sábado, 16 de abril de 2011

Corpo do atirador de Realengo será enterrado na próxima semana

Wellington Menezes de Oliveira permanece no Instituto Médico Legal e pode ser enterrado como "corpo não reclamado"

Isabela Vieira/Agência Brasil
Foto não datada, mostra Wellington posando com arma
Foto: Reuters
Rio de Janeiro – Mais de uma semana depois do ataque à Escola Municipal Tasso da Silveira, em Realengo, o corpo do atirador Wellington Menezes de Oliveira permanece no Instituto Médico Legal e pode ser enterrado como "corpo não reclamado", na próxima semana, segundo informou a Polícia Civil.

A família tem até a próxima quinta-feira ( 21), fim do prazo de 15 dias contados desde a morte de Wellington, para fazer a liberação do corpo para o enterro. Caso isso não ocorra, ele será sepultado pelo estado no Cemitério de Santa Cruz, na zona oeste da capital fluminense.

Como o corpo do atirador foi identificado, ele não é considerado indigente pela Polícia Civil.

O ataque à Escola Municipal Tasso da Silveira ocorreu no último dia 7. Na ocasião, Wellington, ex-aluno da escola, entrou nas salas de aula atirando indiscriminadamente. Doze crianças foram mortas e 12 ficaram feridas. Atingido por um policial que foi socorrer as crianças, o atirador se matou. [Fonte: Rede TV!]


Identificar distúrbios mentais na pré-escola pode evitar atos violentos no futuro

Se Wellington de Oliveira tivesse sido tratado na infância, a tragédia que ele provocou poderia ter sido evitada, diz especialista

Wellington de Oliveira, o atirador de Realengo Foto: Reuter

Rio – Caso Wellington de Oliveira tivesse sido avaliado na infância e recebido tratamento adequado, a tragédia na escola Tasso da Silveira, em Realengo, zona oeste do Rio, poderia ter sido evitada. A afirmação é do psiquiatra Timothy Brewerton, especialista em infância e adolescência e estudioso de casos de tiroteios em escolas, como a de Columbine, nos Estados Unidos, onde dois estudantes mataram 13 colegas em 1999, deixando 21 feridos.

Timothy Brewerton está no Brasil com mais sete psiquiatras e um psicólogo norte-americanos para conhecer o trabalho de algumas instituições que desenvolvem serviços para a infância e adolescência. Ele deu uma palestra para estudantes do curso de psiquiatria infantil da Santa Casa da Misericórdia, no centro do Rio.

“Há muitos distúrbios mentais associados à violência que podem ser identificados precocemente e, se tratados, é possível, sim, evitar que esse indivíduo se transforme num futuro antissocial ou psicopata. Por isso, segundo ele, o papel do Estado é vital, oferecendo um programa educacional e de saúde voltado para a pré-escola.”

O médico explicou que a maioria das doenças mentais se desenvolve na infância e na adolescência. “E este é o momento de intervir, pois faz uma enorme diferença e pode determinar o futuro dessa criança ou adolescente”.

Brewerton disse que embora o bullying (agressões entre alunos) esteja associado a 75% dos casos de ataques a escolas, este não é o fator determinante, mas, sim, o fato de que todos os atiradores que sofreram bullying apresentavam transtornos mentais. O psiquiatra alertou, no entanto, que a pratica de bullying é responsável por muitos problemas de saúde mental e devem ser reprimidos.

“A maioria das escolas americanas fecha os olhos para esse tipo de problema e algumas culpam mesmo a criança que sofre o bullying. Quando há uma briga, as duas crianças são suspensas ou punidas. A violência nas escolas é um problema de saúde pública e é preciso enfrentar isso com mais seriedade”.

Ele informou que dados da Associação Nacional de Educação dos Estados Unidos mostram que 160 mil crianças faltam aula diariamente por medo de ataques ou intimidações. O psiquiatra mostrou que entre 1966 e 2011 ocorreram 66 incidentes envolvendo atiradores em escolas. Do total 70% foram nos EUA (46) e 76% (57) cometidos por adolescentes. “Não existe um perfil. É impossível criar um esterótipo de um possível atirador. Mas posso garantir que a assistência de saúde mental evita todos os dias um ato violento na sociedade”.

O fácil acesso a armas para ele é decisivo no alto número de ataques a escolas em seu país, e não deve ser ignorado, embora as autoridades norte-americanas se recusem a discutir o assunto. “Em 2009, um em cada dez jovens levou uma arma para a escola”, lamentou o médico. “E 58% dos casos de expulsão nas escolas foram por porte de arma, sendo 17% por arma de fogo”.

No entanto, segundo o médico é importante enfatizar que apenas 1% das mortes de crianças ocorre nas escolas, que ainda são um dos locais mais seguros do mundo.

Flávia Villela/Agência Brasil

Um comentário:

  1. NA MINHA OPINIÃO AS ESCOLA TEM QUE FICAR ATENTO A O BULLYING..POIS O BULLYING É RESPONSÁVEL POR 75% DE MENTES DOENTIAS QUE FUTURAMENTE PODE SE TORNAR UM PICICOPATA I MATAR PASSOUAS COMO É O CASO DE WELLINGTON MENESES DE OLIVEIRA QUE MATOU 12 CRIAÇAS E JUSTIFICA O CRIME FALANDO QUE SOFREU BULLYING..

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