domingo, 28 de novembro de 2010

Polícia invade Complexo do Alemão. Traficantes podem estar nos esgotos

GloboTV Globo
O comandante-geral da Polícia Militar, coronel Mário Sérgio Duarte, informou por volta das 9h30m deste domingo que todo o conjunto de favelas do Alemão já foi tomado pelas polícias militar, civil e federal, além de homens das Forças Armadas. Mário Sérgio ordenou ainda que todas as casas sejam vasculhadas. O relações-públicas da PM, coronel Lima Castro, disse que há a possiblidade de os traficantes estarem utilizando a rede de esgoto como esconderijo. No entanto, o presidente da Cedae, Wagner Victer, esclareceu que não há rede de esgoto no Alemão, somente galerias de águas pluviais.

A coordenadora do Disque-Denúncia (2253-1177), Adriana Nunes, confirmou que o serviço recebeu ligações informando que traficantes poderiam estar tentando fugir do Complexo do Alemão por tubulações subterrâneas. A tubulação foi instalada pelas obras do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC).

A polícia invadiu o Complexo do Alemão às 8h deste domingo, com cerca de 2.600 homens, e por volta das 10h já havia chegado ao topo do morro. No primeiro momento, a estratégia foi ocupar o Morro do Adeus, que fica em frente ao Complexo do Alemão. Para lá foram homens do 22º BPM e do Comando Geral.

Vídeo: Autoridades iniciam a ocupação no Complexo do Alemão





- Agora é a hora da paciência de verificar casa por casa, beco por beco. Nós temos todas as suspeitas do mundo que há muita gente aí daqueles que fugiram (da Vila Cruzeiro). Eles, até o momento, não enfrentaram (a polícia). Preferiram fugir, o que não significa que não estão preparando uma armadilha para as nossas equipes. O trabalho mais difícil vem agora - disse o camandante-geral da PM.

- Nós vencemos. Trouxemos paz para a comunidade do Alemão - afirmou.

Na ação, foram apreendidas pelo menos dez toneladas de drogas e granadas no Complexo do Alemão.

Logo após o início da ação, a Polícia Civil já havia tomado uma área central do Complexo do Alemão, conhecida como Areal, e outra área conhecida como Coqueiral.

Dois helicópteros da polícia apoiaram a ação.

- Um helicóptero é de combate e um segundo filma as ações, apontando onde os traficantes onde estão escondidos. A maioria já se abrigou dentro das casas - afirmou o chefe de Polícia Civil, Allan Turnowski.

Policiais na aeronave atiraram contra alvos na comunidade para facilitar a entrada da polícia. Na Avenida Itararé, todo o comércio está fechado, com exceção de uma única padaria onde moradores acompanham a operação.

Turnowski informou que antes de homens da Polícia Civil e de delegacias especializadas entrarem no complexo, um helicóptero fez um primeiro sobrevoo. Ele pediu calma aos moradores do Alemão:

- É para ter calma que a Polícia Civil tem muita experiência nesse tipo de ação. A gente consegue diferenciar o bandido do morador. É ter calma, a polícia está chegando - afirmou.

- Está tudo dentro do planejado. A gente acredita que a ação vai ser mais rápida do que o esperado. A entrada foi mais tranquila do que a gente poderia esperar.
Policiais estão em pontos estratégicos da favela e da cidade para evitar a fulga de traficantes. Enquanto homens da Polícia Civil entraram no Complexo do Alemão, soldados do Batalhão de Operações Especiais (Bope) aguardaram do lado de fora para invadir o local em veículos blindados da Marinha, pilotados por Fuzileiros Navais, o que aconteceu por volta de 8h30m. Alguns soldados estão com o rosto pintado. Entre homens do Bope há atiradores de elite.

Uma van atravessada em uma das ruas de acesso a Grota impediu a entrada de um destes blindados da Marinha. Policiais tiveram que arrastar o veículo o para permitir o acesso das tropas.

Apesar do risco de tiroteios, moradores acompanham a invasão pela janela das casas.

- A nossa ordem é manter a técnica. Faremos a invasão com cuidado, proteção e cautela. Nossa missão tem que ser executada. O trabalho é difícil - disse o comandante do Bope, coronel Paulo Henrique Moraes.

O delegado Rodrigo Oliveira, chefe das delegacias especializadas, disse que a população pode festejar a tomada do Complexo do Alemão, mas que a comunidade ainda não está pacificada:

- A população do Rio já pode comemorar. Mas não temos a pretensão de achar que em duas ou três horas nós conseguimos pacificar o Complexo do Alemão. A situação é de aparente tranquilidade. Apenas o início da operação foi um momento crítico. A população deve continuar ajudando com denúncias e informações à polícia.
(Ana Claudia Costa, Daniel Brunet, Luiz Ernesto Magalhães e Taís Mendes - O GloboTV Globo)


Casa de narcotraficante no Alemão tem piscina e hidromassagem
Policiais e homens das Forças Armadas que participam das operações deste domingo no Complexo do Alemão, Zona Norte do Rio, fizeram buscas na casa de um dos líderes do tráfico na região. A residência de três andares estava decorada com móveis novos, de luxo, e era equipada com televisões de LCD, ar-condicionado em todos os aposentos e uma banheira de hidromassagem.

No terraço da casa, há uma piscina e uma churrasqueira, com azulejos que imitam o calçadão de Copacabana. Na cozinha, foram encontrados eletrodomésticos caros e novos, em aço escovado e mesas com tampo de vidro e passa pratos giratório. Na sala, o teto é rebaixado e com luzes indiretas. Tudo foi destruído pelos criminosos antes da fulga.

A polícia quebrou o forro do teto, todos os armários e paredes da casa e fez uma apreensão de material, que ainda não foi contabilizado. O dono da casa não foi identificado. Segundo a polícia, a residência seria dos traficantes conhecidos como Pezão ou Polegar. (O Dia)

Polícias militar, civil, Marinha e Exército invadem o conjunto de favelas na Zona Norte após sete dias de guerra. 'Vencemos. Trouxemos paz para comunidade do Alemão', disse o Comandante Geral da PM
Foto: Oswaldo Praddo / Agência O Dia


Ataques começaram no domingo ao meio-dia

A onda de ataques violentos no Rio e Grande Rio começou no domingo 21 de novembro, por volta do meio-dia, na Linha Vermelha, quando seis bandidos armados com cinco fuzis e uma granada fecharam a pista sentido Centro, altura de Vigário Geral. Os criminosos, em dois carros, levaram pertences de passageiros e queimaram dois veículos, após expulsarem os ocupantes. Para o secretário de Segurança Pública, José Mariano Beltrame, as ações criminosas são uma reação contra a política de ocupação de territórios do tráfico, por meio das Unidades de Polícia Pacificadora (UPPs) e a transferências de bandidos para presídios federais em outros estados.





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