quarta-feira, 8 de maio de 2013

Vídeo mostra momento em que professor é assassinado em Cariacica-ES.

Vídeo mostra momento em que professor é assassinado. Guilherme de Almeida chegava para trabalhar quando foi abordado e levou um tiro no peito.

Alunos da escola em Rosa da Penha, onde professor foi
assassinado: tristeza e medo
O professor Guilherme de Almeida Filho, 38 anos, foi morto durante um assalto na manhã desta quarta-feira (08), quando chegava para trabalhar na Escola Municipal de Ensino Fundamental Rosa da Penha, em Cariacica.

Guilherme, que era coordenador da escola, foi assassinado com um tiro no peito, no horário de entrada dos estudantes. Um carro do professor havia sido roubado na porta da escola há menos de 30 dias.

O fato aconteceu por volta das 6h30 desta quarta-feira, na Rua Castelo Branco. Guilherme havia acabado de chegar na escola e tinha estacionado o carro – uma picape Fiat Strada –, quando foi abordado pelo assaltante. Assustado, o coordenador correu para o portão da escola, sendo seguido pelo criminoso, que estava armado.

Para se defender, Guilherme teria tentado atingir o assaltante com a mochila que levava. Mas o criminoso não se intimidou e atirou contra a vítima, que foi atingida no peito. Em seguida, o ladrão pegou as chaves do carro e fugiu tranquilamente.

O professor chegou a ser socorrido por policiais militares da Patrulha Escolar, que foram os primeiros a atender à ocorrência. Ele foi levado para o Hospital São Francisco, mas já chegou morto no local.

Câmeras filmaram ação do bandido

Houve pânico na entrada da escola, porque era horário de entrada de alunos. Toda a cena de violência foi acompanhada pelo sistema de videomonitoramento da escola. 

As imagens foram analisadas por policiais civis e militares, representantes do Sindicato dos Professores (Sindiupes), da Prefeitura de Cariacica e da escola.

Assim como no primeiro roubo – quando levaram um VW Gol de Guilherme –, as cenas chocaram a quem as viu. “Foi muita violência gratuita, sem necessidade”, disse o secretário municipal de Educação, Saulo Andreon.

Veja vídeo abaixo:

 

Para Saulo Andreon, o crime é característico de latrocínio – assalto seguido de morte. "O rapaz o aborda e ele corre para a escola. Depois de atirar nele, o assaltante se abaixa e pega as chaves do carro. Depois sai, vai até a picape e foge com ela”, disse o secretário.

Andreon disse que pretende entrar em contato com as autoridades responsáveis, para garantir mais segurança para a região. “Esperamos que, depois desse fato ocorrido, seja dada mais atenção a essa região, que tem muitas escolas de grande porte e não pode ficar sem policiamento”, declarou.

“O que queremos, agora, é ser solidários com a família e com os colegas de escola. Vamos deixar as investigações por conta da polícia, para apurar com exatidão o que houve”, disse.

Aulas só retornam na sexta-feira 

Foto: Nestor Müller
O porteiro da escola onde professor foi assassinado passou mal e precisou ser levado para um hospital
Por volta das 10 horas, a Secretaria Municipal de Educação, em conjunto com a direção da escola onde o professor Guilherme de Almeida Filho foi morto decidiu pela suspensão das aulas nesta quarta e na quinta-feira (09).

“Retomaremos as atividades normais a partir de sexta-feira (10), em respeito aos colegas, alunos e familiares do professor, que estão muito abalados com toda essa situação”, explicou Saulo Andreon.

Após essa decisão, o porteiro da escola, identificado apenas como José Maria, precisou ser retirado da escola e levado a um hospital, pois sentiu-se mal, devido à emoção passada. Ele teria presenciado o crime e tentado ajudar o professor. 

A imprensa não teve acesso ao porteiro, para obter mais informações sobre o crimes.

Moradores reclamam de falta de segurança no local

Moradores das proximidades da Escola Municipal de Ensino Fundamental Rosa da Penha – onde foi morto o professor Guilherme de Almeida Filho – reclamaram da falta de segurança existente na região. Segundo eles, muitos assaltos têm ocorrido na rua, principalmente pela manhã. 

Segundo os moradores, sete carros, pelo menos, foram roubados nos últimos dias na região. Policiais militares que fazem a ronda na região, no entanto, disseram desconhecer o problema.
“Temos conhecimento de crimes na rua, como assaltos e furtos. Mas roubo de carro nessa intensidade não”, chegou a afirmar um dos policiais que estava no local.

Um comerciante, 61 anos, que ouviu a conversa – e preferiu não se identificar – rebateu a resposta: “Que eu tenha conhecimento, são pelo menos cinco carros roubados aqui, somente este mês. Dois deles do professor. Como eu viajo muito, podem ter ocorrido outros crimes. Eu até deixei de vir de casa para cá de carro, com medo de que algo ocorra comigo”, disse o comerciante.

Os policiais da Patrulha Escolar que estavam no local informaram que a situação enfrentada por eles, em várias escolas de Cariacica, é tensa. “Já atendemos várias ocorrências de alunos armados. Na semana passada apreendemos uma garrucha em outra escola. É muita briga, muita confusão”, declarou uma policial militar.

Professor teve outro carro roubado em abril
No dia 10 de abril, o professor Guilherme de Almeida Filho foi alvo de um outro crime, onde também quase foi baleado. Naquele dia, ele chegava na mesma escola onde foi morto e estacionou o carro, um VW Gol prata.
Também dessa vez, ele foi abordado pelo assaltante – que segundo os policiais que assistiram às gravações, não seria a mesma pessoa  – e teria corrido para dentro da escola, conseguindo escapar de ter a mochila roubada. O assaltante teria até mesmo apontado a arma e atirado contra ele, mas a munição mascou e o tiro falhou.

Muitos alunos estavam abalados com o crime. Uma estudante disse que Guilherme era uma boa pessoa e que sempre fazia o possível pelos estudantes. “Ele era uma pessoa muito legal. Não tinha muito contato com ele, mas sei que ele ajudava bastante os alunos”, disse ela.

Outra aluna falou que o crime podia ser uma vingança: “Depois do primeiro roubo, quando ele recebeu o dinheiro do seguro e comprou o novo carro, ele postou nas redes sociais que iria continuar trabalhando e que, apesar do susto, não tinha medo de bandido e estava de carro novo. Pode ter sido uma vingança. O assaltante deve ser daqui mesmo”, disse a menina.
 A Gazeta

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