quinta-feira, 25 de agosto de 2011

Mulher é julgada por mandar matar o pai, com quem teve 12 filhos

'Novo Fritzl' teria abusado das filhas por 40 anos
Mulher é julgada por mandar matar o pai, com quem teve 12 filhos
Segundo TJ de PE, júri popular começou na manhã desta quinta-feira.
Mulher sofria abuso sexual do pai desde os 9 anos, segundo o processo.



Acusada de ser mandante da morte do pai, que a
estuprava desde os 9 anos, a dona de casa Severina
Maria da Silva, 44 anos, será julgada hoje no Recife.
RECIFE - Uma mulher de 44 anos, que sofria abuso sexuais do pai desde os 9 anos de idade e teve com ele 12 filhos, vai a julgamento nesta quinta-feira no Fórum Thomaz de Aquino, no Recife. Severina Maria da Silva é acusada de ter mandado matar o pai, Severino Pedro de Andrade. Seu julgamento ocorre em Recife, apesar do seu crime ter sido cometido em Caruaru, a 130 quilômetros da capital. É que a Justiça temeu pela parcialidade do júri daquela cidade.


Severina tinha 9 anos, quando começou a ser violentada pelo pai, o agricultor Severino Pedro de Andrade. Desde então, os abusos não mais pararam e aos 14 ela teve o primeiro filho. A relação incestuosa resultou em uma prole de doze crianças, dos quais cinco estão vivos. Destes, dois têm problemas mentais devido à consanguinidade.


Em 2005, ela descobriu que o pai pretendia violentar uma das filhas-netas. Severina teria contratado dois homens para matá-lo. Pelo crime ela teria pago R$ 800. O pai foi golpeado a facadas dentro de casa, onde morreu. Ela ficou mais de ano presa aguardando a sentença. Depois conseguiu a liberdade para esperar o julgamento, e voltou a área rural para acabar de criar os filhos.

Segundo sua advogada, Natália Queiroz, Severina foi submetida a duas décadas de abusos, era constantemente ameaçada pelo pai e chegou a procurar uma delegacia, certa vez - antes das chamadas delegacias da mulher - mas seu caso não foi levado a sério.

Natália conta que o pai a ameaçava de morte caso ela relatasse seu drama a vizinhos ou parentes. O julgamento ocorre na Quarta Vara do Tribunal do Júri. Os dois executores do crime, Edilson Francisco de Amorim e Denisar dos Santos, já foram julgados, condenados e cumprem pena no Presídio Juiz Plácido de Souza, em Caruaru. [oglobo.globo.com]






Família sabia que filha era abusada pelo pai. Ré confessa o crime 





O juiz Antônio Francisco Cintra e o promotor da 4ª Vara do Tribunal do Júri, José Edvaldo da Silva, acreditam que deve ser anunciada dentro de uma hora a sentença do julgamento da dona de casa Severina Maria da Silva, de 44 anos. Ela é acusada de ser mandante do assassinato do pai Severino Pedro de Andrade, que a teria violentado desde os nove anos de idade por mais de duas décadas e com quem ela teria tido 12 filhos, cinco ainda vivos, sendo dois portadores de deficiência mental.


Já foram ouvidas a ré e a testemunha de defesa Otília Maria da conceição, de 86 anos, irmã da vítima. A idosa contou que toda a família sabia do que acontecia com a sobrinha e tinha medo de denunciar Severino porque ele seria muito bruto e poderia se vingar dos familiares. “Sabia da tristeza de ela ser uma filha-esposa”, disse. A ré relatou toda a história, contou que ficou presa por um ano e seis meses e assumiu que mandou matar arma o pai com a mesma arma com que ele a ameaçava: uma faca.


Quatro dos filhos da ré acompanham o julgamento que começou por depois das 10 h no Fórum Thomaz de Aquino, bairro de Santo Antônio. O juiz Antônio Francisco Cintra sorteou o juri, que foi formado por quatro mulheres e três homens. A defesa pretende usar o argumento de que a culpabilidade de Severina não pode ere julgada porque ela foi coagida moralmente e mantida como refém do próprio estado, no que se caracteriza como inexigibilidade de conduta diversa por coação moral e irresistível. O promotor da 4ª Vara José Edvaldo da Silva, disse que espera que a lei seja cumprida hoje e que, se condenada, a ré poder permanecer detida por 14 a 16 anos.


O crime, ocorrido em novembro de 2005, em Caruaru, Agreste do estado, seria o desfecho de uma história familiar trágica. O estopim, segundo ela, seriam os sinais de que Severino pretendia estuprar uma das filhas-netas. Com a suspeita, a acusada contratou dois homens para matar o pai. Pelo crime, a dona de casa pagaria R$ 800. O pai de Severina foi assassinado a golpes de faca dentro da própria casa, na Vila do Rafael. Na época, o crime chocou os moradores de Caruaru, mas com o tempo muitos que criticaram a ação de Severina passaram a vê-la como vítima. O caso seria julgado em Caruaru, mas o Ministério Público de Pernambuco (MPPE) levantou suspeita acerca da imparcialidade do Conselho de Sentença (jurados).


Em 2008, o julgamento de Serverina estava marcado para acontecer em Caruaru, mas foi adiado duas vezes. Antes, os dois acusados de matarem o pai da dona de casa haviam sido condenados pela Justiça. Edilson Francisco de Amorim, conhecido como Galego, e Denisar dos Santos, o Denis, passariam 17 e 18 anos de reclusão. Eles cumprem pena em Caruaru.
Com informações do repórter Ed Wanderley


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