Cunhado acusado de aborto de jovem morta em MS é agredido ao ser solto
TJ/MS aceitou nesta segunda (19) pedido de liberdade do acusado.
Ao ser libertado ele foi agredido por uma mulher revoltada com o caso.
“Vou cuidar da minha vida e da minha família agora”. Essas foram as primeiras palavras de Hugleice da Silva, ao ser libertado na tarde desta terça-feira (20), do Instituto Penal de Campo Grande, após pouco mais de dois meses de prisão. Ele é acusado de prática de aborto e ocultação de cadáver de sua cunhada, a estudante Marielly Barbosa Rodrigues, de 19 anos.
A primeira turma do Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul (TJ/MS) aceitou por unanimidade, nesta segunda-feira (19) o pedido de habeas corpus da defesa de Silva.
Segundo José Roberto Rodrigues da Rosa, advogado do cunhado, seu cliente deve responder o restante do processo em liberdade. Os argumentos usados por ele para pedir a liberdade do acusado foram o bom comportamento na prisão, o fato de possuir endereço fixo, bons antecedentes, trabalho, família constituída e de ter se apresentado de forma espontânea a polícia após ter a prisão decretada, além de ter colaborado nas investigações.
Agressão
Pouco depois de sair da penitenciária, Silva acabou sendo agredido. Uma mulher que estava na porta do presídio e que dizia que estava revoltada com o caso, o atingiu com um tapa no braço e ainda fez diversos xingamentos a ele, gritando que em 'mulher não se bate nem com uma flor'.
Outro acusado
Além do cunhado também foi preso em razão das mesmas acusações o enfermeiro Jodimar Ximenes Gomes. Segundo a polícia, ele é acusado de ter praticado o aborto que teria provocado a morte de Marielly.
O advogado do enfermeiro, David Moura Olindo, diz que também apresentou um pedido de liberdade para seu cliente e tem a expectativa que o TJ/MS analise o habeas corpus na próxima semana. Ele acredita que assim como ocorreu com o outro acusado, que Gomes também deverá responder ao processo em liberdade.
Caso
Marielly desapareceu, segundo a família, no dia 21 de maio, em Campo Grande. Seu corpo foi encontrado no dia 11 de junho, em um canavial em Sidrolândia, cidade a 70 quilômetros da capital sul-mato-grossense.
O cunhado e o enfermeiro foram presos suspeitos de terem envolvimento na morte de Marielly. No início das investigações, Silva negou a participação no caso, mas confessou um relacionamento que teve com a jovem e que a levou para fazer o aborto em Sidrolândia.
Segundo a polícia, no depoimento de Silva, ele disse que o enfermeiro contou que o aborto deu errado e que Marielly tinha morrido. Ele ainda nega ser o pai da criança que sua cunhada esperava.
Pouco depois, o cunhado confessou a participação no crime, enquanto Gomes continua negando. O advogado do enfermeiro diz que as provas contra seu cliente são frágeis e que as investigações devem focar outra direção para que a verdadeira causa da morte de Marielly seja encontrada.
G1
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