Santa Sé acusa grife de desrespeitar Papa e católicos com fotomontagem de beijo com imã
Do lado de fora da loja da Benetton em Paris, pessoas observam as fotomontagens do Papa e de Obama com o presidente chinês Hu Jintao AFP
CIDADE DO VATICANO - O Vaticano anunciou nesta quinta-feira que vai tomar medidas judiciais contra a Benetton para impedir a distribuição da campanha que traz uma fotomontagem do Papa Bento XVI beijando na boca do Imã do Cairo.
Em comunicado, o Vaticano informou que já entrou em contado com seus advogados na Itália e em outras partes do mundo para que sejam tomadas "as devidas medidas legais" para interromper o uso da imagem, inclusive pela própria imprensa. O anunciado, entretando, não deixou claro se a Santa Sé pretende processar a Benetton por danos. Segundo Vaticano, a propaganda, que faz parte da campanha "Unhate" da grife italiana, desrespeita não só a dignidade do Papa como a dos fiéis católicos.
Na quarta-feira a noite, a Benetton disse que desistiria da fotomontagem do Pontífice, que faz parte de uma série de imagens de vários líderes mundiais se beijando, entre eles Benjamin Netanyahu e Mahmoud Abbas e Barack Obama e Hugo Chávez. O anúncio da Beneton veio horas depois de o Vaticano emitir sua primeira nota de protesto, chamando o anúncio de "manipulador" e totalmente inaceitável.
- Isto é uma grande falta de respeito pelo Papa, uma ofensa contra os sentimentos dos fiéis e um claro exemplo de como a propaganda pode violar regras elementares de respeito pelas pessoas só para atrair atenção pela provocação - disse o porta-voz do Vaticano padre Federico Lombardi, na quarta-feira.
Um enorme cartaz com a foto foi distribuída em várias cidades. Um deles foi erguido a poucos metros da porta do Vaticano, mas foi rapidamente retirado. As fotos nas vitrines da praça da Fontana de Trevi, em Roma, no entanto, continuam lá nesta quinta-feira.
A Beneton tentou se explicar após o protesto do Vaticano, dizendo que sua intenção era "exclusivamente" combater a cultura do ódio.
"Sentimos muito que o uso de uma imagem do Pontífice e do imã ofendeu fiéis desta maneira", escreveu a grife.| O Globo
Depois daquele beijo... foto suspensa
Montagem de papa beijando egípcio desagrada ao Vaticano
Roma
A fabricante e varejista italiana de roupas Benetton disse ontem que está retirando uma montagem fotográfica de uma campanha publicitária, que mostra o papa Bento XVI beijando na boca o imã da Universidade Al-Azhar do Cairo, Mohammed Al-Tayeb.
O Vaticano se disse ultrajado com a campanha e a condenou em termos fortes. A Benetton disse em comunicado que sente que "o uso da imagem tenha ferido tanto a sensibilidade dos fiéis. O objetivo dessa campanha era apenas combater a cultura do ódio em todas as suas formas".
A campanha lançada ontem pela marca mostra líderes mundiais beijando seus congêneres na boca. O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, aparece em um anúncio beijando o presidente da Venezuela, Hugo Chávez. Em outra montagem, Obama beija o presidente da China, Hu Jintao.
O presidente da ANP (Autoridade Nacional Palestina) também aparece beijando o premiê israelense, Benjamin Netanyahu. A chanceler alemã, Angela Merkel, é retratada beijando o presidente francês, Nicolas Sarkozy, em outra imagem.
"Isso mostra uma grave falta de respeito pelo papa, uma ofensa aos sentimentos dos fiéis e uma clara demonstração de como a publicidade pode violar as regras básicas do respeito às pessoas", disse mais cedo o porta-voz do Vaticano, o reverendo Federico Lombardi, à agência France Presse (AFP).
Segundo ele, o Vaticano protesta "contra a utilização inaceitável da imagem do papa, manipulada e instrumentalizada, como parte de uma campanha publicitária com finalidades comerciais".
Campanha
A campanha da Benetton se chama "não odeie". Há 25 anos, usando imagens produzidas pelo fotógrafo Oliviero Toscani, a Benetton lançou a polêmica campanha "United Colors of Benetton", que mostrava a imagem chocante de um ativista morrendo de uma doença decorrente da Aids, entre várias outras que chamaram a atenção mas que também geraram reclamações dos consumidores.
"São imagens simbólicas - com um toque de esperança irônica e de provocação construtiva - para promover uma reflexão sobre a forma com que a política, a fé, as ideias, embora opostas e diversas, podem levar ao diálogo e à meditação", havia se justificado a Benetton sobre a campanha lançada ontem. (Agência Estado)
Completo absurdo á imagem de nosso lider religioso!
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