sexta-feira, 17 de agosto de 2012

Irisina, hormônio anti-obesidade que queima as células adiposas

Um estudo recente publicado na prestigiosa revista científica Nature , descobriu o papel crucial desempenhado por uma determinada hormona anti-obesidade .

As descobertas podem levar a formas mais específicas para enfrentar a obesidade e o diabetes, eventualmente por meio do incremento dessas células de gordura bege, dizem os pesquisadores.

Tipos de células de gordura

O estudo parece indicar que existem células de gorduras de diversos tipos e diversas funções, eventualmente com alterações de funções. “Nós identificamos um terceiro tipo de célula de gordura,” explica Bruce Spiegelman, da Escola de Medicina de Harvard (EUA). “Há a gordura branca, a gordura marrom, e agora a gordura bege. Este terceiro tipo de gordura bege está presente na maioria ou em todos os seres humanos.”

Na verdade, sempre se pensou que a gordura marrom existisse apenas em bebês, servindo para mantê-los aquecidos. Mas dados de imageamento médico mais recentes – e mais precisos – mostram que os adultos também mantêm um pouco dessa gordura saudável.

Origem da gordura marrom
Mas a equipe de Spiegelman já havia mostrado anteriormente que a gordura marrom queimadora de energia, encontrada no meio da gordura branca armazenadora de energia em adultos, não era exatamente a gordura marrom clássica que se vê em bebês.

A gordura marrom dos bebês vem dos músculos, enquanto nos adultos as células de gordura marrom surgem do “escurecimento” da gordura branca.

No novo estudo, a equipe de Spiegelman clonou células bege retiradas do tecido adiposo de camundongos para estudar a sua atividade em nível genético.

Os perfis de expressão mostraram que, geneticamente, as células bege estão em um ponto entre a gordura branca e a gordura marrom. Inicialmente, elas têm baixos níveis de UCP1 (proteína desacopladora 1), um ingrediente chave para a queima de energia e geração de calor, níveis semelhantes aos da gordura branca.

Mas as células bege também têm uma notável capacidade de incrementar sua expressão de UCP1, iniciando um programa de queima de energia que é equivalente àquele da gordura marrom clássica, a dos bebês.

Irisina
 A equipe também descobriu que as células bege respondem a um hormônio conhecido como irisina, para ativar o programa de queima de energia. Isso é particularmente notável porque a irisina é liberada pelos músculos mediante exercícios físicos, e é responsável por alguns dos benefícios que a atividade física traz.

Ou seja, a irisina pode ser o tratamento há muito procurado para aumentar a queima de células de gordura.

Além do potencial terapêutico, as novas descobertas podem levar a novas e melhores maneiras para caracterizar as significativas diferenças entre as pessoas quanto ao número de células bege que cada uma possui, diz o Dr. Spiegelman.



A gordura que queima gordura


Novas pesquisas indicam como aumentar a quantidade e a ação da gordura marrom. Presente no corpo humano, ela queima caloria em vez de armazená-la

Cilene Pereira
Há anos a ciência pesquisa formas de acabar com o excesso de peso que tanto prejudica a saúde e a silhueta. Já se procurou por soluções em dietas, remédios. Agora, grande parte da atenção dos pesquisadores se concentra em uma arma que existe dentro do ser humano e que até hoje não vinha sendo explorada: a gordura marrom. Diferentemente da gordura branca, que armazena gordura no corpo, a marrom a queima. Ou seja, é uma gordura do bem. Uma gordura que emagrece.
A ciência já conhecia a existência desse tipo de tecido adiposo há muito tempo. Ele é, na verdade, uma herança da nossa evolução. Sua principal função é gerar calor. Ajudou, dessa maneira, a evitar que os homens morressem de frio lá nos primórdios da história, quando a humanidade estava perigosamente exposta a baixas temperaturas. Está presente nos mamíferos, em especial naqueles que hibernam. No ser humano, existe em quantidade razoável em recém-nascidos. Como são incapazes de tremer – resposta do corpo para criar calor – e de escapar sozinhos de lugares frios, apresentam depósitos de gordura marrom significativos.
A grande surpresa ocorreu há três anos, quando três importantes pesquisas publicadas na mesma edição da revista científica “The New England Journal of Medicine” – uma das mais prestigiadas do mundo – revelaram que esse tipo de gordura podia ser encontrado também em adultos. Até então, imaginava-se que ela desaparecia do corpo gradativamente, ao longo do crescimento. Mas os trabalhos demonstraram de maneira inequívoca que a gordura marrom fazia parte do organismo adulto e que seus depósitos se localizam na mesma região onde estão os dos bebês, embora sejam menores do que os apresentados pelas crianças. Basicamente, há gordura marrom nos adultos no pescoço, abaixo da clavícula e ao longo da espinha.
APOSTA
O nutricionista Ávila acredita no potencial da gordura contra a obesidade
Um dos trabalhos foi feito por pesquisadores do Joslin Diabetes Center, ligado à Escola de Medicina de Harvard, nos Estados Unidos, e consistiu na análise dos resultados obtidos pelo exame de imagem PET-CT, aplicado a 1.972 pessoas por diferentes razões. O outro estudo foi realizado na Universidade de Maastricht, na Holanda, e envolveu 24 jovens saudáveis. O terceiro foi coordenado por cientistas da Universidade de Gotemburgo, na Suécia, e teve cinco participantes. Nestes dois últimos os voluntários também foram submetidos ao teste PET-CT.
Por meio dos exames, constatou-se não só a existência das células de gordura marrom. Verificou-se que, nos adultos, elas continuam a exercer seu papel primordial, o de criar calor. No experimento sueco, por exemplo, os cientistas constataram que a gordura passou a queimar calorias quan­­­­do os participantes permaneceram por duas horas em uma sala com temperatura que variou de 17 a 19 graus. Na pesquisa holandesa, ela começou a funcionar quando o termostato baixou para 16 graus.
A divulgação desses trabalhos encheu de ânimo pesquisadores do mundo todo. “A gordura marrom apresenta um grande potencial como arma contra a obesidade”, afirma o nutricionista mineiro Marcus Ávila, pós-graduado em nutrição esportiva. O entusiasmo é compreensível. Quando ela é ativada para gerar calor, inicia-se um incrível processo de queima de calorias. Afinal, elas são o combustível para o funcionamento das células. Portanto, para cumprir sua missão, as células de gordura marrom recorrem à queima calórica. Sem isso, não têm como funcionar. E elas queimam mais calorias porque foram dotadas de um número muito maior de mitocôndrias – estrutura celular responsável pela produção de energia –, uma vez que precisam desse maquinário ampliado para dar conta de seu trabalho.
ESTRATÉGIAS 
As pesquisas indicam que fazer exercícios e expor-se ao frio seriam
formas de turbinar a ação das células que queimam calorias
Por tudo isso, estima-se que 50 gramas de tecido adiposo marrom ativo sejam suficientes para elevar em 20% a taxa do metabolismo basal (a quantidade de calorias que o organismo utiliza, em repouso, para manter o funcionamento dos órgãos). Por essa conta, um indivíduo que consiga acionar as células de gordura marrom poderia perder até cinco quilos, em um ano, mantendo a mesma dieta e o mesmo nível de atividade física. “Ela pode ser capaz de queimar centenas de calorias por dia”, afirmou à ISTOÉ o cientista Aaron Cypess, do Joslin Diabetes Center e autor de vários trabalhos a respeito do assunto.
Entusiasmados com esse potencial, de 2009 para cá os cientistas iniciaram uma corrida mundial para aprofundar o conhecimento sobre este tecido adiposo. Alguns pesquisadores focaram seu interesse no poder do frio para ativá-la. No início do ano, um time de pesquisadores canadenses divulgou um trabalho no qual constatou que indivíduos submetidos a uma temperatura de 18 graus dobraram seu gasto de energia em comparação aos participantes que ficaram em ambientes com temperaturas mais elevadas. Gastaram em média 250 calorias a mais do que os outros durante as três horas de exposição ao frio. “Demonstramos de forma convincente a importância metabólica da gordura marrom na geração de calor em jovens adultos”, disse à ISTOÉ Denis Richard, diretor do Instituto Universitário de Cardiologia e Pneumologia de Quebec, no Canadá, e um dos autores do trabalho. “E sua ativação pode representar um meio útil de prevenir o depósito excessivo de gordura.”
O grupo coordenado pela cientista Sheila Collins, do Centro de Pesquisa Sanford-Burnham, nos Estados Unidos, descobriu um efeito inusitado do frio. Baixas temperaturas elevam a concentração de um hormônio fabricado no coração (peptídeo natriurético) e conhecido por interferir no controle da pressão arterial. “Verificamos que ele também ativa o tecido adiposo marrom”, explicou à ISTOÉ a pesquisadora.
PIONEIRO
O pesquisador Sven foi um dos que descobriu que adultos também têm o tecido adiposo
Se o poder do frio para ativar a gordura é consenso no meio científico, sua utilização como estratégia para emagrecimento, neste momento, ainda é motivo de discussão. Uma corrente defende que sim, como Leslie Kozak, do Centro de Pesquisa Biomédica Pennington, nos Estados Unidos. “Hoje temos uma chance de diminuir a obesidade simplesmente reduzindo a temperatura ambiente”, escreveu a pesquisadora em artigo sobre o tema. “Amanhã poderemos criar drogas que imitem a resposta natural do corpo ao frio e ajudem a aumentar a atividade dessa gordura.”
Seu colega Jan Nedergaard, da Universidade de Estocolmo, autor de uma revisão a respeito do assunto, concorda. “Normalmente digo para as pessoas: ficar em uma sala com uma temperatura fria o suficiente para se sentir desconfortável, sem chegar a tremer, necessariamente irá estimular a gordura marrom a funcionar”, afirmou à ISTOÉ. No entanto, Sven Enerback, autor de um dos trabalhos que provaram a existência do tecido adiposo em adultos, acredita que ainda é preciso mais tempo para saber os reais resultados da estratégia. “Hoje sabemos que o frio ativa essa gordura, mas é cedo para afirmar que esse será um caminho efetivo para a redução de peso”, disse à ISTOÉ.
Outros grupos estão investigando o que mais, além do frio, pode ser capaz de fazê-la funcionar ou de estimular sua fabricação. O cientista Bruce Spiegelman e seus colegas do Instituto de Câncer Dana-Farber, nos Estados Unidos, publicaram recentemente um artigo na revista científica “Nature” – uma das mais importantes do mundo – descrevendo o efeito do exercício para essa finalidade. Eles descobriram que a realização de exercícios de repetição, por períodos mais prolongados, aumenta no organismo a concentração do hormônio irisina. Produzido pelos músculos a partir do exercício, o composto parece induzir à formação de tecido adiposo marrom em vez de estimular a produção da gordura branca, aquela que guarda gordura. “É excitante descobrir uma substância natural conectada com o exercício com esse potencial terapêutico”, comemorou o pesquisador. A notícia repercutiu no Brasil. “Fazer exercícios está ao alcance de todos”, disse o endocrinologista João Eduardo Nunes Salles, vice-presidente eleito da Associação Brasileira para o Estudo da Obesidade. “E o estudo de sua associação com a gordura marrom pode vir a ser um bom caminho contra a obesidade.”
EXPECTATIVA
Nos EUA, Sikder (acima) planeja teste em humanos de composto que aumenta
a quantidade da gordura. No Brasil, Salles acompanha as pesquisas no mundo
Na Universidade de Iowa, nos Estados Unidos, os pesquisadores descobriram que um dos segredos para elevar a produção da gordura que emagrece pode estar na maçã. Trata-se do ácido ursólico, presente na casca da fruta. “Ficamos surpresos ao verificar que ele pode aumentar sua quantidade”, afirmou Christopher Adams, um dos responsáveis pelo trabalho. A conclusão foi obtida após a realização de uma experiência com cobaias. Metade dos animais recebeu uma dieta rica em gordura por várias semanas. O restante ingeriu os mesmos alimentos, em maior quantidade, mas ganhou doses diárias do ácido ursólico. No final do experimento, os que haviam recebido suplementos do composto engordaram menos do que os outros. Agora, os cientistas pretendem verificar se resultados assim tão animadores podem ser observados também em seres humanos.
Compartilham do mesmo objetivo os cientistas envolvidos nos estudos que demonstram os efeitos benéficos de outros fatores. É o caso do time do Centro Médico da Universidade Colúmbia, nos Estados Unidos, empenhado em descobrir de que maneira os remédios contra a diabetes da classe das tiazolidinas são capazes de transformar a gordura branca em marrom – o que já está comprovado. Porém, essas medicações apresentam efeitos colaterais, como perda óssea e risco de toxicidade hepática. “Mas, se pudermos encontrar uma forma de impedir isso, podem ser uma opção”, afirmou o chefe do trabalho, o cientista Domenico Accili.
Esforços também estão sendo feitos para entender e conseguir provar como diversas proteínas atuam para estimular o funcionamento do tecido adiposo marrom. Uma das que estão na mira dos cientistas é a proteína BMP8B. Em uma experiência relatada em um artigo divulgado há dois meses na revista científica “Cell”, os pesquisadores contaram que a aplicação da substância no cérebro de animais promoveu uma resposta mais forte das células de gordura marrom. “Elas queimaram mais gordura”, afirmou à ISTOÉ um dos participantes da pesquisa, o cientista Andrew Whittle, da Universidade de Cambridge, na Inglaterra. “Esta proteína oferece a possibilidade de ser uma intervenção mais específica para ajudar na redução do peso corporal”, completou.

FÁBRICA
O cientista Kajimura estuda como a gordura se forma
Aposta semelhante está fazendo um grupo da Universidade da Califórnia, nos Estados Unidos, em uma substância chamada PRDM16. Ela está envolvida na produção do tecido marrom. “Estamos investigando como ela ajuda a regular o desenvolvimento dessas células”, explicou à ISTOÉ Shingo Kajimura, coordenador dos estudos. “As informações poderão ser usadas para a criação de remédios que estimulem a fabricação da gordura em humanos”, disse.
Nessa empreitada para levantar tudo o que pode ativar esse tecido adiposo, há a indicação do efeito positivo de um fator um tanto quanto inusitado. Pesquisadores da Universidade de Ohio, nos Estados Unidos, constataram que cobaias colocadas em ambientes ricos em estímulo (com opções de brin­­­cadeira e atividade física e contato com outros animais, por exemplo) perderam 49% mais gordura abdominal do que outras que não desfrutaram das mesmas opções. Isso ocorreu graças a uma maior produção da gordura marrom ocorrida nestas circunstâncias. O caminho para esse resultado passa por um complexo mecanismo desencadeado no cérebro. “Nossos achados sugerem que potencialmente poderemos induzir esse efeito modificando nosso estilo de vida ou acionando farmacologicamente o mesmo caminho cerebral”, afirmou Matthew During, líder da pesquisa.
Em estágio mais adiantado está o grupo de Sanford-Burham, integrado por Devanjan Sikder, professor do Centro de Pesquisas de Obesidade e Diabetes. Eles se preparam para iniciar o primeiro estudo em humanos a fim de conferir a eficácia da orexina. Envolvido no controle do apetite, o hormônio também se mostrou capaz de ativar a gordura marrom, reduzindo em 50% a taxa de gordura corporal em cobaias. E, na Inglaterra, cientistas da Universidade de Nottingham trabalham em um sistema de exame de imagem específico para localizar precisamente em humanos onde estão os depósitos da gordura e sua capacidade de produzir calor. “A tecnologia não é agressiva e não expõe as pessoas à radiação”, explicou Michael Symonds, responsável pelo trabalho. O pesquisador acredita que o recurso permitirá a realização de estudos com grande quantidade de pessoas, fornecendo informações que permitam o uso cada vez mais a nosso favor da gordura que emagrece.

Fotos: Montagem sobre foto de Shutterstock; João Marcos Rosa/NITRO; Pedro Dias/Ag. Istoé; Divulgação


Um novo estudo abre perspectiva de que os exercícios físicos possam ser trocados por uma pílula.
Em experimentos com camundongos, cientistas do Instituto do Câncer Dana-Farber, em Boston, descobriram que um tipo de um hormônio, produzido após a atividade física, era capaz de transformar o tecido adiposo.

Editoria de arte/folhapress

Em sua presença, células de gordura branca --responsável por armazenar energia-- se convertem na chamada gordura marrom, que queima calorias para aquecer o corpo.

A nova molécula, batizada de irisina, também existe em humanos. Num teste, os cientistas injetaram pequenas doses da substância em roedores sedentários, obesos e com sintomas de pré-diabetes.
Após dez dias, os animais tiveram os níveis de glicose e insulina normalizados no sangue e até perderam peso. O experimento foi descrito na revista "Nature".

"Com a irisina, nós conseguimos traduzir uma pequena parte do efeito dos exercícios têm sobre o organismo", disse à Folha Pontus Boström, autor do trabalho. Ele alerta que a irisina não vai deixar ninguém mais forte. "Existe uma vasta gama de efeitos que jamais poderemos substituir por uma única intervenção metabólica."

FUTURO
Mesmo exibindo cautela em relação ao potencial terapêutico do novo hormônio, os pesquisadores se mostram otimistas com a perspectiva de usá-lo em humanos em um futuro próximo.

A molécula da irisina dos camundongos é quase idêntica à versão humana, o que significa que os mesmos benefícios observados nos roedores podem se mostrar em pessoas. "Esperamos ver efeitos colaterais muito pequenos", diz Boström.

Ele e seus colegas do Dana-Farber, um centro de pesquisa associado à Universidade Harvard, estão agora tentando criar uma maneira de administrar a irisina a humanos. No estudo com roedores, foi usado um vírus para distribuir o hormônio no organismo, algo difícil de fazer com segurança.

Para criar uma droga que possa ser usada em humanos, Boström e seus colegas estão tentando "colar" a irisina em moléculas de anticorpos, as proteínas de defesa do sistema imunológico, para só depois injetá-las no sangue.

"Temos de fazer isso para que a droga não entre em degradação na corrente sanguínea", diz o cientista.
Ainda não há perspectiva sobre quando os testes em humanos podem começar.

NÃO É PREGUIÇA
Para pesquisadores, mesmo que não seja adequado substituir exercícios por uma droga que tente emular seus efeitos, é possível encontrar uma brecha para aplicação.

"Há muitos pacientes por aí que precisam de exercício mas, por diferentes razões, não podem fazer", diz Boström.

"Um medicamento pode vir a ser uma opção para pessoas extremamente obesas, que têm dificuldade em se movimentar para fazer exercícios, ou para pessoas com alguns tipos de deficiência física", acrescenta.

GORDURA MARROM INTRIGA CIENTISTAS
Apesar de já estarem estudando a possibilidade de aplicação do conhecimento sobre a chamada gordura marrom, cientistas ainda tentam entender por que esse tipo de tecido é estimulado pelo exercício no corpo humano.

A gordura marrom, que queima energia em vez de armazenar, existe primariamente em bebês, que precisam de proteção contra o frio. Como essa classe de célula adiposa libera energia ao ser estimulada, gera calor e aquece a criança.

Do ponto de vista da teoria da evolução, porém, não faz sentido que um organismo que já esteja gerando calor por meio de atividade física também estimule a queima de mais energia por um mecanismo metabólico secundário.

A hipótese que cientistas levantaram para explicar isso é que, nos bebês que sentem frio, o fator que estimula a a conversão de gordura branca em marrom é o tremor.

Como os músculos que se movimentam para vibrar a pele são essencialmente os mesmos que mexemos para fazer exercício, também produzimos gordura marrom como efeito colateral da atividade física.
"É difícil tentar abordar essas questões evolutivas em experimentos, mas estamos testando o efeito do tremor usando camundongos", diz o biólogo Pontus Boström. "Não temos certeza ainda se essa hipótese está correta."

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