Os insetos geram a mesma quantidade de proteína comendo sete vezes menos ração do que um boi, por exemplo.
Nos restaurantes brasileiros, encontrar um gafanhoto no prato certamente seria motivo de escândalo, mas um cientista holandês ligado à ONU, a Organização das Nações Unidas, afirma que chegou a hora de ver os insetos como fonte de proteína, capaz de ajudar a acabar com a fome no mundo.
O que parece uma praga de gafanhotos pode ser apenas sua próxima refeição. Estamos em uma fazenda no interior da Holanda onde não se criam vacas nem galinhas. O negócio no local é inseto: larvas de borboletas, de besouros, além de grilos e gafanhotos.
É um negócio limpo que não requer muito espaço e nem grandes investimentos. Em um galpão menor do que uma quadra de tênis, dá para produzir 600 quilos de insetos comestíveis por semana. O faturamento mensal chega ao equivalente a R$ 100 mil. Pelo menos, 15 produtores rurais holandeses se dedicam a essa atividade. A Holanda é um dos principais produtores de insetos comestíveis do mundo.
Se existe produção, existe consumo. Um restaurante de Londres, por exemplo, tem, no menu, uma salada de grilos e gafanhotos que custa o equivalente a R$ 20. O dono afirma que 90% dos clientes pedem a iguaria.
O preconceito ainda atrapalha. Afinal, para nós ocidentais, essa não é uma daquelas comidas que a gente pode dizer que come com os olhos. O repórter Marcos Losekann confessa que não foi fácil encarar o almoço gentilmente preparado por alunos da escola de hotelaria da Universidade de Wageningen, a 100 quilômetros de Amsterdam.
Primeiro, chega uma entrada de grilos ao alho e óleo E como manda a boa educação, não dá para recusar. Depois, o garçom traz pasteis de larvas de borboletas. Por fim, uma sobremesa de larvas de besouros com mel e outros ingredientes.
É tudo uma questão de costume, de tempo. Quem garante é o professor Arnold Van Huis, especialista em insetos. Ele é autor de um polêmico estudo sobre a dieta a base de insetos publicado na revista “The Scientist”, uma das mais renomadas publicações científicas do mundo. Segundo o professor Huis, os ocidentais deveriam adotar o cardápio tão popular na culinária asiática como fonte alternativa de proteína. “É um substituto da carne de boi”, diz o professor.
Para o cientista, os insetos poderiam inclusive ajudar a resolver a crise mundial de alimentos. Enquanto um boi, por exemplo, necessita de 10 quilos de comida para cada quilo de carne que produz, os insetos geram a mesma quantidade de proteína comendo sete vezes menos.
Mas e o preço? Hoje, um quilo de insetos não sai por menos de R$ 40. O professor Huis garante que quanto mais produtores investirem na criação de insetos, mais baixo será o custo. “Nos países tropicais, os insetos existem aos montes, sem investimento algum. O próprio Brasil poderia ser um grande exportador de insetos”, sugere o professor.
A idéia foi lançada. Estão servidos?
Site do Fantástico
Gostei muito deste tema. Já vi no Fantástico e em alguns sites.Que a dieta de insetos é favorável, em todos os sentidos, não resta dúvida, porém gostaria que divulgassem uma matéria sobre como seria esta produção (custos, viabilidade, cursos para manuseio dos insetos, larvas,etc. Tenho interesse em me aprofundar mais, na intenção de produzir. Regina (Bióloga)
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