domingo, 30 de outubro de 2011

'Fiz ultrassom e deu tudo certo', diz grávida que caiu do 10º andar

'fiz ultrassom e deu tudo certo', diz grávida que caiu do 10º andar
Como explicar esse e outros casos, de pessoas que desabam de alturas de 30, 300, e até 3 mil metros, e sobrevivem?
Muniki, André, Daiane e Christopher, um americano que pulou de uma ponte de 270 metros de altura – o que eles têm em comum? Todos podem dizer que nasceram de novo. Christopher foi resgatado da água consciente, com apenas algumas fraturas. O que salvou a vida dele foi uma roupa especifica.

“É o ‘wing suit’, o macacão com asas. Ele tem asas nos braços e nas pernas. O atleta veste para voar de uma maneira diferente. O base jump é um esporte onde o atleta paraquedista salta não de aviões, mas salta de objetos fixos como prédios, antenas, pontes e montanhas. Mas no caso esse salto foi infeliz pelo tempo que ele levou para acionar o paraquedas”, explica o cinegrafista aéreo Luiz Henrique “Sabiá”.

Ao saltar da ponte, o paraquedista pode atingir uma velocidade de quase 200 quilômetros por hora. O certo seria abrir o paraquedas aos 60 metros de queda, mas isso não aconteceu.

O empresário André Ewald sabe bem o que é passar um susto desses. Paraquedista profissional, ele já estava acostumado a pular de alturas de até cinco mil metros. “Saltava cinco vezes por dia”, lembra. Mas um dia aconteceu com ele o pesadelo mais temido pelos paraquedistas.

“Na hora de comandar o paraquedas, o principal não abriu bem por uma falha minha. E o reserva também não abriu bem, não sei por quê. Aí caí rodando rápido, sem controle”, conta o empresário.

André despencou de cinco mil metros e foi parar no telhado de uma casa. “Fiquei 20 dias em coma. Falaram para meu pai que eu não ia voltar a andar nem falar. Hoje eu voltei a trabalhar totalmente. Faço esporte constantemente, pedalo, corro, nado, dou uns treininhos, arrisco um futebol”, comemora.

Como explicar isso? “No caso do André, o próprio paraquedas tinha aberto parcialmente, e isso com certeza diminuiu a velocidade com que ele chegou ao chão”, explica o professor de física Welles Morgado, que admite: “Tem que contar um pouco com a sorte”.

Quem teve muita sorte foi a faxineira Daiane Maciel. Na última quinta-feira (27), ela chegou a um prédio em Florianópolis para mais um dia de trabalho. Ela limpava as janelas no 10º andar, totalmente debruçada e sem qualquer equipamento de segurança, o que é proibido por lei.

Daiane se desequilibrou e caiu de uma altura de 30 metros. Por sorte, havia uma árvore em seu caminho. Daiane não quebrou nada. E tem mais um detalhe: ela está grávida de dois meses. “Eu fiz ultrassom e deu tudo certo. Não caiu a ficha ainda”, diz a faxineira. O médico Felipe Barbieri, que a atendeu, só tem uma explicação: “É praticamente como se fosse um milagre”.

Em Goiânia, a história de Muniki Goulart é ainda mais surpreendente. Vinte dias atrás, um incêndio tomou conta do apartamento onde ela morava. Desesperada para escapar das chamas que chegavam a seis metros, Muniki pulou do 12º andar, a mais de 40 metros de altura.

“Foi um milagre. Não foi a hora dela”, comenta a aposentada Maria do Socorro Silva.

“Quando eu pulei, só fechei o olho e caí no telhado com o pensamento em Deus, só pensando em Deus. Fechei os olhos e pensei em Deus”, disse Muniki Goulart.

Quando Muniki entrou no hospital, os médicos passaram 12 horas seguidas investigando possíveis fraturas provocadas pela queda, mas identificaram lesões em apenas dois locais: na região do tórax e na bacia. Todas foram consideradas de nível leve. Em duas semanas, ela recebeu alta.

“Se a gente analisar a queda, a paciente deveria ter chegado aqui extremamente grave, mas ela não chegou. É inacreditável que isso possa ter acontecido”, surpreende-se o médico Alexandre Amaral. “Nasci de novo”, finaliza Muniki. [Fantástico ]



Médico acredita que grávida que caiu do 10º andar não terá sequelas
Segundo cirurgião, Daiani Beatriz Maciel está evoluindo bem.
Hospital ainda não tem previsão de quando ela receberá alta.


A faxineira Daiani Beatriz Maciel, de 25 anos, que caiu do 10º andar de um prédio em Florianópolis (SC), está reagindo muito bem e se mantém estável. Grávida de oito semanas, o feto de Daiani segue com os batimentos cardíacos normais e não teve perda de sangue.


“Eu acredito que ela não terá sequelas”, afirmou ao G1 o cirurgião Felipe Barbieri, do Hospital Governador Celso Ramos, onde a jovem está internada.


“Por algum tempo, ela terá que se recuperar das dores musculares. E vamos precisar acompanhá-la ambulatorialmente, pois ela teve um trauma renal leve. Mas são coisas muito pequenas e fáceis de manusear se tratando de uma paciente que caiu do 10º andar”, completou.


Mulher é socorrida após sobreviver a queda de 30 metros (Foto: Thiago da Silva Bogut/Agência RBS)


Barbieri ainda não tem previsão de quando Daiani receberá alta, mas como seu quadro está gradativamente melhor, ela deve ser liberada em breve. “Quanto mais o tempo passa, ficamos mais tranquilos e temos mais garantia de que ela está evoluindo bem. Porém, ainda temos receio de liberar uma paciente assim”, disse.


Daiani está internada no setor semi-intensivo do hospital, onde ficam os pacientes que precisam ser monitorados de forma mais precisa. No entanto, a jovem nunca chegou a ir para a Unidade de Tratamento Intensivo (UTI).


“Como ela está se mantendo bem e estável, vamos afastando a chance de uma cirurgia, que seria feita para coibir algum sangramento dentro do abdômen”. Conforme o médico, o sangramento da jovem parece ter parado e não deve voltar.


Daiani não teve fraturas e nem sofreu traumatismo craniano. Ela teve apenas uma pequena lesão renal, trauma que poderia afetar sua gravidez. Como isso não aconteceu, o útero continuou íntegro e a gestação segue seu curso normalmente, conforme Barbieri.


A queda do 10º andar na última quinta-feira (27) foi amortecida porque Daiani caiu sobre a copa de uma árvore e, em seguida, em um terreno onde haviam quatro cães da raça rottweiler.


Do G1, em São Paulo

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