quarta-feira, 30 de janeiro de 2013

Gremistas fazem avalanche, alambrado cede e torcida cai em fosso

Em avalanche, proteção cede e torcedores do Grêmio caem no fosso da Arena
Gol de Elano ocorreu aos 17 minutos do segundo tempo, e pressão de gremistas, em massa, fez com que grade rompesse

Torcida do Grêmio cai na comemoração do gol na Arena (Foto: Jefferson Bernardes / AFP)

Um acidente marcou a comemoração do primeiro gol do Grêmio diante da LDU, nesta quarta-feira, pela volta da fase preliminar da Copa Libertadores da América. Uma grade de proteção cedeu após os fãs fazerem a avalanche, e vários torcedpres caíram em um fosso atrás do gol defendido que era defendido pelo goleiro Marcelo Grohe.


O gol tricolor saiu aos 16min do segundo tempo, depois de um primeiro tempo bastante truncado. Elano arriscou um chute cruzado de fora da área e acertou o ângulo do goleiro Domínguez. Do outro lado do gramado, parte da torcida realizou a "avalanche", que havia se tornado tradição no Estádio Olímpico Monumental. O parapeito, porém, não resistiu à pressão que foi exercida e cedeu em um local, resultando na queda de várias pessoas em um fosso e na quebra do muro de concreto onde a proteção estava fixada.
A maioria dos torcedores retornou à arquibancada demonstrando não terem sofrido ferimentos sérios. No total, seis pessoas sofreram lesões leves e duas, conscientes, foram retiradas de ambulância da Arena do Grêmio.

A avalanche da torcida tricolor era justamente uma questão de preocupação das autoridades locais antes da inauguração da Arena do Grêmio.

Ao menos oito torcedores receberam rápido atendimento médico pela equipe de pronto-socorro e pela polícia. Uma torcedora precisou ser removida de maca e com colar cervical e ser atendida na ambulância. Ela estava consciente.

Avalanche chegou a ser proibida em 2012
A comemoração da avalanche foi centro de polêmica antes mesmo da inauguração da Arena. Só foi permitida após acordo do Grêmio com a Polícia Militar do Rio Grande do Sul. A ação havia sido proibida inicialmente pela autoridade policial por questões de segurança. O duelo contra a LDU é a terceira partida do Grêmio no estádio. A avalanche foi liberada na abertura contra o Hamburgo, no dia 8 de dezembro.

O projeto inicial da Arena destinou um espaço justamente para a realização da avalanche, onde fica a torcida Geral. O espaço tem capacidade para 10 mil torcedores em pé, mas também há a possibilidade da instalação de cadeiras no local, reduzindo a capacidade para 5 mil.


Por que a 'avalanche' não tem espaço na Arena do Grêmio

Em dois jogos no estádio, o setor sem assentos foi palco de duas confusões. Polícia vai investigar a queda do alambrado e bombeiros farão perícia técnica

Foi o primeiro jogo do Grêmio desde que a tragédia em Santa Maria vitimou dezenas de torcedores da equipe gaúcha - e a última imagem que o público precisava ver era a de jovens estendidos ao chão recebendo atendimento médico. Foi, também, a segunda partida do clube em sua nova casa - e, pela segunda vez, o único setor sem cadeiras da moderna Arena do Grêmio foi palco de uma situação tensa e perigosa. A queda do alambrado atrás de um dos gols, no momento da comemoração do gol do Grêmio contra a LDU, na noite de quarta-feira, em Porto Alegre, deixou oito pessoas levemente feridas, além da forte sensação de que a tradicional "avalanche" realizada por parte da torcida gremista em seu velho Estádio Olímpico não tem mais lugar desde a mudança para a Arena. O estádio, o primeiro da "geração 2014" no país da Copa, simboliza a transição para uma nova fase na vida do torcedor brasileiro, que finalmente passará a ter conforto e segurança na hora de acompanhar seu time de perto. O novo setor da geral gremista, uma tentativa de manter um costume dos fanáticos pelo clube, buscava adaptar a tradição do torcedor gremista nesse novo contexto. Pelo que se viu até agora, a "avalanche" e o bem estar do público no novo estádio podem acabar sendo incompatíveis. Depois da quebra do alambrado, o coronel Alfeu Freitas, comandante da Polícia em Porto Alegre, afirmou que o episódio será investigado e que o setor passará por uma perícia técnica realizada pelos Bombeiros.

Na inauguração da Arena, em dezembro, uma enorme briga entre os próprios torcedores gremistas manchou a festa e reforçou as preocupações das autoridades de Porto Alegre, que já hesitavam em permitir a manutenção do lugar sem cadeiras. No início da partida, era o setor mais festivo e colorido do estádio. No intervalo de jogo, estava sem faixas ou bandeiras - e tomado por policiais. O risco de problemas naquela parte da Arena é reforçado pela maior concentração de torcedores. Enquanto nos setores numerados cada um tem seu lugar, na geral há um número muito maior de pessoas dividindo o espaço, que não tem assentos. Na noite de quarta, o problema não foi a violência dos torcedores mais exaltados, mas sim a quebra da grade que separa o público do gramado logo na primeira "avalanche" da torcida. Muitos torcedores caíram no fosso que separa a arquibancada do campo. Não houve ferimentos graves, mas o jogo ficou interrompido por alguns minutos - e a polícia teve de se deslocar para o setor para garantir a segurança no decorrer da partida. Nos grandes estádios europeus, modelos de arenas modernas e seguras, é raríssimo encontrar algum setor onde não há cadeiras numeradas. Sinal de que, por mais que parte da torcida lamente, talvez seja a hora de deixar a "avalanche" para trás, junto com as lembranças do Estádio Olímpico. (VEJA)

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