quinta-feira, 23 de fevereiro de 2012

Silicone: amamente sem obstáculos.

Silicone: amamente sem obstáculos. Prótese não interfere na produção de leite e na sucção do bebê
foto: Vitor Jubini

Amamentação tranquila, mesmo turbinada
A enfermeira Adriana Maria realizou o desejo de colocar silicone nos seios, mas depois de um mês da cirurgia descobriu que estava grávida de Isabela.

“Foi tudo muito tranquilo. Tive bastante leite e amamentei até quando Isabela tinha um ano e um mês. Não tive muito inchaço nem edemas”, conta a enfermeira ao lado de Isabela, que hoje tem cinco anos.

Adriana Maria Bolsoni, enfermeira



As mulheres que pretendem ser mães não precisam abrir mão do desejo de turbinar os seios. Segundo especialistas, a prótese de silicone não atrapalha em nada a amamentação, como algumas pessoas podem pensar. A mamoplastia de aumento, uma das cirurgias mais almejadas pela mulherada, não interfere na produção nem na excreção do leite. Também não altera seu gosto nem a qualidade.

"A prótese tem uma cápsula que a isola do tecido mamário, por isso não há interferência na amamentação. O bebê também não vai sofrer para sugar o leite do seio mais rígido, típico de quem passou pela cirurgia", esclarece o presidente regional da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica, Ariosto Santos.

O cirurgião ressalta apenas que é necessário considerar o local em que é feita a incisão. No caso da areolar – em que a prótese é inserida pela aréola –, o corte é feito nos ductos, as vias por onde o leite transita. Devido à incisão, esses ductos podem ser prejudicados, dificultando a passagem de leite. Entretanto, até mesmo nesses casos, a incidência de problemas é baixa.

"Os médicos só evitam colocar a prótese pela aréola nas mulheres que nunca foram mães porque, nesse caso, o procedimento pode machucar os canais dos ductos, mas essa não é a técnica mais comum", explica Ariosto.

Nenhum dano
Muitas mulheres também acham que o silicone vai interferir na qualidade ou sabor do leite materno pelo fato do silicone ser um gel de alta coesividade, o que também é um mito. Já o tamanho do silicone, e consequentemente dos seios, não indica se a mulher terá mais ou menos leite. Isso vai depender da questão hormonal da paciente.

O cirurgião também destaca que não ocorre dano ao silicone durante nem após a amamentação, mas a mama vai sofrer uma modificação natural. "Colocar silicone não quer dizer que a mama vai ficar firme para sempre. Quando a mulher engravida, é natural o peito aumentar e ceder um pouco, já que a pele perde a elasticidade", avisa o médico.

O médico também afirma que nem sempre a mamoplastia de aumento é a cirurgia mais indicada. "Na cabeça das pessoas, o peito só fica bonito com silicone, porque a cirurgia virou modismo. Há pacientes que querem reduzir a mama e colocar silicone, mas a prótese só é indicada para quem tem pouco volume. O cirurgião pode dar um novo formato para a mama que vai sofrer a redução", esclarece o cirurgião.

Cirurgia seis meses após a amamentação

Os cirurgiões recebem com frequência nos consultórios mulheres que querem realizar implante de silicone após experimentar volume maior dos seios durante a gravidez.

Para as mamães que querem ficar com tudo em cima e colocar silicone depois da gestação, a recomendação do cirurgião plástico Ariosto Santos é só se submeter ao procedimento após seis meses do término da amamentação. “É importante a mama secar porque se durante a cirurgia encontrarmos leite dentro, isso pode desencadear um processo infeccioso. Além disso, a mama ainda está desinchando”, explica o cirurgião.

Estabilizar o peso após a gravidez também é importante para que o resultado seja mais duradouro. “Geralmente, se a pessoa emagrece muito, o peito tende a cair”, diz o médico. Por vezes é melhor aguardar um pouco mais a cirurgia plástica, afinal o mais importante é a mamãe vivenciar intensamente os primeiros meses de vida da criança.


Daniella Zanotti
A Gazeta

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