sábado, 18 de junho de 2011

Hormônio do crescimento garante centímetros a mais para adolescentes

O médico Marcello Bronstein, da USP, explica que se usa um inibidor da produção do hormônio feminino no rapaz e justamente com o hormônio do crescimento. Assim, este adolescente teria a possibilidade de crescer mais.


O GH, produzido pela glândula hipófise, é responsável pelo crescimento e também por equilibrar a quantidade de massa magra e de gordura no nosso corpo, controlar o colesterol e manter a densidade dos ossos.

Fortes e saudáveis, os gêmeos Laura e Theo são a alegria da casa, mas, quando nasceram, há três anos, foram direto para a UTI. Eram prematuros, de sete meses. Laura tinha 43 centímetros e quase 1,7 kg. Theo era ainda menor: 32 centímetros e menos da metade do peso da irmã, não chegava nem a 800gr.

“O lado bom é que eles ficaram no mesmo hospital em que eu trabalho. Então, me sentia segura. E o aspecto negativo, como sou da área e trabalho em UTI, eu sabia das complicações que podiam ocorrer”, revela a médica Lígia Kern, mãe dos dois.

Laura ficou um mês na UTI Neonatal. Theo teve de ficar mais tempo: dois meses. Os gêmeos recuperaram bem a saúde, mas os pais continuavam preocupados. Theo parecia crescer muito lentamente.

“Nesse desenvolvimento, a tendência é ir gradativamente. Depois que estabiliza essa parte clínica, ela ir recuperando o crescimento. Agora, se está tudo estável clinicamente e ela não recupera crescimento em altura e peso, talvez seja uma criança que precise de um tratamento especifico para isso”, afirma Margaret Boguszewski, do Departamento de Endocrinologia Pediátrica da Universidade Federal do Paraná (UFPR).

No ano passado, orientados pela doutora Margaret, os pais de Theo começaram a tratá-lo com doses diárias de GH, o hormônio do crescimento.

O GH é produzido pela glândula hipófise, que fica na base do cérebro. Além do crescimento, é responsável também por equilibrar a quantidade de massa magra e de gordura no nosso corpo, controlar o colesterol e manter a densidade dos ossos.

O crescimento das crianças gera uma expectativa nos pais. Apesar do acompanhamento médico, Jerome e Lígia tem uma brincadeira com as crianças bastante interessante na porta de casa.

A mãe das crianças revela que eles medem as crianças todos os meses. “Em setembro do ano passado, época em que o Theo começou a usar o hormônio, eles estavam do mesmo tamanho. Hoje em dia, existe diferença de tamanho dos dois. Já um resultado que já ta aparecendo”, declara.

Uma nova vida é sempre cercada de cuidados. Se é assim com bebês que nascem no tempo certo, imagine com os que chegam antes da hora. No Hospital de Clínicas da Universidade Federal do Paraná, em Curitiba, os prematuros têm um acompanhamento rigoroso. Detalhes de saúde, crescimento e peso são verificados até os dois anos de idade.

“Felizmente, os nossos bebes prematuros sobrevivem cada vez mais. Só que agora nós estamos em outra fase que não é apenas sobreviver, queremos qualidade de desenvolvimento destes bebes”, ressalta Antônio Carlos Bagatin, do Departamento Pediatria Hospital de Clínicas.

A cada 100 crianças nascidas prematuras, 10 vão precisar do hormônio do crescimento para ganhar peso e altura. “Tem várias crianças prematuras que, mesmo nascendo muito pequenas, crescem bem, mas, como elas sofrem bastante nestes primeiros meses de vida, elas correm o risco maior”, comenta Margaret Boguszewski, do Departamento de Endocrinologia Pediátrica da UFPR.

Hoje, o mundo de Alice Neves, de 8 anos, tem novos encantos, mas ter sido a menor da turma foi um drama. “Ela já estava até ficando traumatizada na escola, porque ela era muito menor que os outros colegas”, conta o advogado Heglisson Mocelin Neves.

Quando nasceu, Alice era a imagem da fragilidade. “Era complicado até para mamar, para alimentar. O seio sufocava, porque o nariz era muito pequenininho. Eu não conseguia nem perceber o buraco do nariz”, lembra a dentista Maria Lúcia Neves.

“As pessoas tinha receio de pegá-la no colo, porque ela era muito pequena. Então, pegavam ela com muito cuidado. Pegava um pouco e já devolvia, porque não tinha muito jeito no colo”, revela o pai da menina.
Depois de ficar um mês na UTI, Alice foi liberada pelos médicos para ir para casa, mas os pais perceberam que ainda havia algum problema com a filha. “Ia no pediatra a cada 15 dias, e não crescia nada”, afirma a mãe.

As roupinhas que ela usava ao nascer, de tão pequenas, hoje não servem nem para as bonecas.
Quando os pais notaram a dificuldade no crescimento, veio o diagnóstico a partir de um especialista. Alice precisava de hormônios para crescer. Aos 3 anos de idade, o tratamento começou. Hoje, aos 8 anos, ela mede 1,26m. É o mesmo tamanho das meninas da idade dela. E ela é uma mocinha com muitos planos para o futuro. “Primeiro, quero construir minha própria papelaria e escrever os livros para vender na minha papelaria”, conta. “Quero ser mais alta que minha mãe e mais baixa que meu pai”.

Sem o tratamento, Alice dificilmente chegaria a ter 1,50m, quando adulta. Agora, deve passar de 1,60m e vai ficar mais alta do que a mãe.

“Tenho que agradecer a Deus por ter revertido esta história e ter transformado em uma coisa tão boa, tão maravilhosa, uma lembrança tão digna, tão legal para a gente passar para os outros também. Nada é perdido, tudo é transformado e, às vezes, para muito melhor”, comenta a dentista Maria Lúcia Neves.


Dulcinéia Novaes
Curitiba

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