Pesquisadores americanos mostraram que a inflamação crônica causada pela obesidade no organismo pode ser responsáveis pela diminuição do tamanho do cérebro
Quanto maior sua cintura, menor seu cérebro. Esta é a conclusão de um grupo de pesquisadores da New York University School of Medicine, liderado por Antonio Convit. A literatura científica já provou que a obesidade está ligada à diabetes tipo 2, que é associada ao comprometimento cognitivo. O grupo desejava descobrir o impacto da obesidade sobre a estrutura física do cérebro. Com a ajuda da ressonância magnética, a equipe compararou o cérebro de 44 obesos com o de 19 pessoas magras da mesma idade e background semelhante.
Eles descobriram que os obesos têm mais água na amígdala, parte do cérebro envolvida no comportamento alimentar. Já o córtex orbitofrontal é menor em indivíduos obesos. Essa área do córtex é importante para controlar o impulso e também está envolvida com os hábitos alimentares. "Isso pode significar que existem neurônios a menos, ou que esses neurônios estão contraídos", diz Convit. A obesidade também está associada a um estado crônico de inflamação no organismo, inclusive no hipotálamo, estrutura chave para a alimentação. Isso poderia explicar a mudança no tamanho do cérebro.
Este é o primeiro estudo a relatar que a inflamação oriunda da obesidade pode diminuir a integridade de algumas estruturas cerebrais envolvidas no comportamento alimentar. O trabalho foi publicado no dia 8 de janeiro na New Scientist.
A obesidade atinge 400 milhões de pessoas no mundo. No Brasil, de acordo com dados do Ministério da Saúde, pelo menos 3,5 milhões de pessoas estão em estado de obesidade mórbida.
Além das constatações de perdas neurológicas apontadas no estudo, a obesidade provoca uma série de outros problemas, como diabetes tipo 2, que prejudica a sensibilidade das pessoas à insulina, resultando no acúmulo de açúcar no sangue. A falta da insulina provoca perturbações na atividade da dopamina (neurotransmissor que desempenha um papel importante na sensação de amor e prazer), podendo causar outros distúrbios cerebrais, como a depressão, doença de Parkinson, esquizofrenia, défcit de atenção e hiperatividade.
Fonte: EPOCA
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