segunda-feira, 3 de outubro de 2011

Herança maldita. Aposentado mata irmãs e comete suicídio.

Homem mata irmãs e comete suicídio

Aposentado atira nas familiares, se mata e estarrece a população; suspeita é de desentendimento por partilha de bens

Casa onde as duas irmãs foram assassinadas
Jaú - Uma tragédia em família abalou Jaú no início da noite de ontem, quando um homem matou as duas irmãs e em seguida cometeu suicídio. Francisco Miranda de Almeida Prado, de 59 anos, atirou nas irmãs Ana Carolina, 66,  e Ana Cecília de Almeida Prado, 60, e em seguida disparou contra a própria cabeça. O fratricídio seguido de homicídio ocorreu na casa onde os irmãos moravam junto à mãe, Ana Maria de Almeida Prado, 89, no Centro da cidade.

O crime chocou os moradores de Jaú. Tradicional na cidade, a família que protagonizou a tragédia, conforme informações extraoficiais, enfrentaria discussões acerca de uma suposta partilha de bens.

Segundo o delegado Claudemir Ferracini, plantonista da Polícia Civil que foi ao local do duplo homicídio seguido de suicídio a pedido da própria família, os rumores ligados ao suposto entrevero por causa de herança serão reservados apenas às investigações. Em entrevista no Plantão Policial da cidade algumas horas após a tragédia, ele não confirmou, mas não desmentiu, que um suposto desentendimento por partilha de bens estaria entre as possíveis motivações dos crimes.

Policiais civis e militares de Jaú foram acionados pouco após as 18h, horário em que o fato foi registrado oficialmente.

As primeiras pessoas que chegaram em frente à confortável moradia da família, na rua Paysandu, região central, impressionaram-se ao ver a senhora de 89 anos, mãe das vítimas e autor, tremendo, em estado de choque.

De acordo com os policiais que entraram na residência, o cenário era desolador, com uma das irmãs caída na escada, outra numa varanda e o corpo de Francisco estirado no chão da sala de jantar. Testemunhas disseram que a mãe, apavorada e sem saber o que fazer, ainda teria arrancado o revólver calibre 38 utilizado por Francisco das mãos do filho morto. Desesperada, ela ainda jogou a arma atrás da geladeira, onde policiais a recolheram, posteriormente.

Por conta dos momentos de terror envolvendo os filhos, Ana Maria ainda se machucou. Com escoriações num dos braços, ela se feriu ao tentar abrir o portão na tentativa de sair da casa logo após os tiros. “Ela está muito chocada, mas esclareceu que se lesionou no momento em que foi até a grade e não conseguia localizar as chaves do portão principal para pedir socorro e teve uma escoriação leve”, detalha o delegado Ferracini, acentuando que, em depoimento, a mãe das vítimas confirmou ter pego a arma do crime.

Um outro revólver chegou a ser apreendido por policiais militares. A arma, um antigo “galanti 6.35”, entretanto, não teria qualquer relação com os crimes, praticados com o revólver calibre 38.

“Jaú amanhã (hoje) vai amanhecer sob choque. É uma família tradicional e muito bem vista”, comenta uma popular, que pediu para não ser identificada, em frente à cena do crime.



 ‘Herança maldita’?


Ana Cecília e Ana Carolina de Almeida Prado eram professoras aposentadas, respectivamente nas áreas de educação física e ensino fundamental.


Francisco era bancário, também aposentado. Instantes antes do crime, de acordo com populares que se aglomeraram em frente ao palco da tragédia, o autor esteve num posto de combustíveis, a algumas quadras da casa, onde assistiu a uma partida de futebol pela televisão. Logo após o apito final, ele foi ao encontro das irmãs, com quem - também conforme relatos extraoficiais em Jaú - já discutira a questão de uma suposta partilha de bens. Chocada, uma ex-aluna de uma das vítimas, também em frente à casa, lamentava: “Elas eram ministras da Eucaristia da igreja de Nossa Senhora do Patrocínio. Eram tranquilas”, descreve a mulher, que também pediu para ter a identidade resguardada.

Os corpos foram encaminhados ao Instituto Médico Legal (IML) de Jaú, de onde ainda não haviam sido liberados até as primeiras horas da madrugada de hoje. O caso, a partir de agora, está sob os cuidados da equipe de investigação chefiada pelo delegado Euclides Salviato, do 1.º Distrito Policial de Jaú. “A investigação não está fechada, mas a princípio, seria um duplo homicídio das irmãs, seguido de suicídio, fato confirmado pela mãe das três vítimas. Mas a Polícia Civil continuará investigando”, assegurou o delegado Ferracini, ainda ontem à noite. Sobre uma possível briga por herança, o policial optou por resguardar a questão. “Por respeito à dor dos familiares”, alegou o plantonista, um dos policiais que esteve na cena dos crimes.

“Logo na escada próximo de uma varanda que dá acesso à sala de jantar encontramos o corpo de uma das vítimas. Na mesma varanda estava o segundo corpo, a uma distância de um metro e meio, e na sala de jantar o corpo dele”, descreve o delegado, que a pedido do advogado da família Almeida Prado, não informou oficialmente o nome dos envolvidos, obtidos pela reportagem por meios alheios à Polícia Civil.

Vídeo: Partilha de herança milionária teria motivado tragédia no interior de São Paulo


Francisco Almeida Prado matou as duas irmãs e se matou em seguida. A mãe está internada em estado choque. A polícia ainda não sabe o valor exato do patrimônio, que inclui carros, casas, fazendas e gado.



Luiz Beltramim

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