sexta-feira, 28 de dezembro de 2012

Polícia exuma corpo do cantor Boni Júnior e comprova que ele foi baleado

Polícia exuma corpo de sertanejo e comprova que ele foi baleado
Exumação para retirar projétil aconteceu nesta quinta, em Goiatuba, GO.
Cantor Boni Júnior morreu após perseguição policial, em outubro deste ano.

Exumação foi realizada para retirar bala que estava
alojada no corpo do cantor (Foto: Arquivo pessoal)
A polícia Civil realizou nesta quinta-feira (27), no Cemitério Municipal de Goiatuba, a 175 km de Goiânia, a exumação do corpo do cantor sertanejo José Bonifácio Sobrinho Júnior, conhecido como Boni Júnior, de 28 anos. O artista morreu no último dia 28 de outubro durante uma suposta troca de tiros com a Polícia Militar (PM) na GO-515, entre os municípios de Panamá a Goiatuba. A polícia investiga a hipótese dele ter sido vítima de homicídio. Segundo versão da Polícia Militar (PM) na época, o cantor se envolveu em um acidente com um carro da corporação após furar um bloqueio policial na rodovia.

A exumação foi solicitada pelo delegado Gustavo Carlos, responsável pelo caso, com o objetivo de encontrar a bala que teria matado o cantor. Segundo a Polícia Civil, o projétil estava alojado na cabeça da vítima. “Na versão dois policiais, dois deles efetuaram o disparo. Porém, pela angulação somente um deles realizou o único disparo. Vamos fazer a comparação para identificar qual policial efetuou o disparo. Um exame vai determinar ainda qual era o calibre da bala”, explica o delegado.

Parentes de Bonny Júnior acompanharam a exumação do corpo e reforçaram o pedido de esclarecimento do caso. “Se não for resolvido aqui, a gente vai recorrer em Goiânia ou em Brasília. Vou até a última instância para descobrir a verdade. Quero justiça”, disse a mãe do cantor, a secretária Terezinha Luiz Vinhal, de 54 anos.

O subcomandante da Polícia Militar em Goiatuba também esteve no cemitério, mas preferiu não gravar entrevista.

Reconstituição

No último dia 13 deste mês, a Polícia Civil realizou a reconstituição da morte do sertanejo, que contou com a participação de cinco agentes da Polícia Civil, dois peritos, dois delegados que comandam a investigação e os cinco PMs suspeitos de envolvimento com a morte do artista. Durante o procedimento, o delegado Ricardo Chueire afirmou que houve alteração na cena do homicídio.

“Já está provado que a cena do crime foi alterada. Mas temos que delimitar quem o matou. Vamos comprovar de uma vez por todas a alteração do local do crime, o que provavelmente aconteceu para encobrir o homicídio”, explicou Chueire. Segundo ele, se ficar constatado o homicídio, os PMs podem ser autuados e responder por homicídio qualificado e fraude processual.

Na época do acidente, os PMs contaram que o cantor estaria fazendo manobras perigosas na cidade de Panamá e, quando percebeu a presença da polícia, teria tentado fugir para Goiatuba. De acordo com eles, uma barreira foi montada na pista para deter o músico, mas ele não teria parado e bateu no carro da polícia. Os PMs contaram também que Boni Júnior atirou contra os carros da polícia e, por isso, os militares teriam disparado contra o carro que ele conduzia.

A família da vítima contesta a versão apresentada pelos militares. “Meu filho nunca portou arma de fogo. Ele não era bandido. Era cantor, músico e intérprete. A única arma dele era o violão”, declarou ao G1 a mãe da vítima, Terezinha Luiz Vinhal.

Do G1 GO, com informação da TV Anhanguera

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