domingo, 6 de maio de 2012

Grudou: Tatuagem vence preconceito e ganha mais adeptos


Tatuagem vence preconceito e ganha mais adeptos

Esculpir um belo desenho no corpo não é mais sinal de rebeldia. Bem mais aprimoradas, as tatuagens fizeram muita gente esquecer os dragões que ficavam esverdeados no passado. Mais confiantes de que a imagem transmitirá bom gosto, pessoas de todas as idades têm encarado as agulhas.

Pessoas entre 20 e 45 anos, na maioria, têm entrado no Estúdio Mistério, de André Luís Veríssimo, Luisinho, que há 15 anos desenha imagens definitivas na pele de muita gente. "Hoje ninguém mais acha que é rebelde fazer uma tatuagem. As pessoas têm mais consciência", observa ele.

Mas é bom lembrar que as técnicas de remoção ainda são caras e doloridas. Então, o jeito é pensar bastante antes de seguir os modismos.

Moda

Sim, porque também não são poucas as tendências em voga. Cobrir o braço com cenários, por exemplo, é moda desde o ano passado, mas ganhou o país depois que os big brothers Rafinha e Bianca massificaram a idéia.

Outra tendência que ganhou muitos braços pelas ruas, segundo Luisinho, são desenhos orientais, como os tribais polinésios. "Tenho feito muitos, em diferentes idades".

No entanto, o tatuador lembra que é preciso pensar bem antes de seguir moda. Afinal, a marca é eterna. Outro profissional do estúdio, Erinaldo Araújo, diz que também é preciso evitar a afobação. "Discutir proporções e harmonia é importante", avalia.

Cuidados

Em relação à escolha do estúdio, não se deixe atrair pelo mais barato. Desconfie de grandes pechinchas, pois o serviço pode custar de R$ 100 a R$ 2 mil. Para manter o local, o tatuador precisa manter a higiene, usar materiais descartáveis e esterilizados, além de estar constantemente atualizado sobre melhorias, o que geralmente custa mais a ele que a outros profissionais.

Se você já passou das fases acima, saiba que essa é a melhor época para fazer a tatuagem. "Como é preciso evitar o sol, essa é uma boa hora", diz a dermatologista Karina Mazzini, observando que é preciso evitar luz solar por 15 dias para a pele cicatrizar bem. Trate sua tatuagem como um ferimento que precisa ser bem cuidado.

Preferências Imagens variam conforme a idade

Adolescentes. Geralmente, escolhem desenhos pequenos, como borboletas, estrelas ou alguma outra imagem delicada, do gênero.

Dos 20 aos 30 anos. Nessa faixa etária, as pessoas se deixam guiar pela moda. Nesse caso, as opções são desenhos tribais Maori (polinésios) ou imagens orientais.

A partir dos 30. Procuram desenhos realistas (faces, pessoas detalhadas, personalidades) ou orientais.

A partir dos 40. Muitas pessoas querem cobrir os desenhos feitos há alguns anos. Mulheres que vão fazer a primeira tatuagem, no entanto, procuram flores, borboletas, beija-flores.

A partir dos 50. Geralmente, nessa idade as pessoas homenageiam filhos ou pais, com nomes, frases ou fotos.

Fonte: Tatuador Luisinho, da Mistério Tatuagem


"Depois da primeira, todo mundo quer fazer a segunda"

A primeira tatuagem foi há um ano e meio, bem escondidinha, na parte interna do braço direito: um elogiado coração com as inscrições "Jesus Cristo". A proposta era que não ficasse visível para não se cansar do desenho.

Para chegar até o desenho, foram necessárias três consultas com o tatuador, que o orientou a escolher a imagem que mais se identificasse com o seu desejo.

Embora muito precavido, o enfermeiro Plínio Meira Wetter, 32, diz que se surpreendeu. "Como todo mundo que se tatua conta, depois da primeira a gente quer sempre mais uma. Gostei muito do resultado".

Tanto, que para a segunda tatuagem, em princípio Wetter queria um desenho pequeno, mas foi convencido de que um maior ficaria mais harmônico com a área do corpo escolhida e com a própria mensagem que ele desejava transmitir.

"Com o molde desenhado na pele, vi que um desenho grande ficaria realmente melhor", diz o rapaz, disposto a encarar 6h para exibir a imagem de Fênix nas costas.

A imagem mitológica foi proposta por ele, mas ganhou voto de confiança do tatuador Erinaldo de Araújo, há 12 anos na função, que sempre ajuda os clientes nessa escolha.

Araújo, inclusive, aconselha a não seguir modismos. "Quem está pensando em se tatuar deve amadurecer bastante a idéia, assim como o Plínio", diz ele.

Pense bem para não se arrepender da marca

Deborah Secco, Joana Balaguer, Angelina Jolie foram alvo da mesma decepção. A marca eterna da tatuagem com o nome ou a letra inicial dos namorados, feita no auge da paixão, acabou se transformando num grande arrependimento.

E aí, não tem jeito. Ou é estampar outro desenho em cima do antigo, ou procurar o laser. Entre os arrependidos e arrependidas que mais procuram as dermatologistas Karina Mazzini e Oliete Guerra para remover tatuagem, os campeãs são pedidos de retirada de nome ou iniciais. "Todos de relações desfeitas", conta Karina Mazzini.

No entanto, ela observa que os arrependimentos vêm diminuindo, porque os desenhos estão mais harmônicos. "As pessoas têm se identificado melhor com as tatuagens", analisa a médica.

Mesmo assim, ela orienta a prestar muita atenção não só no desenho, mas na região que será tatuada. Para mulheres que pensam em engravidar, é preciso evitar áreas propensas a estrias, como dorso do corpo, culotes, abdome e seios.

Além disso, é preciso ser bem rigoroso com a higiene do estúdio do tatuador. "Os materiais devem ser descartáveis e os de aço devem ser esterilizados", alerta a médica. Ela também aconselha a procura de profissionais que já tenham um portfólio confiável.

Como remover


Laser. É atualmente a melhor opção para a retirada de uma tatuagem. Utilizada há 10 anos, dói um pouco, mas o dermatologista usa anestesia tópica para aliviar. O laser é o que melhor retira os pigmentos, embora seu efeito não resulte numa pele "virgem".

Pigmento. Isso acontece porque os pigmentos coloridos são difíceis de serem removidos (o mais fácil é o mais escuro, que o laser quebra em micropartículas e o organismo absorve).

Eletrocauterização. Um dos procedimentos considerados, hoje, defasados. É feito com bisturi elétrico, mas deixa cicatriz. Alguns especialistas ainda aplicam.

Dermoabrasão. O método, bastante agressivo, consiste em lixar a pele, demanda anestesia, e quase não é adotado pelos dermatologistas.

Outra tatuagem. Tatuar outro desenho em cima do antigo pode ser boa opção. O resultado, quase sempre, é bastante natural.

Fonte: A Gazeta

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