Você pode nem ter percebido, mas as frases acima contém marcas linguísticas que são específicas de quem mora em Vitória. Parece natural, mas usar "você" mais do que "cê" e "tu", negar duas vezes em uma mesma frase, não utilizar artigos antes de nomes de pessoas ou de pronomes possessivos - como "nossa maneira de falar" em vez de "a nossa maneira de falar" -, e usar "a gente" no lugar de "nós" é típico do capixaba.
Tela do artista Marcus Nati (50X40, óleo, 2008) |
Essas e outras descobertas foram feitas por um grupo de professores e estudantes de graduação e mestrado do Departamento de Letras, da Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes). A coordenadora do projeto, Lilian Coutinho Yacovenco, explica que, em muitos casos, as normas linguísticas dos capixabas são semelhantes às dos nordestinos.
"O uso do imperativo e a supressão do artigo nas frases são alguns exemplos. Ninguém fala: ?Diz aí? ou ?venha aqui?, mas sim ?diga aí? e ?vem aqui?. Também não dizemos ?vamos à casa do fulano?, mas ?vamos à casa de fulano?", exemplifica. As diferenças de sotaque, porém, continuam sendo grandes. "O que nós analisamos é a construção das frases e a forma como nos expressamos ao falar", diz.
A pesquisa teve início em 2000 e usou como base 46 entrevistas realizadas com homens e mulheres de Vitória, divididos por faixa etária e níveis de escolaridade.
Vídeo
Mas não é só entre os estudantes de Letras que o assunto desperta interesse. Um grupo de alunos de Publicidade, também da Ufes, fez um vídeo para falar das características do capixaba de forma engraçada. Intitulado "Homo capixabensis", o vídeo tem mais de 22 mil acessos na internet - um sucesso capixaba que brinca com nossos hábitos utilizando a linguagem dos documentários das TVs americanas.
"Lembramos os lugares mais frequentados, como a Rua da Lama e o Triângulo, em Vitória, a moqueca e até o jeito antipático que temos para não precisar cumprimentar os outros", conta uma das realizadoras do vídeo, Luiza Maciel, 20 anos.
Raio, no Norte, é corisco..
Contrariando a máxima de que o capixaba não tem um jeito próprio de falar, a professora do Programa de Pós-graduação em Linguística da Ufes, Catarina Vaz Rodrigues, está à frente de uma outra pesquisa que pretende mostrar as diferenças de vocabulário entre quem mora nas diversas regiões do Estado.
Diferenças
A pesquisa vai resultar na elaboração do Atlas Linguístico do Espírito Santo. Para isso, Catarina já percorreu 35 municípios, na zona rural, e ouviu mais de 70 pessoas. Nas visitas realizadas, ela descobriu, por exemplo, que o nome que se dá ao feixe de luz que sai das nuvens durante a chuva, no Norte, é corisco ou faísca. Já no Sul, chama-se raio ou relâmpago.
"A taruíra, que é considerada uma palavra bem capixaba, de fato aparece em todas as regiões. Isso prova como o Estado possui, sim, marcas linguísticas próprias, mas também é bastante heterogêneo, como outros Estados também são", diz. A influência nordestina, segundo ela, também aparece no vocabulário. Muitas palavras utilizadas no Norte do Estado vieram da Bahia.(A GAZETA, Priscilla Thompson)
Expressões 1 – “Qual é!?!” – Utilize para cumprimentar alguém, como se fosse dizer “como vai!?!”. Não se preocupe. Caso você use outras formas como “olá”, “ei” e “oi” você será compreendido! 2 – “Dar Tilt” – Também conhecido como estragar, não funcionar. Se o ar condicionado do seu quarto de hotel, o frigobar, o telefone, a lâmpada ou qualquer coisa que possa não funcionar, realmente não funcionar, é porque “deu tilt”. Provavelmente a pessoa que for concertar te falará isso. Então, não se assuste, não é nenhum termo técnico. 3 – “É ruim, hein!” – Se você ouvir essa frase, entenda que é um “não” e evite discutir. Esta frase é uma das poucas construções do capixabês que ao invés de fazer economia silábica aumenta consideravelmente o número de sílabas. Isso significa que é ‘Não mesmo’! 4 – “Deixa eu falar” – É assim que os capixabas iniciam frequentemente suas falas. Não que as pessoas aqui não costumem ouvir umas às outras. Isso não é necessariamente um pedido de permissão, e sim um costume. Você não precisa iniciar suas frases assim. Entenda apenas que a pessoa tem algo a dizer! 5 – “Sem doce” – Essa é simples. É a mesma coisa que sem açúcar. Qualquer uma das duas formas que você usar será compreendido! 6 – “Massa” (expressão) – Tudo que é legal, supimpa, D+ ou um barato, para capixaba “é massa!!”. Cuidado que essa moda pega! Muitos turistas vão embora achando tudo “massa d+” (parece redundante, mas usa-se o termo assim também). 7 – “Ir pros Rock” (expressão) – sair à noite, ir para festas, shows, pagode, samba, axé, forró … tudo é rock na vida social capixaba. Se quiser convidar alguém para sair, essa é uma expressão muito boa de se usar, mas… procure especificar que tipo de rock, assim como é bom procurar saber qual o rock para o qual estão te convidando. 8 – “Bahianada” – nada contra os baianos, mas… cometeu infração no trânsito capixaba, é baianada. Use sempre que precisar dar uma ré, ou contornar em local proibido. Às vezes, até um guardinha pode te orientar “faz uma bahianada ali e entre na próxima rua” quando você pedir uma informação. 9 – “Palha” (expressão) – use sempre que não achar algo legal. Se foi sem graça, foi palha. Se quiser enfatizar, pode usar no formato “mó palha” (mó = muito). 10 – “Pocar” – verbo mais famoso das terras capixabas. Nossa bandeira devia ter “Trabalha, Confia e Poca” ao invés de só “Trabalha e Confia”. Estourou ou quebrou algo… pocou! Ex: pocar bola. Se alguém disser “vou te pocar” você deve “pocar fora”. “Pocar fora” é uma construção mais elaborada, que foge ao sentido de estouro, aproxima-se mais de sair correndo, picar a mula ou dar no pé. 11 – “Catar” – Se ouvir essa palavra, segure bem a bolsa, proteja a carteira e tudo mais. Catar é sinônimo de roubar. 12 – “Buzão” – nosso transporte coletivo de cada dia, também conhecido como ônibus. Mas é só para os íntimos, então, se não se sentir íntimo, não fale assim porque soa falso. 13 – “Injuriado” – esta você usa quando se irritar, ficar bravo ou estressar com algo. 14 – “Sentir Gastura” – isso é só para capixaba. Nada de agonia, aqui a gente sente é gastura. Se arranharem o prato com o garfo, passarem a unha no quadro negro ou arrastarem a cadeira no piso, na terra da moqueca dá a maior gastura. (Só de pensar eu já senti!) 15 – “Iá” – interjeição de surpresa, mas não aquela coisa exagerada. Ficou sabendo de uma novidade? “Iá! é verdade?” Descobriu que estava errado? “Iá! Pensei que era assim!”. Deu para pegar?? Iá!! É fácil mesmo! rsrsr 16 – “Saltar” – Ato de descer do ônibus ou outro veículo. Use para se informar em que ponto deve descer do ônibus. Mas não leve tão a sério a palavra. Você não precisa descer dando pulinhos, basta descer. Objetos, comidas e afins 1 – “Sinal” (de trânsito) – É também conhecido em diversos locais como semáforo. Apesar de os capixabas (boa parte deles) saberem o que é semáforo, dê preferência ao uso da palavra ‘sinal’. As cores são as mesmas, só o nome que muda. 2 – “Pão de Sal” – use sempre que quiser um pão francês, ou você terá que ouvir a moça do balcão dizer “o que? … ah ta … pão de sal!”. 3 – “Mexerica” – É aquela fruta laranja, suculenta, com gomos. Alguns lugares chamam de tangerina ou bergamota, porém se você pedir uma dessas duas, não conseguirá muita coisa em terra capixaba! 4 – “Transcol” - É o ônibus que utilizamos na grande Vitória. Faz viagens de uma cidade para outra (entre Vitória, Vila Velha, Cariacica e Serra) ou dentro da mesma cidade. São ônibus de cor amarela ou azul. Essa é uma informação valiosíssima para quem quer fazer pequenas viagens a R$1,90 na Grande Vitória, podendo ou não ter conforto. Quem for de outras terras e já tiver se deparado com a nossa linguagem capixaba pode postar no comentário alguma outra expressão diferente do restante do Brasil! Agradecemos contribuições para o enriquecimento deste Guia de utilidade ao turista!! |
Na região Serrana, para saber quais as pessoas que irão a um determinado evento, fazem a seguinte interrrogação:
ResponderExcluirQuem tudo vai? ao inves de quem vai?
Em cachoeiro de Itapemirim, os horarios de ònibus são definidos da seguinte forma:
Hora certa;
hora e quinze;
hora e trinta;
quinze para hora.
putz! isso é verdade! eu sou de Cachoeiro e falo assim tb kkk
ExcluirVerdade, kkkkk.... Engraçado é que quando perguntamos a hora e a pessoa responde "hora e 15", nós entendemos que horas são. Que estranho isso, rsrrs!
ExcluirVerdade!
ExcluirEu sou de cachoeiro tambem.
Acho que somos meio bruxos tbm, porque só ouvimos "hora e cinco, hora e quinze, quinze pra hora" a sabemos que horas são.
hahahahaha
esse texto é massa,já só de ler o texto já estou querendo falar capixabês pra mim ter sotaque é um motivo de saber quem é da nossa cidade,quem é turista isso torna mas facil, e eu moro na divisa de minas,e esso é massa falamos com sotaques capixa e mineiro uai isso não é massa?
ResponderExcluirna região da grande vitória qualdo qlguém implica com agente ou fala alguma coisa que injuria, agente não manda ir tomar naqueles lugares, não. agente diz:"vai cagar no mato"
ResponderExcluirVerdade....e como diz!!!
ExcluirAqui na região de Barra de São Francisco para exclamação o pessoal fala.
ResponderExcluir"Eeehhnnnn! Atolo! rsrsrsrsrs
Aqui em Ecoporanga usa se muito Leras "tempo" tipo -faz leras que não a vejo! ou quando é muito tempo -faz leras e leras!
ResponderExcluirLuiz Barbosa 10/02/2013
ResponderExcluirTenho observado a produção local dessas expressões, um tanto comum em todo o Estado, incliusive na zona rural.
Exemplo:Carambola ( não é fruta )
Humm fedeu ( não é mau cheiro )
No município de Marilândia algumas das nossas expressões emprestadas do italiano, como:
ResponderExcluirPara surpresa, espanto, queixa "ma dio santo!"
Para xingar o mais comum é "pórco canni" (não é um palavrão ofencivo, e sim de reclamação)
para se referir a uma senhora muito idosa, a gente fala "noninha" ou "nona", por exemplo: "tchó! olha lá aquela noninha na cadeira de balanço!"
Mas além das expressões em italiano, nós usamos todas essas q vc comentou, quase morri de rir, principalmente na parte do pocar, essa é a palavra q nós mais usamos aqui.
Eu não uso o massa, baianada, palha e nem o iá.
ResponderExcluirtu não é capixaba então!!
ResponderExcluirAinh, aqui em Cachoeiro quando um texto é bom mesmo, como esse que acabei de ler, dizemos "Pô mó pakas".
ResponderExcluir"Mó pakas" ou "Massa" Isso em Cachoeiro
ResponderExcluirTem a expressão "Tá doido", que quer dizer: nem pensar, não quero nem pensar nisso ou não diga isso; muito utilizado na região da Grande Vitória.
ResponderExcluirCapixaba fala "Vão" ao invés de "Vamos".
ResponderExcluirTem também as expressões "Nossa Senhora", "bicho" e "pão doce".
ResponderExcluirEsse "Iá" eu nunca usei e nunca ouvi ninguem usar, vai ver aqui em cachoeiro não chegou essa expressão ainda hahahahah
ResponderExcluirMas falamos muitas coisas que só a gente entende, como muitos citaram acima.
E eu recém voltei de uma viagem de 3 meses no interior de SP, então imagina com esta a minha cabeça de sotaques a palavras estranhas.
hahahahah
Parece que todo mundo esqueceu das mais usadas como: num tem, fala pra nós e não garra não.
ResponderExcluirVerdade...
Excluir#Fato
ExcluirParece que se esqueceram de: fala pra nós, num tem, num garra não...
ResponderExcluirAinda faltou o "Pegou mau Pegado"
ResponderExcluirMoro em Iúna. Tenho orgulho de ser capixaba. Aqui não falamos esss 'iá', não tenho ideia de quando deve-se usá-lo rsrs mas o bicho, massa, palha, pocar e 'deixa eu te falar' ou 'deixa eu te perguntar' usamos muito.
ResponderExcluirAqui em Boa Esperança, se você nao entendeu algo é so ABIXIM? E a pessoa vai te explicar tudo de novo. ABIXIM = Como assim?
ResponderExcluirSe alguém fez algo que você não gostou você fala "Atolo, cê é doido?" e a pessoa para na hora kkkk
Ia falo direto e expressao de vitoria.mesmo dos capixabas da gema
ResponderExcluirIa falo direto e expressao de vitoria.mesmo dos capixabas da gema
ResponderExcluirSou de Campos Rj, aqui nosso sotaque é mais próximo do capixaba do que o carioca, falamos a maior parte dessas expressões, inclusive "num é?" que não foi citada!
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