela deve passar por uma cirurgia, pois a bala está alojada entre o reto e o útero.

Já David Mota Nogueira, 10 anos, aluno do 4º ano do Ensino Fundamental, chegou a ser socorrido com vida no Hospital de Emergência Albert Sabin, em São Caetano, mas não resistiu e morreu após duas paradas cardíacas. O corpo, que passava por perícia, foi liberado por volta das 20h.

David é filho do GCM (Guarda Civil Municipal) Nilton Evangelista Nogueira. Ele teria pegado a arma escondido do pai - um revólver calibre 38 que está registrado e cuja numeração não está danificada.

Segundo o Secretário de Segurança de São Caetano, Moacyr Rodrigues, Nogueira trabalha há 14 anos na corporação e tem uma conduta exemplar. "Essa foi uma ação isolada", disse.

Em coletiva à imprensa, o capitão Robinson Castropil, do 6º batalhão da PM de São Caetano, afirmou que os alunos acabavam de voltar do intervalo quando David pediu para ir ao banheiro. Quando voltou, o garoto já estava com a arma em punho. Ele atirou na professora e, em seguida, correu para um corredor próximo, onde disparou contra ele mesmo. No momento do crime, 25 alunos estavam dentro da sala de aula.

Ainda segundo colegas, David tirava boas notas e não tinha desavenças com a professora alvejada, que é muito querida por todos da escola.
Os pais de David deixaram por volta das 19h o Hospital de Emergência Albert Sabin. A mãe,  estava muito abalada e teve de ser medicada. O casal não quis falar com a imprensa.

De acordo com os funcionários, amanhã a escola ficará fechada.

O helicóptero Águia, da PM (Polícia Militar), foi enviado ao local por volta das 16h30. Diversas viaturas da polícia, da GCM e do Corpo de Bombeiros se posicionaram em frente à escola depois do incidente.

O caso será registrado no 3º DP (Distrito Policial) de São Caetano.

A instituição é conhecida pelo ensino de qualidade. Em 2010, obteve a melhor nota no ENEM (Exame Nacional do Ensino Médio) entre as escolas públicas não-técnicas do Estado de São Paulo. (Com informações de Bruna Gonçalves, Maíra Sanches e Willian Novaes)

Do Diário OnLine
Professora chora e pergunta por que aluno atirou nela e se matou, diz irmã

Dona de casa diz que Rosileide Oliveira soube da morte na segunda em SP.
Polícia adia depoimentos de alunos e antecipa oitiva de pais de Davi no ABC.


A professora Rosileide Queiroz de Oliveira, de 38 anos, baleada no quadril pelo aluno Davi Mota Nogueira, de 10 anos, que se suicidou em seguida com um tiro na cabeça dentro da Escola Municipal Professora Alcina Dantas Feijão, em São Caetano do Sul, no ABC, na quinta-feira (22), chora e se pergunta por que ele atirou nela e se matou em seguida. A afirmação é da irmã mais velha da pedagoga, a dona de casa Maria de Fátima, 49 anos, que falou ao G1 na manhã desta terça-feira (27).

“Tivemos de contar para ela que o Davi havia se matado. Falamos isso na segunda-feira [26] no quarto onde ela está internada no hospital [das Clínicas, em São Paulo]”, disse Maria de Fátima. “Ela chora e se pergunta por que o Davi se matou, por que ele fez isso. Ela também não entende até agora por que ele atirou nela. Ela continua muito abalada e às vezes chora e se indaga sobre o ocorrido”.

Rosileide vai passar por uma nova cirurgia, segundo informou a assessoria de imprensa do Hospital das Clínicas de São Paulo nesta manhã. A previsão é que Rosileide tenha o joelho esquerdo operado na quarta-feira (28) pela equipe de ortopedia do HC. Quando foi atingida no quadril pelo disparo, ela caiu e fraturou a patela do joelho, que foi imobilizada no dia e agora terá de ser fixada. Atualmente, Rosileide está internada em observação num quarto do hospital. Ela se recupera da cirurgia que retirou a bala que a feriu. Seu estado de saúde é estável. Ela não corre risco de morrer. Não há previsão de alta de quando será o dia que ela deixará o hospital.

A Polícia Civil ainda não sabe por que Davi atirou na pedagoga e se suicidou. Ele era tido como bom aluno e nunca havia apresentado problemas. A investigação apura as hipóteses de tiro acidental, bullying e supostas ameaças para explicar a motivação do crime.


Professora será ouvida em hospital
A previsão da delegada Lucy Fernandes, titular do 3º Distrito Policial de São Caetano, é ouvir o depoimento da professora por volta das 10h de quinta-feira (29) dentro do HC, na capital paulista. A investigação quer saber se a pedagoga sofreu alguma ameaça de Davi. O namorado de Rosileide, o funcionário público Luiz Eduardo Hayakawa, chegou a dizer à imprensa que nunca houve queixa dela contra o aluno.

Apesar disso, outros alunos chegaram a afirmar a psicólogos que estão prestando atendimento na escola e a funcionários da unidade educacional que Davi havia prometido matar a professora e se matar em seguida, o que levaria a hipótese de o crime ter sido premeditado.

Mas após depoimentos da diretora da escola, Márcia Gallo, a tese de crime premeditado perdeu força. Também é investigada a hipótese de tiro acidental. Ela afirmou à polícia que uma psicóloga lhe contou que um aluno confirmou que Davi queria dar um susto na professora, mas que a brincadeira saiu errada e ele acabou se matando com medo das consequências que sofreria dos pais.

“Seria a hipótese mais plausível, por se tratar de um bom menino, sem problema com a professora. Dá a impressão de que o tiro pode ter sido acidental”, disse a delegada Lucy. Ela quer traçar um perfil psicológico do aluno. Um desenho que ele fez segurando duas armas ao lado de um professor é analisado.

Essa psicóloga e mais cinco alunos, incluindo o que teria contado sobre a brincadeira que deu errado, serão ouvidos pela delegada. Nesta terça, Lucy informou que os depoimentos das crianças não ocorrerão mais na escola a pedido da diretora. “Ela me falou que os psicólogos não acham bom ouvir os estudantes na volta às aulas e na escola. Por isso, elas serão ouvidas em um outro local da Prefeitura de São Caetano”, disse a delegada, que marcou os depoimentos para segunda-feira (3) às 10h.

Segundo Lucy, os depoimentos ouvidos até agora reforçam a ideia do bom comportamento de Davi. "Não trabalho com a possibilidade de bullying ou que ele tenha sido vítima de outro tipo de violência", afirmou.

Volta às aulas de branco
Na manhã de quarta está programada a retomada das aulas na escola Dantas Feijão em São Caetano. Os funcionários e professores estão recebendo atendimento psicológico para saber como receber os estudantes. A sala onde houve o disparo permanecerá fechada. A ideia da direção é transformar o local num espaço de leitura e reflexão de paz com livros e gravuras.

Os alunos estão se mobilizando nas redes sociais para que todos compareçam de branco e levem rosas da mesma cor para homenagear Davi, na quarta. Ainda não há informação se haverá mudanças no esquema de segurança da escola.

Depoimentos de pais e irmão de Davi são antecipados
Os pais de Davi, o guarda-civil municipal Milton Nogueira, de 42 anos, e Elenice Mota e  o irmão do aluno morto, de 14 anos, que seriam ouvidos pela polícia na manhã de sexta-feira (30) deverão prestar depoimento agora na quarta por volta das 10h. O depoimento deverá ocorrer no 3º Distrito Policial de São Caetano. “Decidi antecipar o depoimento deles para a quarta. Aguardo a confirmação, mas acho que eles serão ouvidos mesmo na quarta”, disse Lucy.

Milton é dono do revólver calibre 38 usado pelo filho para atirar na professora e se matar em seguida. Ele disse que guardava a arma num armário. O pai disse que havia sido a primeira vez que guardou a arma carregada com balas. Também já teria ensinado o filho a manusear a arma, explicando como fazia para tirar as balas. “Mas sempre alertei que a arma só servia para matar”, chegou a dizer Milton aos jornalistas.

Milton poderá ser responsabilizado criminalmente por negligência por não ter conseguido impedir o filho de pegar o revólver que guardava em casa. Para o pai de Davi, o que ocorreu com a professora e seu filho foi uma fatalidade. Em entrevista ao G1, o pai de Davi afirmou no domingo (25) que não tinha explicação para aquilo. "A gente nunca vai ter resposta", havia dito.

Kleber Tomaz
Do G1 SP



Um comentário:

  1. É lamentável que casos assim ocorra dentro de uma escola.Porém isso serve de alerta aos pais e a todo corpo docente de uma unidade escolar,para que possam sempre ter o máximo de cuidado ao lhe darem com os alunos e terem o cuidado de observar o seu comportamento com todos dentro da escola.E principalmente que haja uma necessidade de se trabalhar com os alunos palestras e criar projetos para os alertarem contra a violência, conscientizando-os qual o nosso papel como um bom cidadão dentro da sociedade. Precisamos acordar para esses casos de violência nas escolas.

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