A chanceleria entrou em contato com seu embaixador em Brasília e informou oficialmente que foram encontrados os corpos de quatro cidadãos brasileiros, mas não revelou a identidade ou o sexo das vítimas.
As autoridades mexicanas explicaram mais cedo que os 72 corpos, 14 deles de mulheres, seriam cidadãos de Brasil, El Salvador, Honduras e Equador, segundo relatórios preliminares.
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As vítimas seriam imigrantes ilegais tentando cruzar a fronteira com os Estados Unidos, mas que foram interceptados por um grupo do crime organizado.
Os corpos foram descobertos após um confronto, em Tamaulipas, com "supostos integrantes do crime organizado", a partir do depoimento de um "sobrevivente de origem equatoriana que se apresentou à Marinha do México para pedir socorro", revelou Alejandro Poire, porta-voz do Conselho de Segurança mexicano.
A operação incluiu ações aéreas no rancho localizado perto do município de San Fernando (de 30.000 habitantes no limite com Matamoros) depois da denúncia do equatoriano, disse na mesma entrevista o porta-voz da Marinha, José Luis Vergara.
Nesta quarta-feira, as estradas que levam a San Fernando estavam sendo ocupadas por numerosos veículos militares, constatou um correspondente da AFP.
O equatoriano Luis Lala, sobrevivente do massacre, em um hospital de Matamoros
O estado de Tamaulipas é cenário de grandes disputas entre o cartel do narcotráfico Golfo e seus antigos aliados 'Los Zetas', liderados por soldados de elite desertores aos quais as autoridades acusam de cometer massacres e praticar sequestros em massa de imigrantes ilegais.
Segundo o porta-voz da Marinha, o sobrevivente apontou 'Los Zetas' como responsáveis pelo massacre.
Em 2009, a Comissão de Direitos Humanos do governo estimou que 10.000 imigrantes, a maioria centro-americanos, foram sequestrados no México e os sobreviventes identificaram seus captores como membros de 'Los Zetas'.
Uma fonte da Procuradoria Geral (PGR) de Tamaulipas explicou que, segundo o sobrevivente, o ataque ocorreu quando os ilegais se trasladavam de um rancho a outro, tendo sido interceptados por homens armados em veículos.
O indivíduos ofereceram trabalho a eles no grupo por 1.000 dólares quinzenais. Ao ouvir a negativa, começaram a disparar contra eles, acrescentou a fonte da PGR.
O equatoriano, acrescentou a fonte, foi identificado como "Freddy", tendo sido posto sob custódia.
O governo do México mobilizou 50.000 militares para combater os cartéis.
A violência do narcotráfico causou mais de 28.000 mortos desde o final de 2006.
Tamaulipas vive uma onda de violência que incluiu, no final de junho o assassinato de um candidato ao governo, por um comando armado, a seis dias das eleições.
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Nos últimos dois meses e meio foram registradas no México outras duas grandes descobertas de corpos, em fossas clandestinas que as autoridades acreditam terem sido usadas por pistoleiros do narcotráfico para desfazer-se dos corpos de inimigos.
Em 7 de junho foram retirados 55 corpos de uma vala junto à mina da histórica aldeia de Taxco (sul) enquanto que no dia 24 de julho foram localizados mais 51 em outras nove fossas no estado de Nuevo León (norte), que também está sendo disputado pelo Cartel do Golfo e 'Los Zetas'.
AFP
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