RIO - O governo chinês quer banir filmes sobre viagem no tempo dos cinemas e da televisão do país, sob o argumento de que eles "desrespeitam a história". A determinação surge no momento em que se comemoram os 90 anos de fundação do Partido Comunista que governa a China desde 1949. Esse tipo de orientação não é uma proibição de fato, mas cineastas do país costumam se auto-censurar diante de ordens como essa, temendo represálias do governo.
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Cena do filme 12 Macacos |
O crítico de cinema e jornalista Raymond Zhou Liming, em entrevista ao Hollywood Reporter , explica que a proibição é justificada pelo fato de que "tudo que não é possível no mundo real pertence ao campo da superstição", o que vai contra o materialismo do partido comunista chinês. O jornalista reconhece, no entanto, que o verdadeiro motivo é mais complexo.
"A maioria das histórias sobre viagem no tempo que eu vi (em literatura e no teatro) não foca na ciência, mas funciona como uma desculpa para comentar assuntos atuais", disse ele.
Segundo o Hollywood Reporter, um dos programas mais populares da TV chinesa chama-se "Mito" (Shen Hua, em chinês) e conta a história de um homem que volta no tempo para a China antiga, onde descobre ser da dinastia de Liu Bang, o primeiro imperador da dinastia Han, e encontra o amor e a felicidade. Um elogio a regimes do passado que dificilmente agrada ao governo comunista.
"Produtores e escritores estão tratando a história de uma maneira frívola, que não deve mais ser encorajada", diz o comunicado oficial do Escritório Estatal para Rádio, Filme e Televisão.
O Globo
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