Mostrando postagens com marcador tráfico. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador tráfico. Mostrar todas as postagens

segunda-feira, 3 de dezembro de 2012

Seita que vive como nos tempos de Jesus Cristo é investigada por tráfico

Seita peruana vive como nos tempos de Cristo e é investigada por tráfico Na comunidade, isolada na selva amazônica, as pessoas juram que Jesus Cristo já voltou e é peruano. Só que os membros dessa seita estão sendo investigados por envolvimento com o tráfico internacional
Vídeo e Fonte: TV Globo
Uma seita religiosa que vive como nos tempos de Jesus e se espalha pela Floresta Amazônica, na fronteira com o Peru. A seita virou motivo de preocupação para a Polícia Federal. A acusação: membros dessa seita estariam plantando folhas de coca para abastecer traficantes internacionais, e isso a poucos metros do território brasileiro.

O dia ainda nem raiou, e elas já circulam pela cidade. São mulheres com véus e roupas longas. Os homens são proibidos de cortar os cabelos e a barba. Usam túnicas de cetim até os pés e mantos coloridos sobre os ombros. No meio da floresta, se vestem como há dois mil anos, na época de Cristo.

São conhecidos como 'israelitas'. E fazem parte da AEMINPU - Associação Evangélica da Missão Israelita do Novo Pacto Universal - que foi criada na década de 60 por Ezequiel Gamonal. Ele teria recebido de Deus os dez mandamentos, assim como o profeta Moisés.

Gamonal também ficou com a 'missão' de enviar homens e mulheres para ocuparem a região que fica na fronteira do Brasil com Peru e Colômbia, ao longo do rio Javari.

Nos últimos 15 anos, mais de seis mil pessoas migraram dos Andes peruanos para a selva amazônica.

"Estamos navegando pelo Rio Javari, um marco natural da fronteira. Desse lado é Brasil, onde fica a terra indígena Vale do Javari, desse outro, Peru. Nos 1.800 quilômetros que separam os dois países existem 17 comunidades do lado peruano. Quinze delas exclusivamente de israelitas do Novo Pacto, segundo a Polícia Federal", diz a repórter Daniela Assayag.

Em Tabatinga, no estado do Amazonas, há duas igrejas. A brasileira Ana Maria Adão, casada com um peruano, frequenta os cultos. Ela explica como as mulheres israelitas devem se comportar.

“Tem que obedecer o marido, primeiramente a Deus, segundo o marido, porque o marido é a cabeça da mulher”, diz Ana Maria Adão, manicure.

Ainda é madrugada quando partimos de Tabatinga para a Islândia. Numa pequena cidade peruana erguida sobre palafitas, os seguidores da seita israelita vivem de pequenos comércios. José Córdoba é um deles: nasceu nos Andes e chegou à região em meados dos anos 90. Antes de nos convidar para um culto, ele conta que o Peru é 'a terra prometida e, por isso, o lugar escolhido para a segunda vinda de Jesus à Terra.

“Que país do mundo, que povo do mundo venera o sol? O império INCA, o país do Sol”, declara o israelita José Córdoba.

Com a roupa de gala usada aos sábados, nosso anfitrião nos recebe na porta do templo enquanto famílias chegam para a cerimônia.

Incensos são queimados e há muita cantoria, incluindo até o hino do Peru.

Os rituais de adoração duram o dia todo. No templo, os homens ficam de um lado e as mulheres de outro. Ajoelhados, reverenciam os dez mandamentos representados no altar através de cartazes. Para os israelitas do Novo Pacto, todas as bíblias são iguais. O que muda é a interpretação dada pelo homem. E, para eles, Jesus já está entre nós, e é peruano.

Um dos chefes da seita explica que a autoridade máxima atual, Ezequiel Jonas Molina, é Jesus Cristo que hoje está na Terra.

O Fantástico argumenta então que Ezequiel Gamonal, o fundador da seita, morreu no ano de 2000. Gustavo responde que o espírito, o espírito de Deus, agora está no filho dele: Ezequiel Jonas Molina.

O filho teria herdado a divindade do pai - conhecido com 'El Barón' ou 'El Maestro'. E vive nesta casa em Lima, na capital peruana, ao lado da sede mundial da seita.

A seita que nasceu no Peru, se espalhou em outros oito países da América do Sul, quatro da América Central, Estados Unidos e Espanha. No Brasil, a sede principal fica em São Paulo. Nela, 60 peruanos e bolivianos frequentam os cultos aos sábados. Apesar de se apresentar como israelita, a seita não tem relação com o judaísmo.

Um dos missionários diz que no Peru a Associação Evangélica dos Israelitas do Novo Pacto é uma religião oficial, mas a embaixada peruana em Brasíla não confirma. Lideranças evangélicas dizem que os israelitas do Novo Pacto também não são reconhecidos pelo Conselho Nacional de Pastores.

“Existem mais de mil ramificações com nomes evangélicos, então é muito difícil, até para nós que estamos em uma entidade associativa, saber direitinho quem é quem. A não ser quando aparece, apontam um escândalo, uma denúncia, aí nós tomamos uma providência”, diz o vice-presidente do Conselho de Pastores do Brasil, Silas Malafaia.

O missionário Antônio Marin, que participa dos cultos em São Paulo, discorda dos seguidores da fronteira. Para ele, Ezequiel Jonas Molina não é o próprio Deus, mas um enviado do Espírito Santo para preparar o mundo para o fim dos tempos.

“Para nós, ele é o verdadeiro profeta de Deus na Terra”, diz Antônio Marin, missionário israelita em São Paulo.

O avanço na seita na Amazônia peruana preocupa as autoridades brasileiras.

Nós últimos cinco anos, plantações peruanas de folha de coca passaram a ser cultivadas próximo à fronteira com o Brasil. Junto com elas, laboratórios rústicos de refino de droga. De acordo com a Polícia Federal, desses laboratórios saem por ano de 50 a 100 toneladas de pasta base de cocaína que se destinam exclusivamente para o mercado brasileiro de consumo de entorpecentes.

Imagens aéreas feitas pela Polícia Federal e pela Polícia Nacional Peruana mostram plantações de coca próximas a comunidades Israelitas do Novo Pacto. Só na região, já seriam dez mil hectares plantados.

Investigações da Polícia Federal para o elo de alguns seguidores com o plantio.

“Não há como dissociar essa seita e seus integrantes, que moram naquela região, da produção, do plantio e da colheita das folhas de coca. Então realmente a gente, deduz, e deduz com muita segurança, que aquelas famílias hoje vivem do plantio de coca. Infelizmente”, declara Sérgio Fontes, superintendente da Polícia Federal/AM.

No meio da mata, descobriram um laboratório feito de madeira e lona. Os traficantes fugiram. No local, havia tanques forrados com plásticos, cheios de gasolina, para produzir a pasta base.

Os policiais ainda encontraram nove quilos de cocaína prontos para o consumo. O laboratório foi destruído.

“Não tenho a menor dúvida que a produção é destinada exclusivamente ao mercado brasileiro. A gente tinha como certo que a coca era plantada nos contrafortes dos Andes, bem distantes da nossa fronteira. Agora, nós temos plantações a dez metros do território nacional”, diz Sérgio Fontes - superintendente da Polícia Federal/AM.

Nossa equipe foi até outra comunidade israelita no Peru. A Polícia Federal brasileira alertou que a área é perigosa por causa dos traficantes que circulam por ali.

O repórter cinematográfico Luiz Quilião e o produtor Vianey Bentes enfrentaram dez horas de viagem de lancha subindo o rio Javari para chegar à Nova Jerusalém.

O chefe da comunidade e ex-prefeito de Islândia, Demóstenes Alarcón Zamora, que está na região há 15 anos, nos leva até a casa onde vive. Orgulhoso, aponta fotos da cerimônia do casamento dele, vestido com a santa túnica.

“Igual do tempo de Jesus”, diz.

Ele faz questão de mostrar a vila. Passamos por casas simples. O chefe explica que enquanto os maridos estão trabalhando na lavoura, as mulheres só aparecem quando são chamadas.

A comunidade vive da agricultura. Plantam hortaliças, vários tipos de frutas, principalmente abacaxi, para vender também na fronteira com o Brasil.

Em uma área com entrada proibida são feitos sacrifícios de búfalos e cordeiros. O ritual ocorre em datas especiais, como a Páscoa e Pentecostes.

Questionado sobre o envolvimento de israelitas na plantação de coca, Demóstenes não nega e reconhece que existem 'ovelhas desgarradas'. E, neste caso, segundo ele, a polícia é acionada.

“Gostaria de esclarecer para a Globo Brasil: israelita não participa da plantação de coca. Alguns podem ter cabelo grande e barba, mas só na aparência, pois não são israelitas de coração”, declara o israelita Demóstenes Alarcón Zamora.

Nos últimos sete anos, o cultivo da coca na fronteira peruana com cidades brasileiras teve um aumento de 300%. Esse ano, a Polícia Federal no Amazonas apreendeu, até agora, uma tonelada e oitocentos quilos de cocaína. O volume de produção tão perto do Brasil causa preocupação.

“O risco dos plantios se transferirem para o território nacional é grande. Como está hoje a situação: estamos como um goleiro que espera um pênalti. É óbvio que vai entrar mais do que a gente vai conseguir defender”, diz Sérgio Fontes, superintendente da Polícia Federal/AM.

Do Site fantastico.globo.com

domingo, 13 de maio de 2012

Traficante é preso ao comemorar a morte do rival 'Matemático'

Rival é preso ao celebrar morte de Matemático no RJ, diz polícia
Tia Neia, de 30 anos, foi preso em São Cristóvão.
Com ele, a PM apreendeu um pó que, segundo a polícia, seria cocaína.

A Polícia Militar (PM) informou que prendeu, no início da madrugada deste domingo (13), no Rio de Janeiro, um integrante de uma quadrilha que rivalizava com a do traficante Márcio José Sabino Pereira, o Matemático, morto no sábado (12) durante operação policial.

Um homem de 30 anos conhecido como Tia Neia foi preso em São Cristóvão. Segundo a polícia, ele festejava a morte do rival Matemático.

De acordo com a polícia, com Neia foi apreendido pó branco que seria cocaína.

A PM ocupou por tempo indeterminado as favelas da Zona Oeste do Rio que eram dominadas pelo traficante Matemático. A ideia é continuar a desarticulação da quadrilha que era comandada pelo bandido.

"A investigação não acabou. É evidente que, com o líder caindo o segundo escalão ascende naturalmente. Certamente teremos outras prisões nos próximos dias ou meses", disse o delegado João Luiz Araújo, chefe da Delegacia de Repressão a Entorpecentes (DRE) da Polícia Federal, que atua em conjunto com as polícias Militar e Civil há cinco meses na desarticulação do tráfico de drogas.

A ação que resultou na morte de Matemático começou no final da noite de sexta-feira (11) e entrou pela madrugada. O delegado da DRE contou que recebeu informações de que o traficante estava circulando pela Favela da Coreia num Logan prata. Ele pediu o apoio do helicóptero da Polícia Civil para localizar o veículo pelo alto, e da PM para fazer o cerco nas ruas do entorno da favela.

Os quatro homens que estavam dentro do carro, percebendo que tinham sido identificados, começaram a atirar contra o helicóptero, segundo a polícia. Matemático foi morto por volta das 23h30 de sexta, mas seu corpo só foi localizado em outro carro — um Gol preto — por volta das 5h30 deste sábado, por policiais do Batalhão de Choque da PM.
"Os disparos foram intensos e vinham não só do carro, mas de vários pontos da favela", disse Araújo.

Artilharia pesada
O piloto Adonis contou que, para defender a aeronave, teve de abrir artilharia pesada contra o Logan onde estava o traficante. "Eles estavam a cerca de 100 km/h na favela, tentando fugir do cerco, e disparavam contra a aeronave. Para interceptá-los, baixamos a uma altitude que variou de 20 a 60 metros, para que nenhum barraco fosse atingido pelos tiros disparados pelos policiais que estavam na aeronave. Na tentativa de fugir, o Logan bateu num muro. Três homens conseguiram fugir, mas tenho a impressão que Matemático ficou preso às ferragens e só pôde ser removido pelos comparsas mais tarde", detalhou Adonis, informando que o traficante levou ao menos um tiro que atravessou suas costas e atingiu o joelho.

O traficante tinha um torniquete improvisado com um cinto no joelho, quando o corpo foi encontrado, dentro do carro que estava próximo ao antigo viaduto de Bangu, na Zona Oeste do Rio.

Ao RJTV, o subchefe operacional da Polícia Civil, Fernando Veloso, confirmou que os tiros que mataram Matemático partiram de um helicóptero. "A Divisão de Homicídios esteve cedo no local e o delegado me afirmou que não há dúvidas deque os disparaos que atingiram não só Matemático, mas como alguns de seus comparsas, partiram da aeronave", disse.

Além da morte de Matemático, um outro suspeito foi preso na operação da sexta-feira.

Segundo o delegado Araújo, em cinco meses de operação, até este sábado, 12 pessoas foram presas e foram apreendidos cinco fuzis, uma metralhadora, três pistolas, cinco granadas, 14 carregadores, 177 munições de calibres variados, seis radiotransmissores, 300 quilos de maconha, pouca quantidade de cocaína e 1.580 pedras de crack.

G1

quinta-feira, 7 de abril de 2011

Homem tenta cruzar fronteira na Rússia com ursa escondida na van

A Alfândega russa interceptou um homem suspeito de ter tentado contrabandear uma ursa para a Ucrânia, escondendo o animal sob um cobertor em sua van.

Ursa encontrada na van era de uma espécie ameaçada
O suspeito, que é cidadão ucraniano e que não teve seu nome divulgado, não levava qualquer documento que mostrasse as origens da ursa ou sua intenção de transportá-la através da fronteira, segundo relatos da imprensa russa.

As autoridades alfandegárias da cidade fronteiriça de Belgorod, no oeste da Rússia, agora têm de decidir qual será o destino do animal, que, dizem, pertence à espécie dos ursos marrons sírios, ameaçada de extinção.

Circo

Também de acordo com relatos, o suspeito disse, em seu depoimento às autoridades, que é um artista circense, que já se apresentou com a ursa em diversas partes do mundo e que está sempre com ela ao seu lado.

Ele afirmou que considera o animal “um membro de sua família” e que queria atravessar a fronteira para ir para casa, em Yevpatoria (na república autônoma da Crimeia), após uma viagem a Moscou.

Ainda é comum que circos na Rússia e nas ex-repúblicas soviéticas se apresentem com ursos.

BBC

domingo, 28 de novembro de 2010

Polícia invade Complexo do Alemão. Traficantes podem estar nos esgotos

GloboTV Globo
O comandante-geral da Polícia Militar, coronel Mário Sérgio Duarte, informou por volta das 9h30m deste domingo que todo o conjunto de favelas do Alemão já foi tomado pelas polícias militar, civil e federal, além de homens das Forças Armadas. Mário Sérgio ordenou ainda que todas as casas sejam vasculhadas. O relações-públicas da PM, coronel Lima Castro, disse que há a possiblidade de os traficantes estarem utilizando a rede de esgoto como esconderijo. No entanto, o presidente da Cedae, Wagner Victer, esclareceu que não há rede de esgoto no Alemão, somente galerias de águas pluviais.

A coordenadora do Disque-Denúncia (2253-1177), Adriana Nunes, confirmou que o serviço recebeu ligações informando que traficantes poderiam estar tentando fugir do Complexo do Alemão por tubulações subterrâneas. A tubulação foi instalada pelas obras do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC).

A polícia invadiu o Complexo do Alemão às 8h deste domingo, com cerca de 2.600 homens, e por volta das 10h já havia chegado ao topo do morro. No primeiro momento, a estratégia foi ocupar o Morro do Adeus, que fica em frente ao Complexo do Alemão. Para lá foram homens do 22º BPM e do Comando Geral.

Vídeo: Autoridades iniciam a ocupação no Complexo do Alemão





- Agora é a hora da paciência de verificar casa por casa, beco por beco. Nós temos todas as suspeitas do mundo que há muita gente aí daqueles que fugiram (da Vila Cruzeiro). Eles, até o momento, não enfrentaram (a polícia). Preferiram fugir, o que não significa que não estão preparando uma armadilha para as nossas equipes. O trabalho mais difícil vem agora - disse o camandante-geral da PM.

- Nós vencemos. Trouxemos paz para a comunidade do Alemão - afirmou.

Na ação, foram apreendidas pelo menos dez toneladas de drogas e granadas no Complexo do Alemão.

Logo após o início da ação, a Polícia Civil já havia tomado uma área central do Complexo do Alemão, conhecida como Areal, e outra área conhecida como Coqueiral.

Dois helicópteros da polícia apoiaram a ação.

- Um helicóptero é de combate e um segundo filma as ações, apontando onde os traficantes onde estão escondidos. A maioria já se abrigou dentro das casas - afirmou o chefe de Polícia Civil, Allan Turnowski.

Policiais na aeronave atiraram contra alvos na comunidade para facilitar a entrada da polícia. Na Avenida Itararé, todo o comércio está fechado, com exceção de uma única padaria onde moradores acompanham a operação.

Turnowski informou que antes de homens da Polícia Civil e de delegacias especializadas entrarem no complexo, um helicóptero fez um primeiro sobrevoo. Ele pediu calma aos moradores do Alemão:

- É para ter calma que a Polícia Civil tem muita experiência nesse tipo de ação. A gente consegue diferenciar o bandido do morador. É ter calma, a polícia está chegando - afirmou.

- Está tudo dentro do planejado. A gente acredita que a ação vai ser mais rápida do que o esperado. A entrada foi mais tranquila do que a gente poderia esperar.
Policiais estão em pontos estratégicos da favela e da cidade para evitar a fulga de traficantes. Enquanto homens da Polícia Civil entraram no Complexo do Alemão, soldados do Batalhão de Operações Especiais (Bope) aguardaram do lado de fora para invadir o local em veículos blindados da Marinha, pilotados por Fuzileiros Navais, o que aconteceu por volta de 8h30m. Alguns soldados estão com o rosto pintado. Entre homens do Bope há atiradores de elite.

Uma van atravessada em uma das ruas de acesso a Grota impediu a entrada de um destes blindados da Marinha. Policiais tiveram que arrastar o veículo o para permitir o acesso das tropas.

Apesar do risco de tiroteios, moradores acompanham a invasão pela janela das casas.

- A nossa ordem é manter a técnica. Faremos a invasão com cuidado, proteção e cautela. Nossa missão tem que ser executada. O trabalho é difícil - disse o comandante do Bope, coronel Paulo Henrique Moraes.

O delegado Rodrigo Oliveira, chefe das delegacias especializadas, disse que a população pode festejar a tomada do Complexo do Alemão, mas que a comunidade ainda não está pacificada:

- A população do Rio já pode comemorar. Mas não temos a pretensão de achar que em duas ou três horas nós conseguimos pacificar o Complexo do Alemão. A situação é de aparente tranquilidade. Apenas o início da operação foi um momento crítico. A população deve continuar ajudando com denúncias e informações à polícia.
(Ana Claudia Costa, Daniel Brunet, Luiz Ernesto Magalhães e Taís Mendes - O GloboTV Globo)


Casa de narcotraficante no Alemão tem piscina e hidromassagem
Policiais e homens das Forças Armadas que participam das operações deste domingo no Complexo do Alemão, Zona Norte do Rio, fizeram buscas na casa de um dos líderes do tráfico na região. A residência de três andares estava decorada com móveis novos, de luxo, e era equipada com televisões de LCD, ar-condicionado em todos os aposentos e uma banheira de hidromassagem.

No terraço da casa, há uma piscina e uma churrasqueira, com azulejos que imitam o calçadão de Copacabana. Na cozinha, foram encontrados eletrodomésticos caros e novos, em aço escovado e mesas com tampo de vidro e passa pratos giratório. Na sala, o teto é rebaixado e com luzes indiretas. Tudo foi destruído pelos criminosos antes da fulga.

A polícia quebrou o forro do teto, todos os armários e paredes da casa e fez uma apreensão de material, que ainda não foi contabilizado. O dono da casa não foi identificado. Segundo a polícia, a residência seria dos traficantes conhecidos como Pezão ou Polegar. (O Dia)

Polícias militar, civil, Marinha e Exército invadem o conjunto de favelas na Zona Norte após sete dias de guerra. 'Vencemos. Trouxemos paz para comunidade do Alemão', disse o Comandante Geral da PM
Foto: Oswaldo Praddo / Agência O Dia


Ataques começaram no domingo ao meio-dia

A onda de ataques violentos no Rio e Grande Rio começou no domingo 21 de novembro, por volta do meio-dia, na Linha Vermelha, quando seis bandidos armados com cinco fuzis e uma granada fecharam a pista sentido Centro, altura de Vigário Geral. Os criminosos, em dois carros, levaram pertences de passageiros e queimaram dois veículos, após expulsarem os ocupantes. Para o secretário de Segurança Pública, José Mariano Beltrame, as ações criminosas são uma reação contra a política de ocupação de territórios do tráfico, por meio das Unidades de Polícia Pacificadora (UPPs) e a transferências de bandidos para presídios federais em outros estados.





sábado, 27 de novembro de 2010

Cerco no Complexo do Alemão. Traficantes numa sinuca de bico. Fotos da violência no Rio de Janeiro

Desde o último final de semana, a população e a polícia carioca vêm sofrendo ataques de bandidos. Ônibus e carros foram incendiados e bases policiais atacadas. O governo carioca busca agora conter as ações com todo o seu contingente nas ruas. Veja imagens dos últimos dias:

Soldado do Exército baleado, durante o operação conjunta com a Polícia Militar de combate ao tráfico de drogas, no Complexo do Alemão, Rio de Janeiro

Movimentação de soldados do Exército no alto do Complexo do Alemão, na zona norte da cidade, Rio de Janeiro - 26/11/2010 - Wesley Santos/Folhapress
Soldados da Marinha no Complexo do Alemão, Rio de Janeiro - 26/11/2010 - Antonio Scorza/AFP
PM troca tiros com traficantes na entrada do Complexo do Alemão, Rio de Janeiro - 26/11/2010 - Antonio Scorza/AFP
População corre no meio do tiroteio, Rio de JAneiro - 26/11/2010 - Marcelo Sayão/EFE
Ônibus queimado por traficantes na bairo de Maria da Graça, Rio de Janeiro – 26/11/2010 - Marcelo Sayão/EFE

As forças policiais e militares mantêm na noite deste sábado o cerco ao Complexo do Alemão, com mais de 2 mil homens posicionados nos 44 acessos do complexo.

No total, são 800 soldados da Brigada de Infantaria Paraquedista do Exército, 300 agentes da Polícia Federal (PF) e 1,3 mil homens das polícias Militar e Civil.

Blindados do Exército e da Marinha e veículos do Batalhão de Operações Especiais da PM (Bope) são utilizados na operação. A Polícia Militar estima que entre 500 e 600 traficantes estejam no Complexo do Alemão.

Segundo o governador, as equipes de Segurança têm informado a população sobre os eventos no Rio. Para ele o momento é de retomada de territórios, de afirmação da ordem e do Estado de Direito Democrático.

Estamos todos unidos. Todos com o mesmo propósito: seguir em frente sem qualquer recuo na busca da libertação das pessoas do poder de bandidos nas comunidades, disse Cabral.

Cabral diz que seu compromisso é pacificar todas as comunidades onde houver o domínio do poder paralelo.

Ultimato no por-do-sol

À tarde, o coronel Lima Castro, relações públicas da PM do Rio, chegou a dizer a jornalistas que os traficantes teriam até o por-do-sol para se entregar. No entanto, a PM ainda não iniciou a ocupação das favelas.

A proposta é de paz, mas se formos chamados à guerra, vamos responder com a mesma força, afirmou.

A PM estabeleceu um procedimento para que os traficantes se rendessem. Eles deveriam se apresentar com fuzis sobre as cabeças e entregar as armas num posto montado na rua Joaquim Queiroz, no Complexo do Alemão, próximo à Estrada de Itararé.

Segundo Lima Castro, os bandidos estão desgastados e estressados, sem mantimentos e munição. O coronel afirmou que a superioridade numérica e de equipamento das forças de segurança é total. Tudo é favorável a nós.

O comandante do Batalhão de Choque, Waldir Soares Filho, disse a jornalistas que todas as pessoas que entram ou saem do Complexo do Alemão estão sendo revistadas e sendo obrigadas a apresentar documento de identidade.
Moradora foge de casa em meio a soldados no Morro do Alemão.

Ao longo do dia, o Exército realizou vários bloqueios no Complexo do Alemão, parando e revistando pedestres, carros, motos e caminhões para evitar a fuga de traficantes.

Traficantes detidos

No total, 31 pessoas foram detidas e encaminhadas para averiguação pela Polícia Civil.

Entre eles, está Edson Souza Barreto, o Piloto, 49 anos, chefe de segurança de Fabiano Atanázio, o chefe do tráfico na Vila Cruzeiro. Segundo a Polícia, ele tentou fugir da Vila Cruzeiro ao se mesclar a um grupo de moradores que descia o morro portando bandeiras brancas.

Já Diego Raimundo Santos, conhecido como Mister M se rendeu à Polícia no Morro do Alemão. Ele é suspeito de fazer a segurança do traficante Pezão, que chefia o tráfico no local. A mãe de Mister disse a jornalistas que convenceu seu filho a se entregar.

Duas pessoas foram feridas a tiros na região na manhã deste sábado, ao tentar escapar do cerco. Os dois suspeitos foram atendidos em um hospital local e levados à delegacia da região em seguida.

O coordenador da ONG Afroreggae, José Júnior, esteve no Complexo do Alemão e tentou convencer traficantes a se entregarem.

Ninguém falou que queria partir pro enfrentamento, mas não quer dizer que ninguém vá, afirmou ele à imprensa no local ao sair.Tentei passar pra eles que deveriam se entregar, para que não morressem e também não expusessem os moradores.

Transferência de presos

Neste sábado, dez homens presos por envolvimento nos ataques no Rio foram transferidos para o presídio federal de Catanduvas (PR), por meio de um avião que partiu do aeroporto Santos Dumont.

Na madrugada de quarta para quinta-feira, outros dez presos foram levados para Catanduvas, que, por sua vez, teve prisioneiros transferidos para Porto Velho (RO).

A qualquer momento, quando a inteligência do Rio detectar que o melhor caminho é a transferência de pessoas para fora do estado, elas serão enviadas para presídios federais, como já vem sendo feito, disse o ministro da Justiça, Luiz Paulo Barreto.

O objetivo do rodízio é evitar a proximidade dos presos entre si ou com funcionários dos presídios. De acordo com o ministro, a Polícia Rodoviária Federal está em alerta para impedir a fuga de traficantes do Rio, e todo o aparato de segurança do governo federal está à disposição do Estado.

Entramos numa nova fase, com um pacto federativo com integração absoluta entre todas as forças de segurança para superar essa crise no Rio, disse.

No total, 35 pessoas já morreram desde o início do conflito entre polícia e traficantes no Rio, há uma semana. Entre as vítimas, mais de 20 são traficantes.

Para mais notícias, visite o site da BBC Brasil

domingo, 25 de julho de 2010

Em Ciudad Juarez, no México, a guerra entre cartéis do tráfico já matou mais de 1.600 pessoas só neste ano.

CIDADE DO MÉXICO (Reuters Life!) - Disputas entre cartéis de narcotráfico rivais saíram do controle, desencadeando uma onda de violência que as forças de segurança não conseguem conter, disse o autor de um novo livro sobre a crescente guerra das drogas no México.

"Murder City" (Cidade dos homicídios), o mais recente de mais de uma dúzia de livros do escritor norte-americano Charles Bowden sobre drogas e imigração na fronteira EUA-México, documenta os assassinatos de matadores, policiais e transeuntes em uma guerra do tráfico que já deixou mais de 26 mil mortos desde o final de 2006 e vem definindo a presidência de Felipe Calderón.

Residente no Arizona, Bowden passou vários meses em 2008 no submundo de Ciudad Juarez, ao sul de El Paso, no Texas, que é a principal rota de entrada de drogas nos Estados Unidos e é hoje a cidade mais violenta do mundo.

Misturando jornalismo com histórias sinistras e poéticas sobre um matador, uma vencedora de concurso de beleza, um jornalista e um padre, Bowden argumenta que os ataques em Ciudad Juarez - tiroteios em plena luz do dia, decapitações e policiais assassinados - não podem mais ser atribuídos unicamente à rivalidade entre Vicente Carrillo, chefe do cartel de Juarez, e Joaquin "Shorty" Guzman, que comanda o cartel de Sinaloa.

A disputa entre eles criou um inferno no qual jovens desempregados enxergam como seu único futuro ingressar em quadrilhas e atuar em incontáveis batalhas sobre tráfico de drogas, contrabandos e sequestros.

"Acho que Vicente Carrillo e Shorty Guzman não poderiam se dar um aperto de mãos e dizer 'está terminado'. Acho que não existe ninguém que pudesse dar um telefonema hoje para parar com tudo isso", disse Bowden em entrevista recente.

A violência em Ciudad Juarez começou a se agravar no início de 2008, quando Guzmán, o homem mais procurado do México, enviou assassinos à cidade para tentar ocupar o espaço do poderoso cartel de Juarez.

Bowden argumenta que o crime e os assassinatos hoje constituem quase as únicas maneiras de sobreviver em uma cidade deserta, onde metade dos adolescentes está desempregada ou não tem condições econômicas de estudar.

O livro acompanha assassinatos que ocorreram em Ciudad Juarez no primeiro quadrimestre de 2008, quando a violência começou para valer, incluindo os assassinatos de professores, policiais de trânsito, traficantes, motoristas de táxi e até mesmo meninas de 12 anos. Depois disso, escreveu Bowden, "a enxurrada de mortes tornou-se avassaladora."

Para o escritor, que já passou longos períodos no México, a violência em Ciudad Juarez tem suas raízes não apenas na impunidade efetiva desfrutada por muitas gangues de drogas, mas também pela pobreza extrema exacerbada pelos baixos salários pagos em fábricas de proprietários norte-americanos.

"Esta é uma cidade que até recentemente era um exemplo do livre comércio. Era esse o modelo. O modelo está produzindo a morte. Está produzindo adolescentes que não encontram emprego, que não têm condições econômicas de ir à escola, que ingressam em quadrilhas e se tornam assassinos", disse ele.

Mesmo antes do Tratado Norte-Americano de Livre Comércio (NAFTA), de 1994, Ciudad Juarez era um centro manufatureiro que produzia bens como televisores para o mercado dos EUA.

A região de Ciudad Juarez-El Passo movimentou 50 bilhões de dólares em comércio em 2008, mas o crescimento não lhe proporcionou infra-estrutura social, como parques ou transportes públicos, e a cidade é repleta de favelas e lixões.

Bowden disse que, para que a violência possa ser controlada, será preciso estudar as causas subjacentes à atividade das quadrilhas em Ciudad Juarez, onde operários de fábricas afirmam ganhar apenas 7 dólares por dia.

segunda-feira, 21 de junho de 2010

Preso estudante de Direito que chefiava tráfico no interior paulista


O que ele aprendia nas aulas de Direito aplicava no crime. Pedia, por exemplo, que jovens vendessem a droga, já que menor de idade não é preso e fica pouco tempo em centros de recuperação.

Os policiais cercam uma chácara ampla e confortável. Na garagem, três carros de luxo. O dono é Davi Martins, de 30 anos, apontado como o chefe de uma das maiores quadrilhas do interior de São Paulo.

Mês que vem, o criminoso iria se formar em Direito em uma faculdade particular de Campinas. Conhecedor das leis, ele montou uma rede de proteção, subornando policiais. Em outubro do ano passado, Davi Martins chegou a gravar a entrega da propina, no estacionamento de um shopping.

O integrante da quadrilha mostra o dinheiro. São R$ 3 mil. O criminoso põe o pacote no porta-malas e vai para a praça de alimentação do shopping.

O encontro dele com dois policiais militares é fotografado por outro bandido. Na volta, acontece o pagamento da propina.

O criminoso é André Casarino, procurado pela Justiça por roubo e tráfico. Um dos dois policiais é o soldado Mario Roberto dos Santos. O outro é o cabo Eldo Zanardi.

Segundo as investigações, os PMs cobraram R$ 30 mil para não prender André Casarino, comparsa de Davi Martins, o chefe da quadrilha. Os R$ 3 mil são apenas a primeira parcela.

“O traficante e seus comparsas apresentavam essas gravações para os policiais e a extorsão parou naquele momento”, conta o promotor de Justiça Amauri Silveira.

André Casarino foi preso quatro meses depois, em uma operação policial de rotina. Nessa época, Davi Martins já estava sendo investigado pela Delegacia de Combate ao Tráfico de Drogas.

O que ele aprendia nas aulas de Direito aplicava no crime. Pedia, por exemplo, que jovens vendessem a droga, já que menor de idade não é preso e fica pouco tempo em centros de recuperação.

David - Menor vai ficar no máximo três meses lá. Estourando.

David Martins foi preso em abril. A polícia achou a gravação do suborno dos dois PMs no computador dele. Também foram encontradas planilhas, com toda a contabilidade da quadrilha. Davi Martins desenvolveu gráficos para controlar o desempenho de cada ponto de venda e saber exatamente quanto lucrava com o tráfico.

Em uma favela, a polícia descobriu o laboratório onde o bando refinava cocaína. No local, havia 80 kg da droga e mais de dois milhões de frascos usados para embalar a cocaína vendida nas ruas.

“A grande base dele de distribuição de drogas era em Campinas, com mais de 75 pontos de distribuição. Também se constatou que ele já tinha pontos de distribuição em São Paulo e na cidade de Mogi das Cruzes”, afirma José Rolim Neto, delegado seccional de Campinas.

Preso, o chefe da quadrilha resolveu contar tudo o que sabe sobre a corrupção policial, em troca da redução da pena - a chamada delação premiada.

Segundo as investigações, o estudante de Direito vendeu, durante um ano e meio, quase R$ 8 milhões em drogas, o que despertou o interesse de policiais corruptos da cidade de Campinas. Em troca de pagamento de propina mensal, o traficante era avisado das investigações em andamento. Policiais civis e militares também faziam a segurança dos pontos de venda de drogas e ainda mandavam para a cadeia os concorrentes da quadrilha.

Na quarta-feira (16), o Fantástico acompanhou a operação contra os policiais corruptos. A Corregedoria prendeu quatro policiais civis e quatro PMs, quando chegavam ao trabalho, inclusive os que aparecem na imagem recebendo propina.

Durante as buscas, outro crime: um PM estocava maconha dentro do batalhão.

“Os policiais civis e militares estão sujeitos à pena, no caso de associação para o tráfico, de até dez anos de reclusão”, explica o delegado corregedor Roveraldo Battaglini.

Quando estudava Direito, o chefe da quadrilha preparava o trabalho de conclusão de curso. O título: “A delação premiada sob a ótica da ética e da moral”.

No texto, encontrado no computador de David Martins, aparece a seguinte frase: "não há nada de imoral e não se trata de deduragem, sendo uma forma eficaz de combater a criminalidade organizada”.

“Ele já vinha realmente preparando um ensejo de eventual delação premiada”, aponta o promotor de Justiça Amauri Silveira

David Martins pode ser condenado a 25 anos de cadeia. No fim do processo, a Justiça decide se ele tem direito ou não à redução da pena.

A Corregedoria e o Ministério Público acreditam que outros policiais tenham participado do esquema de corrupção criado pelo estudante de Direito.

“A investigação tem por objetivo justamente definir a exata medida da responsabilidade de cada um dos envolvidos”, declara o promotor de Justiça Amauri Silveira.

sábado, 17 de outubro de 2009

Guerra do tráfico mata 5, fere 8, queima ônibus e leva pânico a bairros do Rio


 ( - G1)
Guerra do tráfico mata 5, fere 8, queima ônibus e leva pânico a bairros do Rio

O secretário de Segurança Pública do Rio de Janeiro, José Mariano Beltrame, afirmou na tarde deste sábado (17) que a polícia vai atrás dos responsáveis pela onda de violência que deixou pelo menos 12 mortos e 8 feridos - seis policiais e dois moradores - nos bairros de Vila Isabel e Sampaio, na Zona Norte do Rio.

Dez dos mortos seriam criminosos, segundo a Polícia Militar, que anunciou a prisão de um homem e a apreensão de um adolescente. O delegado Alan Turnowski, chefe da Polícia Civil do Rio de Janeiro, afirmou que "a resposta [aos criminosos] vai vir na mesma medida". "A situação não vai ficar impune", afirmou.

O governador do Rio, Sérgio Cabral, afirmou que o confronto no Morro dos Macacos não mudará a estratégia de segurança do estado. "Já tomamos as medidas necessárias para reagir a esse tipo de organização criminosa. Temos que efetivamente ter uma permanente luta de combate ao crime. Vamos continuar nessa linha, enfrentamento a situação. Não muda nada", disse Cabral.

A gravidade do caso levou a PM a montar um gabinete de gerenciamento de crise, que funciona no 6º Batalhão (Tijuca), do qual o comandante-geral da PM no Rio de Janeiro, coronel Mário Sérgio Duarte, faz parte.

Polícia sabia do ataque 


Beltrame disse que a polícia sabia da possibilidade de bandidos invadirem o Morro dos Macacos para disputar o controle do tráfico de drogas no local. Por isso, PMs foram destacados para a principal entrada do morro ainda no fim da noite de ontem. Ele disse que, como a área é muito grande e tem diversas entradas, não foi possível impedir que bandidos entrassem no morro e iniciassem o tiroteio com uma facção rival ainda na madrugada.

Conforme o secretário, a polícia optou por não entrar no morro ainda na madrugada, para evitar que vidas de civis fossem postas em risco. Em entrevista coletiva, ele admitiu que a polícia "pode até ter demorado um pouco" para agir, mas "planejou" a ação. "A polícia não vai entrar de madrugada [no morro]. Agimos com responsabilidade, nós temos de preservar o cidadão".

Já pela manhã, policiais entraram no morro e um helicóptero Águia, que fazia parte da operação e sobrevoava o local, explodiu após ser atingido por tiros de bandidos. Dos seis policiais que estavam a bordo, dois morreram e dois sofreram queimaduras, sendo que um está internado em estado grave.

Mas, segundo Beltrame, o problema poderia ter sido maior, já que, antes da explosão, o piloto conseguiu pousar o helicóptero em um campo de futebol. "Tivemos um incidente triste com um helicóptero, o capitão Marcelo num ato heroico conseguiu livrar que centenas de pessoas viessem a sofrer com a queda dessa aeronave."

Ônibus incendiados

Em uma ação atribuída aos criminosos que invadiram o Morro dos Macacos, pelo menos oito ônibus foram incendiados em acessos que levam à Favela do Jacarezinho, no Jacaré, outro bairro da região. O objetivo seria desviar a atenção dos policiais para o que acontecia no Morro dos Macacos.

De acordo com o motorista Fábio Nascimento, o ônibus que dirigia foi interceptado por cerca de 15 homens armados, que determinaram: "Desce, vamos botar fogo." A viação responsável pelos coletivos tirou os ônibus de circulação alegando falta de segurança.

Um grande extensão da Zona Norte e dos subúrbios da Central do Brasil foram afetadas pela ação criminosa: Mangueira, Maracanã, São Francisco Xaiver, Riachuelo, Rocha, Sampaio, Vila Isabel, Engenho Novo, Jacaré e Méier.

O trânsito foi interditado na Avenida Marechal Rondon, na altura do Engenho Novo, e a circulação na área ficou restrita à Rua 24 de Maio, no sentido Méier. No sentido contrário, o trânsito seguia apenas Rua Barão do Bom Retiro, obrigando quem saía do Méier, com destino ao Centro da cidade, passar pelo Grajaú.

Apoio federal 

O ministro da Justiça, Tarso Genro, ofereceu a Cabral o envio de homens da Força Nacional de Segurança para a contenção da violência na capital fluminense por conta do ocorrido neste sábado.

A assessoria de imprensa do ministério informou, porém, que o governador fluminense disse que não há a necessidade por enquanto da presença da Força Nacional e nem do envio de um helicóptero substituto ao que foi abatido pelos bandidos. Cabral teria dito que vai estudar as ofertas, mas descartou qualquer ajuda imediata.

O prefeito do Rio, Eduardo Paes, afirmou neste sábado que a Prefeitura dá total apoio às ações do governo do estado. Segundo ele, "têm combatido sem trégua as ações do crime organizado".

Segundo o secretário de Segurança, o governo toma medidas para evitar disputas entre quadrilhas rivais no Rio. "Mais de 80% das invasões que acontecem [nos morros] a gente tem antecipado." O secretário de Segurança Pública disse, no entanto, que foi impossível destacar policiais para coibir a entrada de traficantes no morro. "Se você pegar o mapa, você vai ver a infinidade de acessos que têm ali."