sábado, 12 de maio de 2012

O Brasil está em risco de grandes terremotos?


Hoje, o Chile enfrenta as consequências do terremoto M8.8 que ocorreu em sua costa, os viajantes devem estar se perguntando qual é a situação do Brasil em relação a terremotos semelhantes.

Embora o Brasil não esteja livre de eventos sísmicos, tem uma situação geológica diferente do Chile e outros países sul-americanos onde o risco de grandes terremotos é maior. Veja na imagem abaixo o Mapa de risco sísmico. Porque é que a situação do Brasil é diferente?

Andrew Alden, geólogo, explica em poucas terremotos, em poucas palavras que "a energia dos terremotos vem das tensões das placas tectônicas". Como ele disse em seu blog , o Chile é afetado pelo movimento na intersecção de duas placas tectônicas: a de Nazca e as placas sul-americanos.

O sismólogo brasileiro João Carlos Dourado pela Universidade Estadual Paulista explicou em uma entrevista ao G1 que o Brasil está localizado no centro da placa tectônica sul-americana e, portanto, longe das tensões sobre as bordas da placa que causam terremotos da magnitude do que ocorreu no Chile.

O terremoto no Chile pode ser sentido em algumas partes do Brasil. Pessoas perceberam de diferentes maneiras, tais como tremores leves em edifícios de apartamentos (que não causam qualquer dano), cabides clicando em armários ou água se movendo para trás e para frente em uma piscina em uma completa ausência de vento, de acordo com Último Segundo. IG.com.br .

O que são terremotos e como se mede sua intensidade?


As placas tectônicas se movimentam e o choque entre elas provoca os terremotos

 Terremotos ou sismos são vibrações na crosta terrestre provocadas pela movimentação de placas tectônicas presentes na litosfera, logo abaixo da superfície da Terra. Essas placas deslizam lenta e constantemente sobre uma camada de magma chamada astenosfera.

Os movimentos delas são também responsáveis pela deriva dos continentes e pela formação de montanhas e vulcões. O atrito entre as placas gera uma energia em potencial que, quando liberada, provocam vibrações que se propagam pela crosta, causando os abalos sísmicos.

Há duas formas de medir a força dos tremores: pela sua magnitude e pela sua intensidade. "A primeira está associada com a energia liberada pelo terremoto, enquanto a segunda é o efeito causado por ele na superfície da Terra", explica Célia Fernandes, geofísica e técnica em sismologia do Instituto de Astronomia, Geofísica e Ciências Atmosféricas da Universidade de São Paulo (IAG-USP). "Para medir a energia liberada pelo sismo, utilizamos a escala Richter, e para avaliar seus efeitos, utilizamos a escala Mercalli-Modificada", complementa.

A escala Richter foi desenvolvida em 1935 na Califórnia, Estados Unidos. Ela é calculada a partir dos sismogramas (registros dos sismos) produzidos pelos sismógrafos, aparelhos que possuem sensores de vibração que monitoram a movimentação da superfície onde estão localizados. Cada unidade de magnitude representa uma energia liberada dez vezes maior que o grau anterior, ou seja, um terremoto de 4 graus na escala Richter libera uma energia dez vezes maior que um terremoto de 3 graus. Não há limites nessa escala. "Ela é aberta, isto é, vai desde menos infinito até mais infinito", afirma Célia. "O terremoto de maior magnitude já registrado foi no Chile, em maio de 1960. Sua magnitude foi de 9,6". Abaixo de 2 graus, os tremores são praticamente imperceptíveis.

Já a escala Mercalli, que mede a intensidade dos terremotos, foi proposta pelo vulcanólogo italiano Giuseppe Mercalli em 1902, e alterada em 1931, quando passou a ser chamada de Mercalli-Modificada. "Ela possui 12 graus indicados por algarismos romanos de I a XII. A intensidade não é calculada, apenas se observam os efeitos que o sismo causou na superfície, ou seja, é uma medida qualitativa dele", explica a especialista, que mostra como a escala funciona no quadro abaixo:
ESCALA DE INTENSIDADE MERCALLI-MODIFICADA (ABREVIADA)
I. Não sentido.
II. Sentido por pessoas em repouso eu em andares superiores.
III. Vibração leve. Objetos pendurados balançam um pouco.
IV. Vibração como a causada pela passagem de caminhões pesados. Chacoalhar de janelas e louças. Carros parados balançam.
V. Sentido fora de casa. Acorda as pessoas. Objetos pequenos tombam e quadros nas paredes se movem.
VI. Sentido por todos. Deslocamento de mobília. Louças e vidros se quebram. Queda de objetos. Rachadura no reboco de casas
VII. Percebido por motoristas dirigindo. Dificuldade em manter-se em pé. Sinos tocam em igrejas, capelas etc. Danos, como quebra de chaminés, ornamentos arquitetônicos e mobília; queda de reboco; rachaduras em paredes, algumas casas podem até desabar.
VIII. Motoristas de automóveis sentem o tremor. Galhos e troncos se quebram. Rachaduras em solo molhado. Destruição de torres de água elevadas, monumentos, casas de adobes. Danos severos a moderados em estruturas de tijolo, casas de madeira (quando não estão firmes com fundação), obras de irrigação e diques.
IX. Solo rachado, como "crateras de areia". Desabamentos. Destruição de alvenaria de tijolo não armado. Danos severos a moderados em estruturas inadequadas de concreto armado e tubulações subterrâneas
X. Desabamentos e solo rachado. Destruição de pontes, túneis e algumas estruturas de concreto armado. Danos severos a moderados de alvenarias, barragens e estradas de ferro
XI. Distúrbios permanentes no solo
XII. Danos quase totais
Apesar de existirem formas de medir a força dos terremotos, eles ainda não podem ser previstos pelos cientistas. "Esse é um dos grandes objetivos da sismologia", afirma Célia Fernandes. Atualmente a região que possui a maior quantidade de sismos é a que circunda o Oceano Pacífico, desde o sul do Chile até a Nova Zelândia, passando por vários países da América do Sul, Central e do Norte, além do Japão.


Fonte: revistaescola.abril.com.br

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