A polícia está mais perto de descobrir quem escondeu a arma usada por Rogério Damascena, o noivo que matou a esposa, um amigo e tirou a própria vida durante sua festa de casamento, em um condomínio de luxo, em Aldeia, no último fim de semana. Ontem, Rômulo José Guerra, um dos sobrinhos da noiva, Renata Alexandre Costa Coelho, disse à polícia ter visto três pessoas próximas ao corpo do noivo, logo após o último disparo. Eram os pais de Rogério e um homem ainda não identificado. Outros dois depoimentos, de um segurança e de um músico da banda contratada para tocar na festa, podem ajudar a descobrir quem ocultou a arma. Vinte pessoas já foram ouvidas. A polícia também já está analisando as imagens captadas pelas câmeras do condomínio.
As principais perguntas que ainda precisam ser elucidadas giram ao redor da pistola: quem forneceu a arma ao noivo, quem a escondeu após os crimes e por quê? Segundo o advogado da família da noiva, Hisbelo Oliveira, Rômulo Guerra foi uma das últimas pessoas a ver a pistola, calibre 380. O rapaz de 20 anos teria visto a mãe de Rogério sacudindo o corpo do filho. A arma, que até então estaria na mão dele, teria caído entre o corpo de Rogério e o do amigo assassinado, Marcelo André Zloccowick, gerente financeiro da empresa onde o noivo trabalhava. ´Estavam os pais de Rogério e mais um homem. Rômulo virou-se e quando virou de volta, a arma não estava mais lá`, disse o advogado. Ainda de acordo com ele, o sobrinho de Renata também teria visto um dos músicos gritar ´não mexe na arma`. Hisbelo Oliveira acredita que esse músico pode ter visto quem pegou a pistola.
Os seguranças do condomínio podem ser ouvidos ainda hoje. De acordo com a família de Renata, um deles estava próximo ao local dos crimes e também pode ter informações importantes para a polícia. Ontem foram colhidos 12 depoimentos, entre familiares de Renata Coelho e pessoas envolvidas na organização do evento. Algumas, como a dona do buffet e um dos três garçons que trabalharam no casamento, não tiveram muito a acrescentar. Sem querer se identificar, a proprietária do buffet contou ter sido contratada pelo casal pessoalmente, em novembro.
´Nunca vi divergências. Eles pareciam um casal tranquilo. Estavam felizes. Brincaram e beberam muito`, disse. Um dos garçons, que também não quis ser identificado, disse que, no momento em que os tiros foram disparados, estava perto da copa. ´A gente entrou em pânico e se escondeu`, contou.
De acordo com o advogado da família de Renata, também foi ouvido um amigo do noivo. Seu nome não foi divulgado. Ele teria sido a pessoa que colocou a caminhonete do pai de Rogério, onde a arma estava guardada antes dos assassinatos, dentro do condomínio. De acordo com Hisbelo Oliveira, esse amigo teria ajudado nos preparativos. No final da tarde do sábado, Rogério teria pedido para o amigo pegar a caminhonete e ir até San Martin buscar um par de sapatos. Antes que o colega partisse, o noivo teria ligado novamente e dito que não era mais necessário. A chave do veículo teria permanecido com o amigo de Rogério. À noite, depois que a festa havia começado, o noivo teria pedido ao amigo para pôr a caminhonete, que estava na casa do pai de Renata, em frente ao condomínio, dentro do local da festa. Esse amigo de Rogério teria dito que não tinha conhecimento da arma. Para os familiares e amigos da noiva, a tragédia aconteceu por causa do ciúme excessivo de Rogério. (Juliana Colares)
"Nunca vi divergências. Pareciam tranquilos. Na festa, brincaram e beberam muito" Proprietária do buffet contratado para a festa do casamento.
diariodepernambuco.com.br
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Fique a vontade para comentar, só lembramos que não podemos aceitar ofensas gratuitas, palavrões e expressões que possam configurar crime, ou seja, comentários que ataquem a honra, a moral ou imputem crimes sem comprovação a quem quer que seja. Comentários racistas, homofóbicos e caluniosos não podemos publicar.