NOVA YORK - Pesquisadores nos Estados Unidos afirmam ter descoberto um componente genético que pode interferir na forma como as pessoas escolhem os amigos. Usando dados de dois grandes estudos, eles perceberam que certos genes afastam ou aproximam indivíduos. A pesquisa foi publicada no 'Proceedings of the National Academy of Sciences'.
A equipe do pesquisador James Fowler analisou seis genes do nosso corpo e procurou por variações em pontos específicos deles. Os dados foram comparados entre pessoas que eram amigas e outras que não mantinham qualquer relação.
"Vivemos em um mar de genes", diz o autor James Fowler, professor de genética médica e de ciência política na Universidade da Califórnia-San Diego. "O que acontece conosco não pode depender somente de nossos genes, mas os genes dos nossos amigos."
Mesmo levando em conta fatores como raça, sexo e ancestrais comuns, os amigos tinham as mesmas variações nos genes, algo que não acontecia entre as pessoas que não mantinham uma relação de amizade.
Eles descobriram que pessoas que carregam o gene DRD2, associado ao alcoolismo, costumam ter amigos com o mesmo gene. Já as pessoas com o gene CYP2A6, associado à forma como um indivíduo metaboliza a nicotina, preferem ficar longe das pessoas com o mesmo marcador.
No entanto, ele reconhece que a relação entre DRD2 e alcoolismo não é tão simples. "Não pode haver um efeito de feedback. Nós sabemos que [este gene] mostra uma associação com o alcoolismo. Agora, a evidência aqui é que se você tem esse gene, seus amigos são mais propensos a tê-lo. Você não só biologicamente suscetíveis a esse comportamento, você também está mais gosto de estar rodeado por pessoas que são suscetíveis a esse comportamento. "
Para James Fowler, coordenador do estudo, a descoberta pode ajudar a entender a escolha de parceiros sexuais. Diversos estudos mostram que homens e mulheres buscam, instintivamente, pessoas com uma carga genética diferente para minimizar o risco de um filho com doenças.
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