sábado, 30 de julho de 2011

Jair Bolsonaro: O kit que ele aprova

Bolsonaro diz que aceita fazer propaganda de lingerie para reforçar imagem contra 'kit gay


RIO - As polêmicas do deputado federal Jair Bolsonaro (PP-RJ) devem lhe render uma vaga de garoto-propaganda no comercial da marca de lingerie Duloren. No início, o convite era para uma participação ao lado da ex-BBB Ariadna Miranda, conforme divulgou a coluna de Ancelmo Gois . Bolsonaro recusou na hora, pois "só toparia aparecer ao lado de uma mulher e não de um homem". A empresa, interessada na polêmica, fez contraproposta para que o parlamentar aparecesse ao lado de uma modelo do tipo 'gostosona'. Bolsonaro aceitou, desta vez sem titubear.

As negociações estão avançadas e faltam apenas detalhes para a assinatura do contrato. A campanha deve ser divulgada somente em mídia impressa de setembro até o final do ano.

Segundo relato de Bolsonaro, ele posaria ao lado da modelo - que estaria de calcinha e sutiã, claro. Na propaganda, teria a frase "esse kit eu aprovo". Tudo porque o deputado, acompanhado de outros colegas do Congresso, lutou para que a presidente Dilma Rousseff suspendesse a distribuição de kits que visavam a combater o preconceito contra os homossexuais. A turma de Bolsonaro apelidou o material de kit gay e venceu a queda de braço com o movimento LGBT . Agora, o interesse do deputado com a propaganda é colar essa imagem de parlamentar que ajudou a acabar com a circulação do material.

- A ideia quando falo essa frase na propaganda é de que aprovo esse kit de lingerie. Mas o kit gay, não. Esse eu não aprovo! - disse ele.

Mas o presidente da Duloren, Roni Argalji, nega que a ideia seja essa:

- A palavra kit não existe neste anúncio. Não existe. Eu não quero remeter a isso (à polêmica do material do governo contra a homofobia). O Bolsonaro posará ao lado de uma mulher apontando o dedo para ele (Bolsonaro) e dizendo que não concorda com ele. São duas pessoas de opiniões contrárias que estarão juntas. Selecionaremos a melhor foto que represente essa situação.

O executivo disse que "é lógico que a propaganda gera polêmica", mas que o importante é respeitar as opiniões que são diferentes.

- A minha marca tem personalidade. Não é uma Maria vai com as outras - disse ele, justificando o convite a Bolsonaro.

O deputado ainda quer saber com a empresa detalhes do comercial.

- Porque tem que ver que sou um cara casado - afirma, ressaltando que a esposa ainda não foi consultada sobre a forte possibilidade de ele aparecer ao lado de uma linda modelo.

O parlamentar, que diz ter dado uma risada ao saber do convite, afirma não ver conflito em ser garoto-propaganda de uma marca e seu trabalho de deputado.

- A partir do momento em que não tenho lucro, não vejo problema. Além disso, é uma proposta limpa - explicou Bolsonaro, que prometeu doar o cachê para uma instituição de caridade.


Juliana Castro

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