Sigilo e prazer, nessa ordem, é o que exigem as mulheres que procuram garotos de programa. No lucrativo mercado do sexo, a maioria dos acompanhantes heterossexuais está na faixa dos 20 aos 30 anos e tem o corpo atlético. Nos grandes centros, arrecadam pelo menos R$ 5 mil mensais, mas não são raros os casos em que o faturamento bate nos R$ 20 mil. A elite do mercado não está nas ruas. É contratada por meio de classificados virtuais, atende chamados por celular ou na base do boca-a-boca entre amigas, que se reúnem em festinhas privês para assistir a shows de strip-tease e, quem sabe, esticar a noite com algum bonitão. Rob de Luka, 21 anos, é um dos que ganham a vida dançando e seduzindo grupos de mulheres. “Às vezes me assusto quando chego a uma festa com 30, 40 mulheres enlouquecidas.”
Os tops da categoria nem precisam divulgar o trabalho. A clientela feminina costuma ser fiel. Se gostam, tornam-se clientes fixas e dão muitos presentes a seus amantes. Em geral, elas querem parceiros experientes para satisfação sexual garantida. Mas também podem pagar por uma companhia no supermercado e até por um “namorado” para ir ao cinema e apresentar às amigas. “Cheguei na casa de uma cliente no meio de um chá da tarde. Quando entrei, ela gritou para as amigas: ‘Meu namorado chegou!’ Dei um beijo na boca e posei de namoradinho”, diz Rodrigo Dantas, 23 anos, na atividade há quatro. Ele foi casado com uma garota de programa e garante amar o que faz.
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