quarta-feira, 6 de abril de 2011

Gel contendo hormônio vaginal pode reduzir nascimentos prematuros, diz estudo

Um tratamento simples --um gel contendo hormônio vaginal-- pode reduzir significativamente o número de partos prematuros entre as grávidas que correm esse risco devido a um problema no colo do útero, informaram pesquisadores do governo dos EUA nesta quarta-feira.

Muitos fatores podem levar ao nascimento prematuro, mas o estudo é focado nas milhares de mulheres norte-americanas que desenvolvem um colo do útero muito curto. As descobertas podem levar mais médicos a iniciar a rotina de medição do colo uterino, utilizando um ultrassom fácil e relativamente barato no meio da gravidez.

"Nunca haverá 'a' solução para o nascimento prematuro", advertiu o pesquisador Roberto Romero do National Institutes of Health, que liderou o estudo. "Existirão diversas soluções e nós acreditamos que esta é uma importante."

O tratamento não está relacionado a uma injeção chamada Makena, um hormônio sintético de uso controverso devido ao seu alto preço. Essa droga é destinada a mulheres que já tiveram um bebê prematuro e agora estão grávidas novamente.

Mas as mulheres podem desenvolver o problema no colo do útero durante qualquer gravidez. A questão é se a aplicação do gel de progesterona natural --conhecido como Prochieve-- diretamente na área do problema pode evitar um parto precoce.

O tratamento funcionou, cortando pela metade a taxa de nascimentos prematuros antes das 33 semanas de gestação, período ligado ao risco de morte ou problemas de saúde a longo prazo, concluiu Romero, que conduziu o estudo em 44 centros médicos no mundo todo.

O estudo foi feito em parceria entre o NIH (Instituto Nacional de Saúde, na sigla em inglês) e o fabricante do gel --Columbia Laboratories Inc., que deve pedir a aprovação da droga na FDA (agência reguladora de medicamentos e alimentos dos Estados Unidos) para as mulheres com o problema.

A empresa não informou o preço do produto, mas a progesterona vaginal já é vendida para o tratamento de condições diferentes, por cerca de US$ 20 a dose de um dia.

O estudo examinou 32.000 mulheres grávidas sadias e encontrou que 2,3% delas desenvolveram o problema, o equivalente a 100 mil mulheres dos EUA em um ano.

Em uma nova pesquisa, 458 mulheres com o problema receberam o gel de progesterona ou uma versão fictícia em um aplicador para uso diário, a partir do segundo trimestre da gravidez.

Cerca de 16% das mulheres que receberam o gel fictício deram à luz antes de 33 semanas, em comparação a 9% das que receberam o medicamento, disseram pesquisadores na revista "Ultrasound in Obstetrics & Gynecology".

As crianças nascidas das usuárias de progesterona também eram mais saudáveis, com menos desconforto respiratório e maior peso ao nascer. As mulheres analisadas não sofreram efeitos colaterais significativos.

Folha

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