Mesquita Faisal |
O paranaense de Curitiba tentou entrar na área reservada a muçulmanos na mesquita. Gritou palavras sobre a Virgem Maria --na sexta foi comemorado o dia de Nossa Senhora de Fátima. A funcionários da Embaixada do Brasil, disse que "queria ter uma discussão religiosa".
Isso é ofensa gravíssima neste país, em que há leis severas para o que é considerado blasfêmia. Mas após conversa com o embaixador brasileiro no Paquistão, Alfredo Leoni, a polícia concordou em não enquadrá-lo inicialmente sob essa acusação.
"Aparentemente o rapaz tem problemas mentais. Falamos com ele e a família, que confirmaram a condição. Ele sabe que errou, e creio que teremos esse problema resolvido rapidamente, até segunda-feira", disse Leoni.
Moreto está preso em um quarto na sede da polícia local de Islamabad, com cama e ar-condicionado. Está sendo tratado bem, segundo Leoni. Ele estava hospedado no hotel Pearl Continental de Rawalpindi, junto a Islamabad, e viajava pelo país havia cerca de três semanas.
Segundo Leoni, o incidente é inédito, e a polícia paquistanesa pediu um tempo para averiguar exatamente se Moreto esteve em Quetta e Peshawar e, afinal, o que fez por lá.
A família do rapaz disse ao Itamaraty que ele trabalha para o Banco do Brasil, mas Leoni não tinha como confirmar as informações. A embaixada colocou um advogado à disposição do brasileiro e pagou sua conta no hotel, deixando tudo pronto para sua imediata saída do Paquistão quando for solto.
A preocupação é óbvia. Há um grande sentimento contra crimes praticados por estrangeiros neste país, em especial após o incidente Raymond Davis. O americano, contratado da CIA, matou dois paquistaneses no que chamou de tentativa de roubo.
Ninguém admite oficialmente, mas os paquistaneses também eram agentes secretos. Seja como for, houve uma grande comoção popular contra a soltura de Davis, que para os EUA tinha imunidade diplomática.
O caso acabou resolvido com o pagamento de US$ 2,4 milhões às famílias da vítima, o chamado "dinheiro de sangue" aceito pela Justiça local. Assim, Davis foi embora, mas há grande sensibilidade popular.
Seja como for, Cubek teve sorte. Se não fosse detido, não seria incomum se ele acabasse linchado pelos frequentadores da mesquita. A tolerância com o que é considerado blasfemo no Paquistão é baixíssima.
Há poucos visitantes brasileiros no país de 180 milhões de habitantes. Moradores, há apenas 33, e 5 deles trabalham na Embaixada do Brasil.
Brasileiro preso em Islamabad deve ficar detido até segunda-feira no Paquistão
O advogado brasileiro Rodrigo Moreto Cubek foi preso na tarde de ontem na principal mesquita do Paquistão, a Faisal, por perturbar as tradicionais orações que aconteciam naquele dia. Ele deve ficar detido até segunda-feira.
Cubek, de cerca de 30 anos, estava com o visto vencido e disse ter visitado as cidades de Quetta (Baluquistão) e Peshawar ("capital" das áreas tribais do país). Como são cidades cheias de extremistas islâmicos, isso levantou a suspeita da polícia, que afirmou que está investigando seu itinerário.
O paranaense de Curitiba tentou entrar na área reservada a muçulmanos na mesquita. Gritou palavras sobre a Virgem Maria --na sexta foi comemorado o dia de Nossa Senhora de Fátima. A funcionários da Embaixada do Brasil, disse que "queria ter uma discussão religiosa".
Isso é ofensa gravíssima neste país, em que há leis severas para o que é considerado blasfêmia. Mas após conversa com o embaixador brasileiro no Paquistão, Alfredo Leoni, a polícia concordou em não enquadrá-lo inicialmente sob essa acusação.
"Aparentemente o rapaz tem problemas mentais. Falamos com ele e a família, que confirmaram a condição. Ele sabe que errou, e creio que teremos esse problema resolvido rapidamente, até segunda-feira", disse Leoni.
Moreto está preso em um quarto na sede da polícia local de Islamabad, com cama e ar-condicionado. Está sendo tratado bem, segundo Leoni. Ele estava hospedado no hotel Pearl Continental de Rawalpindi, junto a Islamabad, e viajava pelo país havia cerca de três semanas.
Segundo Leoni, o incidente é inédito, e a polícia paquistanesa pediu um tempo para averiguar exatamente se Moreto esteve em Quetta e Peshawar e, afinal, o que fez por lá.
A família do rapaz disse ao Itamaraty que ele trabalha para o Banco do Brasil, mas Leoni não tinha como confirmar as informações. A embaixada colocou um advogado à disposição do brasileiro e pagou sua conta no hotel, deixando tudo pronto para sua imediata saída do Paquistão quando for solto.
CASO RAYMOND DAVIS
A preocupação é óbvia. Há um grande sentimento contra crimes praticados por estrangeiros neste país, em especial após o incidente Raymond Davis. O americano, contratado da CIA, matou dois paquistaneses no que chamou de tentativa de roubo.
Ninguém admite oficialmente, mas os paquistaneses também eram agentes secretos. Seja como for, houve uma grande comoção popular contra a soltura de Davis, que para os EUA tinha imunidade diplomática.
O caso acabou resolvido com o pagamento de US$ 2,4 milhões às famílias da vítima, o chamado "dinheiro de sangue" aceito pela Justiça local. Assim, Davis foi embora, mas há grande sensibilidade popular.
Seja como for, Cubek teve sorte. Se não fosse detido, não seria incomum se ele acabasse linchado pelos frequentadores da mesquita. A tolerância com o que é considerado blasfemo no Paquistão é baixíssima.
Há poucos visitantes brasileiros no país de 180 milhões de habitantes. Moradores, há apenas 33, e 5 deles trabalham na Embaixada do Brasil.
Folha Online
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