sexta-feira, 15 de abril de 2011

Pesquisadores afirmam: maioria das geleiras encolhe um metro por ano

Pesquisadores afirmam: maioria das geleiras encolhe um metro por ano
Um dos motivos é a diminuição na quantidade de chuvas. Com menos chuva e mais calor, as geleiras não resistem. O Glaciar Balmaceda, um dos mais importantes do Chile, já foi muito maior.





A Patagônia é um lugar de geleiras fascinantes. Atraem o olhar de milhares de visitantes que com surpresa percebem que elas, por maiores que sejam, se movimentam e deixam marcas por onde passam. Nem as rochas resistem ao gelo.

Quando o gelo sai, nascem as plantas, mas estudos têm comprovado que elas também estão sofrendo com as mudanças no clima. “Como há diminuição de chuva nesta zona, elas estão migrando um pouco mais acima, buscando água e temperatura”, afirma o engenheiro florestal Rafael Eduardo Coopmann, da Universidade Austral do Chile.

Olhando para o cenário branco, azul e transparente, cientistas do mundo inteiro tentam entender o ritmo do degelo e prever o futuro do clima. E eles têm uma medida: a maioria das geleiras encolhe, em média, um metro a cada ano. Um dos motivos é a diminuição na quantidade de chuvas.

“Tem menos neve, menos precipitação, aumento da temperatura, verões não tão frios. E isso permite, então, que o gelo seja afetado e retroceda”, afirma o glaciologista Ricardo Jaña, do Instituto Antártico Chileno.
Com menos chuva e mais calor, as geleiras não resistem. O Glaciar Balmaceda, um dos mais importantes do Chile, já foi muito maior. O gelo rodeado por cascatas que se derramam sobre o lago não é só uma visão bonita, mas também um sinal de alerta.

Percebemos claramente o efeito do clima no gelo. O gelo azul que fica no topo do glaciar hoje em dia encostava na água em 1970. Agora, se formou um paredão de pedra.

Dezenas de quilômetros adiante, em Torres del Paine, também no Chile, um vale de areia tem ao fundo o Lago Grey, um dos mais profundos da Patagônia, com 550 metros. Sobre as águas, além dos icebergs, uma rocha enorme. É a Nunatac que corta a geleira em duas partes. Essa é uma imagem que há 100 anos não existia. Nunatac ficava embaixo de uma montanha de gelo que derreteu.

“Elas estão respondendo a processos que já começaram 30, 40 ou 50 anos atrás ou mais. Nós não temos como impedir que elas derretam e que elas afetem o nível do mar. Nós podemos sim é melhorar a nossa atividade industrial reduzindo a poluição, principalmente de gases que intensificam o efeito estufa e reduzindo com isso um aquecimento da atmosfera”, afirma o glaciologista Jefferson Simões, da UFRGS.


Rosane Marchetti
Rio Serrano, Chile

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Fique a vontade para comentar, só lembramos que não podemos aceitar ofensas gratuitas, palavrões e expressões que possam configurar crime, ou seja, comentários que ataquem a honra, a moral ou imputem crimes sem comprovação a quem quer que seja. Comentários racistas, homofóbicos e caluniosos não podemos publicar.