domingo, 15 de janeiro de 2012

Naufrágio do cruzeiro no litoral da Toscana, Itália. Autoridades investigam causas


Autoridades investigam causas do naufrágio
O navio encalhou em um banco de areia próximo à Giglio, no sul da Toscana
Autoridades italianas estão investigando as causas do naufrágio do navio Costa Concordia, no litoral da Toscana, que provocou uma evacuação confusa e deixou três mortos e dezenas de desaparecidos.

Uma porta-voz da guarda costeira italiana disse que o capitão do navio, Francesco Schettino, foi detido para ser questionado pela polícia e por oficiais da guarda. Schettino disse que o navio atingiu uma formação rochosa na sexta-feira à noite, perto da costa da ilha de Giglio, que não estava sinalizada na carta náutica da embarcação. Ele não foi acusado, mas está preso na cidade de Grosseto.

Antonio Belardo, um oficial local, disse que o navio desviou de sua rota usual para que os passageiros tivessem a visão do porto de Giglio. Isso implicava navegar em um estreito, de forma que a embarcação pudesse percorrer um trecho da costa da ilha que fica de frente para o continente.

Gianni Onorato, diretor-gerente da Costa Cruises, da Carnival Corp., que opera o navio, disse a repórteres hoje que o curso tomado pela embarcação na noite de sexta-feira não tinha rota definida pela ilha de Giglio. Mas ele acrescentou que não sabia quais todas as rotas possíveis e disponíveis para o capitão naquele momento. "É difícil dizer agora o que aconteceu", afirmou, ressaltando que a companhia está cooperando com as autoridades para esclarecer as causas da tragédia. As informações são da Dow Jones.

Naufrágio na Itália deixou pelo menos três pessoas mortas. Foto: Enzo Russo/EFE
Ministro italiano diz que naufrágio foi 'enorme erro humano'

O ministro italiano da Defesa, Giampaolo Di Paola, declarou neste domingo, em entrevista à emissora de TV Rai Tre, que o naufrágio do navio Costa Concordia foi "um enorme erro humano que teve consequências dramáticas, infelizmente". "Navios daquela dimensão não podem passar perto de uma costa que se sabe ser rasa", afirmou, segundo a agência de notícias italiana Ansa.
Paola acrescentando que espera que o número de mortes não aumente. "Estão em curso inspeções na parte emersa, pode haver outros passageiros presos", disse o ministro.

Por sua vez, o procurador-chefe de Grosseto, Francesco Verusio, reiterou que "a caixa-preta vai nos dizer sobre as manobras que foram feitas pelo navio antes do acidente e imediatamente após", e o resultado de sua análise deve ficar pronto em um "par de dias".

"Estamos avaliando as eventuais responsabilidades de outras pessoas que poderiam ser responsáveis por essas manobras tão arriscadas", informou. "Esperamos um relatório da Capitania dos Portos de Livorno que, nestas circunstâncias, é preciso, pontual e muito eficiente", concluiu.



Terceiro sobrevivente é resgatado de cruzeiro que naufragou na Itália
Jornal do Brasil

A terceira pessoa localizada neste domingo com vida no interior do cruzeiro Costa Concordia, que naufragou nas águas da ilha italiana de Giglio, Marrico Giampetroni, comissário-chefe de bordo, foi encontrado com vida na embarcação, 30 horas depois do acidente.

Por estar em uma área alagada, o resgate de Giampetroni pelos bombeiros foi difícil. Além da grande quantidade de água nesse andar do transatlântico, muitos materiais se soltaram no choque e outras partes ameaçam se desprender, o que tornou o resgate perigoso. Ele foi levado para a cidade de Grosseto.

Giampetroni foi colocado em um helicóptero que se aproximou do navio. A operação foi necessária porque o funcionário apresentava ferimentos em várias partes do corpo.

Até agora, os mortos estão mantidos em três, um peruano membro da tripulação e dois turistas franceses. Os feridos somam 50 e os desaparecidos 36 pelas últimas estimativas dos bombeiros.

Este sobrevivente se une ao casal de recém-casados coreanos que foi resgatado com vida na noite passada do interior do navio, 24 horas depois do acidente. Hye Jim Jeong e Kideok Han, ambos 29 anos, foram localizados no interior da cabina que ocupavam, na oitava ponte. O casal, em viagem de núpcias, tinham subido ao navio no porto de Civitavecchia, a 70 km ao norte de Roma, poucas horas antes do naufrágio.

A empresa Costa Cruzeiros, por intermédio de sua assessoria de imprensa no Brasil, deixou disponíveis os seguintes números de telefone para informações sobre os brasileiros, em São Paulo: 55-11-2123-3673 e 55-11-2123-3679.

Com agências

Brasileiro relata momentos de pânico

ILHA DE GIGLIO - O brasileiro Luciano Castro, um dos passageiros do "Costa Concordia", que naufragou neste sábado, na Itália, deixando três mortos, disse à imprensa italiana que por volta das 21H30 local "todos estavam jantando quando a luz apagou, houve um tranco e os pratos caíram da mesa".

Quando a luz voltou, o comandante anunciou uma avaria no gerador elétrico e garantiu um conserto rápido, mas o barco começou a adernar.

A tripulação pediu que todos colocassem os coletes salva-vidas e logo veio a ordem para abandonar o navio, revelou Castro.

Outra passageira, a jornalista Mara Parmegiani, descreveu "cenas de pânico dignas do 'Titanic'", com empurrões entre os evacuados, gritos e choro.

Também denunciou a falta de preparo da tripulação, afirmando que houve problemas quando os botes salva-vidas foram lançados ao mar e que alguns coletes salva-vidas não funcionaram.

"Os funcionários não estavam de maneira nenhuma preparados, houve problemas quando os botes foram colocados no mar (...) e alguns coletes salva-vidas não funcionaram, assim como as luzes de emergência".

Unidades da Guarda Costeira, navios mercantes e ferrys garantiram a evacuação dos passageiros e tripulantes para a ilha de Giglio.

No total, 12 navios e 9 helicópteros foram mobilizados para verificar se há alguém no mar, segundo o porta-voz da capitania de Livorno, Emilio Del Santos.

A capitania de Livorno, o maior porto da Toscana, anunciou a abertura de uma investigação sobre a causa do acidente e como os passageiros foram resgatados.

A "Costa Crociere", empresa proprietária do navio, manifestou seus pêsames às famílias e destacou que ainda não é possível determinar as causas do acidente.

Segundo a empresa, o "Costa Concordia" havia partido de Savona para um cruzeiro pelo Mediterrâneo, com escalas em Civitavecchia, Palermo, Cagliari (Itália), Palma de Mallorca, Barcelona (Espanha) e Marselha (França).

O "Costa Concordia", de 290 metros, tinha cinco restaurantes, 13 bares e quatro piscinas.

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