quinta-feira, 1 de novembro de 2012

Pastor investigado por desvio de dízimos da Igreja Maranata no ES morre em acidente. Veja


 A Igreja Cristã Maranata do ES está desde fevereiro/12 sob investigação de desvio de dízimos. No esquema denunciado envolveu vários nomes da cúpula da igreja  e dentre eles o nome do pastor Júlio Cesar Viana que pastoreava uma das igrejas no Paraná e faleceu de forma trágica o dia 28 no PR. 

O pastor da igreja Cristã Maranata no Espírito Santo, Júlio César Viana, morreu em um grave acidente em uma rodovia estadual do Paraná, no domingo (28). Ele era um dos investigados no esquema que desviou dinheiro do dízimo da igreja capixaba. O Ministério Público Federal investiga a denúncia desde fevereiro deste ano.

O advogado de defesa do pastor Júlio informou ao G1 que o corpo foi velado e enterrado na última segunda-feira (29) no Sul do país. Ele ainda disse que não tem informações sobre o andamento do processo que investiga a sua participação no esquema da Maranata.

Sobre o acidente, a Igreja Maranata informou que o carro dirigido pelo pastor seguia da cidade de Marechal Cândido Rondon para Curvado, também no Paraná. Júlio César perdeu o controle em uma curva, saiu da pista, capotou e caiu num barranco às margens da rodovia PR- 467.

De acordo com a Polícia Rodoviária Estadual (PRE), a queda foi de aproximadamente dois metros. O pastor ficou preso nas ferragens e morreu no local. Outras três pessoas que estavam no carro tiveram ferimentos leves e foram encaminhadas para um hospital de Marechal Cândido Rondon. A polícia não soube afirmar o que fez o pastor perder o controle da direção. Não chovia no momento do acidente.


Entenda o caso
A suspeita de desvio de mais de R$ 2 milhões arrecadados do dízimo pago por fiéis, além de compras superfaturadas e caixa dois, fez ex-membros da Igreja Maranata, no Espírito Santo, processarem três pastores e um contador. Entre eles, está um ex-vice-presidente da instituição, criada há 43 anos no estado e que já possui 5,5 mil templos no Brasil e em outros países. A ação corre na 8ª Vara Cível de Vitória e o G1 teve acesso ao documento que apontava fraudes. O Ministério Público Estadual (MP-ES) informou que as denúncias direcionam para diversas irregularidades.

Como funcionava?
Um serviço que custaria, por exem
plo, R$ 5 mil, era registrado como se valesse R$ 8 mil. Segundo a denúncia, a igreja pedia nota fiscal com valor superfaturado e no acerto de contas as empresas ficaram com o valor real do serviço. Os demais R$ 3 mil, nesse exemplo, eram desviados para o ex-vice presidente da igreja ou por pessoas indicadas por ele. "Vi documentos que comprovam que o patrimônio de um dos denunciados é assustador, incompatível com o que ele ganhava”, exemplificou o ex-pastor, que preferiu não se identificar. Ele ainda disse que há evidências de que a fraude acontecia desde 2006.

Investigação interna
Diante dos acontecimentos, a própria igreja maranata resolveu investigar, um procedimento administrativo foi aberto e uma comissão interna ouviu depoimentos, analisou o que aconteceu no escritório de contabilidade da igreja nos últimos 5 anos.

De acordo com o procedimento administrativo, somas que chegam a mais de R$ 20 milhões foram movimentadas nos últimos anos por meio de notas fiscais suspeitas. O dinheiro que teria sido usado, inclusive, para pagamento de prestação de imóveis, carros e compra de dólares enviados para o exterior pelo ex-vice-presidente.

Um grupo formado por ex-membros da Maranata investigou e montou um relatório sobre a atividade irregular na igreja. De acordo com o advogado que representa o grupo, os fornecedores, a pedido de um funcionário da igreja, emitiam notas fiscais superfaturadas como se os serviços houvessem sido realizadas, quando, na verdade, não eram.

Pastor da Igreja Maranata/ES morre em acidente.
G1

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