Voo 447: Justiça francesa decide que nem todos os corpos serão resgatados
RIO - A Justiça francesa decidiu que nem todos os corpos das vítimas do voo 447 da Air France, que caiu em 2009 quando seguia do Rio para Paris, serão resgatados. A informação estaria numa carta enviada para as famílias, segundo a agência francesa France Presse. De acordo com a decisão dos juízes Sílvia Zimmermann e Yann Daurelle, os corpos que estiverem muito danificados não serão içados do mar. A justificativa seria a preservação e o respeito das famílias.
O comunicado, no entanto, não chegou ao Brasil. Segundo o presidente da Associação de Parentes de Vítimas do vôo 447, Nelson Marinho, nenhuma carta foi enviada aos brasileiros. Apesar disso, Marinho afirma que já entrou em contato com o Secretario Nacional de Articulação Social para tomar um providência.
- Eu sou dirigente da associação e não recebi nada. Isso não é oficial para a gente. Mas esses juízes se precipitaram, pois estão passando por cima da lei, já que todo corpo encontrado deve ser resgatado. Isso vale em qualquer país - disse Marinho, que lembrou ainda do resgate dos primeiros corpos, em 2009:
- Aqueles primeiros corpos também estavam mutilados. Não há como dizer que um está melhor que o outro. Para mim, eles estão querendo é economizar nos trabalhos de resgate dos corpos.
Segundo o jornal francês "Le Monde", os magistrados reconhecem, na decisão, que é difícil achar uma solução que agrade todas as famílias e lembram que dois corpos em diferentes estados de conservação foram resgatados para que seja determinado se há possibilidade ou não de identificação . Em abril, o líder de um grupo de famílias das vítimas do voo 447, da Air France, afirmou que prefere que os corpos das vítimas não sejam resgatados dos destroços do avião. Em entrevista a agências internacionais, Robert Soulas disse que não gostaria que os restos mortais de seus filhos sejam trazidos à superfície.
As operações de resgate dos corpos devem ser retomadas por volta do dia 20 de maio, quando deverá ocorrer a troca do equipamento do navio. Até lá, a equipe a bordo do navio Ile de Sein vai se concentrar no resgate das peças do Airbus consideradas importantes. Na segunda-feira, o Escritório de Investigações e Análises (BEA, na sigla em francês) afirmou que já recuperou uma turbina e o computador de bordo da aeronave.
O Airbus da companhia francesa caiu no Oceano Atlântico em junho de 2009, quando seguia do Rio para Paris, matando 228 pessoas. Pouco depois do acidente, os restos mortais de 51 passageiros foram encontrados.
O Globo
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