A Gazeta
Traficantes do bairro Planalto Serrano, na Serra, oferecem recompensa em dinheiro por informações privilegiadas da rotina dos policiais civis, sobretudo dos que atuam na Delegacia de Crimes contra a Vida do município. E, para fazer ameaças, utilizam até o Disque-Denúncia, telefone disponibilizado pela Secretaria de Segurança Pública para levar a polícia até suspeitos de crime.O delegado Josafá da Silva, titular da Crimes da Serra, afirmou que ameaças de morte e intimidações também têm sido feitas por telefonemas anônimos feitos diretamente para a delegacia.
"Estão oferecendo recompensa para quem der informações privilegiadas sobre a rotina dos policiais daqui, da delegacia. Não vou revelar o valor, mas deixo claro que esses telefonemas não nos intimidam. Muito pelo contrário: cada vez mais realizamos operações no bairro (Planalto Serrano) para inibir o tráfico e, como consequência, reduzir os índices de homicídios", destacou o delegado.
Silva explicou, ainda, que essas ameaças a policiais são constantes, especialmente desde a morte do traficante conhecido como Ronaldo Zoião, ocorrida em agosto do ano passado.
Prisão
Na noite da última quinta-feira, uma operação envolvendo policiais das delegacias de Crimes Contra a Vida da Serra e da Delegacia de Tóxicos e Entorpecentes (Deten) foi realizada em Planalto Serrano. O objetivo era prender suspeitos têm feito ameaças de morte a policiais.
Ao chegarem ao bairro, foram vistos por um homem identificado como Emerson Silva de Vasconcelos, 31 anos. Ele tentou fugir e, ao ser alcançado pelos policiais, reagiu, mas acabou preso. Com Vasconcelos, foram encontradas 30 buchas de maconha e 20 pedras de crack, além de um revólver calibre 38.
Ao ser ouvido, Emerson negou que houvesse feito qualquer tipo de ameaça contra os policiais. Ele disse ao delegado que nunca havia sido preso antes e que se envolveu com tráfico há pouco tempo.
"Eles querem demonstrar que têm o controle"
Um investigador da polícia civil - cujo nome não será divulgado por questão de segurança - afirmou que o fato de traficantes pontuarem os nomes dos policiais civis que estão com a "cabeça a prêmio" representa uma reação de criminosos para demonstrar o controle da situação, sobretudo, após uma intervenção policial. Para o policial, essas listas - algumas delas têm até o preço tabelado - não intimidam nem inibem a ação dos policiais civis que combatem o tráfico e os homicídios nas regiões mais críticas da Grande Vitória. "Quanto à região de Planalto Serrano, nunca recebi denúncias de policiais ameaçados por traficantes daquela região, mas, por exemplo, teve uma época em que os traficantes de Santa Rita, bairro de Vila Velha, tinham eleito um policial como alvo deles."
Policiais militares são alvo de pedradas em bairro de Vitória
Policiais militares foram recebidos a pedradas por moradores do Bairro da Penha, em Vitória, na noite de ontem. Um sargento foi ferido na cabeça e precisou ser socorrido, mas passa bem.
Segundo informações dos militares, três viaturas realizaram um cerco no Beco do André, local identificado como ponto de venda de drogas. Um rapaz foi detido, e com ele foram encontrados 140 papelotes de cocaína e 18 pedras de crack.
Os moradores ficaram revoltados com a prisão e começaram a arremessar pedras e pedaços de madeira. "Um pedaço quase atingiu meu rosto", contou uma moradora.
A faxineira C.P, 32 anos, disse que a represália era contra supostas agressões ao suspeito. "Os policiais militares agrediram o rapaz, e isso deixou a população indignada", afirmou a moradora.
Detidos
Outras duas pessoas foram detidas e encaminhadas para o Departamento de Polícia Judiciária (DPJ) de Vitória: uma mulher acusada de instigar a população a agredir os PMs e um homem que tinha um mandado de prisão em aberto.
Os policiais informaram que não agrediram o morador preso, suspeito de tráfico, mas que foi detido por utilizar de força, pois teria resistido à prisão.
Os militares que estavam no Bairro da Penha precisaram pedir reforço para conseguir sair do local. Outras seis viaturas deram apoio a eles. Segundo os PMs, essa foi a quarta vez que os policiais são recebidos a pedradas na região do Bairro da Penha. (Glacieri Carraretto)
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