Após deixar a delegacia onde passou a noite preso nesta quinta-feira (16), o ex-jogador Edmundo fez sua primeira aparição na TV. Ele participou do programa Jogo Aberto, da Band, emissora na qual trabalha como comentarista esportivo.
Bastante emociononado, Edmundo agradeceu o carinho das pessoas que estiveram com ele no momento da prisão.
"Fiquei feliz pelas manifestações das pessoas, especialmente aqui na Band, onde eu trabalho há um ano e meio. Eu me senti respeitado e abraçado como se meus pais estivessem vivos agora", afirmou.
Zanone Fraissat-15.jun.11/Folhapress
Ex-jogador Edmundo é encaminhado para a carceragem após ser preso em SP; Justiça concedeu sua liberdade
Questionado se as críticas o chatearam, o ex-jogador se esquivou de polêmica. "O exagero foi no ser humano. Por que eu só tenho deveres? Eu não tenho nenhum direito? É direito constitucional do ser humano a prescrição do crime, da condenação. Isso deveria ser respeitado mas não foi e aí aconteceu o sensacionalismo", afirmou.
A defesa alega que a pena de Edmundo --condenado em 1999 a quatro anos e seis meses de prisão por um acidente ocorrido no Rio-- já prescreveu.
Edmundo ainda brincou com o atacante Zé Eduardo, do Santos, que também participava do programa. Ele disse que, mesmo sendo preso horas depois, conseguiu assistir ao jogo contra o Peñarol, válido pela primeira partida da final da Copa Libertadores.
PRISÃO
O ex-jogador foi preso na noite de quarta-feira (15) em um flat no Jardim Europa, na zona oeste de São Paulo, e passou a noite na 3ª Delegacia Seccional Oeste.
Policiais do Rio chegaram à delegacia para transferir o ex-jogador, mas o Tribunal de Justiça fluminense concedeu um habeas corpus momentos depois, libertando o jogador. Ele deixou a delegacia sem fazer comentários.
Condenado pela morte de três pessoas em um acidente de trânsito, Edmundo teve a prisão decretada na terça-feira (14). Considerado foragido da Justiça, ele foi localizado após uma denúncia anônima.
BUSCAS
Os policiais chegaram ao flat por volta das 23h e confirmaram com funcionários a presença do ex-jogador no local. Edmundo, que estava sozinho no apartamento, tomou um banho e ligou para seu advogado antes de ser conduzido ao 14º Distrito Policial, em Pinheiros.
Segundo informações da Polícia Civil, o ex-jogador estava calmo e disse que aguardava orientações de seu advogado para se entregar.
A Polícia Civil do Rio já havia realizado buscas em ao menos quatro endereços à procura dele, sem sucesso.
Edmundo foi condenado em março de 1999 a quatro anos e seis meses de prisão, em regime semiaberto, por homicídio culposo e lesão corporal culposa, por conta de um acidente de carro ocorrido na Lagoa, zona sul do Rio, na madrugada do dia 2 de dezembro de 1995.
Patricia Santos-2.dez.95/Folhapress
Cherokee do ex-jogador Edmundo, destruída após colidir com outro veículo na lagoa Rodrigo de Freitas, no Rio, em 1995
ACIDENTE
Na tragédia, Edmundo dirigia uma Cherokee e havia acabado de sair da boate Sweet Love com as amigas Roberta Rodrigues de Barros Campos, Débora Ferreira da Silva, Markson Gil Pontes e Joana Maria Martins Couto, que morreu no hospital. O carro de Edmundo bateu em um Uno, na Lagoa.
O Uno era dirigido por Carlos Frederico Brites Pontes, que também morreu no local do acidente. Ele estava acompanhado da namorada Alessandra Cristini Pericier Perrota, que morreu no hospital, e de Natascha Marinho Ketzer. Roberta, Débora e Natascha ficaram feridas.
O laudo policial sobre o acidente concluiu que a alta velocidade em que o jogador conduzia seu carro foi determinante para a batida. Ele foi acusado (denúncia formal) de triplo homicídio culposo, em 1996.
Em sua defesa, no depoimento para o Ministério Público, Edmundo disse que foi fechado pelo motorista do Uno, mas não convenceu a Justiça.
No dia 5 de março de 1999, Edmundo foi condenado. Os advogados do jogador entraram com um recurso e conseguiram a liberdade provisória.
Em outubro, o Tribunal de Justiça confirmou a sentença e determinou a imediata detenção do jogador. Depois de ficar foragido por 24 horas, Edmundo se entregou e chegou a passar uma noite detido na Polinter (Polícia Interestadual). Foi liberado graças a uma liminar do STJ (Superior Tribunal de Justiça).
Em dezembro de 2000, o STJ recebeu um recurso dos advogados do esportista pedindo a diminuição da pena. Solicitaram ainda a suspensão condicional da pena e, em caso de negativa, sua substituição por penas alternativas, como a prestação de serviços à comunidade.
Além disso, o jogador teve de fazer acordos com as famílias dos envolvidos no acidente, que entraram na Justiça com pedidos de indenização.
FOLHA
DA LANCEPRESS
DE SÃO PAULO
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