Um estudo realizado em 37 países demonstra que a associação de um novo fármaco com a substância ativa Ivabradina à terapêutica base de doentes com insuficiência cardíaca crónica reduz em 26 por cento o risco de mortalidade e hospitalização devido a esta patologia.
"No estudo verificou-se que a mortalidade cardiovascular e o internamento devido ao agravamento da insuficiência cardíaca diminuía em 18 por cento, um valor estatístico altamente significativo. Isso é extremamente importante porque quer dizer que doentes que são tratados de uma forma ótima na sua insuficiência cardíaca e que têm situações extremamente graves beneficiam com a administração deste medicamento (Ivabradina) para lá da terapêutica que fazem habitualmente", explicou à Lusa o coordenador do estudo SHIFT em Portugal, Luís Providência.
O director do serviço de cardiologia dos Hospitais Universitários de Coimbra (HUC) revelou ainda que "acresce que esta diminuição de 18 por cento se deveu essencialmente à diminuição da mortalidade por insuficiência cardíaca e hospitalização por insuficiência cardíaca que diminuiu 26 por cento em qualquer destes dados".
O estudo SHIFT (Systolic Heart Failure Treatment with If inhibitor ivabradine Trial), referiu o médico, envolveu mais de 6500 doentes em 37 países e 667 centros de investigação.
Os doentes, "com insuficiência cardíaca grave, que já tinham sido internados e tinham um tratamento otimizado. Os medicamentos que estavam a tomar são aqueles que são internacionalmente recomendados. Foram seguidos em média durante dois anos e no máximo durante três anos e meio e Portugal esteve representado com seis centros que incluíram quatro dezenas de doentes.
"Temos uma arma nova para melhorar o prognóstico destes doentes, que são doentes graves, com mortalidade elevada e com muitos internamentos hospitalares. E podemos beneficiar a evolução da sua doença com a administração desse fármaco", afirmou Luís Providência.
O cardiologista salientou ainda que "neste estudo verificou-se que a administração do fármaco é segura".
A insuficiência cardíaca é uma doença na qual a capacidade do coração em bombear eficazmente e manter a circulação sanguínea para responder às necessidades do organismo é prejudicada. Torna-se crónica quando se transforma num problema a longo prazo e afecta 15 milhões de pessoas na Europa.
Fonte: www.tvi24.iol.pt
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