domingo, 4 de dezembro de 2011

Sócrates será enterrado em R. Preto, minutos antes de rodada

Aos 57 anos, Sócrates morreu vítima de um choque séptico, segundo boletim do hospital Albert Einstein, onde estava internado. Em agosto, ele havia passado nove dias internado devido a uma hemorragia digestiva e admitiu que fazia uso constante de álcool.

 Sócrates será enterrado em R. Preto, minutos antes de rodada
Sócrates, em uma das suas últimas aparições, após ser internado duas vezes
Foto: Zé Paulo Cardeal / TV Globo/Divulgação

O velório e o enterro do ex-jogador Sócrates, 57 anos, acontecerá na cidade de Ribeirão Preto, onde ele iniciou sua trajetória no futebol, na equipe do Botafogo. O corpo do ídolo corintiano já deixou São Paulo e chega à cidade do interior paulista às 13h, onde será velado. O enterro de Sócrates está previsto para acontecer minutos antes do início da rodada final do Campeonato Brasileiro, que pode ter o Corinthians como campeão - o time alvinegro disputa o título com o Vasco.

O ex-jogador não resistiu a terceira internação em cerca de quatro meses e morreu nesta madrugada de domingo, em São Paulo. O Hospital Israelita Albert Einstein, local onde o ídolo corintiano estava internado desde a noite da última quinta-feira, confirmou a notícia por intermédio de boletim médico emitido às 5h30 (de Brasília).

Ainda segundo o hospital, o ex-jogador morreu às 4h30 em consequência a um choque séptico (infecção generalizada causada por bactéria). Natural de Belém, no Pará, Sócrates Brasileiro Sampaio de Souza Vieira de Oliveira deixa a mulher, Kátia, e seis filhos.

Essa havia sido a terceira vez que o ex-meia foi internado nos últimos quatro meses, sendo as duas anteriores por hemorragia digestiva decorrente do consumo prolongado de álcool.

Durante a primeira internação, em agosto deste ano, o ex-atleta ficou na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do hospital por nove dias. Chegou a ser submetido a uma cirurgia que teve sucesso, permitindo a recuperação. Após a primeira internação, Sócrates afirmou que o susto fez com que ele mudasse de atitude em relação à bebida.

No dia 5 de setembro voltou a ser internado devido a uma crise de cirrose hepática que incluiu um sangramento no esôfago. Permaneceu no hospital por 17 dias, e recebeu alta para continuar o tratamento em casa. Após nova internação, o ex-atleta assumiu ter feito escolhas erradas em sua vida e agradeceu o apoio das pessoas que torceram e rezaram por ele no momento em que estava hospitalizado.

Sócrates foi um dos maiores craques da história do futebol brasileiro. Ídolo do Corinthians, ele defendeu o clube alvinegro entre 1978 e 1984. Meia de habilidade, o paraense iniciou a carreira no Botafogo-SP na década de 70. Foi um dos principais astros da badalada Seleção Brasileira da Copa do Mundo de 1982, eliminada pela Itália de Paolo Rossi. [RODRIGO MARIN. Direto de São Paulo]


Entrevista de Sócrates a TV Rede Globo



Sócrates Brasileiro Sampaio de Souza Vieira de Oliveira começou sua carreira no Botafogo de Ribeirão Preto e se consolidou no Corinthians, onde fez sucesso dentro e fora do campo no começo da década de 1980.

Politizado e médico de formação, Sócrates participou da campanha Diretas Já, em 1984, e do movimento Democracia Corinthiana, que reivindicada maior influência dos jogadores nas decisões do clube.

Pelo time paulista, Sócrates, de estilo elegante e famoso por suas jogadas de calcanhar, conquistou os títulos do Campeonato Paulista de 1979, 1982 e 1983, e é considerado um dos maiores jogadores da história do clube.

Na seleção brasileira, "Magrão," como era conhecido, foi peça fundamental na equipe ofensiva que encantou o mundo no Mundial de 1982, mas que acabou sendo derrotada pela Itália. Na Copa de 1986, Sócrates ficou marcado pelo pênalti perdido na eliminação diante da França.


A forma física nunca foi o forte do ex-jogador, mais reconhecido pela técnica apurada e estilo elegante.

Depois que encerrou a carreira, Sócrates exerceu a Medicina e foi comentarista.

Seu irmão Raí, ídolo do São Paulo, foi campeão mundial com a seleção brasileira na Copa de 1994.

(Por Tatiana Ramil; Edição de Eduardo Simões)

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