quinta-feira, 8 de novembro de 2012

Apenas africanos subsaarianos não se reproduziram com Neandertais, conclui estudo


Estudo mostra que apenas africanos subsaarianos não se reproduziram com Neandertais



Os africanos subsaarianos são os único humanos modernos cujos ancestrais aparentemente não cruzaram com Neandertais, sugere uma nova pesquisa.


  Cientistas descobriram que, como os povos eurasianos modernos, os norte-africanos também carregam traços genéticos que sugerem certa ancestralidade Neandertal.

Neandertal é o nome dado para uma espécie humana que sobreviveu na Europa durante a última Era do Gelo, mas desapareceram há 30 mil anos.

Uma evidência genética publicada em 2010 sugere que eles cruzaram com os ancestrais de alguns humanos modernos, com cerca de 1 a 4% dos genomas de eurasianos modernos contendo DNA Neandertal.

De acordo com uma teoria, isso ocorreu entre 80 mil e 50 mil anos atrás, logo após os proto-eurasianos saírem da África, enquanto eles eram ainda uma única população.

Uma explicação alternativa sugere que foi um grupo ancestral que deu origem a ambos os Neandertais e os não-africanos que se separaram geneticamente dos outros africanos há cerca de 230 mil anos e ficaram afastados até finalmente saírem da África.

Para determinar qual cenário é mais provável, os cientistas analisaram norte-africanos, já que alguns pesquisadores sugeriram que eles foram a origem das migrações para fora da África que levaram os humanos a se espalharem por todo o mundo.

  A equipe liderada por Federico Sánchez-Quinto, um paleontólogo do Instituto de Biologia Evolutiva de Barcelona, analisou um total de 780 mil variantes genéticas de 125 pessoas de sete locais do norte da África.

Eles descobriram que as populações norte-africanas têm um excesso significativo de variantes genéticas compartilhadas com o genoma Neandertal se comparados com os subsaarianos.

Como esperado, essas descobertas mostraram que aquelas populações norte-africanas cujos ancestrais tiveram o maior cruzamento com os orientais modernos e humanos europeus, também tinham uma grande quantidade de ancestralidade Neandertal, e aqueles cujos ancestrais cruzaram com africanos subsaarianos tinham um indício Neandertal mais baixo.

Os pesquisadores escreveram no jornal Plos One: “É interessante notar que as populações norte-africanas mais próximas dos Neandertais são populações com uma grande e conhecida mistura com europeus e orientais, mas também os tunisianos que têm um componente genético norte-africano autóctone quase completo”.

Os resultados sugerem que o indício veio diretamente de misturas antigas com Neandertais e não com cruzamentos mais recentes com humanos modernos que levavam alguns genes Neandertais.

Os pesquisadores não acreditam que a mistura veio de Neandertais que entraram no norte da África e fizeram contato com a população de lá.

“Considerando que a ancestralidade autóctone norte-africana parece ter de 12 mil a 40 mil anos de idade, nossa hipótese é que essa população ancestral descende de populações que primeiramente cruzaram com Neandertais de 37 mil a 86 mil anos atrás em algum lugar no Oriente Médio”, escreveram.



Eles admitem que com seus dados atuais eles não conseguiram descartar completamente a possibilidade de que esses traços Neandertais vieram de algum ancestral comum a humanos e nossos primos extintos.

No entanto, eles afirmam que essas descobertas, assim como as de estudos anteriores, “tendem a favorecer a hipótese da mistura como a mais plausível”.

“Em qualquer caso”, eles concluem, “nossos resultados mostram que os traços genômicos não marcam uma divisão entre africanos e não-africanos, mas sim uma divisão entre africanos subsaarianos e o resto dos grupos humanos modernos, incluindo aqueles do norte da África”.



Humanos da Idade da Pedra usavam ferramentas letais contra os Neanderthais há 71 mil anos 

Lâminas usadas como afiadas pontas de flechas eram confeccionadas com técnica
sofisticada que envolvia tratamento a fogo no arremate final

RIO - A invenção de armas letais com lanças e flechas foi levada a 71 mil anos atrás esta semana, com a descoberta de pequenas lâminas de pedras, usadas como afiadas pontas de flechas feitas com uma sofisticada técnica, envolvendo o tratamento da pedra a fogo antes da forma final.

As lâminas foram encontradas em uma escavação em um sítio pré-histórico chamado Pinnacle Point, na costa da África do Sul, e têm entre 6 mil e 11 mil anos a mais que as amostras mais antigas já encontradas, segundo os cientistas.

A descoberta sugere que a invenção de armas letais vem desde a pré-História e, uma vez inventada, a técnica foi passada através das gerações, de acordo com estudo de Curtis Marean, da Arizona State University, publicado na revista “Nature”.

Antes, os estudiosos acreditavam que a tecnologia para projetar armas tivesse sido inventada cerca de 60 mil anos atrás e então teria sido perdida por muitos milhares de anos antes de ser reinventada entre 40 mil e 50 mil anos atrás.

— Toda vez que escavamos um novo sítio na costa da África do Sul com técnicas de campo mais avançadas, descobrimos novos e surpreendentes resultados que empurram mais para trás no tempo as evidências sobre o comportamento humano — disse Marean.

Lanças e flechas foram provavelmente as principais armas que permitiram anatomicamente que o moderno Homo sapiens migrasse da África e colonizasse outras partes do mundo, como a Europa, onde viviam os Neanderthais.

— Quando os africanos deixaram a África e entraram no território Neanderthal, eles tinham armas com grande poder letal e de alcance, além de um alto nível de comportamento cooperativo. Esses dois dados combinados provavelmente foram responsáveis pela expansão dos humanos modernos fora da África e a extinção de muitas presas e espécies coirmãs como os Neanderthais — afirmou o pesquisador.
oglobo.globo.com

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