segunda-feira, 13 de fevereiro de 2012

Mãe de Eloá diz que só condenação de Lindemberg fará justiça

Mãe de Eloá diz que só condenação de Lindemberg fará justiça
Ana Cristina Pimentel, mãe de Eloá, chega para o julgamento do acusado pela morte de sua filha, Lindemberg Alves. Foto: Reinaldo Marques/Terra

A mãe de Eloá Pimentel - assassinada em 2008 após mais de 100 horas de cárcere privado em Santo André -, Ana Cristina Pimentel, afirmou na manhã desta segunda-feira, minutos antes do julgamento de Lindemberg Alves, acusado pela morte da filha, que a justiça só será feita com a condenação do réu.

Emocionada, ela disse que será muito difícil acompanhar o julgamento e que espera que o caso se resolva, pelo menos, na esfera criminal. "O que se espera é que haja uma definição e que ele seja condenado." Ana Cristina afirmou não ter conseguido dormir nesta noite e que a sua única expectativa é que seja feita justiça, mais de três anos depois da morte da filha.

Lindemberg senta no banco dos réus
O advogado que representa a família da estudante, José Beraldo, disse que os parentes de Eloá esperam que Lindemberg seja condenado a, pelo menos, 50 anos de prisão. "Ele foi agressivo e violento, não deu chances para a vítima. Esperamos pelo menos 50 anos", disse Beraldo.

O julgamento que irá decidir o destino de Lindemberg começa hoje, no Fórum de Santo André, na Grande São Paulo, onde o crime ocorreu. Na última sexta-feira, a promotoria disse que esperava que ele pegasse entre 50 a 100 anos de prisão. Até o dia do julgamento, o acusado estava preso na penitenciária de Tremembé (SP).

Ao todo, foram convocadas 19 testemunhas e, por isso, a expectativa é que o julgamento dure até três dias.
[MARINA NOVAES, VAGNER MAGALHÃES. Direto de Santo André]


Estudantes que foram reféns com Eloá relembram crime
Jovens faziam trabalho com a jovem quando Lindemberg chegou.
Acusado da morte de adolescente será julgado nesta segunda.

 Dois amigos de Eloá Pimentel, a adolescente morta após ser mantida mais de 100 horas refém pelo ex-namorado, Lindemberg Alves Fernandes, em 2008, também foram rendidos pelo jovem que será julgado a partir desta segunda-feira (13). Eles foram liberados por Lindemberg ainda no primeiro dia de sequestro, mas carregam até hoje as marcas da tragédia.

Os dois jovens e Nayara Rodrigues, amiga de Eloá, foram até o apartamento da adolescente no dia 13 de outubro de 2008 para fazer um trabalho de escola. No início da tarde, foram surpreendidos por Lindemberg.

“A gente ouviu a porta fechando bem forte, um barulho forte. Até pensamos que era o irmão dela. Mas aí, quando a gente foi ver ele já estava passando com o revólver na mão no corredor, eu e o Iago já estávamos no quarto, aí ele trouxe as meninas, e ficou todo mundo lá preso”, contou Victor de Campos, um dos adolescentes,


“Ele tinha colocado as meninas dentro do quarto, trancou a casa inteira, e perguntou para o Iago: ‘o que você está fazendo aqui?’. Eu não me recordo o que o Iago disse. Aí ele perguntou para mim tbm: ‘e você, o quê?’. Eu falei: ‘ah, sou amigo deles’. Aí ele falou: ‘amigo? Você não é amigo, não’, e me deu uma coronhada na cabeça com o revólver”, relatou o jovem.

Victor foi o primeiro a ser liberado por Lindemberg. Agora, ele acompanhará o julgamento. “Com toda sinceridade do mundo, eu espero que ele pegue uma pena bem alta, porque não tem cabimento um ser humano fazer o que ele fez.”

O jovem precisou de acompanhamento psicológico depois do episódio. Iago Vilera, que também foi libertado por Lindemberg, conversou com a reportagem do Bom Dia São Paulo, e disse que ainda fica abalado quando lembra do caso.

“Terrível, uma coisa que não desejo nem para o meu pior inimigo. Particularmente eu não gosto de ficar falando não, são más recordações”, afirmou.

O caso
Lindemberg, que na época tinha 22 anos, invadiu o apartamento em que morava a ex-namorada Eloá, então com 15 anos, em um conjunto habitacional na periferia de Santo André, no dia 13 de outubro de 2008. Além dela, Nayara e dois amigos das garotas que faziam trabalhos escolares foram mantidos reféns.

Após várias horas de negociações com o Grupo de Ações Táticas Especiais (Gate) da Polícia Militar, Lindemberg concordou em libertar os garotos e Nayara. Mas ele não cedeu em deixar Eloá sair.

O sequestro terminou no dia 17 de outubro. Nayara voltou ao apartamento, após ser chamada para para ajudar na negociação, sendo mantida novamente refém. Quando a polícia invadiu o local, tanto a garota quanto Eloá foram alvo de disparos. Eloá foi atingida duas vezes.

Por decisão da Justiça, Lindemberg foi preso preventivamente desde o término do sequestro das vítimas. Ele segue detido na Penitenciária de Tremembé, no interior do estado. O jovem será interrogado durante o júri e, caso queira, poderá ficar em silêncio. A linha de defesa do réu no julgamento poderá ser a de que a invasão da PM ao apartamento provocou a morte de Eloá. A advogada não foi localizada. Na sexta (10), ela estava com Lindemberg na prisão. (G1)

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