segunda-feira, 1 de outubro de 2012

Dinossauros viveram 700 mil anos além da extinção em massa do no final do período Cretáceo


Para os paleontologistas, os dinossauros foram extintos entre 66,5 e 66 milhões de anos atrás, quando os restos do impacto de um grande meteorito bloquearam o sol e alteraram de forma drástica o clima e a vegetação. Porém, um osso de dinossauro recém descoberto no Novo México contradiz esses dados científicos.

Pesquisadores da Universidade de Alberta encontraram um fêmur fossilizado de um hadrossauro que possui apenas 64,8 milhões de anos de idade, mostrando que os dinossauros viveram 700 mil anos além da extinção final no período Cretáceo.


Os investigadores acreditam que estes dinossauros herbívoros foram capazes de sobreviver devido a alguma vegetação que tenha resistido à mudança de clima, permitindo-lhes comer. Atualmente, eles procuram descobrir se ovos de dinossauro podem ter sobrevivido ao período, o que também explicaria a sobrevivência dos hadrossauros.

A data da extinção em massa foi determinada a partir da tradicional técnica da cronologia relativa, que estima a idade de um fóssil através das camadas de sedimentos presentes no corpo orgânico ou no lugar onde foi encontrado. Contudo, forças ambientais e geológicas podem causar alterações na localização do fóssil ou nas camadas de sedimentos, levando a uma estimativa imprecisa de sua idade.

O coordenador do estudo, Larry Heaman, explica que para descobrir a idade do osso recém descoberto, sua equipe utilizou uma técnica diferente de datação, chamada de método U-Pb (urânio-chumbo). Este procedimento usa um feixe de laser para “derrubar” as minúsculas partículas do fóssil, as quais são submetidas a uma análise isotópica e determinam a idade e o tipo de alimento com que o dinossauro se alimentou.
Segundo os pesquisadores, esse método é bastante preciso devido aos altos níveis de urânio que os ossos fossilizados apresentam. Com o passar do tempo, esses pequenos átomos vão decaindo, e determinar a composição isotópica do chumbo nos ossos leva à sua idade absoluta.

Agora, os cientistas planejam utilizar o método de datação U-Pb para mensurar a idade absoluta de outros fósseis de dinossauros. A expectativa é que esta técnica possa substituir a cronologia relativa, e será usada para reescrever a história da extinção dos dinossauros. [DailyTech]


Quanto tempo levou para a Terra se recuperar da maior extinção em massa?

250 milhões de anos atrás, a crise do fim do período Permiano atingiu a Terra. Foi o pior desastre do tipo: a maior extinção em massa do nosso planeta, que nos fez perder 90% das espécies (estimativas chegam a dizer que até 99% da vida na Terra se extinguiu).

Alguns acreditam que a causa dessa extinção foi o impacto de um meteorito ou uma atividade vulcânica. Outros pesquisadores dizem que a crise desencadeou uma série de choques físicos ambientais, como o aquecimento global, a chuva ácida, a acidificação do oceano e a anoxia (ausência de oxigênio) dos oceanos. A conclusão, de qualquer forma, é de que esse desastre alterou a composição do ar radicalmente no planeta.
A intensidade dessa crise, e crises sucessivas, fizeram com que levasse cerca de 10 milhões de anos para a vida na Terra se recuperar, de acordo com um novo estudo feito por Zhong-Qiang Chen, da Universidade de Geociências em Wuhan, China, e Michael Benton, da Universidade de Bristol, Reino Unido.

Nós, seres humanos, já causamos a extinção de espécies do planeta. Durante o nosso “mandato”, estimativas sugerem que dizimamos cerca de mil espécies de animais. Como existem (de que temos conhecimento) cerca de 8 milhões de espécies vivas hoje, isso significa que, mesmo de acordo com as estimativas mais pessimistas, acabamos com 0,01% de toda a vida animal.

Isso certamente não é motivo de orgulho, mas é muito pouco quando comparado com as grandes extinções da natureza. A comparação serve para você entender a gravidade da situação; nesse cenário, será que 10 milhões de anos foi muito tempo para tal recuperação?

A crise principal foi dramática o suficiente, mas cinco a seis milhões de anos após o desastre, o mundo continuou enfrentando condições péssimas para a existência da vida, como crises repetidas de carbono e de oxigênio, além de aquecimento global.

Essas condições não propícias impediram que os cerca de 10% das espécies sobreviventes se recuperassem rápido. Alguns até conseguiram se recuperar de forma relativamente rápida, mas a formação de sistemas complexos permanentes só foi possível após cerca de cinco milhões de anos.

Passada a gravidade dessas crises ambientais, novos grupos de animais surgiram no mar, como caranguejos, lagostas e répteis marinhos, que formaram a base dos futuros ecossistemas modernos.

Aquecimento global, chuva ácida, acidificação dos oceanos… Esses não são termos estranhos para nós, não é? Se tudo isso foi capaz de dizimar no mínimo 90% das espécies da Terra no passado, o que impede de isso acontecer de novo?
“As causas da morte das espécies – o aquecimento global, a chuva ácida, a acidificação dos oceanos – soam estranhamente familiares para nós hoje. Talvez possamos aprender alguma coisa com estes acontecimentos antigos”, disse o professor britânico Benton.

E é melhor aprendermos mesmo, a não ser que estejamos dispostos a esperar mais 10 milhões de anos por uma segunda chance.[ScienceDaily, Listverse]

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