Familiares fazem missa de 7º dia no Pará para jovem morta em acidente trágico do ES para a Bahia
Os familiares e amigos do Pará de Rosaflor Oliveira Chacon, 24 anos, organizaram a missa de 7º dia em memória da jovem, na noite desta quinta-feira (27), em um igreja no bairro São Brás, no Pará. Ela foi uma das vítimas do acidente trágico que matou outras quatra pessoas, durante viagem de São Mateus, no norte do Espírito Santo, e Prado, no sul da Bahia, na última sexta-feira (20).
A jovem Rosaflor Oliveira recebeu as últimas homenagens da família e foi enterrada no cemitério da cidade de Mucurici, também no norte do Espírito Santo na noite da última quarta-feira (25). Izadora Ribeiro, Amanda Oliveira, Marllonn Amaral e André Galão foram as outras vítimas do acidente que comoveu grande parte do Brasil.
A Polícia Técnica da Bahia informou nesta quinta-feira que foi encontrado água nos pulmões de quatro dos cinco jovens que ficaram desaparecidos por quatro dias após saírem de São Mateus (ES) em direção a Prado (BA). Com isso, a principal hipótese é que os universitários tenham morrido afogados após caírem de carro no rio Mucuri.
Reprodução/TV Globo
No sentido horário: Marllonn Amaral, Amanda Oliveira, Rosaflor Oliveira, Izadora Ribeiro e André Galão
O carro em que estavam os jovens foi encontrado na terça-feira (24) sob uma ponte próximo a cidade de Teixeira de Freitas (BA). A polícia suspeita que o motorista tenha perdido o controle em uma curva e caído da ponte. A polícia científica aponta ainda que não há indício de qualquer crime.
O corpo do quinto jovem estava fora do carro quando foi encontrado. A perícia feita no veículo aponta que o cinto de segurança que era usado por ele rompeu. Com isso, a polícia suspeita é que ele tenha sido arremessado para fora do carro no momento do acidente. O laudo final, porém, deve sair apenas em 30 dias.
Os amigos Izadora Ribeiro, 21, Rosaflor Oliveira, 24, Amanda Oliveira, 22, Marllonn Amaral, 21, e André Galão,28, saíram do litoral norte capixaba com direção a Prado (BA) na última sexta-feira (20) para comemorar o aniversário da mãe de Izadora no fim de semana.
Os cinco jovens foram vistos pela última vez em um posto de gasolina na localidade de Itabatã, município baiano de Mucuri, segundo a polícia da Bahia. (FOLHA)
“Eu e meu marido agradecemos o carinho e o empenho
de cada um de vocês. Estou muito triste, mas
emocionada com o apoio que tive”
Conceição de Paula, Mãe da Amanda
A comerciante Conceição de Paula sonhava visitar o campus universitário que a filha, Amanda Oliveira, 22 anos, frequentou nos últimos quatro anos. Queria ver a jovem sair dali com diploma em mãos. “Só esperava voltar para casa, em Minas Gerais, com a minha filha já formada”, disse ela, ontem, em meio a uma situação que nunca poderia imaginar: uma homenagem de corpo presente para a filha, uma das cinco vítimas do acidente na BR 101, em Mucuri, na Bahia.
Amanda e quatro amigos – André Galão, 28 anos; Izadora Ribeiro, 21; Marllonn Amaral, 21; e Rosaflor Oliveira, 24 – desapareceram na noite da última sexta-feira, quando seguiam rumo a Prado (BA) para uma festa de aniversário da mãe de uma das jovens. Estavam no Fiat Punto de André, e o último contato com familiares foi feito por volta das 19h30 daquele dia.
Angustiados com a demora do grupo, as famílias iniciaram as buscas no sábado. As polícias baiana e capixaba uniram-se na procura, e na noite de terça-feira o veículo foi encontrado. Estava com as quatro rodas para cima, numa área alagada próximo ao Rio Mucuri, a 10km da divisa com o Espírito Santo.
Ao longo da madrugada de ontem, policiais e mergulhadores do Corpo de Bombeiros da Bahia trabalharam para retirar o automóvel e os corpos do local, de difícil acesso.
foto: Edson Chagas
Os colegas do Centro Universitário fizeram um momento de oração em torno do caixão de Amanda
IML
Por volta das 9h de ontem, as famílias dos estudantes começaram a chegar ao Instituto Médico Legal de Teixeira de Freitas (BA) para fazer a liberação dos corpos. Pelo menos 30 parentes estiveram no local, onde muitos curiosos também se aglomeraram. Por sugestão dos legistas, pais e irmãos foram poupados do reconhecimento das vítimas, feito por amigos.
Às 15h, os corpos já haviam sido liberados para sepultamento. “É muito doloroso esse processo. Nossa família está toda reunida, nos esperando em Manhuaçu, Minas Gerais”, destacou a mãe de Amanda.
Homenagem
Liberados, os corpos foram levados para municípios diferentes para serem velados (mais detalhes na página 5). Um carro funerário com o corpo de Amanda chegou, às 16h45, ao Centro Universitário do Norte do Espírito Santo (Ceunes), onde a jovem cursava o 7º período de Ciências Biológicas.
Cerca de 100 estudantes e professores reuniram-se para o ato de despedida, que durou até as 18h, e prestar as últimas homenagens a Amanda e também aos colegas dela.
Parentes das vítimas e o diretor do Centro, Marcelo de Almeida, também participaram do encontro, marcado por abraços, choro e muita emoção. Algumas pessoas passaram mal e tiveram que ser amparadas.
Os universitários entregaram, aos pais da Amanda, como lembrança, uma faixa com fotos dos cinco jovens e organizaram uma fila para abraçar o casal. Formaram, ainda, um círculo ao redor do carro funerário, rezaram a oração do Pai Nosso e saldaram as vítimas do acidente com uma longa salva de palmas.
Antes de seguir para a cidade de Manhuaçu para o sepultamento da filha, Conceição fez em voz alta um discurso de agradecimento. “Eu e meu marido agradecemos muito o carinho e o empenho de cada um de vocês”, disse, aos prantos.
Após as homenagens, um grupo de estudantes viajou até Nova Venécia, a 50km de São Mateus, para o sepultamento de Marllonn. O enterro foi realizado no início da noite, segundo amigos. O centro universitário decretou luto de dois dias. Por isso, os alunos só retomam as aulas na próxima sexta-feira.
foto: Edson Chagas
Os amigos que participaram das buscas pelos universitários desaparecidos apoiavam uns aos outros no momento da despedida
Hipóteses
A Polícia Rodoviária Federal (PRF) de Teixeira de Freitas apontou duas hipóteses para o acidente com os cinco jovens capixabas: o motorista teria dormido ao volante ou estava em alta velocidade ao passar por uma curva e, por isso, perdeu o controle do veículo.
A informação foi passada pelo inspetor Liomário dos Santos Filho, chefe do posto da PRF de Teixeira de Freitas. Ele foi um dos primeiros a chegar ao local do acidente na terça-feira. (Com informações de Patrick Camporez)
foto: Viviane Carneiro
Várias fotos lembravam a alegria de André, em velório
Estilista será homenageado em desfile
Criações do jovem estilista André Galão, uma das vítimas do acidente em Mucuri (BA), serão apresentadas hoje durante um desfile em Colatina, cidade da Região Noroeste do Estado onde ele morava. O evento já estava previsto para acontecer, mas ainda assim será uma forma de homenagear o rapaz, de 28 anos. O desfile acontecerá no Shopping Moda Brasil.
Ontem, por volta das 19h, o corpo de André chegou a Colatina e começou a ser velado na casa do irmão dele, Hendrick Galão, no bairro Maria das Graças. No local, havia cartazes com fotos e em todas André sorria. Renata, irmã do estilista, agradeceu a colaboração da imprensa e de todas as pessoas que torceram para que os jovens fossem encontrados com vida.
Os colegas de trabalho do estilista também fizeram uma homenagem, usando uma camiseta uma foto dele e a palavra saudades. “Escolhemos uma foto que ele está bem feliz, porque esta é a imagem que queremos guardar dele”.
O cortejo está marcado para as 6h30, em direção ao cemitério do distrito de Acioli, em João Neiva, onde o corpo será sepultado. (Viviane Carneiro)
O drama Sexta-feira Início da noite
André Galão sai de Colatina em seu carro, o Fiat Punto placas ODC 6985, para São Mateus, onde quatro amigos o esperam para viajar
19h
O grupo segue rumo à Prado, na Bahia, onde participaria do aniversário da mãe de Izadora
19h30
É o último contato entre um dos jovens e a família, via telefone celular
20h30
A atendente de uma lanchonete de um posto de combustíveis em Itabatã, Mucuri, garante ter atendido um grupo com as mesmas características das dos capixabas. O delegado Danilo Bahiense disse, ontem, que isso prejudicou as buscas, intensificadas a partir desse ponto rumo ao
Norte da Bahia
Sábado
Amigos e familiares iniciam uma busca pelas estradas até a Bahia. Surge a informação de que o último sinal do telefone dos jovens foi a 15km de Teixeira de Freitas (BA)
Domingo
A polícia faz varredura no Espírito Santo e na Bahia
Segunda-feira
Policiais tentam refazer os passos dos jovens
Terça-feira Ao longo do dia
Há buscas com helicópteros das polícias da Bahia e do Espírito Santo
Por volta das 18h
A polícia encontra o carro às margens do Rio Mucuri, a cerca de 10km da divisa do Espírito Santo e Bahia
foto: Divulgação
As vítimas Amanda Oliveira, 22
Ela cursava o 7º período de Ciências Biológicas no Centro Universitário Norte do Espírito Santo (Ceunes), em São Mateus. Solteira, morava sozinha e queria estudar para ser perita. Seu corpo foi
levado para o campus da Ufes em São Mateus e depois para Manhuaçu, em Minas Gerais, onde o sepultamento deve ser realizado hoje
André Galão, 28
Ele estudava Moda no Centro Universitário de Colatina (Unesc), mas trancou neste ano. Estilista, trabalhava numa loja em Colatina, onde morava com os pais. O corpo será velado nessa cidade, na casa do irmão da vítima, no bairro Maria das Graças. O enterro está marcado para as 7h de hoje, no cemitério do distrito de Acioli
Izadora Ribeiro, 21
A estudante cursava o 7º período de Ciências Biológicas no Centro Universitário Norte do Espírito Santo (Ceunes), em São Mateus. Izadora planejava fazer mestrado em Viçosa, Minas Gerais. O corpo da universitária foi levado para a cidade de Jaíba, também em Minas, onde moram os parentes da sua mãe, Doralice Oliveira
Marllonn Amaral, 21
Natural de Nova Venécia, era estudante do Centro Universitário Norte do Espírito Santo (Ceunes), em São Mateus. Marllonn era amigo dos quatro havia muitos anos. Seu corpo foi levado para o Lions Clube de Nova Venécia, no Noroeste do Estado e, após uma cerimônia, foi sepultado ontem mesmo, em um cemitério da cidade
Rosaflor Oliveira, 24
Era natural de Vitória. Atualmente, fazia curso de mestrado em Biologia, no Centro Universitário Norte do Espírito Santo (Ceunes), em São Mateus. Até a noite de ontem, os familiares estudavam se o corpo seria sepultado nos municípios de Mucuri, Montanha ou na Grande Vitória
Os corpos dos cinco jovens universitários vão ser velados pelas famílias e amigos ainda nesta quarta-feira (25). De acordo com informações das famílias, cada jovem vai ser velado e enterrado em sua própria cidade ou da família.
Confira os locais dos velórios e enterros
André Galão – Colatina/Espírito Santo
O velório de André Galão será na casa de seu irmão, na Rua Cecilia Lavagnholi, no bairro Maria das Graças, Colatina, a partir das 16 horas. A cerimônia de despedida será breve e o cortejo está marcado para sair do local por volta das 17h30.
De lá, os familiares e amigos seguirão para o enterro no Cemitério de Acioli.
Endereço do velório: Rua Cecilia Lavagnholi, no bairro Maria das Graças, Colatina, a partir das 16 horas.
Amanda de Paula Oliveira – Manhuaçu/Minas Gerais
A jovem mineira Amanda de Paula Oliveira vai ser velada e enterrada no Cemitério Parque das Flores, na cidade de Manhuaçu, em Minas Gerais. A família ainda não tem o horário das cerimônias definidas, por conta da viagem que terão que fazer da Bahia para Minas Gerais.
A família da jovem ainda está definindo o local onde o corpo da universitária vai ser velado e enterrado. Provalmente, as últimas homenagens à jovem serão prestadas na capital capixaba, local onde a jovem morou com os pais antes de ir para São Mateus e onde está a maioria da família.
Izadora Ribeiro de Oliveira – Prado/Bahia
O corpo da jovem Izadora Ribeiro, assim que liberado do IML de Teixeira de Freitas, na Bahia,será levado para a cidade de Jaíba, em Minas Gerais.
Na cidade, Izadora vai ser enterrada e velada pelos amigos e pela família. O local foi escolhido, porque a maioria dos familiares da jovem mora na região.
Marllon Vieira Amaral – Nova Venécia/Espírito Santo
De acordo com informações da família de Marllon Vieira, os locais onde o corpo do jovem vai ser enterrado e velado ainda estão sendo definidos.
Mas a previsão é que o velório aconteça no Lions Clube, que fica localizado na Rua Alexandrina Nunes, ou na Capela Mortuária, da cidade de Nova Venécia, no norte do Espírito Santo.
Ufes decreta luto em Campus de São Mateus
O Centro Universitário Norte do Espírito Santo (Ceunes), em São Mateus, decretou luto e a suspensão das aulas no campus a partir da tarde desta quarta-feira (25) até a próxima quinta-feira (26), após a morte dos cinco jovens universitários na Bahia.
Dos cinco jovens, quatro estudavam na unidade. Três deles, Izadora Ribeiro de Oliveira, Amanda de Paula Oliveira e Marllon Vieira do Amaral, cursavam Ciências Biológicas e eram jovens cheios de projetos, mas que infelizmente tiveram seus sonhos interrompidos por um trágico acidente.
A outra jovem, que também estudava no campus era Rosaflor Oliveira. Ela era a mais velha das meninas e já estava cursando o mestrado em Ciências Biológicas.
O quinto jovem que fazia parte do grupo durante a viagem para Prado, na Bahia, é André Galão. O jovem era do município de Colatina, e havia trancado o curso de moda no último período. O rapaz estudou em uma faculdade da cidade.
Veja a íntegra da nota de pesar emitida pela Ufes:
"A Universidade Federal do Espírito Santo – UFES – lamenta, com pesar, o falecimento de quatro estudantes desta instituição de ensino, matriculados no Centro Universitário Norte do Espírito Santo – CEUNES – no campus de São Mateus. Os nossos estudantes Amanda de Paula Oliveira, Izadora Ribeiro de Oliveira, Marllonn Vieira Amaral e Rosaflor Oliveira, além do jovem André Malva Galão, foram vítimas de trágico acidente automobilístico que abalou e comoveu a sociedade capixaba e, em especial, a comunidade acadêmica da UFES. A Reitoria, em nome da comunidade universitária, solidariza-se com os familiares dos nossos estudantes neste momento de profunda dor".
Retirada dos corpos
Os corpos dos cinco estudantes universitários capixabas desaparecidos foram retirados do veículo às margens do rio Mucuri, na cidade de Mucuri, Bahia, durante a madrugada desta quarta-feira e encaminhados para o Instituto Médico Legal (IML) de Texeira de Freitas.
O primeiro corpo resgatado no Rio Mucuri foi o de Marllonn Amaral, que foi arremessado para fora do veículo e já estava em adiantado estado de decomposição. Ele pode ter sido arremessado para fora do carro quando saiu da pista. Familiares de Marllon, que foram até o local onde o resgate foi feito, reconheceram o corpo da vítima.
Local de difícil acesso
O local onde o veículo foi encontrado, na noite de terça-feira, por uma pessoa que passava às margens da rodovia, fica entre a divisa do Espírito Santo e o distrito de Itabatã, que pertence ao município baiano de Mucuri, próximo a uma ribanceira de aproximadamente 30 metros de altura. De acordo com informações da Polícia Militar baiana, é uma área onde ocorrem muitos acidentes e, inclusive, nesta terça-feira, foi registrada outra tragédia onde cinco pessoas também morreram.
O Folha Vitória teve acesso a diversas imagens do local do possível acidente onde os cinco corpos dos jovens do Espírito Santo que estavam desaparecidos desde a última sexta-feira foram localizados.
O Punto placas OBC 9685 estava dentro de um brejo, localizado embaixo da ponte do rio Mucuri, entre a divisa do Espírito Santo e o distrito de Itabatã, que pertence ao município baiano de Mucuri. Pelas imagens é possível ver que o veículo está capotado e parcialmente submerso. Ele teria caído de uma altura de aproximadamente 30 metros.
A área onde o automóvel foi encontrado ficou isolada desde a localização dos corpos das vítimas. O Corpo de Bombeiros da Bahia conseguiu retirar o veículo de dentro da água durante a madrugada com o apoio de mais de 50 homens e de caminhões guincho. Uma equipe da Polícia Rodoviária Federal do Espírito Santo, de acordo com o inspetor Walter Mota, também auxiliou no resgate das vítimas.
Somente após a realização de uma perícia é que será possível saber se os estudantes do Espírito Santo foram realmente vítimas de um acidente.
Veja vídeo com a reportagem sobre o caso
A informação sobre o encontro dos corpos dos universitários foi confirmada em primeira mão na noite de terça-feira, no Jornal da TV Vitória, da Record, pelo coronel da Polícia Militar da Bahia e comandante da Companhia em Ações Especializadas em Mata Atlântica (Caema), Ivanildo da Silva.
Segundo o coronel Silva, o carro foi localizado por uma pessoa que passava às margens da rodovia. Uma equipe da Polícia Militar identificou as placas do veículo e confirmou que era o mesmo usado pelos jovens desaparecidos. Um corpo do sexo masculino, já em adiantado estado de decomposição, foi o primeiro a ser resgatado, pois estava fora do veículo.
“Chegamos até o veículo depois que um cidadão passou às margens da rodovia e viu um carro na ribanceira, dentro do rio. Imediatamente ele ligou para a polícia e nós fomos até o local”, disse o coronel.
Notícia falsa durante a manhã de terça-feira
Durante a manhã de terça-feira, a Secretaria de Segurança Pública do Espírito Santo (Sesp) chegou a confirmar que um carro semelhante ao dos universitários, com cinco corpos teria sido encontrado na Bahia. A notícia chegou a ser divulgada amplamente pela imprensa capixaba e nacional. Horas após a confirmação, o fato foi negado pelas autoridades policiais capixabas e baianas. As buscas então, continuaram por terra e ar, com a utilização de um helicóptero da Polícia Militar durante todo o dia.
Polícia começava a descartar hipótese de acidente
Horas antes do encontro dos corpos e, diante da falta de indícios de um acidente automobilístico, a polícia capixaba chegou a reforçar, durante entrevista coletiva na terça-feira, a possibilidade de crime no caso dos universitários desaparecidos. Na ocasião, o chefe da Polícia Civil, delegado Joel Lyrio Junior, disse que, pelas técnicas científicas utilizadas nas investigações, não existiam sinais de que os jovens tenham sofrido algum acidente.
“Nós rodamos a região e não encontramos aves sobrevoando algum local, nem vestígios de sangue e o indicativo é que vamos trabalhar o caso como desaparecimento. Não podemos descartar nada. O caminho foi percorrido pela aeronave, por viaturas e sendo cinco pessoas sumidas teríamos um percentual de indícios para dizer que teriam sofrido acidente”, afirmou o delegado.
A coletiva de imprensa foi realizada pelo chefe da Polícia Civil para esclarecer de onde teria partido a informação, confirmada pela Secretaria de Segurança Pública do Espírito Santo (Sesp), na manhã de terça-feira, de que um carro com cinco corpos teria sido localizado em um rio da Bahia. Joel Lyrio Júnior negou que a Polícia Civil tenha confirmado o fato.
“Essa informação eu posso garantir que não saiu da Polícia Civil. A notícia de que havia sido encontrado um carro com cinco corpos dentro partiu de duas funerárias da Bahia, que disseram à polícia baiana. O delegado Danilo Bahiense foi até o local, fez um sobrevoo com o helicóptero e não achou nada, assim como as equipes de terra da polícia da Bahia”, afirmou Joel Lyrio.
O desaparecimento
Rosaflor Oliveira Chacon, Amanda Oliveira, Marllonn Amaral, Izadora Ribeiro e Andre Galão estavam em um veículo Fiat Punto de cor bege, com placas ODC-6985, quando desapareceram de forma misteriosa após saírem em viagem rumo a Prado, na Bahia.
O grupo participaria de uma festa em comemoração ao aniversário da mãe de Izadora na cidade baiana. “Eles estavam programando essa viagem há uma semana. Era meu aniversário e todos queriam estar lá em Prado, mas, infelizmente, nós aguardamos, a hora foi passando, e percebemos que alguma coisa errada tinha acontecido”, disse Doralice Ribeiro.
Segundo o delegado de São Mateus, Janderson Lube, o grupo teria sido visto pela última vez em um posto de gasolina do distrito de Itabatã, no município de Mucuri, sul da Bahia.
Na segunda-feira, após assumir as investigações do caso, o delegado Danilo Bahiense, superintendente de Polícia do Interior do Espírito Santo, informou que os telefones celulares dos universitários desaparecidos pararam de funcionar quase que simultaneamente, entre os municípios de São Mateus e Pedro Canário, na noite de sexta-feira. “Os telefones pararam de funcionar praticamente ao mesmo tempo".
Conheça o perfil dos jovens universitários encontrados mortos na Bahia
Izadora Ribeiro de Oliveira
A jovem tinha 20 anos e cursava o 8º período de Ciências Biológicas na unidade da Universidade Federal do Espírito Santo, de São Mateus, no norte do Espírito Santo. Izadora morava em Prado, na Bahia, com os pais, e, por conta da faculdade, há três anos se mudou para o interior do Espírito Santo.
Izadora prezava pela amizade e, poucos dias antes de sua morte, em sua página em uma rede social, a jovem postou uma mensagem para os amigos, Rosaflor, Marllon e Amanda: “Deus criou as amizades porque Ele sabia que, quando o amor machucasse, eles seriam a cura”, Bob Marley.
Izadora visitava os pais em Prado constantemente e estava à caminho do aniversário da mãe quando o trágico acidente aconteceu. Ela namorava um rapaz de 30 anos, que também iria viajar para a Bahia com o grupo. Mas dias antes da viagem, o casal brigou e Izadora não quis mais que ele seguisse viagem com ela.
Em uma de suas atividades recentes em sua página em uma rede social, Izadora curtiu a página: “Não é desistir é recomeçar”, apontando então, que ela era uma jovem que buscava as coisas boas da vida.
Rosaflor Oliveira
A jovem tinha 24 anos e cursava mestrado em Ciências Biológicas, no campus da Ufes de São Mateus.
Rosaflor não tinha namorado, era evangélica, e freqüentava a Igreja Adventista. A jovem não gostava muito de baladas, como a maioria dos jovens, e preferia estar reunida com a família e com os seus amigos.
Amanda de Paula Oliveira
Amanha tinha 21 anos e estava cursando o 7º período de Ciências Biológicas, também no Campus da Ufes de São Mateus. A jovem, como Rosaflor, também não tinha namorado e era vizinha de apartamento de Izadora e Marllon, que eram os seus amigos mais próximos.
Amanda nasceu na cidade mineira de Manhuaçu. Uma de suas citações favoritas, divulgadas em sua página em uma rede social era: “Se você tivesse acreditado na minha brincadeira de dizer verdades, teria ouvido as verdades que insisto em dizer brincando. Falei muitas vezes como palhaço, mas nunca desacreditei na seriedade da platéia que sorria”. Charlie Chaplin.
Marllon Vieira Amaral
O jovem Marllon tinha 21 anos e cursava o 8º período de Ciências Biológicas, na unidade Ufes de São Mateus. Marllon era de Nova Venécia, mas se mudou para São Mateus há três anos por conta da faculdade.
Marllon e André Gallão eram amigos há muitos anos e foi ele quem apresentou André ao restante dos amigos. Em uma de suas publicações em uma rede social, Marllon postou uma foto de um jantar, que ele ofereceu para as amigas Izadora e Rosaflor.
André Malva Galão
André tinha 28 anos e morava em Colatina com os pais. Possivelmente, era ele quem dirigia o carro no momento do trágico acidente dos jovens. Ele era solteiro, cursava moda em uma faculdade de Colatina, mas havia trancado o curso no último período.
O jovem pretendia morar na capital capixaba para trabalhar com moda. No dia da viagem, André saiu de Colatina e foi até São Mateus para buscar o grupo de amigos, que seguiriam para Prado.
Folha Vitória Reportagem: Daniela Künsch, Débora Herzog, Josué de Oliveira, Victor Mello, Alessandra Ximenes, Larissa Busato e Thaís Cardoso
Corpos de jovens são resgatados no Rio Mucuri e levados para DML Ação foi concluída por volta das 3h desta quarta e corpos já estão no IML. Investigações foram iniciadas com hipótese de acidente de carro, diz perito.
Carro submerso no Rio Mucuri. Agricultor passou pelo local à procura de um animal e avisou a polícia
Foi confirmada, na noite desta terça-feira (24), a morte dos cinco jovens capixabas, que estavam desaparecidos desde a última sexta-feira. Os corpos foram encontrados em um carro submerso no Rio Mucuri, no Sul da Bahia, distante cerca de 12 km da divisa com o Espírito Santo.
Ainda durante a noite, Polícia Militar, Bombeiros e Perícia Técnica da cidade de Teixeira de Freitas (BA), fizeram a remoção dos corpos para do Departamento Médico Legal (DML) de Teixeira.
Após serem avisados, familiares dos cinco jovens seguem ainda nesta manhã para fazerem o reconhecimento dos corpos e providenciar o traslado até o território capixaba.
As informações sobre o carro encontrado no Rio Mucuri foram confirmadas pelo tenente-coronel da Polícia Militar da Bahia e comandante da Companhia em Ações Especializadas em Mata Atlântica (Caema), Ivanildo da Silva. Os jovens haviam deixado o município de São Mateus, Norte do Estado, com destino a Prado, no litoral baiano.
Policiais que participaram do resgate informaram que o corpo de um dos jovens foi encontrado do lado de fora do veículo. Ele foi identificado como sendo o de Marllon Amaral. Os corpos dos demais universitários estavam dentro do carro submerso, presos aos cintos de segurança.
Retirada de carro foi finalizada por volta das 3h
damadrugada (Foto: Reprodução/TV Santa Cruz)
A polícia encontrou o veículo no início da noite desta terça-feira, debaixo de uma ponte sobre o Rio Mucuri, em território baiano. O trabalho de retirada do carro e das outras vítimas foi realizado com o auxílio de mergulhadores do Corpo de Bombeiros baiano. Os profissionais trabalharam ao longo da madrugada já que o lugar é de difícil acesso. Os corpos das vítimas foram levados para identificação no Departamento Médico Legal (DML) de Teixeira de Freitas, também no Sul da Bahia.
Desespero
O delegado Janderson Lube, responsável pelo caso em São Mateus, comunicou o encontro do veículo aos familiares, que ficaram desamparados com a notícia. Alguns deles precisaram ser hospitalizados, tamanho o desespero.
A frente do DPJ de São Mateus ficou tomada de familiares e amigos das vítimas na noite desta terça.
foto: Edson Chagas - GZ
A mãe de André, Glória Galão, saiu amparada por amigos do DPJ de São Mateus
O desaparecimento
Os estudantes saíram às 19 horas da última sexta-feira (20) de São Mateus, no Norte do Estado, rumo ao município de Prado, Estado da Bahia, mas não chegaram ao destino.
Izadora Ribeiro, Rosaflor Oliveira, Amanda Oliveira e Marllonn Amaral, estudantes do Ceunes de São Mateus, e André Galão, ex-universitário da Unesc de Colatina. Eles estavam em um Fiat Punto bege, que pertence a André, e iriam para a casa dos pais da Izadora, na cidade baiana, para comemorar o aniversário da mãe dela, ocorrido neste sábado (21).
Como eles não chegaram ao destino, os pais de Izadora fizeram o trajeto de Prado para São Mateus, na esperança de encontrar os jovens. Como não tiveram sucesso, acionaram a Polícia Civil em São Mateus. A partir daí, as buscas foram iniciadas.
Metade dos estudantes disse já ter usado droga, e 9% não evitam gravidez, diz pesquisa do governo federal
Os universitários no país estão levando ao pé da letra a expressão "sexo, drogas e rock and roll". O primeiro levantamento nacional sobre Uso de Álcool, Tabaco e Outras Drogas do governo federal aponta que quase a metade dos estudantes de ensino superior (49%) já experimentou drogas ilícitas pelo menos uma vez na vida.
Em relação à bebida, 86% dos universitários disseram já ter consumido álcool. Entre os entrevistados, 40% usaram duas ou mais drogas nos últimos 12 meses e 43% disseram "já ter feito uso múltiplo e simultâneo" dessas substâncias.
O levantamento ouviu cerca de 18 mil jovens de 100 universidades e faculdades públicas e privadas das 27 capitais brasileiras. No Espírito Santo, foram entrevistados estudantes da Ufes, do Instituto Federal do Espírito Santo (Ifes), da Univix e da Faculdade Brasileira.
A pesquisa, desenvolvida pela Secretaria Nacional de Políticas sobre Drogas (Senad), também levanta questões relacionadas à vida sexual dos jovens. Cerca de 9% fazem sexo sem proteção e 8% já fizeram (ou induziram) um aborto. Além disso, 3% já forçaram ou foram forçados a fazer sexo e 41% já fizeram o teste para detectar o vírus HIV.
Um dos motivos que podem explicar os resultados é que a adolescência é uma fase em que acontece todo o tipo de experimentação, segundo o mestre em Psicologia Francisco de Assis Lima Filho. "Eles estão em uma época de descoberta e as drogas podem virar referência. Isso pode ocorrer quando há perda dos valores familiares", afirma.
O estudante da Ufes T., tem 19 anos mas começou a beber aos 16. Ele também já usou maconha e cocaína. "Experimentei algumas vezes quando estava no ensino médio. Mas usaria de novo agora que estou na faculdade".
Cada vez mais cedo O acesso a bebidas é fácil para adolescentes e jovens, mesmo para menores de idade. A pesquisa revela que 80% dos menores de 18 anos já consumiram algum tipo de bebida alcoólica. "Fazer uso do álcool é uma forma do jovem pertencer a um grupo. Mas é importante saber a intensidade", diz o psicólogo da área técnica do programa de Saúde do Jovem da Prefeitura de Vitória, Herlan Peixoto Wagner.
A universidade é um ambiente propício para diferentes situações, mas os pais precisam ficar atentos a esse processo. "Mesmo com a liberdade maior, é dever da família cuidar e orientar. O filho tem, sim, que dar satisfação dos seus atos", ressalta a psicóloga especialista em Família e Educação, Adriana Müller.
Análise
nunca é tarde para impor limites
Adriana Müller
Psicóloga especialista em família e educação É preciso conversar com os filhos sobre sexo e álcool antes dos problemas surgirem. Responda a três perguntas:onde seu filho está agora? Com quem ele está? O que está fazendo? O pai que sabe as respostas pode ficar tranquilo, mas quem estiver em dúvida tem que conversar com o filho. Nunca é tarde para isso. Numa situação de primeiro porre ou uso de drogas, por exemplo, é preciso conversar e voltar a estabelecer limites. Pergunte o que aconteceu, oriente-o quantos aos riscos que ele corre, conheça os amigos com quem ele sai. Os pais têm direito de ficar chateados, mas não deixe a conversa para o outro dia.
Os (maus) hábitos na universidade 49% já experimentaram alguma droga ilícita pelo menos uma vez na vida
80% dos menores de 18 anos já consumiram algum tipo de bebida alcoólica
86% já fizeram uso na vida de álcool e 47% de produtos de tabaco
22% estão sob risco de desenvolver dependência de álcool e 8% de maconha
36% beberam cinco ou mais doses alcoólicas (homens) e quatro ou mais doses (mulheres) dentro do período de duas horas nos últimos 12 meses e 25% nos últimos 30 dias
40% usaram duas ou mais drogas nos últimos 12 meses
43% relataram já ter feito uso múltiplo e simultâneo de drogas na vida
18% dirigiram sob efeito de álcool e 27% pegaram carona com motorista alcoolizado
9% não usam métodos contraceptivos
3% já forçaram ou foram forçados a fazer sexo
41% já fizeram teste de HIV
8% já fizeram (ou induziram) aborto
Outras conclusões
O uso de substâncias ilícitas (geral) é maior entre os universitários das regiões Sul e Sudeste, de instituições privadas, da área de Humanas, do período noturno e por universitários com idade acima dos 35 anos
O uso de maconha é maior entre os universitários norte-americanos e o uso de inalantes é maior entre os universitários brasileiros
O risco de desenvolver abuso/dependência para maconha é maior entre os homens e de anfetamínicos e tranquilizantes entre as mulheres
A prevalência de abuso de álcool foi maior entre os universitários do que na população geral. Já a dependência foi encontrada com maior prevalência para a população geral
Calouros dentro da Ufes, mas veteranos no uso de bebida alcoólica Os três amigos J. E. e R. são calouros na Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes), mas já passaram por um bocado de coisas antes mesmo de vivenciar os anos do ensino superior. Todos fazem uso regular de bebida alcoólica e um deles já experimentou maconha.
"Moro em um bairro onde é natural usar drogas. Se for para fumar alguma coisa prefiro que seja maconha, o cigarro me incomoda. Também é normal para mim beber. É mais barato", diz R., que tem 19 anos.
Há um ano ele mantém relações sexuais com a namorada, sem camisinha. "O sexo é melhor sem o preservativo, mas já fiquei preocupado três vezes pensando que ela estava grávida. Mas agora ela vai tomar pílula", conta o estudante.
O álcool está presente na vida de J. desde os 14 anos. Hoje com 17, ele diz beber de tudo e brinca ao falar sobre o assunto. "Não penso em experimentar outras drogas, mas a bebida eu nunca vou largar. Toda semana eu saio com os amigos, vou a qualquer festa para beber, principalmente cerveja", afirma.
Mais reservado, E., 17 anos, diz que começou a ingerir bebida alcoólica há um ano. "Vou continuar bebendo. Acho que faz parte da vida acadêmica esse tipo de experiência, mas tenho a convicção de que não vou usar drogas, como maconha", diz o universitário.
Álcool é a substância mais usada na Ufes Um estudo feito com 637 alunos dos cursos de Biomédicas da Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes), em 2008, revelou que 12% fazem uso de álcool com freqüência, entre seis e 19 vezes por mês. Outros 5% admitem fazer uso pesado de álcool, o que corresponde a mais de 20 vezes no mesmo período.
Foram ouvidos estudantes de 17 a 22 anos de Medicina, Enfermagem, Odontologia e Farmácia. Esses últimos foram os que revelaram maior intimidade com o álcool. Mais de 18% disseram beber constantemente. Outros 8% disseram fazer uso pesado de álcool, num nível que os especialistas já consideram como dependência. Considerado uma droga lícita, o álcool não é o única substância psicoativa usada pelos futuros médicos, enfermeiros, dentistas e farmacêuticos.
Na pesquisa, quase 25% dos estudantes de Odontologia afirmam que já experimentaram solventes, percentual que é de 18% entre os de Farmácia. O percentual dos que já experimentaram maconha varia entre 6,7% (obtido entre alunos de Enfermagem) e 11,3% (registrado entre os de Odontologia).
"Alguns tomam ansiolíticos para não ficar ansiosos com provas e plantões. Outros usam anfetaminas para aguentar um plantão à noite seguido de aula", disse, na época, a coordenadora científica do Núcleo de Estudos de Álcool e outras Drogas da Ufes, Marluce Miguel Siqueira.
Tomo tudo quanto é bebida desde os 14 anos. Comecei com vodca e cerveja, mas hoje também bebo uísque, absinto... Não vou parar de beber"
J.
17 anos, estudante da Ufes
Comecei a beber há um ano e acho que não vou mais parar. Acho que consumir bebida alcoólica faz parte desse período da universidade, mas não vou usar drogas"
E.
17 anos, estudante da Ufes
Acho que vai ser um processo natural voltar a usar drogas na universidade. O álcool é normal na minha vida e também sempre transei sem camisinha"
R.
19 anos, estudante da Ufes
Além dos estudantes que faleceram, outras 44 pessoas foram encaminhadas para hospitais da região, sendo 15 com ferimentos
Um acidente grave envolvendo um ônibus de passeio e um caminhão ocorrido na noite deste sábado (16), na cidade de Rio Bonito, no Rio de Janeiro, deixou dois estudantes da Faesa mortos e 15 feridos com lesões consideradas graves. Outros 29 passageiros do ônibus foram levados para três hospitais da região, onde receberam atendimento. Todos são alunos do curso de Administração da unidade de Cariacica.
Os alunos retornavam de uma excursão, que saiu de Vitória na última quarta-feira, com o objetivo de fazer visitas técnicas em empresas de São Paulo. Os estudantes visitaram a fábrica da Natura, a Bolsa de Valores de São Paulo e realizaram um passeio cultural pela cidade.
Os universitários Aldecir Tagarro Rodrigues, de 44 anos, e Élcio Almeida Teixeira, 38 anos, morreram no acidente. A esposa de Aldecir se deslocou ao Rio de Janeiro para fazer a liberação do corpo. Os familiares de Élcio preferiram não se manifestar pois estavam chocados com o falecimento do estudante.
De acordo com a Polícia Rodoviária Federal (PRF) fluminense, um caminhão teria invadido a pista do coletivo - que trafegava com 44 passageiros -, e para não bater de frente, o motorista do ônibus desviou para o outro sentido da pista e acabou sendo atingido lateralmente pelo caminhão. A batida ocorreu no KM 260 da BR 101, no sentido Campos.
Segundo Sérvolo Clemount, diretor da empresa Tour Lines, responsável pela realização do projeto pedagógico que levou os estudantes a São Paulo, no momento da batida o ônibus passava por uma ponte quando o caminhão entrou na contra-mão. Em seguida, para não bater, o condutor do coletivo desviou, mas o veículo acabou capotando e caiu em uma ribanceira.
Sérvolo disse ainda que o motorista do ônibus ficou muito machucado, porém não corre risco de morte. Os dois condutores estão internados no hospital Darcy Vargas, na cidade de Rio Bonito, onde ainda permanecem internados outros 12 passageiros, entre eles dois professores.
Até o fim da tarde deste domingo, segundo o diretor da Tour Lines, 23 estudantes retornaram a Vitória. Oito deles vieram de carro com familiares e os outros vieram em um ônibus fretado pela empresa.
A visita técnica foi programada pelos professores Roberta Athertoon e Tyago Hoffmann. A previsão era de que os estudantes chegassem em Vitória às 6h deste domingo. Até o fechamento desta matéria, a faculdade Faesa não havia divulgado nota oficial sobre o assunto. (A GAZETA)
Corpos de universitários da Faesa chegam ao Estado nesta segunda-feira
Os corpos de dois universitários que morreram em um grave acidente na BR-101, no Rio de Janeiro, devem chegar ao Estado na tarde desta segunda-feira (18). Eles participavam de uma excursão outros alunos da Faesa quando o ônibus em que estavam caiu de um viaduto após ser atingido por um caminhão. Na batida, 40 estudantes ficaram feridos e 13 ainda permanecem internados no hospital da cidade de Rio Bonito.
Familiares de Aldecir Tagarro Rodrigues, 44, e Élcio Almeida Teixeira, 40, estiveram no DML da cidade para onde os corpos foram encaminhados. A previsão é que o transporte seja feito a partir das 10 horas da manhã e o velório aconteça por volta das 16 horas.
As vítimas que tiveram apenas ferimentos leves chegaram neste domingo no campus da faculdade e estavam muito abalados com o acidente. O encontro com familiares e amigos foi marcado pela emoção.
A esposa de um dos sobreviventes, Cristina Cirqueira de Souza, contou que recebeu a ligação do marido pela manhã comunicando da tragédia. Segundo ela, o marido estava sentado ao lado de Adecir e considerou um milagre ele ter sobrevivido.
O acidente aconteceu por volta das 23 horas no quilômetro 260, que corta a cidade de Rio Bonito, no interior do Rio de Janeiro. Ao todo, eram 46 passageiros. O ônibus em que estavam os estudantes despencou de uma altura de quase 10 metros e capotou várias vezes após ser atingido pela carreta. No momento do acidente, alguns passageiros estavam dormindo.
De acordo com a Polícia Rodoviária Federal, o trecho onde aconteceu a tragédia é considerado perigoso. A assessoria de imprensa da Faesa informou que a colisão teria acontecido depois que um carro invadiu a contramão. Ao desviar, o ônibus encontrou um caminhão e na tentativa de evitar a colisão, caiu na uma ribanceira. (Folha Vitória)
A reitoria do campus, oferecendo dicas de prevenção, apoio
Funcionários da Universidade do Colorado estão preocupados com a recente onfa de suicídios cometidos por Gays, Lésbicas, Bissexuais e Transgêneros juvens que pode impactar negativamente os alunos que já podem estar deprimidos ou suicidas.
Tyler Clementi tocando na orquestra em 2009, Ridgewood High School. Sua exposição na internet como gay o levou se matar. Fotografia: Pifher Ryan / AP
Glenda Russell, psicólogo da Universidade de Aconselhamento e Serviços Psicológicos Center disse que os estudantes GLBT, até a idade de 21, são um pouco mais suscetíveis ao suicídio do que os estudantes heterossexuais. E como sete suicídios devido ao bullying relacionados desde julho podem continuar a ganhar a atenção nacional, a comunidade GLBT poderia estar em risco, disse ela.
"Mesmo aqueles alunos que não estão enfrentando o assédio tem que lidar com o fato de que eles possam ter que enfrentá-lo eventualmente", disse Russell. "O desafio para os estudantes GLBT não é apenas o que realmente acontece com eles, mas as coisas que poderia acontecer."
Tyler Clementi, um calouro da Universidade de Rutgers, pulou de uma ponte no mês passado depois de dois colegas terem o gravado fazendo sexo com um homem em seu quarto do dormitório e transmiti-lo através da Internet.
Mais recentemente, Raymond Chase, 19, estudante do segundo ano, gay, na Johnson & Wales University, em Rhode Island se enforcou em seu quarto do dormitório quarta-feira. A média é de cinco estudantes do ensino médio de todo o país acredita-se que cometem suicídio depois de ser assediados ao longo dos últimos meses.
Russell disse que os suicídios GLBT acontecem todos os anos, e são tão trágicos como a recente onda de mortes, mas é incomum que aconteçam tão juntos.
Funcionários da UC (Universidade do Colorado) reuniu ontem de manhã para discutir como se comunicar com os alunos sobre os acontecimentos nacionais e prevenção do suicídio, informou o porta-voz do campus, Bronson Hilliard.
"Nós sempre mandamos algo sobre suicídios nessa época do ano", observa Hilliard. "Nós vamos incorporar alguns dos recentes incidentes juntamente com as informações deste ano."
Hilliard disse que os e-mails vão ser enviados aos estudantes no final desta semana.
Stephanie Wilenchek, diretor de GLBT's da UC Resource Center, disse que seus membros estão mantendo um "olho extra para os alunos" agora, mas os funcionários estão sempre trabalhando para manter contato estudantes GLBT no campus.
"Estamos tomando conhecimento porque sabemos que esses tipos de incidentes podem ter diferentes impactos sobre os estudantes", disse Wilenchek. "Mas nosso objetivo é sempre chegar aos estudantes e verificar se eles estão sentindo no plano social e qualquer outra forma que pudermos."
Desde a assistência às vítimas aos serviços psicológicos a grupos sociais, a UC oferece uma variedade de ferramentas para os estudantes a encontrar ajuda e suporte para quase todos os combates. Mas ainda não é suficiente, disse Wilenchek.
"A UC pode ter mais recursos do que algumas outras escolas ou comunidades, mas ainda há muitos desafios", disse ela.
Daniel Ramos, que se formou na UC em maio, disse que teve uma experiência positiva na maior parte no campus, mas a universidade precisa fazer mais para apoiar as necessidades de sua comunidade GLBT.
"Eu acho que o desenvolvimento da universidade em todos os níveis faria campus um lugar mais seguro para os estudantes GLBT, mulheres ou pessoas de cor ou qualquer minoria", disse Ramos, 23. "Professores, funcionários e estudantes no campus devem estar pronto para lidar com esses tipos de problemas de forma adequada."
Joanne Arnold, um membro do capítulo UC GLBT da Associação Alumni, disse que está desanimado com os recentes incidentes em todo o país, mas existem lições a serem aprendidas.
"Esperamos que a comunidade seja diretamente afetados, tanto quanto a comunidade gay com o que aconteceu", disse Arnold. "Há muito a aprender com isso, especialmente para os heterossexuais."
Metade dos estudantes disse já ter usado droga, e 9% não evitam gravidez, diz pesquisa do governo federal
Os universitários no país estão levando ao pé da letra a expressão "sexo, drogas e rock and roll". O primeiro levantamento nacional sobre Uso de Álcool, Tabaco e Outras Drogas do governo federal aponta que quase a metade dos estudantes de ensino superior (49%) já experimentou drogas ilícitas pelo menos uma vez na vida.
Em relação à bebida, 86% dos universitários disseram já ter consumido álcool. Entre os entrevistados, 40% usaram duas ou mais drogas nos últimos 12 meses e 43% disseram "já ter feito uso múltiplo e simultâneo" dessas substâncias.
O levantamento ouviu cerca de 18 mil jovens de 100 universidades e faculdades públicas e privadas das 27 capitais brasileiras. No Espírito Santo, foram entrevistados estudantes da Ufes, do Instituto Federal do Espírito Santo (Ifes), da Univix e da Faculdade Brasileira.
A pesquisa, desenvolvida pela Secretaria Nacional de Políticas sobre Drogas (Senad), também levanta questões relacionadas à vida sexual dos jovens. Cerca de 9% fazem sexo sem proteção e 8% já fizeram (ou induziram) um aborto. Além disso, 3% já forçaram ou foram forçados a fazer sexo e 41% já fizeram o teste para detectar o vírus HIV.
Um dos motivos que podem explicar os resultados é que a adolescência é uma fase em que acontece todo o tipo de experimentação, segundo o mestre em Psicologia Francisco de Assis Lima Filho. "Eles estão em uma época de descoberta e as drogas podem virar referência. Isso pode ocorrer quando há perda dos valores familiares", afirma.
O estudante da Ufes T., tem 19 anos mas começou a beber aos 16. Ele também já usou maconha e cocaína. "Experimentei algumas vezes quando estava no ensino médio. Mas usaria de novo agora que estou na faculdade".
Cada vez mais cedo
O acesso a bebidas é fácil para adolescentes e jovens, mesmo para menores de idade. A pesquisa revela que 80% dos menores de 18 anos já consumiram algum tipo de bebida alcoólica. "Fazer uso do álcool é uma forma do jovem pertencer a um grupo. Mas é importante saber a intensidade", diz o psicólogo da área técnica do programa de Saúde do Jovem da Prefeitura de Vitória, Herlan Peixoto Wagner.
A universidade é um ambiente propício para diferentes situações, mas os pais precisam ficar atentos a esse processo. "Mesmo com a liberdade maior, é dever da família cuidar e orientar. O filho tem, sim, que dar satisfação dos seus atos", ressalta a psicóloga especialista em Família e Educação, Adriana Müller.
Análise
nunca é tarde para impor limites
Adriana Müller
Psicóloga especialista em família e educação
É preciso conversar com os filhos sobre sexo e álcool antes dos problemas surgirem. Responda a três perguntas:onde seu filho está agora? Com quem ele está? O que está fazendo? O pai que sabe as respostas pode ficar tranquilo, mas quem estiver em dúvida tem que conversar com o filho. Nunca é tarde para isso. Numa situação de primeiro porre ou uso de drogas, por exemplo, é preciso conversar e voltar a estabelecer limites. Pergunte o que aconteceu, oriente-o quantos aos riscos que ele corre, conheça os amigos com quem ele sai. Os pais têm direito de ficar chateados, mas não deixe a conversa para o outro dia.
Os (maus) hábitos na universidade
49% já experimentaram alguma droga ilícita pelo menos uma vez na vida
80% dos menores de 18 anos já consumiram algum tipo de bebida alcoólica
86% já fizeram uso na vida de álcool e 47% de produtos de tabaco
22% estão sob risco de desenvolver dependência de álcool e 8% de maconha
36% beberam cinco ou mais doses alcoólicas (homens) e quatro ou mais doses (mulheres) dentro do período de duas horas nos últimos 12 meses e 25% nos últimos 30 dias
40% usaram duas ou mais drogas nos últimos 12 meses
43% relataram já ter feito uso múltiplo e simultâneo de drogas na vida
18% dirigiram sob efeito de álcool e 27% pegaram carona com motorista alcoolizado
9% não usam métodos contraceptivos
3% já forçaram ou foram forçados a fazer sexo
41% já fizeram teste de HIV
8% já fizeram (ou induziram) aborto
Outras conclusões
O uso de substâncias ilícitas (geral) é maior entre os universitários das regiões Sul e Sudeste, de instituições privadas, da área de Humanas, do período noturno e por universitários com idade acima dos 35 anos
O uso de maconha é maior entre os universitários norte-americanos e o uso de inalantes é maior entre os universitários brasileiros
O risco de desenvolver abuso/dependência para maconha é maior entre os homens e de anfetamínicos e tranquilizantes entre as mulheres
A prevalência de abuso de álcool foi maior entre os universitários do que na população geral. Já a dependência foi encontrada com maior prevalência para a população geral
Calouros dentro da Ufes, mas veteranos no uso de bebida alcoólica
Os três amigos J. E. e R. são calouros na Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes), mas já passaram por um bocado de coisas antes mesmo de vivenciar os anos do ensino superior. Todos fazem uso regular de bebida alcoólica e um deles já experimentou maconha.
"Moro em um bairro onde é natural usar drogas. Se for para fumar alguma coisa prefiro que seja maconha, o cigarro me incomoda. Também é normal para mim beber. É mais barato", diz R., que tem 19 anos.
Há um ano ele mantém relações sexuais com a namorada, sem camisinha. "O sexo é melhor sem o preservativo, mas já fiquei preocupado três vezes pensando que ela estava grávida. Mas agora ela vai tomar pílula", conta o estudante.
O álcool está presente na vida de J. desde os 14 anos. Hoje com 17, ele diz beber de tudo e brinca ao falar sobre o assunto. "Não penso em experimentar outras drogas, mas a bebida eu nunca vou largar. Toda semana eu saio com os amigos, vou a qualquer festa para beber, principalmente cerveja", afirma.
Mais reservado, E., 17 anos, diz que começou a ingerir bebida alcoólica há um ano. "Vou continuar bebendo. Acho que faz parte da vida acadêmica esse tipo de experiência, mas tenho a convicção de que não vou usar drogas, como maconha", diz o universitário.
Álcool é a substância mais usada na Ufes
Um estudo feito com 637 alunos dos cursos de Biomédicas da Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes), em 2008, revelou que 12% fazem uso de álcool com freqüência, entre seis e 19 vezes por mês. Outros 5% admitem fazer uso pesado de álcool, o que corresponde a mais de 20 vezes no mesmo período.
Foram ouvidos estudantes de 17 a 22 anos de Medicina, Enfermagem, Odontologia e Farmácia. Esses últimos foram os que revelaram maior intimidade com o álcool. Mais de 18% disseram beber constantemente. Outros 8% disseram fazer uso pesado de álcool, num nível que os especialistas já consideram como dependência. Considerado uma droga lícita, o álcool não é o única substância psicoativa usada pelos futuros médicos, enfermeiros, dentistas e farmacêuticos.
Na pesquisa, quase 25% dos estudantes de Odontologia afirmam que já experimentaram solventes, percentual que é de 18% entre os de Farmácia. O percentual dos que já experimentaram maconha varia entre 6,7% (obtido entre alunos de Enfermagem) e 11,3% (registrado entre os de Odontologia).
"Alguns tomam ansiolíticos para não ficar ansiosos com provas e plantões. Outros usam anfetaminas para aguentar um plantão à noite seguido de aula", disse, na época, a coordenadora científica do Núcleo de Estudos de Álcool e outras Drogas da Ufes, Marluce Miguel Siqueira.
Tomo tudo quanto é bebida desde os 14 anos. Comecei com vodca e cerveja,
mas hoje também bebo uísque, absinto... Não vou parar de beber"
J.
17 anos, estudante da Ufes
Comecei a beber há um ano e acho que não vou mais parar. Acho que consumir bebida alcoólica faz parte desse período da universidade, mas não vou usar drogas"
E.
17 anos, estudante da Ufes
Acho que vai ser um processo natural voltar a usar drogas na universidade. O álcool
é normal na minha vida e também sempre transei sem camisinha"
R.
19 anos, estudante da Ufes