quinta-feira, 26 de agosto de 2010

72 mortos no massacre do México; número de brasileiros pode subir

Após o Itamaraty confirmar que há pelo menos quatro brasileiros entre os 72 mortos no massacre no nordeste do México, o embaixador mexicano em Brasília, Alejandro de La Peña, informou nesta quarta-feira que já há investigações em andamento e que seu governo se responsabilizará pela repatriação das vítimas, em sua maioria imigrantes.

La Peña explicou que a identificação dos corpos ainda não foi iniciada e que, por isso, não é possível afirmar com certeza a procedência das vítimas. O vice-cônsul do Brasil no México, João Batista Zaidan, reforçou que o número de brasileiros mortos pode ser ainda maior.

Segundo o diplomata mexicano, o governo está em contato com, além do Brasil, representações de Equador, Honduras e El Salvador, que também teriam vítimas entre os corpos encontrados em uma comunidade rural em San Fernando, no estado de Tamaulipas, perto da fronteira com os Estados Unidos. As primeiras investigações apontam envolvimento dos traficantes do cartel Los Zetas no massacre.

A embaixada e o consulado brasileiros vão enviar um grupo ao local para apurar o que aconteceu. O primeiro a chegar, provavelmente na manhã desta quinta-feira, deve ser o vice-cônsul.

O governo mexicano levará ainda peritos para o local e também oferecerá traslados dos corpos para seus países de origem. O embaixador disse que o procedimento de repatriação das vítimas se dará no menor espaço de tempo possível.

As autoridades mexicanas optaram por manter os 72 corpos em San Fernando, a 300 quilômetros da capital estadual Ciudad Victoria, para facilitar o andamento das investigações.


- Tudo está sendo feito de forma coordenada com as embaixadas. O governo vai disponibilizar transporte aéreo para os profissionais que farão a identificação dos corpos e também para a repatriação das vítimas. Isso deverá acontecer nos próximos dias - afirmou La Peña.

Segundo ele, a embaixada do México no Brasil ainda não recebeu nenhuma ligação de familiares procurando notícias das vítimas.

Sobrevivente

O massacre de 58 homens e 14 mulheres foi descoberto por fuzileiros da Marinha mexicana a cerca de 150 quilômetros da fronteira com o estado americano do Texas. Os oficiais foram ao local após a denúncia de Luis Fredy Lala Pomavilla, trabalhador ilegal equatoriano, que tentava cruzar a fronteira rumo aos Estados Unidos.

Fingindo-se de morto, o equatoriano, baleado na garganta, conseguiu se arrastar até um posto de controle da Marinha para pedir socorro. Fuzileiros foram deslocados ao rancho e chegaram a trocar tiros com os traficantes. Três bandidos e um oficial morreram, segundo comunicado da Marinha. Um menor de idade, suspeito de fazer parte do tráfico, foi detido e, no rancho, foram ainda apreendidas 21 armas de grosso calibre, fuzis, escopetas, rifles e carregadores.

O massacre já é considerado o maior ligado às ações do narcotráfico desde 2006, quando o presidente Felipe Calderón chegou ao poder no México e lançou uma grande ofensiva contra os cartéis.(O Globo)


Cartel de Los Zetas controla cidade de massacre no México
SAN FERNANDO, México — A cidade mexicana de San Fernando, onde foram encontrados 72 corpos em uma fazenda, incluindo o de quatro brasileiros, é controlada pelo cartel de Los Zetas, apontado como responsável pelo massacre.

"Hoje há muitos caminhões e veículos do Exército (...) mas em tempos normais" quem controla San Fernando são Los Zetas, revela um habitante local, em referência ao grupo fundado por ex-soldados de elite recrutados pelo narcotráfico, que não ocultam sua presença.

Na região de San Fernando, Los Zetas têm seus próprios postos de controle nas estradas, onde fiscalizam o trânsito de veículos e de pessoas, especialmente de membros da imprensa.

Um jornalista da AFP que visitou a região no final de junho passado, após a morte de um candidato ao governo do Estado de Tamaulipas, confirmou que a cidade vive sob o controle dos Zetas.

"Passei por San Fernando de carro (...) e assim que cheguei à praça central apareceu um enorme 4x4 e um de seus ocupantes bateu no meu vidro com o cano de um fuzil. Não tinha mais que 22 ou 23 anos, carregava uma pistola e granadas nos bolsos do casaco tipo militar e exigiu que saísse do carro e mostrasse meus documentos...".

"Fomos para um ponto mais adiante, onde não éramos mais vistos da praça (...) mostrei meu passaporte, minha identificação da AFP e fui questionado sobre se era policial. Repeti que era jornalista e ele entregou meus papéis para um companheiro dizendo: 'toma, você é que sabe ler'".

Em seguida me explicaram: "Não temos nada contra os civis, mas queremos saber quem entra na nossa cidade (...) Você sabe quem somos? Somos os da letra".

"Então me mostraram sua identidade: "uma pesada medalha, aparentemente de ouro, com um mapa do México atravessado por um Z vermelho".

"Perguntei se tinham matado o candidato ao governo e me responderam: 'não, era nosso amigo, ele foi morto por nossos inimigos, com os quais estamos em guerra...'".

"Recebi meus documentos de volta e me desejaram boa viagem, além da recomendação de colocar um papel com a palavra IMPRENSA no para-brisa", contou o jornalista da AFP.

Los Zetas são liderados por militares de elite que desertaram na década de 90 para trabalhar com o Cartel do Golfo, mas que se tornaram um grupo independente e adversário de seus antigos aliados, que agem na mesma região.

da AFP.

Um comentário:

  1. Antes de tudo bom dia. Gostaria de dizer que a polícia do Mexíco é um bando de covarde, destreinada, vagabunda, mau amada e etc. Deveria fazer isso com eles, trazer aqui para o Rio de Janeiro, e colocar dentro de pneus e colocar fogo nessa cambada de soldadinho de chumbo de meia tigela, cambada de safado.

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